Ponny Lane

Seguia mais um pouco na trilha e enfim o ambiente mudara, eu havia chegado na tal montanha! Restava-me agora procurar quedas d'águas ou cachoeiras, não é? Errado! Nem sequer pensara nisso, na realidade, mal reparei que estava ao pé da montanha quando meus olhos avistaram um pokemon que, pasmem crianças, não era uma lagosta! Andei mais devagar que antes, completamente boquiaberta e, sem nada para falar, apenas marchei. Quem diabos é você, coisinha miúda? Não sei muito bem, teria que sacar a PokeDex para descobrir.

Peguei o item nas mãos, apontei para o pequeno selvagem e li suas informações, tudo com o máximo de silêncio possível; todo o cuidado era pouco. Seria este meu primeiro pokemon Dragon? Espero muito que sim, ele não me parece mais veloz que Skoll, e farei o que precisar para apreendê-lo. Claro, começarei por meios dóceis, já que ainda não havia sinal de agressividade alguma.
Peguei nas mãos uma das berrys que Meowth recolheu ao meio do caminho, uma Oran e uma Chesto na mão, que ótimo, o bichano tinha até opção. Pedi para que Skoll não fizesse barulho e, aos poucos, me aproximei com os dois aperitivos em mão, como quem queria passar uma imagem negativa ao pequenino:
- Ei, quer ajudar? - Ofereci, não é como se eu não tivesse o pokemon mais hábil para coçar escamas ao meu lado.

Ao menos o pokemon não apresentou medo. Ponto positivo para o time dos humanos! Mesmo que indiferente, o Jangmo-o estava olhando fixo a mim, reparando nas minhas atitudes e no que eu tinha pra lhe oferecer, além do que, cheirara minhas berrys e demonstrou rejeição a ideia. Ok, próximo plano, porque não adicionar uma fêmea na história? Saquei a pokebola de Elekid, uma espécie majoritariamente masculina, porém a minha era especial. Liberei-a devagar e pedi para que ficasse ao meu lado. Eu não queria induzir um casal, na realidade, a ideia era ter Elekid ali para casos de fuga; um Thunder Wave era mais que bem vindo, porém, talvez o sexo dela o atraísse; porque não?

Agora com dois pokemons em cena, sorri para o pequeno dragão e lhe disse com serenidade:
- Eu costumo cuidar muito bem dos pokemons que encontro por aqui - Lhe disse - Te proponho conhecer o mundo ao meu lado, e de quebra conseguir novos amigos. Pelo que sei, você é o único da região, deve se sentir sozinho.

Mais uma vez ignorada, eu estava prestes a gritar pedindo atenção até reparar o interesse em Jangmo-o em minha bolsa. O que você está fazendo ai? Segundos depois ele sai com uma Berry na boca, uma das minhas únicas, uma Pecha. Meowth já estava enciumado, agora? Bem, agora ela estava irado. Passei a mão em sua cabeça e sussurrei pedindo calma, como quem acariciava uma criança chorosa. A raiva cessara, ao menos por hora, me dando oportunidade de dar atenção ao selvagem, que neste instante, era vigiado por Elekid. Deixei que ficasse com a fruta sem nem relutar, uma fruta por esta raridade? Arranjo até outra se quiser:
- Então você gosta de Pechas, né? - perguntei - Tem várias outras de onde esta veio, a gente pode ir lá pegar - Menti, eu não fazia ideia de onde catar Pecha Berrys em Alola.

Com a mentira lançada, me aproximei devagar e finalizei com meu primeiro toque nas escamas do pokemon; estas eram duras como ferro! Sem saber muito bem como, tentei acariciar as escamas endurecidas do pokemon, tentando descobrir como este reagiria ao toque.

Ainda não dando a mínima para minha presença, Jangmo-o foi em direçao a Meowth, que ainda bastante incomodado, ficou ali, parado, encarando o esquisito pokemon que não reagia a nada. Elekid chegara mais perto para ver a situação, em pouco tempo os três fechavam um triangulo e me deixavam completamente de fora:
- ME DA ATENÇÃO - Gritei, um pouco descontrolada - Será que você quer ter uma batalha comigo pra poder prestar atenção na minha proposta??? Você não entende minha língua? Vou ter que arranjar um tradutor? Que que foi? Me ajuda a te ajudar garoto.

Eu já não sabia como reagir de forma civilizada; tudo que aprendi na minha curta experiência havia sido tentado, menos batalhar; ofereci comida, conforto e companhia, fui simpática, consegui o primeiro toque, mas ainda assim, para o pokemon dragão, era como se eu nem estivesse ali.

Encarei o pokemon mais um vez; novamente o pequeno dragão não fizera nada esperado, apenas imitara o grito e... lambera Skoll? Pergunto-me se ele era só estranho ou gostava de cerveja. Analisei os dois pokemons de cima a baixo e enfim tive uma ideia. Sá pode ser isso! Exclamei mentalmente, bastante eufórica com as duas coisas que percebi; primeiramente, Meowth também tinha uma 'escama' no topo de sua cabeça, talvez tal anatomia seja importante para Jangmo-o. O segundo ponto era que, como dito na PokeDex, o pokemon não só usava suas escamas para emitir sentimentos e informações, como também batalha. Estava escrito que ele é um Pokemon Guerreiro! Com este seria diferente? Talvez fosse um desejo lutar; que tal perguntar?
- Skoll, com a sua unha, reproduza o barulho que este pokemon fez antes, batendo sua carra em seu medalhão na testa - Pedi - Tente fazer um ritmo animado, não sei ao certo o que ele pensará disso, mas tentaremos fazer uma melodia positiva.