[Chapter V] Route 124 - Higher

Agora o treinador conversava com seu mais novo opaco pokemon, capturado no Holi Park, que destoava completamente não só da PokeDex, como de sua própria Pokebola colorida, que liberava um monstrinho gramíneos cinza e bege. Enquanto isso Politoed se concentrava arduamente em manter um padrão de velocidade e tamanho de suas amostras e, a cada tentativa, chegava mais perto! Fora então que Shroomish entrou em cena, usando seus esporos sem nem sequer dosar, felizmente Victoria havia não só aprendido o básico da técnica, como também adquirido velocidade suficiente para responder o golpe do pokemon insensível. Repetiram a rodada e o episódio não mudou; figurinha repetida, golpe efetuado e defendido, foi então que a PokeDex apitou:
- Protect agora é um golpe efetivo de Politoed. Parabéns! - Disse o robô.

Paralelo a isso Combusken agora fazia um treino sozinho, mesmo que antes tivesse introduzindo a ideia de treinar seu Double Kick, agora o ato ocorria em ênfase. Deixar que os chutes se mantessem fortes com ou sem o Sword Dance era seu objetivo. Direcionou até um campo mais isolado e chutou as árvores locais, ceifando algumas mais finas e se ralando em outras, porém prosseguindo.

Tendo uma pokemon finalizado o treino e retornado a esfera mágica, faltava apenas Quinn acabar seus chutes e frutificar os resultados, porém a frutificação não havia ocorrido literalmente, as árvores que escolheu eram muito baixas e a beira da pista, o que significava que todos que ali passavam eventualmente catavam Berrys tanto do chão quanto dos galhos, fazendo as frutas e sementes desaparecerem rápido naquela época do ano, talvez passando as mais finas árvores de beira de estrada, achariam alguma coisa.

Os chutes continuaram, porém o efeito de Sword Dance não era eterno e, a medida que Combusken foi se cansando, o golpe perdia força. A árvore que a parara de prosseguir não era tão grossa, porém o suficiente para cansar a pokemon sem nem sequer marcá-la o suficiente para balançá-la bem. Não amoleceu seu tronco, pelo contrário, apenas o tornava mais denso e resistente com seus chutes; não como uma cicatrização, mas como um amassado e compactado material denso.

Acabado o treino Noah de fato fez uma proposta que interessasse a recém nomeada Britanny, que mesmo sem demonstrar euforia alguma, parecia disposta ao novo plano. Enquanto Quinn voltava a pokebola Naya estava pisando em campo mais uma vez, reluzindo deu metal polido incomodando um pouco seu treinador, mas nada muito efetivo. A quarta fêmea do menino que pisara nesta rota hoje foi a pioneira na real interação com Shroomish, esta sim teria contato físico e emocional com a pokemon, que poderia resultar talvez em um elo mais forte futuramente. Ou não! Naya e Britanny eram dois pokemons muito diferentes, talvez o passeio não seja tão bem aceito assim.

Decidido que realmente fariam isso, montaram no pássaro grande e reluzente e alçaram voo baixo, por motivos óbvios de não sair da rota e conseguir a observar do alto. A velocidade da pokemon não era tão intensa e nada daquilo se tornava um momento de adrenalina, apenas se caracterizava por um passeio um pouco divertido que ainda nada haviam achado. Não havia muito sinal de atividade por aquela rota, talvez pela baixa temporada em Áztlan e o movimento mais voltado a Verdanturf e locais de torneio. O vôo ia fluindo com um bom ânimo da pokemon tipo grama.

Ainda sobrevoando, Skarmory detecta um som, que mais parecia um cantarolar, sendo assim, diminui mais ainda a velocidade. Olha em volta e ao erguer a face se depara com um pequeno Delibird despreocupado, planando sobre muito maior altitude, e parecia se deixar levar pela presença de ninguém. Continuaria sua rota independente de quem passasse. De sua pequena e mágica sacola, retirou um grande embrulho de caixas que vagarosamente foram pairando pelo céu até chegar ao trio, o pequeno paraquedas em cima das encomendas permitiu que Noah pegasse com precisão o que estava embalado; nenhuma caixa parecia amassada ou maltratada, apenas avia nelas um bilhete de "desculpe pelo atraso".

Enquanto repassava os prêmios recem ganhados, o treinador não só recolhia o que era seu como dava de cara com uma pequena caixa de isopor - cerca de 10 centímetros cúbicos - que, além de não ter seu nome, estava lacrada por fitas adesivas e, ao meio das tantas tiras colantes, um papel revelava um nome: Marcos Andrade. Quem é este? Não faço ideia. Aparentemente o dono da caixa.

Uma entrega errada estava em mãos do treinador, era agora dele a postura moral de abri-la ou não, e ainda, procurar o dono, ou não. Pensando por um lado, achar alguém em um continente tão grande, não seria nada fácil, por outro, a encomenda não deve ter sido largada junto sem que ao menos uma ou outra variável o fizesse errar. Talvez local? Pode ser. Nome parecido certamente não era. Com as tantas chuvas e migrações pra Hoenn, Delibird andava doido com todas as entregas! Eram não só atrasos como também enganos e reclamações, a tempos não conseguia responder a demanda de forma adequada, perdera sua eficiência e, quem sabe, já estivesse na hora de contratar mais uma leva de carteiros.