002 — Prosseguindo.

Ora, já era tarde, por volta de meio dia. Fora uma madrugada agitada para o garoto de Kanto, que agora estava prestes a adentrar com tudo em seu primeiro real desafio. De fato, ele vivenciou aventuras laboriosas em Petalburg, como prender dois ladrões – que apesar de amadores, nem mesmo a polícia desconfiava que eles estavam agindo daquela maneira. Contudo, agora era algo mais extenso, e a cada metro quadrado, Nico não teria apenas a companhia de criaturas inóspitas, mas com humanos que ali viviam – não sabia se estes eram bem intencionados ou não.

Inúmeras árvores esparsas por quase toda a área que Petalburg Woods cobria, com a costumeira grama alta em alguns pontos, cujas poderiam esconder pokémons que ali viviam. Nico possuía três em sua equipe que seriam úteis para atravessar a selva: seu fiel cachorro Helius, Walle e o recém-capturado Taillow, o qual chamaria mais tarde de Aoki. Faltava ainda uma peça chave para poder combater om Roxanne; algum tipo grama, e Frie pensava que ali seria o lugar certo.

Capturar ainda não seria o suficiente. Como um treinador iniciante, mas com mente experiente, ele sabia que deveria nivelar mais um pouco para ser o suficiente e combater a líder da grande metrópole de Hoenn. Junto consigo, um raro item, uma jóia que acoplada à andorinha teria o poder de causar grandes estragos seja em quem for o Pokémon; as opções eram curtas, mas o leque de possibilidades com o arsenal que já levava era o suficiente para Frie passar a floresta bem.

Já na entrada da floresta, Nico se viu ante uma grande área pouco iluminada. As copas das altas árvores não deixavam os raios de sol passar para reluzir no chão de gramíneas, e apesar disso, ainda era possível calcorrear sem se perder. A leve brisa soprava entre as majestosas árvores, balançando os galhos ao redor, deixando cair algumas folhas verdes sobre o chão da mesma coloração. De um lado para o outro, movimentos semelhantes ao bater de asas era constante, seja de inseto ou ave. Tudo indicava que o clima que repousava sobre Petalburg Woods era pacífico, e Nico cumpriria com seus objetivos sem delongas.

Ele inspirou fundo o ar puro que vinha da agradável atmosfera que a floresta lhe proporcionava até então. Deu um largo sorriso, empolgado, ele então adentrou Petalburg Woods. Com passos lentos, ele caminhava, constantemente olhando o GPS de seu celular que estava no bolso para não se perder no caminho; Nico sabia que caso se perdesse, dificilmente sairia dali. Olhava de um lado para o outro, buscando algum Pokémon que fosse favorável ao desafio em Rustboro ou algum treinador para treinar sua equipe.

Não tardou muito para que o jovem treinador avistasse uma criatura tentando pegar algum fruto em uma árvore. Analisando-a, Nico percebeu que ainda não foi avistado pelo Pokémon, e decidiu aproximar-se para ajudá-lo e depois capturá-lo. Os seus sapatos pressionavam a relva que resultava em um ruído, muitas vezes até mesmo inaudível para criaturas dispersas como aquela.

De frente então com a árvore, Nico baseou em seus conhecimentos numa tentativa de identificar aquela criatura. Seu nome era Shroomish, e sua evolução resultava em uma interessante combinação entre grama e lutador, nomeada Breloom, que tinha algumas estatísticas anormais para um Pokémon relva comum. Ora, era uma adição crucial ao time principalmente naquele momento em que não havia como explorar a fraqueza de Roxanne.

Nico sorriu então. Aproximou-se da criatura com um sorriso aprazível, agachando-se. Ele indagou então:

— Precisa de ajuda?

Shroomish recuava. Estava se sentindo ameaçado talvez pela pessoa de Nico. Era como se a criatura ainda estivesse alguma lembrança maldita em relação aos humanos e queria manter afastado da ameaça. O treinador continuava sem entender o que se passava na cabeça do Pokémon herbáceo, e apenas coçava suas madeixas pretas, olhando para o fruto que outrora o Pokémon tentava pegar.

Sem pensar duas vezes. Nico se esticou e então tomou o fruto em suas mãos. Ao fazê-lo, foi andando até próximo de Shroomish, estendendo-lhe a mão com a refeição do mesmo, apenas para ajudá-lo e criar um vínculo com a criatura silvestre. Ele ficou ali, com a comida na direção do Pokémon, aguardando ele pegá-la.

O Pokémon de grama então comeu, arrancando um sorriso singelo do treinador. Com um mínimo de experiência possível, Nico não tentaria arremessar seu instrumento antes de conseguir a confiança de Shroomish. Ele aparentava ser astuto, mas nada que o treinador percebesse; por essa característica da criatura, a sua provável captura seria mais difícil o quanto parecia.

— Ei, diga-me, só tem você por aqui perto da estrada, ou nos confins da floresta existem mais? — indagou. — Porque viver sozinho nessa grande floresta deve ser algo bem monótono.