O Skarmory rabugento e o Ovo que chocou

Apesar da forma como Skarmory agira no inicio daquele turbulento treinamento, o jovem não deu sinais alguns de que havia desanimado com a essa ação, em vez disso, passou a encorajar a sua parceira elefanta e tentar fazer com que o metálico percebesse que seus cortes de ar não seriam de grande coisa ali, insistindo para que ele utilizasse o movimento recém-aprendido.

Contudo, a imperativa ave continuou a sem dar muita atenção ao que rapaz dizia. Estava participando daquele enredo tanto pela simples vontade de se exercitar quanto pelo anseio de mostrar sua arrasadora força. Queria intimidar os presentes, mostrar que não deviam se meter com ele, e faria isso do seu modo. Assim, em questão de segundos após a fala de Tyrant, Skarmory tornou a agitar suas asas e enviar esplêndidos cortes de ar contra a Dophan. Entretanto o resultado se mantinha o mesmo, apesar dos danos causados, a elefanta não se movera um centímetro para trás, demonstrando que resistia bem aos golpes da ave e a fazendo guinchar em fúria.

Mais uma vez, o metálico avançava usando dos ventos e o mesmo resultado tornava a acontecer. Talvez essa fosse a deixa para o jovem ranger tentar instruir-lo novamente.

Diante a contínua teimosia da ave metálica, o jovem treinador demonstrou-se firme em sua atitude, dando a entender que não desistiria até que pudesse obsevar o que tanto insistia para acontecer, a utilização do movimento metálico pelo Skarmory. Contudo, a criatura ainda parecia não concordar com os desejos dele.

Assim mais uma vez os cortes de ar eram vistos em direção à elefanta, e novamente não faziam frente a sua defesa, frustrando o Skarmory e fazendo-o disparar mais guinchos estridentes. Agora, o metálico passava a ter um olhar desconfiado, possivelmente em dúvida se deveria se submeter ou não aos conselhos de quem o capturara. Por minutos, ficou apenas a voar ao redor de todos, tornando a deixar todos apreensivos.

- Não estou gostando nada disso... O que será que ele vai aprontar? – Comentou Flora para seu irmão.

Subitamente, a ave desceu em um rasante dos céus em direção a Dophan sem dar qualquer insinuação do que iria fazer. E, ao passo que avançava, suas asas começaram a emitir um brilho metálico levemente mais forte do que o habitualmente, atingindo forçadamente a sua parceira de treino. Porém não do jeito que todos esperavam.

Apesar de finalmente concordar em utilizar daquela técnica, Skarmory ainda não detinha maestria para tal ato, resultando em um movimento sem consistência e, por sua vez, fraco, fazendo com que ele atingisse de maneira desastrosa a elefanta e fosse ao chão. Por fim, focando seus raivosos olhos sobre o jovem e tornando a emitir estridentes guinchos.

Apesar dos olhares do metálico ainda se manterem raivosos, o jovem, ao invés de se sentir intimidado, passou a exibir um semblante mais alegre e motivador, pois mesmo diante a falhas o que tanto insistira acabava por acontecer. Assim tornava passar instruções a suas criaturas companheiras.

Logo Skarmory se erguia emitindo mais grunhidos metálicos e ameaças de avançar contra o jovem, provavelmente revoltado pelos conselhos que achava serem falhos, mas não passou disso, já que em segundos a ave se lançava de novo aos céus, passando a rodear o grupo novamente.

Quando se sentiu pronto para tentar novamente, avançou com outro rasante em direção a elefanta, mas, assim como a vez anterior, mostrava inconsistência ao imbuir suas asas com maior resistência, não conseguindo manter o brilho que esse processo causava e tornando a acertar o chão. Ainda tentou outra vez, detendo o mesmo resultado em meio a guinchos furiosos e bicadas ao ar.

Talvez Tyrant devesse tentar orientar a maneira como Skarmory deveria agir para aquela técnica dar certo.

Após mais uma sucessão de movimentos desastrosos do metálico, o jovem Torres pode perceber que deveria orientar seu futuro parceiro de forma mais detalhada se quisesse que a aprendizagem do golpe fosse concluída. Assim, não demonstrando hesitação, perguntou a elefanta se ela poderia continuar e passou a instruir a ave da melhor maneira que podia.

Logo o imperativo Skarmory, tendo observado os conselhos do jovem com um olhar mais ameno se comparado aos anteriores, tornava a exibir um rápido rasante diante de todos e em direção a Dophan, acertando-a com suas asas mais uma vez e indo ao chão. Entretanto, dessa vez, notava-se que suas asas haviam mantido o estranho brilho metálico por uma parcela de tempo maior que o das vezes anteriores.

A mesma coisa se repetia em sua segunda tentativa em meio a simples guinchos metálicos.

Não seria estranho se o jovem notasse um pouco de satisfação no metálico ao ser elogiado por sua melhora, afinal quem não gosta de receber elogios? Contudo, estar a acatar conselhos daquele humano ainda lhe parecia estranho, ainda mais diante a sua natureza imperativa. Em seu interior sentia que continha raiva daquele ser por ter lhe retirado de seu ambiente, assim como ferido pelo fato de precisar dele para aumentar sua força, mas por outro lado tornava-se bom crescer e decorrente a isso, aos poucos, passava a ter simpatia pela persistência que o jovem lhe mostrava.

Logo tornou a avançar novamente contra a elefanta, tendo o mesmo resultado das vezes anteriores e indo de ao cara ao chão. Entretanto, não demonstrava que iria desistir tão cedo. Ergueu-se disparando mais um grunhido para o rapaz, dessa vez em tom desafiador, e lançou-se aos céus, tornando a rodear o grupo.

Por questão de três ou cinco minutos, Skarmory continuou a rodear o grupo, que vez ou outra podia observar suas asas emitirem um fraco brilho, como estivesse se preparando para mais uma ofensiva. Sem mais delongas, emitiu outro grunhido desafiador e desceu dos céus em um rasante na direção da Donphan. Logo suas asas adquiriram um brilho metálico mais intenso e firme, acertando-o a elefanta em sua lateral, fazendo-a recuar um pouco tanto pelos danos, que teriam sido maiores se não fossem as defesas aumentadas, quanto por instinto.

Parecia que finalmente o imperativo metálico havia conseguido acertar o movimento, fazendo-o se regozijar em meio aos grunhidos. Contudo, prática seria importante para que aquela técnica não tornasse a falhar.