Alma de Dragão

E ali, na Rota 01, onde coisas inesperadas e fantásticas costumavam acontecer mais um jovem treinador iniciava sua jornada pelas terras de Kanto, esse, que em especial, apresentava a singularidade e predisposição para se tornar um futuro domador de dragões.

Após os fortes ventos, a calmaria e a análise um tanto complicada do mapa, Cetus adentrou na rota acompanhado de seu parceiro Axew e sentindo-se confiante, assim como esperando que houvesse pegado o caminho certo.

A estreita estrada por qual seguia, diga-se de passagem, muito bela, era adornada em suas extremidades pela vegetação rasteira que se fazia tão presente devido ao forte verde, indicando que há pouco havia chovido naquela região, assim como indicava a chata lama que insistia em sujar os sapatos do jovem e as milhares de folhas caídas sobre o chão. Também, havia altas e finas árvores que de início apresentavam ralas folhagens, mas a medida que andava apareciam outras mais encorpadas, sem contar alguns arbustos espalhados por ali. Entretanto, a floresta se matinha em silêncio.

E mais uma vez os fortes ventos tornaram a importunar o garoto, assim como as árvores que perdiam mais folhas. Já o céu se mostrava carregado de nuvens grandes e escuras. Parecia que dentro de minutos voltaria a chover.

Diante da previsão de chuva, o jovem logo tratou de procurar um abrigo e achando-o começou a usar de sua engenhosidade para melhora-lo, procurando garantir que a dupla não ficasse exposta a chuva. Entretanto, apesar da boa ideia, era um trabalho muito complicado, demorado e que mesmo em dias normais exigiria grande esforço, além de mais materiais, assim as folhas logo eram levadas por mais uma grande lufada de vento, tornando os esforços em vão.

Logo, grossos pingos de chuva começaram a cair dos céus quase que ritmadamente, mas em instantes perdiam esse singularidade e passavam a jorrar das nuvens negras sem controle algum. Parecia que teriam de enfrentar algo mais do que uma simples chuva. E quanto aos ventos? Continuavam a correr vorazmente pelas copas das árvores.

Ao longe, era se possível escutar um estranho barulho, como se algo oco estivesse sendo preenchido por fortes lufadas de ar, como um flauta que só toca uma nota. E nessa direção uma grande e larga circunferência marrom se destacava na paisagem.

Apesar das primeiras impressões do jovem o fazerem se indagar se aquilo seria somente mais uma criaturinha logo pode perceber que se tratava de algo mais complexo.

Agora, estando mais perto, podia perceber com clareza a textura irregular que apresentava a meia circunferência amarronzada e que se assemelhava a um iglu. Tendo pequenos poros e marcas de mãos, provavelmente, humanas por toda a sua extensão, assim como a presença de outra esfera sobre ela, dessa vez, completa, feita do mesmo material e com certeza a que o garoto enxergou de longe, além de apresentar quatro pequenas janelas de vidro redondas em quatro direções e na de baixo uma entrada por um pequeno corredor ligado à estrutura, entrada essa que era selada por uma portinhola. No final das contas, era uma construção, mas muito estranha.

Já o misterioso som vinha de troncos de árvores longos e ocos amarrados firmemente ao lado daquela construção, o forte vento passava por ali e produzia aquele barulho singular.