Pokémon Mythology RPG
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Ep. I - Fishbowl in Wheels Bonus%2B2



- Mil vezes, não! Não pensa que vou pegar em você Fujimoto! - resmunga a pequena garotinha da cidade, arrastava um carrinho vermelho ainda mais pequeno como se fosse o maior frete da sua vida, digo, da minha, afinal sou eu, haha - Você já está cheio de sorte por eu sequer estar arrastando você comigo. Por isso, não! - reclamo, com toda a razão, obviamente, com o aquário rectangular que ocupava quase toda a área daquela "amostra de automóvel", melhor, reclamo antes com o maldito peixe que está no seu interior. O Fujimoto parece querer irritar-me mais do que o normal hoje, onde é que já se viu, eu, uma linda garotinha, perfeita, bela, com uma pele delicada quase como... como... ah sei lá, como uma coisa delicada, pegar num p-peixe cheio de escamas, molhado e a olhar para mim com aqueles grandes e bizarros olhos. É sério, parecem olhar diretamente para a minha alma.

- Como assim você quer um abraço?! Para de ser bobo, Fujimoto! - ordeno enquanto inicio a minha potente marcha pela calçada da cidade, entretanto, parava aqui e ali para arranjar as luvas de borracha - sim, luvas de borracha, nem morta vou tocar no carrinho onde ele está - parei, contudo, quando a senhora Stelmaria me chamou até à sua casa, a velhota doida da cidade passava a vida a fazer duas coisas quase que obrigatórias no seu dia-à-dia. Uma era perguntar-me o que fazia e a outra era oferecer-me um singelo embrulho reluzente com uma deliciosa surpresa açucarada no interior... um rebuçado! Hehehe!

- Bom dia Stelmaria! - aceno ainda com a borracha rosa cobrindo as minhas mãozinhas cumprimentando a minha, bem, única amiga na cidade. - Eu, bem... o titio Flick me deixou partir numa jornada pokémon! Vou ser uma coordenadora excelente, melhor, brilhante, como uma estrela! Nyehehehe! - respondo à usual pergunta da senhora já me lambuzando com um dos rebuçados que ela me oferecera e, é claro, ao mesmo tempo fazia uma pose confiante a transbordar de resistência, acho que era possível até sentir o calor da minha famosa chama de determinação. - Entendo, o Fujimoto é o teu pokemon? Pensei que tivesses fobia a pei- interrompo-a com todo ar que tenho nos pulmões - NÃO FALA! E-eu sei! Mas parece que não tenho outra escolha, não é mesmo? - reflicto com um olhar de soslaio, mas aterrorizado, sobre o peixinho que, apesar da sua aparência rude, só quer o meu afecto, coisa que, se continuar a ser um peixe, nunca vai ter! Humph! - Stelmaria, acho que vou desmaiar! Sinto fraqueza, cof, cof, acho que só com mais um rebuçado vou... conseguir... sobreviver... - quase que me jogo no chão, porém a Stelmaria me entrega mais um segundo e último rebuçado, hihi, dois num único dia, isto promete!

- Obrigada! - "recupero" subitamente, um verdadeiro milagre na medicina, aliás, mal toquei no plástico luzidio que melhorei automaticamente, impressionante, hehe. - Não é melhor tirar essas luvas Stelmaria? Como vai conseguir abrir o rebuçado? Fui eu que abri o outro para você, haha! - sugere a Stelmaria mostrando tanto a dentição quanto as rugas num sorriso quase tão fofo como o meu, contudo não preciso de ajuda, eu consigo muito bem abrir um rebuçado com luvas de borracha, sou uma garota de muitos talentos, HO, HO, HO!

Depois de uns longos e dramáticos minutos, com a pressão dos olhares da Stelmaria e de Fujimoto, finalmente, saí vitoriosa desta impetuosa batalha contra a humanidade, consegui abrir o rebuçado! Limpei o suor da testa com uma das luvas e sorri como um cirurgião trabalhador, afinal, mereço depois de todo este suor, sangue e lágrimas, realmente o trabalho duro compensa. Levo aquela esfera divina até aos lábios até que... o mundo desaba, o apocalipse surge entre os meus dedos e, A MALDITA LUVA DE BORRACHA FEZ COM QUE EU DEIXASSE O REBUÇADO CAIR?! - Fujimoto, não! - avanço quase em câmara lenta sobre o aquário, a tensão era brutal, posso jurar que até conseguia ouvir o centro da terra pronto para chorar comigo se aquilo acontecesse porém, a doce esfera cai direitinha na guela que já aguardava do peixe! - Fujimoto! Como é que pôde? Você não tem coração? - entre soluços e uma choradeira tremenda consigo ouvir as insistências da velhota para apaziguar o meu profundo desconsolo. - Pegue, pegue, leve mais estes com você, não chore Star, pronto, a culpa não foi dele. - apazigua a senhora entregando-me mais três rebuçados, cuja magia milagrosa, desta vez, demorara a fazer efeito.

Ainda com lágrimas nos olhos, afasto-me da Stelmaria após uma breve despedida. - É uma senhora simpática, não achas Fujimoto? É, mas não lá muito esperta, muahahaha! - gargalho-me por entre os dentes à medida em que corro e puxo o carrinho sobre um ponte de pedras e solavancos, fugindo depois de uma brilhante representação, a velhota caiu no nosso plano, os rebuçados são nossos, nyehehehe!

Considerações :



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A linda e fofa aspirante a coordenadora, corria atravessando a ponte de pedras, enquanto empurrava um pequeno carrinho vermelho com um aquário e um peixe bastante esquisito em cima. Ela era bastante pequena, e sua aparência infantil e colorida deixava a cena bastante fofa. Star dava gargalhadas com um grande sorriso no rosto, ela havia enganado sua amiga para conseguir mais doces, e fugia com três rebuçados extras em sua mão.

Depois de alcançar uma distância segura, Star finalmente diminuiu a velocidade voltando a caminhar. Ela era uma garota bem estranha aos olhos de todos da cidade, talvez fosse porque havia sido encontrada em uma caixa de pescados e criada por um pescador rustico, ou pelo fato de morrer de medo de peixes, mas também poderia ser por causa de suas atitudes e sua aparência peculiar. Mas como toda “criatonta” que se preze, Star parecia não ligar muito para o que os outros pensassem, e assim seguia sua vida. Ela ainda estava com os rebuçados em sua mão, ainda não sabia se os guardaria, ou se os comeria naquele momento. Como estava partindo para se tornar uma coordenadora, ela poderia ficar um bom tempo sem sentir aquele delicioso sabor de novo, por isso ela poderia optar por guarda-los para depois.

Fujimoto olhava para sua treinadora, e começava a se mexer em seu aquário, como se quisesse alguma coisa (talvez exigindo sua parte da recompensa pelo plano executado). A garota se distraia com a movimentação do peixe, e acabava não percebendo o que acontecia. Ela reclamava com Fujimoto, e continuava andando sem ver que estava entrando em um beco próximo a feira. Um vulto acertou a mão de Star, onde ela segurava os doces, e os jogou no chão, mas estranhamente só dois caíram, o outro havia sumido juntamente com o vulto que seguia para trás de uma lixeira. O que seria isso? Para a sorte de Star, ela tinha certeza de que não era um peixe.

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