Apesar de todo medo que senti antes de me virar, passou quando vi o casal de senhores que haviam me rendido. Fui levado até a casa do casal, passando pelo outro lado da bifurcação e chegando em um lugar cheio de Machops, que se mostravam muito felizes, diferente do outro no qual eu estava procurando.
Entrei na casa para tomar chá, visto que amo chá, sentei-me em uma sala e comecei a beber saboreando cada gota, até ser interrompido pela pergunta da senhora. Olhei para a mesma, tomei mais um gole de chá e então expliquei para a senhora o motivo de estar no tumulo do seu filho.
- Minha senhora, fui até lá em busca de minha Phanpy que saiu rolando e se perdeu de mim. Então quando encontrei ela me vi naquela clareira onde seu filho está enterrado. Espero não ter incomodado nenhum de vocês.
- Ah, gostaria de saber daquele Machop que estava lá no tumulo. Qual a diferença dele dos outros? Percebi que ele é triste e os outros são tão alegres. - Indagava o casal sobre o Machop, pois estava realmente interessado naquele Pokémon.
- Ah, bem, pensei que fosse isso, muitos treinadores passam por aqui e tentam libertar aquele machop, pois acham que fazemos ele de escravo, mas não é bem assim que funciona, meu filho, aquele pokémon tem uma história muito triste - A mulher olhava para baixo, girou a colher algumas vezes no chá, misturando-o, tomou um gole bem devagar e barulhento, até olhar novamente para Martin e continuar, agora falando com um tom tristonho - Meu filho, no início, Bane Boloswki, era um treinador muito promissor, aquele Machop foi seu inicial, pois ambos nasceram no mesmo dia e se davam muito bem, porém um dia, ele capturou um Machoke, pokémon que é muito mais forte que ele, então decidiu abandona-lo apenas por ser fraco e desnecessário, aquilo, de fato... Foi algo horrível demais até para uma mãe como eu perdoar.
O velho que estava atrás de sua esposa já saia da sala, não gostava daquela história e por não aprovar os atos de seu filho, apenas queria chorar em algum canto aonde não pudesse ser visto, por isso, retirou-se do recinto.
- Logo em seguida, o Machop teve que caminhar de Johto até aqui novamente, uma crueldade imensa, nem para manda-lo de volta, o fez ter um certo rancor ainda maior de Bane, mas... - A mulher começava a cair aos prantos, vísivel que a história não tinha um final feliz - Ele retornou para casa também, meu filho, depois de ser humilhado na Liga Pokémon pois seu Machamp se recusava a obedecê-lo, não muito tempo depois... Ele acabou brigando com o pokémon e Machamp o deixou aleijado, quase o matou e depois fugiu. O levamos ao hospital, aonde ele pediu pra falar com o Machop, os deixamos sozinho e quando o pequeno saiu, meu filho estava morto. Não sei até hoje o que eles conversaram, mas Banezinho deve ter pedido perdão pelo que fez, pobre garoto, e até hoje, o Machop tem cuidado do túmulo dele, dia após dia, e depois vai para o fundo da floresta, não sabemos o que ele faz lá também, mas sempre volta cansado. Alias, acho que todo dia, ele treina arduamente para ser mais forte, acho que é por isso que o tamanho dele é maior que o dos outros, eu sei que isso é forçado e tudo mais, até um pouco clichê, mas já que você me parece uma boa pessoa, talvez possa ficar com ele, se conseguir convencê-lo.
O passado de Machop, contado pela mãe de seu antigo treinador, havia me cativado. Fez com que a vontade de capturar o Pokémon e dar a ele todo o carinho que um Pokémon merece, mexeu comigo. Phanpy havia compreendido e já se dirigia para a porta.
- Bom, decidi o que vou fazer, irei atrás do Machop para dar a ele um mestre de verdade. Obrigado pelo chá e até mais. - Falava enquanto me levantava e tomava o restante do chá na xícara. Então me dirigi até a porta e sai em busca do Machop, Phanpy me seguia seriamente sem esposar felicidade, talvez ela foi cativada pela historia do pequeno Machop.
Segui caminhando em direção ao tumulo, provavelmente o Machop estaria lá, já que ele cuida daquele tumulo todos os dias, então ali era o lugar com maior probabilidade de encontrar o Pokémon. Seria a minha primeira batalha Pokémon, nunca me imaginei batalhando para capturar outros Pokémon e sim só explorar a natureza que tem no mundo, porém essa batalha era necessária e eu iria encara-la como um treinador de verdade.
- Vamos Phanpy! Vamos vencer essa batalha! Vamos! Vamos! - Phanpy não entendia a situação e apenas continuava caminhando logo atrás de mim.
- Ai, ai, esses jovens de hoje, não são um pouco apressados, não é, amor? - Disse a mulher, logo após seu visitante sair da casa, em busca do Machop desolado e infeliz, eis então que a velha olhava para trás e seu marido parecia carregar uma espécie de objeto negro - Acho melhor dar uma ajudinha a ele, não?
Enquanto o garoto dirigia-se para fora da casa e então caminhava até a bifurcação a qual antes havia encontrado, percebeu que havia uma nova leva de pegadas no caminho, eram pequenas e pareciam ter sido feitas por pokémons, mais precisamente de um machop, provavelmente aquele que procurava, mas eis que então ouviasse um barulho alto, uma espécie de grito, granido, que vinha de longe, do outro lado da bifurcação, no caminho rumo ao túmulo do antigo treinador do lutador.
Parecia desesperado com algo, e não parecia emitir qualquer som de dor ou algo do gênero, mas ainda sim, era assustador a forma como o som se alastrava pelo local.
Ao caminhar em direção a bifurcação, vi pegadas de Machop, porém no local existiam muitos Machop's. Parei e observei as pegadas, deveria decidir se continuaria para o tumulo ou iria seguir o rastro que havia encontrado. O silencio do local foi rompido por um barulho alto que vinha da clareira onde estava localizado o tumulo.
- Vamos checar o que aconteceu, Phanpy. Venha! - Disse enquanto corria para o local, não era um grito de dor e sim um barulho alto. Algo havia acontecido ali e deveria checar.
- Phanpy vamos primeiro espiar e ver do que se trata, depois...é... vemos o que acontece, mas por hora silencio. - Realmente não era um estrategista, muito menos bom em batalhas.
Me agachei em um canto com Phanpy do lado e pedi novamente silencio, caminhei cuidadosamente para o lado e fui espiar do que se tratava aquele som.
- Só espero que não seja uma encrenca. - Disse preocupado.
Enquanto caminhava rumo a túmulo do velho e odiado treinador de Machop, um grito se alastrava novamente, de novo e de novo até quese dava por completo, consumindo todo o som do local, não se escutavam nada mais além daqueles melancólicos e desesperados gritos.
Ao chegar a seu destino, o jovem homem poderia ver que o lugar, antes belissímo, estava massacrado em comparação a antes, o túmulo quebrado, as cercas partidas ao meio, a trilha toda desorganizada e as flores amassadas. Tudo isto feito por um homem encapuzado, a qual dedicava-se a gritar naquele momento com o Machop, querendo espanta-lo.
- SUMA DAQUI! SUMA LOGO! - Disse este numa voz roca e irreconhecível, enquanto balançava os braços, na intenção de fazer o lutador fugir dali. Talvez houvesse algo no local que tivesse valor para o tal vândalo?
Me deparei com algo horrível, o lugar que momentos antes era lindo e conservado, estava agora destruído. O causador de tal destruição estava ali ainda, era um homem de voz rouca e encapuzado, para piorar, estava espantando o Machop dali.
Pensei no que fazer e decidi tomar coragem de proteger o Pokémon, já que eu queria ele no meu time, não poderia deixa-lo sofrer ou ser maltratado fisicamente. Me levantei e fui em direção ao cara. Estava irado, não é de costume eu perder a paciência, porém os fatos me levaram a isso.
- Ei você, saia já daqui se não quiser sofrer consequências piores as que você poderia imaginar. Não estou brincando, saia já daqui!
- Phanpy! Phanpy!
Meu movimento fora dado agora era esperar o que o homem faria, estava pronto para o pior e para qualquer coisa. Poderia odiar aquele lugar, mas era significativo para o Machop. Devo proteger aquele Machop a todo custo, para que depois possa captura-lo.
Off: Oi, sou o Ord e serei seu narrador. Espero que possa apreciar minha narração e que possamos fazer um bom trabalho juntos.
O garoto ficava desesperado ao perceber a situação que um simples homem causava e então explodia com o mesmo. O desconhecido lançava um olhar raivoso para Martin, o rapaz o identificou imediatamente. Era ninguém menos que o mesmo velho que tinha apontado uma arma para ele mais cedo, o dono da propriedade. A senhora que vinha correndo atrás soltou um “oh” de surpresa e colocou as mãos no rosto.
O homem apontou para Machop e começou a dizer:
- Não, ele é quem tem que sair daqui! Já causou sofrimento demais a nossa família. Vamos garoto, me ajude! Você tem que me ajudar!
Realmente ver o pai do falecido ex-treinador do Machop era triste. Estava tocado pela atitude do senhor, destruir o túmulo de seu próprio filho para ajudar um desconhecido e assim realizando uma tentativa de acabar com o pesadelo que assombrava aquela família. Caminhei em direção ao homem e parei em seu lado, para acalma-lo coloquei minha mão em seu ombro tentando passar confiança.
- Eu irei te ajudar, fique calmo. Levarei esse Machop comigo e esse local vai se tornar esquecido assim como seu filho merece.
Phanpy apenas observava mesmo sem perceber o que estava acontecendo ela sentia um clima tenso. Vendo que iria precisar lutar, me abaixei e fiz um carinho em sua cabeça para acalma-la, já que seria nossa primeira batalha.
- Vamos precisar lutar contra aquele Machop, você está pronta Nia?
- Phanpy! Phanpy!
- Ótimo, vamos para nossa primeira luta juntos. - Coloquei meu chapéu na cabeça e me preparei para a batalha. Nia desferia um olhar serio para o Machop, parecia pronta para a luta. Agora era esperar para a luta começar.
Off: Ord, meu amigo. Obrigado pela narração, saiba que eu te amo por me narrar <3 Off²: Ah, espero que essa rota seja muito proveitosa, não só para mim, mas para você também. Vamos nós divertir ^^
Off: Seu interesseiro, se eu não te narrasse você me odiaria? u.u Sim, vamos nos divertir. /o/
O explorador estava decidido a ajudar o senhor, que assentia com a cabeça com uma expressão séria, botando fé que Martin pudesse vencer o lutador. Ele se posicionou ao lado da senhora, acalmando-a. Machop por sua vez se pôs na frente do túmulo e apontou para si mesmo, como se dissesse “eu vou protegê-lo”.
Phanpy também se posicionava perto do Pokémon lutador. Uma batalha estava prestes a se iniciar ali e seria a primeira do treinador. Algo para ficar na história, certamente.