Pokémon Mythology RPG 13
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Amnésia

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Mensagem por Lollipop Ter Abr 07 2020, 15:24

Era estranho acordar dentro de uma caixa de madeira, cercado por caixas lacradas, com o cheiro de maresia e somente um Sentret e uma imagem sua na tela da PokéDex. Não havia muito o que fazer sobre aquilo. Se eu ao menos me lembrasse o que estava acontecendo, poderia fazer alguma coisa pra mudar. Mas havia acabado de adotar meu pseudônimo como Alishie, enquanto não sabia nem mesmo minha verdadeira identidade, ou pelo menos enquanto não havia descoberto quem eu era. Não havia muito o que fazer, somente me conformar que esse tipo de coisa acontecia, e que provavelmente vai levar muito tempo até eu descobrir quem sou, de fato, enquanto aguardo alguém abrir essa caixa para que eu possa sair daqui. Era triste a situação, mas não tinha muito que eu poderia fazer. O visor de meu equipamento indicava que estava rumo a Pacifidlog Town, e eu não fazia ideia onde ficava esse cidade, nem o que era ela, ou quais as rotas que a ligavam. Só tinha noção que era no continente de Hoenn, como era demonstrado na própria Dex.

Sentret estava um tanto quanto confuso. Curioso por si só, não sabia bem o que estava acontecendo. Estava, naquele momento, ao meu lado enquanto eu acariciava sua cabeça. Não sabia muito bem de onde havia vindo aquele Sentret, nem se era meu realmente, mas por ser o único Pokémon comigo até o momento, talvez fizesse mais sentido que eu continuasse com ele até que pudesse ter um mínimo fragmento das memórias perdidas. Ou simplesmente aceitar que meu destino é nunca saber de onde venho, e aceitar sua companhia de bom grado. Somente sei que nada sei, e não saber de nada era tão confortante quanto desesperador. Não sabia que rumo podia tomar a partir daquilo. Talvez fosse até mais interessante não me lembrar de nada, me pergunto se havia muitas dívidas em meu nome esquecido, ou se tinha alguém me perseguindo. Será que estava sendo jurado de morte? Talvez eu tivesse família, uma esposa, um esposo, alguns cachorros, alguns filhos talvez. Talvez fosse só um solteirão drogado, mas não estava com abstinência de nenhuma substância em meu corpo, e não havia nada em minha posse, então duvido muito que aquilo fosse real. Mas sentia uma leve vontade de fumar um cigarro ou outro, não sei o motivo, talvez fosse mais calmante baforar fumaça ao invés de ficar remoendo o que deveria fazer me encontrando no meio do nada. Ainda assim, estava com fome.

Sentret também parecia estar com fome, e saiu andando pela caixa de madeira, cheirando as outras caixas. Chegou num momento em que cheirou demais uma caixa, e rasgou usando um Scratch, o que revelou várias frutas dentro dela. Era uma caixa com muitas maçãs. Não me preocupei muito com quem era o dono, era eu quem estava com fome. Comi algumas várias, saciando minha vontade, provando do fruto que havia sido proibido em algumas lendas antigas que eu havia escutado. Mas que lendas eram essas? Quem havia me contado sobre elas? E como eu lembrava lendas de um mundo Pokémon? Aliás, o que era um Sentret? Achei que deveria ser um esquilo ou coisa do tipo. Não faz mal. Talvez eu esteja em outra realidade, mas isso não tem muita importância agora. Vou me concentrar no que está mais próximo de ser feito, afinal, mesmo que eu tenha vindo de outro mundo, ainda sinto fome, e tenho minhas necessidades.

Ah, Sentret, o que será de nós? Não sei nem o que está acontecendo mesmo. Quando vamos sair daqui? Ou vamos direto pra uma fragmentadora e nossos pedacinhos vão ser lançados ao mar por termos comido essas maçãs? Não sei o que pode acontecer conosco. Quanta lástima. Pelo menos as maçãs estão gostosas.

O Pokémon ouvia minhas palavras, e somente parecia concordar, com um ar tão filosófico quanto, enquanto se deliciava com a sétima maçã. Não sabia bem o que estava acontecendo, mas gostava do sabor delas. Nem sabia o nome de seu novo treinador, mas gostava de sua presença. Talvez houvessem sido feitos um para o outro. Talvez simplesmente houvesse surgido ali e realmente não originaram de lugar algum, sendo somente uma aparição indiferente do mundo. Que seja. Ainda preciso de meus equipamentos. Com um pouco de trabalho, chequei as caixas que ainda estava espalhadas por ali. Encontrei uma caixa onde estavam algumas várias mochilas, e, abrindo-as logo em seguida, parecia haver o kit de treinadores Pokémon desse novo mundo. Interessante. Nada muito complicado, algumas Poké Ball, poções e dinheiro ou coisa do tipo. Não sabia o motivo do dinheiro, mas peguei uma dessas mochilas para mim, enquanto guardava a Poké Ball de Sentret em meu cinto-lenço-pochete branca, com ele se deliciando com aquelas maçãs. Peguei o restante das poucas que não havíamos comidos, e acabei por ser um ladrão enchendo a barriga e pegando os suprimentos. Mas também, não quero morrer de fome. O cheiro da maresia e a vibração das ondas não pareciam apresentar nenhuma comida, não podia fazer muita coisa. Sentret, após terminar sua refeição, logo subiu em meu corpo e se agarrou a mochila. Creio que aquilo já representava que eu possuía um novo parceiro, talvez um esquilo inicial para não ser morto pelo primeiro maníaco esquizofrênico que me encontrasse por aí, ou mesmo um animal selvagem querendo comer meu corpo, mesmo que estivéssemos no mar.

Esperei mais algum tempo enquanto tentava procurar informações em meu aparelho, usando todo o meu conhecimento técnico que eu possuía (sabe-se lá de onde havia conseguido conhecimento para isso), mas sem sucesso em achar qualquer informação além do fato de que havia adotado o nome Alishie, estava com um Sentret e chegando em Pacifidlog Town. Não havia muito mais o que fazer, só esperar a chegada e procurar maneiras para descobrir minhas origens, ou me contentar com o destino. Repentinamente, o navio pareceu fazer uma parada, ouvi o barulho de uma âncora descendo e alguns vários passos no convés. Em alguns minutos, a caixa se abriu de um lado, e lá eu via um marinheiro com cabelos pretos, que olhou assustado para a minha imagem. Não sabia quem eu era, e parecia tão confuso quanto eu.

Ei! Quem é você? Pagou sua passagem? — Questionou ele.

Percebendo que eu não conseguiria nada com ninguém naquele navio, saí correndo, atravessei seu corpo, corri pelo convés para não ser pego, e logo vi onde me encontrava. Pacifidlog Town, parecia um porto suspenso em água. Não havia nada além disso. Alguns peixeiros, pescadores, vendedores e casas em choupanas, tudo muito simples, parecia uma tribo das águas. Sorri perante o meu destino. Parece que seria mais difícil do que pensei. Saltei do navio, pisei no chão de tábuas suspensas, Sentret se segurou firme para não se soltar, e então o pequeno esquilo acenou para o navio, enquanto corria para minha nova liberdade.

Liberdade essa tão satisfatória quanto uma amnésia completa.
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Mensagem por Pagliacci Ter Abr 07 2020, 17:47

@Lollipop

Inicial entregue!
Pode começar em Pacifdlog ou adjacências!
Pagliacci
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