[pkm] Sonhos de um verão adormecido

por **luthien** Ter Set 18 2012, 23:17

Bom, é minha primeira fanfic no PM, como eu havia dito antes no chat é um romance, mas prometo que terá aventura, batalhas e pokémon, que eu creio ser o principal.
Tenho essa mania de escrever coisas que as vezes não fazem muito sentido juntas, a fim de encontrar uma boa moral que traga algo novo as pessoas, ou pelo menos tentar.
Gramática não é muito o meu forte, mas prometo tentar atualizar pelo menos uma vez por semana, no mais espero que divirtam-se.

Capítulo 01
Ordinary World

Despertei aquela manhã com as últimas gotas de chuva da noite anterior escorrendo pela janela do meu quarto, mais uma vez eu havia tentado me atirar. Ainda lembro-me das gotas grossas que adentravam pela janela aberta, os gritos de alguns dos guardas e do jardineiro que havia sido chamado para proteger as pequenas e delicadas petúnias arrastadas pelo gramado do chão.

Mais um ano havia se passado e eu ainda estava ali, presa como alguém que ouve a morte como um sussurro de liberdade. Minhas pernas e braços ainda estavam enfaixados, pomadas amareladas espalhadas pelos arranhões, novamente eu havia me machucado, me ferido, o humilhado. Não, eu não havia humilhado ninguém, novamente ele via em mim sua segurança financeira e social e apenas isso, ele nunca me viu como uma filha.

Batidas irritantes na porta revelam que o gato está novamente tentando passar pela portinhola, mas mediante a gordura acumulada pelos anos de mimos agora precisava de ajuda até para isso. Eu não iria abrir aquele gato não era mais que um grande e gordo desperdício de tempo, o meu curto e precioso tempo. Purugly novamente exigiu passagem do lado de fora, por sorte o pokémon não sabia ou simplesmente não via necessidade em usar seus ataques. Cômodo, tudo muito cômodo.

Virei-me na cama de dossel a fim de observar melhor o aposento, eles passaram a noite pregando madeira na janela, o lugar estava revirado na esperança de encontrar qualquer coisa que eu pudesse usar para me ferir, por sorte eles não revistaram a cama, ou teriam achado coisas as quais ele provavelmente não iria gostar de ver.

Coloquei-me de pé, eu não era tão alta como meu pai, minha silhueta fina e magra também não se parecia em nada com a largura quase assustadora de minha mãe e irmãs, talvez por isso me tratassem tão diferente, eu não via em seus luxos exibicionistas uma boa razão de viver. Olhei-me no espelho, eles ainda estavam lá, apenas para irrita-los ainda mais, rosa. Longos e volumosos cabelos cor de rosa tão característicos dela, vovó.

Silenciosamente segui até a porta, o gato gorducho ainda miava do outro lado, agora mais alto ao sentir o meu cheiro por de trás da porta, tranquei-me por dentro, arrastando-me lentamente para de baixo da cama, a camisola rosada acumulando pequenos picos de cinza que se juntavam no chão. A madeira abaixo da cama escondia meu pequeno segredo, nosso segredo, apenas meu e dela, os recortes que revelavam seus feitos graciosos pelo mundo, suas fotos antigas, nossas fotos no banco logo abaixo da cerejeira, nossos momentos íntimos e especiais, secretos até mesmo para meu pai.

Eu podia ver meu próprio reflexo nos olhos daquela mulher na foto, seus cabelos já desbotados pelo tempo e sua bondade expressa por seu sorriso sempre aberto e brilhante. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, se eu me fosse dessa vida, eu poderia estar com ela, entre seus braços calorosos e cheios de ternura, sem nunca me sentir sozinha ou desamparada. Outras lágrimas vieram em companhia da primeira e novamente eu adormeci.

Cidade de Pallet - Portão dez! Sejam bem-vindos a região de Kanto!

Quando a mensagem passou por cima do teto do carro e ele pode vê-la brilhante pelo retrovisor sentiu-se mais aliviado, estava naquela patética viagem para conhecer sua rechonchuda e estridente noiva, mais um dos inúteis acordos de seus pais a fim de aumentar seu poder e prestigio antes de finalmente mudar-se para o continente “rural”.

Kanto diferente de Unova era com certeza muito mais, pitoresca, grandes espaços verdes, campos e lugares novos a explorar, não que ele tivesse mais idade para isso lógico. Um barulho divertido lhe chegou aos ouvidos, o pokémon psíquico novamente observava seus pensamentos e de forma cínica enviava seus sinais de divertimento. Ele não era tão velho assim, mas também não era jovem para começar uma aventura como aquela.

- Escute bem Gothitelle, não é só porque você cuidou de mim a vida inteira que vai fazer o que bem entender agora. – Os olhos ocultos pelos óculos escuros observavam a pokémon pelo retrovisor. – Existem coisas que simplesmente não podemos mudar.

A pokémon nada respondeu quando o rapaz com pouco mais de vinte anos mudou a marcha do carro e seguindo as instruções do aparelho digital saindo assim da área “urbana” da cidade em direção ao campo. Procurava pela fazenda dos Mc Bee, uma família que cultivava mel e graças a sua perfeita criação de combee e beedrill era uma empresa praticamente absoluta no mercado, dai o motivo da forma arredondada de suas filhas.

- Arceus, por favor, me mostre à luz! – Frustrado suspirou quase perdendo a direção do carro se não fosse pela pokémon governanta teria batido o carro em, alguma coisa, criatura ou pokémon muito estranho. – Que diabos!

Antes que ele pudesse fazer qualquer outro movimento, a criatura cujos tons de cinza e roxo dominavam sua forma havia desaparecido.

- Gothitelle. – Chamou finalmente retirando os óculos escuros do rosto, seus olhos azuis simplesmente não eram capazes de esconder o assombro que se passava em seu interior pela criatura que acabava de ver. – Você viu aquilo?

- Thi. – A resposta que recebeu da pokémon não lhe dizia muita coisa, sua expressão de tranquilidade e até mesmo um pouco de graça, revelava fortemente seu traço dominante e aventureiro, um desafio a explorar o continente agora que poderia simplesmente viver sua própria vida.

- Isso não vai acontecer. – Retomou o folego e certificando-se de que não havia novos obstáculos seguiu seu caminho.

O que nossos dois protagonistas não sabem é que do alto uma luz dourada e harmoniosa observava a tudo, junto a outras duas energias de cores azul e rosa, a primeira mais racional e a segunda mais divertida e alegre, compartilhava da opinião da pokémon nova, seria uma grande aventura.