No castelo de sonhos os fantasmas fugiram de medo pelas janelas...

Em meio aquele cenário rochoso eu já deveria ter previsto que uma caverna estaria em nosso itinerário. Assim como a placa em sua entrada.

Mas, desta vez, nem tive tempo de ler a placa. Sota gritava a resposta animado. Antes de se dar conta que isso podia despertar um bando de Zubats mal-humorados. E pouco após a pergunta do garoto, direcionava-me para Vasta com um pedido:

- Vasta, você poderia ir na frente e iluminar o caminho com suas chamas?

Isso também daria certa segurança, pelo menos para mim, já que se realmente tivesse algum Zubat ou outro bicho incomodado com o barulho, seria facilmente dizimado pelas chamas de Vasta.

- Esse vento fria indica que ar circulação de ar na caverna. - Sorri para Sota. - Então a saída não deve estar muito longe.
           

Apesar de escuro e intimidador, o lugar era como os outros que havíamos passado. Não havia sinal de qualquer tipo de vida por ali. Algo que me fazia pensar se era possível existir um lugar assim. Além de gerar desconforto. Afinal, eu não sabia se era mais assustador acabarmos nos deparando com uma nuvem de criaturas ou todo esse silencio e apreensão que tomava conta da atmosfera da caverna.

Conforme íamos avançando o frio e a poeira tomavam conta do lugar. Sinceramente, não fazia ideia se aquilo era normal em cavernas ou se alguma espécie de predador do tipo gelo nos aguardava mais adiante. Felizmente, Vesta era uma vantagem caso meu pensamento se mostrasse real. Algo que me fez crer que estava certa assim que senti um leve tremor.

- Vocês também senti... AAAAHHHHHHHH!!!

O chão cedeu antes que pudesse sugerir que algo pesado estava se aproximando. Quem não ama uma queda livre... Ainda mais quando se está usando saia... Era a segunda vez que minhas roupas se mostravam não adequadas para uma pesquisadora. Considerava seriamente a aderir ao estilo explorador camisa, colete, bermuda, botas e até mesmo aquele chapeuzinho horroroso...

Além de brigar com minha saia durante o voo, aterrissei de bunda no chão. Como o dia podia melhorar? Nem ao menos para cair em sobre a Vesta ou Sota para que um deles amortecessem minha queda. Levantei-me ajeitando minha saia antes de dar uma olhada nas escoriações.

- Estão todos bem? - Disse ainda limpando a poeira de minhas roupas.

Bem, isso antes de parar pasma diante do novo cenário daquela caverna. O brilho das cores dos cristais eram lindos e as cores se alteravam conforme eu me aproximava. Não esperava encontrar tamanha beleza nas profundezas daquela caverna escura e fria. E minha atenção só se direcionava para outro lugar quando notava diversos desenhos que não deveriam estar ali decoravam uma muralha... Muralha?!

- Sota, apesar dos imprevistos acho que podemos ter feito uma descoberta e tanto. - Dizia encarando os desenhos admirada.

Lembram quando perguntei como o dia podia melhorar? Então, assim que baixei os olhos descobri que não éramos os primeiros nesse local. Mais uma maldita placa estava bem ali. Logo abaixo dos desenhos. Por Arceus.

- Esquece o que eu disse, Sota. Falei cedo demais... - Disse enquanto abaixava e lia a nova charada na placa.

Essa nova charada não estava muito clara para mim. Foram longos minutos tentando compreendê-la para encontrar uma resposta. Encarei Sota por um momento esperando sua manifestação. Mas, o tempo estava passando e o frio da caverna não colaborava conosco. Por fim, levantei-me gritando aborrecida:

- RELIC SONG...

Certo ou errado não importava mais, eu só queria dar o fora daquele lugar. Fiquei estática por um momento só observando o local e tentando senti-lo. Tentava encontrar de onde o fluxo de ar emanava para tentar encontrar um caminho que pudesse nos levar a saída.
           

Assim que o novo tremor se iniciou derrubando os pedregulhos desmoronaram, tentei imediatamente descobrir uma forma de sobreviver aquilo. Talvez a Arbok pudesse cavar um túnel para fora dali... Ou isso seria o nosso fim assim que ele também desmoronasse sobre nossas cabeças. Mas assim que toquei na pokébola da serpente os tremores cessaram.

Olhei a volta para me certificar se todos estavam bem e foi nesse instante que meus olhos se depararam com as duas estátuas que se mantinham de pé em meio aos escombros da muralha. E assim que olhei nos olhos de uma delas, uma voz ecoou em minha mente. Fiquei atônita apenas encarando-a até perceber Sota seguindo até uma delas.

Diferente de meu novo amigo, eu segui pelos escombros até repousar minha mão sobre a estátua que mais parecia com uma idol.

- Só espero que não seja outra placa. Sorridente, respondi Sota em tom de brincadeira.