[Alistamento] Keishin Bridge

por **Jaete** Sex 08 Jul 2022, 22:45

Com os dois pés na porta - pt. 3

Academia - Keishin

Estava ainda esperando pela resposta da pessoa atrás do balcão, enquanto observava tudo ao redor. As pessoas, as decorações, o brasão dos Rangers... Tudo aquilo era pura merda. Não me entenda mal, eu gosto da instituição. Do que ela representa. No entanto, a forma como funciona... Hm, não mesmo. Falta um pouco de "atitude", me entende? Minha mão tá coçando pra estourar Rocket safado e eu tenho certeza que, pela forma como a burocracia funciona, eu vou ser muito barrado disso aqui. É isso que eu considero "pura merda".

Já não conseguia conter a ansiedade, estava dando eles toques em cima do balcão com a unha, repetidos, com espaçamento uniforme... tic, tic, tic, tic, tic... Tudo isso enquanto o Trapinch se deliciava com meu cabelo que provavelmente estava suado. Afinal, foi um bom trajeto de Cherrygrove pra cá. Ainda com o olhar firme em quem iria me atender, complementei o que disse antes. — Assim, não querendo apressar as coisas, é claro... — E dava um sorriso. Nesse caso, mais um sorriso de nervoso do que de felicidade, eu não sou muito bom em esconder o que tô sentindo. Mas, no fim das contas, um sorriso é um sorriso, certo?

Certo...?

por **Food** Sex 08 Jul 2022, 23:32

Off escreveu:Salve, recruta.

A Base Ranger em Goldenrod nunca esteve tão movimentada. Diversas pessoas fardadas andavam de um lado ao outro, com Pokémon bem treinados andando ao seu lado. Estavam em constante movimento: pegando reposição de equipamento, levando pokébolas de Pokémon que se tornariam parte da organização, dentre várias outras funções que, honestamente, não interessavam muito para Keishin.

Ele já sabia dessas merdas. Burocracia é o cacete.

A atendente mascava um chiclete de forma amargurada e suspirou. Parecia ter seus quarenta e poucos anos, e estava exausta daquele trabalho. Realmente, não deve ser fácil ser secretária de uma base Ranger. Levando em conta que o seu marido foi ser um treinador Pokémon e volta de dois em dois meses com alguma dívida idiota com um PokéMart, não é de se espantar que ela odeie o trabalho, já que o salário nem é usado em gastos dela em si…

Enfim, coisas da vida, né?

– Assine aqui, por favor. E aqui também. Depois, é só se direcionar para aquela pequena sala ali, por favor. – Foi o que ela disse, sem nem mesmo criar contato visual.

Antes que pudesse sequer terminar de preencher a papelada, um homem que K provavelmente nem notou acabou passando atrás dele.

Com barba e cabelo revoltos e pontudos em tons carmesim, tinha pele morena e usava óculos que, honestamente, eram pequenos demais para seu corpanzil de puro músculo. Ele suspirou, ajeitando seu colete, e finalmente anunciou sua presença:

– É outro recruta? Estou indo para a sala para apresentar o alojamento para os demais. Não se atrase, rapaz.

Assim que K voltasse os olhos para seus papéis ou para a secretária, notaria que a mesma não só ajeitou sua postura e deixou o tronco ereto, como também cuspiu o chiclete. Quem quer que fosse aquele homem misterioso, era, no mínimo, um figurão na academia…

Era bom Keishin se apressar. Passaria os próximos meses no alojamento, então seria bom não se atrasar na primeira oportunidade com sua turma. E com aquele cara que mais parecia um lobisomem do que um Comandante.

Progresso de Rota - Keishin Bridge:

Academia - K

por **Jaete** Sáb 09 Jul 2022, 09:34

Off:

Com os dois pés na porta - pt. 3

Academia—K.

Vendo a provável vida de merda que a madame tinha, eu não conseguia sentir nada além de pena. Afinal, ela provavelmente já não tem mais o mesmo pique de antes pra poder tentar reverter essa situação, se divorciar do marido, talvez tentar algo com um rapaz mais novo, loiro tingido e com um Trapinch nos ombos... Okay, viajei demais? Talvez. Mas o negócio é que ela, apesar de ainda ter tempo de se reinventar, já não tem mais energia para fazê-lo. Triste games. Mas, isso não é problema meu. O que realmente é problema meu é que pretendo performar o máximo aqui dentro, pra que eu consiga fazer as coisas do meu jeito o quanto antes. Quanto mais rápido eu deixar de ser apenas um subordinado qualquer, melhor.

Por falar em subordinação... O homem que iria reger o recrutamento e apresentar as localidades aos recrutas havia passado atrás de mim, se pronunciando e me pedindo pra eu não me atrasar. Mas é óbvio que não vou me atrasar! Eu mal tinha pegado no papel e já ouvia um "Não se atrase", então será exatamente isso que vou fazer. Na correria, acabei escrevendo apenas "K." no alistamento e depois entreguei pra secretária. — Falô, meu anjo. Tudo vai melhorar, prometo. — Eu estou falando de uma revolução completa em como a base Ranger funciona. Esse é meu objetivo, tornar esse lugar uma máquina de caçar vagabundo e proteger a população, pra que nada mais como o que aconteceu com a minha mãe... Aconteça. É isso.

Dei uma inspirada funda e, então, comecei a seguir o cara grande com uma quantidade de pelos além do normal. Caso conseguisse alcançá-lo, já iria encher de perguntas, porque sou assim. Provavelmente vou tomar um passa fora? Provavelmente. Mas foda-se. — Chefe! Quanto tempo vai durar o recrutamento até a gente poder... "Entrar em campo"?

por **Food** Sáb 09 Jul 2022, 14:48

Off escreveu:Vou ser bem duro.
Sobre a secretária... Essa aí eu deixei meio vaga pra você imaginar ~~milf~~.

Nem as enormes instalações, nem os enormes músculos daquele homem conseguiam intimidar K. Sua postura não parecia diferente, e suas primeiras perguntas logo vieram, sedentas por ação.

O Comandante Lobisomem virou sua cabeça levemente para o lado, encarando Keishin de cima a baixo por alguns segundos. Ele suspirou, ajeitando seus óculos, e por alguns segundos - um tempo curto, mas bastante desconfortável -ficou em silêncio.

– Não se preocupe. O tempo no alojamento inclui atividades práticas com as ferramentas Ranger. – Acredito que não era bem o tipo de "entrar em campo" que Keishin esperava, ou sequer era o que quis dizer com sua pergunta, mas o homenzarrão só disse isso.

Arrisco dizer que, possivelmente, fingiu entender errado o questionamento, afim de evitar mais perguntas.

Assim que entraram por uma nada modesta porta de correr que abria sozinha, chegaram na sala em que os outros recrutas estavam esperando. Alguns acompanhados com seus Pokémon, outros, apenas com seu nervosismo. Existiam cerca de vinte pessoas ali, já contando com nosso protagonista.

– Para a fila. – Disse o Comandante, se dirigindo para Keishin.

K poderia notar que só existiam rapazes naquela sala. Provavelmente por questões de não querer mais dor de cabeça, a instituição dividia as turmas de acordo com o sexo. Assim que K fosse para seu lugar em meio aos outros aspirantes a Ranger, o comandante começaria a falar.

– Bom dia para todos. Sou o Comandante Dominus e vou ser o principal responsável pela turma de vocês. – Agora que falava para toda a sala, Keishin poderia notar que a voz do homem era bem alta e grossa. Sua dicção era realmente excelente! Quem sabe poderia se tornar cantor? – Vocês serão separados em times de quatro pessoas, decidido aleatoriamente pelo nosso sistema. Assim que saírem daqui, vão pegar suas fardas de voluntário. As que usarão nas próximas semanas. Aconselho que tenham o número de seu calçado, roupas e cabeça em mãos. O uniforme não poderá ser trocado.

O homem fez mais um pequeno discurso sobre o que esperava daqueles voluntários, principalmente em relação a ética e, obviamente, não fazer merda lá dentro.

– Um cadete será indicado para ajudar cada um dos quartetos formados. Esperem por ele aqui, até que seu nome seja chamado.

O homem saiu da sala, e a maioria dos recrutas se entreolharam. Alguns provavelmente já pensariam em dar o fora dali... Espero que não seja o caso de Keishin.

Enquanto seu Cadete não chegava, o jovem poderia tentar se enturmar, ou, talvez, só ficar em silêncio mesmo...

Progresso de Rota - Keishin Bridge:

Academia - K

por **Jaete** Sáb 09 Jul 2022, 19:06

Off:

Com os dois pés na porta - pt. 3

Academia—K.

Óbvio que não é o meu caso. Veja bem: Eu, provavelmente, sou o cara que mais quer estar aqui, dentre todos esses recrutas. No entanto, devo confessar que eu não gostaria de estar aqui, aqui. Gostaria de receber logo meus equipamentos e sair em patrulha. Caçar vagabundo. Colocar a Trapinch pra ficar forte e virar uma poderosa Flygon. Conseguir outros parceiros pra me ajudar a surrar ainda mais Rockets... E Rockets com maior status, é claro. Ah... Meu sonho de vida é desmantelar essa porra toda, enchendo o líder deles de porrada, seja lá quem for. Na verdade... Esse cara, talvez, eu não prenderia, se é que me entende...

De toda forma, agora era a hora em que os Rangers estavam testando a paciência dos recrutas. Afinal, para ser um patrulheiro protetor, as vezes é necessário ficar de vigília por longos períodos onde não acontece uma única puta ação. Onde o Ranger em questão fica apenas coçando o saco enquanto faz vários nadas. No meu caso, provavelmente, eu arrumaria algum jeito de passar o tempo numa vigília como essa, mas não conte pra ninguém!

Portanto, já que a paciência estava sendo testada, resolvi ir atrás do suposto grupo. Quatro pessoas, eh? Ah, espere... Esse grupo ainda não foi sorteado. Nesse caso, eu teria ido atrás da garota mais bonitinha da sala. Malditos, previram meus movimentos. Okay, então... Atrás do cara que parece ser menos idiota aqui dentro. Ao me encontrar com essa pessoa - se é que ela existe - eu iria começar com um cumprimento casual. — Fala aê. — Junto dessa fala, uma mão erguida, quase como se estivesse esperando por um high-five, mas era apenas uma espécie de aceno sem mexer a mão. — Tranquilidade, meu nobre? Fala aí... Por que cê tá aqui? — Sei que isso parece papo de cadeia, mas essa pergunta é mais nobre do que parece.

por **Food** Dom 10 Jul 2022, 15:12

Off escreveu:Opa, bom saber. Só vai ter homem na rota, entretanto. Infelizmente...

Parece que Keishin já tinha a mentalidade certa para ser um Ranger. Com bons equipamentos, nada iria parar o aspirante a justiceiro que tínhamos ali, em meio aos vários garotos. Era realmente louvável observar sua disposição para a justiça.

De qualquer modo, precisava conversar com alguém enquanto esperava. E m busca do menos idiota (pelo menos, pela aparência), K iria se encontrar com um rapaz que usava fones de ouvido. Sabe, não sei bem porquê, mas sempre achei eles estilosos, então foi o argumento de Keishin pra escolher ele, também.

– Ah. – O rapaz soltou, olhando na direção de Keishin, ao notar que estava puxando conversa com ele. Seus olhos eram meio... Mortos, ou algo assim. Ele parecia não ter dormido bem na noite anterior, ou só era daqueles caras bem desanimados. – Oi...

Uau, santa emoção!

Ele olharia K da cabeça aos pés, analisando ele. Parecia estar pensando se podia confiar em alguém naquele momento, como se estivessem em uma briga por emprego, ou algo assim. Longe de ser o caso.

– Porquê estou aqui... – Ele parou de falar, por um segundo, refletindo sobre sua possível resposta. Ou isso, ou nem ele sabia. Sua voz era bem fraca, quase um sussurro de desânimo. – Eu queria ficar bonito de farda pras meninas... Eu acho?

– BOM SABER! – Uma voz cortou a conversa dos dois, e um terceiro homem de pele escura e cabelos brancos (nevou) apareceu atrás do garoto de fones de ouvido.

– QUE BOM QUE O MOTIVO PARA VOCÊ TER SE VOLUNTARIADO É TÃO DIGNO ASSIM! – Enquanto falava... Enquanto gritava, o homem também mordia um hambúrguer. Ele fazia pequenas pausas para continuar seu lanche, não se importando verdadeiramente com a resposta do rapaz.

K poderia notar que o uniforme dele era levemente diferente. Deveria ser o cadete que cuidaria da equipe dele.

– E VOCÊ, GAROTO LOIRO, O QUE QUER FAZER AQUI NA INSTITUIÇÃO? – Ele indagou, olhando um papel que estava na sua outra mão. – KEISHIN, NÉ?

Progresso de Rota - Keishin Bridge:

Academia - K

por **Jaete** Dom 10 Jul 2022, 17:50

Off:

Com os dois pés na porta - pt. 3

Academia—K.

O carinha de fones parecia ser o menos imbecil, ao menos até abrir a boca. Ele não parece ter empolgação alguma, parece até que tá morto. Com esse peso eu não ando! Se ele estiver selecionado pra andar comigo no recreio já aviso que vou deixar pra trás. Ele responde, dizendo que o motivo de estar aqui no alistamento é pra ficar bonito na farda para as garotas... Bem, é um motivo válido, mas ele tá pensando pequeno. Isso daí é consequência, principalmente quando tu é gato, que nem eu. Eu nem preciso almejar esse objetivo pois é algo que vai acontecer, assim que eu colocar o uniforme. Então, apesar de ser um bom motivo, é fraco.

Meu pensamento - estava pensando qual seria a melhor forma de zuar ele - foi interrompido quando o suposto cadete havia chegado. Ele agora estava me fazendo a mesma pergunta que fiz pro rapaz. No entanto, o tom era claramente como se fosse uma armadilha. Dei aquela olhada nele, vendo que ele não tinha lá um estilo muito comportado, e respondi. — Ficar bonito na farda não é meu objetivo, mas vai rolar. — Dizia, com um sorriso faceiro e jocoso no rosto. — E aí, chefe... Pelo visto, vocês tão sabendo pra caralho. Que eu me lembre, eu escrevi só "K" no formulário... O chefão falou pra não atrasar, então eu corri... Não queria fazer merda logo de cara. — Tentei olhar por cima do papel pra ver o que realmente tava escrito ali. De toda forma, mesmo não conseguindo olhar, concluí. — Você que vai mandar em mim durante o recrutamento?

por **Food** Seg 11 Jul 2022, 13:09

Off escreveu:Vamos ver se consigo algo... Infelizmente estou limitado em meus poderes de estagiário...
Falando em poderes de estagiário, peço perdão se a rota tiver num ritmo zoado. Estou meio enferrujado ainda pra cadenciar melhor as coisas. Qualquer coisa só falar tbm.

– PUTZ, O TEU NOME, NÉ? REALMENTE, SÓ TA ESCRITO K AQUI, HUM... – Ele parou de mastigar seu sanduíche e se aproximou lentamente do ouvido de K. – É melhor não ficar questionando esse tipo de coisa. O pessoal aqui é assim... – E logo em seguida se afastou novamente. – HAHA, ALGUM POKÉMON DEVE TER LIDO SUA MENTE.

Não gostando de cara do seu futuro camarada de quarto, Keishin logo começou a fazer mais perguntas para seu cadete. O rapaz que comia o hambúrguer apenas assentiu para a pergunta do nosso protagonista, provavelmente por estar de boca cheia.

– ALIÁS. – Ele disse, após engolir. – TENHO QUE ACHAR OS DOIS OUTROS VOLUNTÁRIOS.

Ele então largou K e o garoto de fones e começou a andar pela sala, conversando com algumas pessoas, até voltar com mais dois jovens. Um deles era loiro e bocejava sem parar, enquanto o outro, com uma franja bagunçada, apenas fazia uma pose legal.

Com o quarteto reunido, o cadete já havia terminado seu hambúrguer. Ele voltou a ler o papel, checando mais uma vez se estava tudo certo.

– É, são vocês quatro. – Falou, dessa vez sem gritar. – Vou apresentar o dormitório de vocês. Ele fica em outro prédio. – Apesar de dizer isso, o rapaz não se moveu. Ao invés disso, ficou parado, pensando, por algum tempo. – Ah, claro. Seria bom nos apresentarmos de uma vez, é... – Outra pausa pra leitura. – K, Strenus, Dux e Cubo... – Disse, repetindo os primeiros nomes dos quatro. – Só nome interessante por aqui! O meu é Tio, aliás. Agora, vamos para o dormitório. Vocês ainda precisam arrumar suas coisas, porque amanhã a partir das cinco vocês já tem que estar de pé.

– Sim, senhor, senhor! – Disse o recruta de franja, fazendo outra pose bem chamativa.

O garoto de fones de ouvido apenas assentiu, enquanto o loiro só bocejou. É, a turma do K parecia mesmo que ia ser boa...

– Vamos lá, bonitões de farda! – Tio falou piscando o olho, provavelmente referenciando a conversa de K e seu camarada de quarto de mais cedo.

Assim os quatro saíram daquela estranha sala de recrutamento e passaram novamente pelo saguão, em que K estava há pouco. Seguindo por outro caminho, começaram a rumar a casa em que teria seu novo quarto - compartilhado, aliás - dos próximos dias.

Bem, enquanto andavam, K poderia conversar com algum deles, ou só ficar quieto, mesmo...

Progresso de Rota - Keishin Bridge:

Academia - K

por **Jaete** Ter 12 Jul 2022, 16:51

Off:

Com os dois pés na porta - pt. 3

Academia—K.

Estava pensando... Que porra de apresentação. Achei que cada um ia falar um pouco de si mesmo, mas o cadete simplesmente cagou e leu o nome de todo mundo, ninguém se apresentou. E que nome é esse? Tio? Argh, eu não vejo a hora de começar os patrulhamentos... Não consegui evitar de arquear uma sobrancelha na direção do cadete, tanto por causa do nome, tanto por ele ter "feito questão" de nos apresentarmos mas não ter dado uma apresentação apropriada. Minha mãe sempre disse que o mais importante era causar uma boa primeira impressão e se apresentar direito ajudava bastante. Bem, agora nenhum desses quatro deixou uma boa impressão. Mas, que se foda. Estou aqui apenas pra passar pelo recrutamento. Carrego os outros três na mochilinha, se for necessário.

Durante o caminho para o dormitório, ia olhando um pouco cada um. O garoto dos fones, completamente sem energia, como sempre. Até me lembra um pouco um garoto que conheci... Victor, eu acho. A mãe dele era amiga da minha mãe... Eu só não sei como, já que eles eram de Saffron. Enfim, aquele garoto era bem desse jeito. Sem motivação, como se estivesse cansado. Não sei o que acontece, eu não poderia ter mais energia! Inclusive, a mão ainda tá coçando...

Já os outros dois, que não tiveram muita oportunidade pra mostrarem um pouco de si... Pude apenas inferir uma personalidade neles baseada na aparência. O de franja, mimado e que provavelmente tá perdido aqui, ou então veio obrigado. O outro loiro, com a cicatriz... Talvez seja o único que dê pra confiar de que não vai cagar no pau quando as coisas apertarem. Isso, é claro, apenas pela aparência deles. Não posso tomar esses pensamentos como verdade absoluta, mas é uma base.

Depois dessa breve análise sobre os mais novos companheiros de equipe, dei uma olhada pro Tio, enquanto seguíamos caminho. — É... Senhor cadete... O regimento é separado por sexo assim mesmo ou é só agora no recrutamento? Sabe, muita gente cancelaria os Rangers se soubessem dessa segregação... — Dizia, com um tom de voz claramente brincante. Eu espero... Não entenda errado, meu nobre... Na verdade isso foi apenas uma jogada. Quero saber quando vou poder trocar uma ideia com umas gatinhas de farda. Afinal, se eu vou ficar bonito na farda, por que não aproveitar uma garota fardada também?

por **Food** Ter 12 Jul 2022, 17:58

Off escreveu:Calma, calma. Vou tentar algo.

– Uhn? Ah, isso. – Tio parou de ler o papel novamente, pensativo. – Então, vocês meio que dormem separados e tudo mais, mas tem umas tarefas que cê pode com outros recrutas que não sejam da sua turma. Se quiser. – Disse, dando de ombros.

Andaram por mais algum tempo até chegarem no prédio. Tio levou os quatro até uma porta, que deu para um quarto relativamente simples. Duas beliches, e quatro baús para que guardassem suas coisas. Parecia mais uma lata de sardinha do que um quarto, mas tudo bem.

– Bem, garotos... Amanhã começa a ralação. Espero que estejam preparados. Temos muitas aulas teóricas e depois algumas práticas. Espero que gostem da estadia. – Com um aceno, Tio fechou a porta, deixando os quatro rapazes ali.

Eles se entreolharam por alguns segundos, até que o garoto de franja finalmente falou.

– Meu nome é Dustin Dux Júnior, mas todos me chamam de Dux. Quero me tornar um Ranger para seguir os passos do meu pai! – Ele disse, com um sorriso esforçado no rosto. – O cadete Tio não nos deu muita chance de nos apresentar, e eu não sei nem quem é quem pelos nomes que ele listou, então... Achei uma boa falarmos nossos nomes novamente.

O garoto de fones de ouvidos tirou os fones, aparentemente surpreso.

– Ah... Vocês estavam conversando...? Nome, né... Eu me chamo... Strenus. Meu pai não gostava muito da ideia de ter um filho, então me deu um nome bem idiota... Eu não ligo muito, mas espero que não peguem mais pesado comigo aqui no quartel por isso... – Ele deu de ombros e colocou seus fones novamente. – Eu quero ficar bonito de farda pras garotas, então me alistei.

Por fim, o grande rapaz loiro, de quase dois metros, bocejou antes de falar, coçando sua sobrancelha, quase como se exibisse sua cicatriz pros outros.

– Cubo. Eu só quero bater em alguém, e ser Ranger me dá um bom motivo pra isso.

Eles se entreolharam, como se pensassem sobre as respostas alheias. Após algum tempo de silêncio, Dux decidiu falar.

– Ahn... Claro. Bater em pessoas. Ficar bonito de farda. Entendo... E você... K, né? – Indagou o garoto de franja, encarando nosso protagonista, esperando por respostas.

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