Ficha - Izuru Kamiya

Descrição física:
Izuru possui uma pele ligeiramente pálida, que contrasta tanto com os seus olhos de um vermelho carmesim e profundo - que geralmente carregam um olhar tranquilo, mas perigoso - quanto com os seus longos (mesmo) e lisos cabelos negros, que alcançam a sua cintura e se dividem em vários amontoados de fios. Na esmagadora maioria das vezes, se veste com roupas sociais - com direito a terno e gravata - por inteiro, o que dá ao jovem um aspecto um tanto quanto incomum.


Personalidade:
Por causa da sua infância não muito aconchegante, Izuru acabou desenvolvendo um jeito bem distante e sério, que é o lado que ele geralmente mostra para as pessoas. Inteligente e calculista, ele é do tipo que pensa antes de agir, mas ao mesmo tempo consegue ser voraz e decidido quando é necessário. Por conta de sua natureza calma e indiferente, ele lida extremamente bem com pressão, além de dificilmente sentir medo de qualquer coisa, não se deixando tomar por emoções como o pânico, por exemplo. Além disso, ele não tem qualquer problema com ser cruel ou com fazer algo considerado "ruim" aos olhos dos outros, pois é bem apático para com qualquer um que não tenha afinidade. Ao mesmo tempo, no entanto, esses traços de sua personalidade dificultam a sua vida quando o quesito é fazer amizades ou se relacionar com outras pessoas em geral - exceto quando a conversa é inteiramente profissional. Felizmente, mesmo com esse jeito frio, ele acaba se abrindo um pouco para pessoas com quem passa bastante tempo - e, em especial, para seus Pokémon. Por mais que ele não vá demonstrar isso, ele é um bom amigo, e é capaz de sacrificar muita coisa para ajudar aqueles que pode chamar de companheiros.


Biografia:
Izuru viveu nas ruas desde quando consegue se lembrar. Nasceu em Ecruteak, mas foi abandonado pelos pais cedo o suficiente para que nem se lembrasse de seus rostos, e por sorte foi acolhido por um velho mendigo que deu conta de cuidar do bebê até que tivesse idade o suficiente para se virar sozinho. O velho nunca fora uma figura paterna: ele apenas cuidava de manter o menino vivo com a pouca comida e água que arrumava, e nunca demonstrou qualquer afeto ou empatia pelo pequeno - sozinho e ranzinza, não era como se ele ainda tivesse muito daquilo pra compartilhar. Por conta dessa influência, Izuru cresceu frio e indiferente, vivendo todos os dias com o único objetivo de dar um jeito de sobreviver até o próximo - não teve um amigo sequer durante toda a infância, e não dava a mínima para as pessoas ao redor, só se envolvendo com os outros nas raras oportunidades em que isso podia resultar em um pedaço de pão ou um copo d'água.

- Por que é que a gente existe? - ele perguntou uma vez ao velho. Tinha aprendido a falar bem durante aqueles sete anos, esperto. Essa dúvida o assombrava já fazia um tempo, visto que nunca encontrara um sentido naquele dia a dia sofrido que tinha, no qual tinha de lutar todos os dias apenas pra garantir que acordaria com dia no outro. - Isso é você que decide. - o velho retrucou. Izuru não entendeu muito bem, mas de alguma forma, as palavras mexeram com ele - se era trabalho seu decidir, o que ele estava fazendo ali, nas ruas, esperando o tempo passar? Sem dizer mais nada, se levantou, e saiu da cidade pela primeira vez, vendo um pouco mais de perto a grama alta que admirara de longe durante tanto tempo. Pokémons ainda eram novidade pra ele, pois os únicos que via eram os dos treinadores que passavam pela cidade, e foi por isso que o mundo lá fora o surpreendeu tanto. O menino, que não era de expressar muito as emoções, apenas arregalou os olhos em silêncio, fascinado com as criaturas selvagens que corriam livres por ali.

Quando voltou para a cidade, mais tarde naquele dia, o velho que cuidara de Izuru todo aquele tempo não estava mais lá. O garoto nunca mais o viu, e também nunca descobriu o que exatamente acabou acontecendo, e pela primeira vez na vida, "sentiu falta": não era muito ligado ao idoso, isso era fato, mas de alguma forma sentia que ele não estar mais ali era...incômodo. Depois de algum tempo, decidiu dar de ombros, pois não havia muito o que pudesse fazer - se lembraria pra sempre das últimas palavras que o velho lhe dissera, e dali em diante, escolheria ele mesmo o motivo da sua existência. Com dedicação, o menino conseguiu ir vivendo os seus dias, e com um pouco de esforço, aprendeu até mesmo a ler e escrever. Por causa de seu talento com os monstros de bolso, foi acolhido por um membro da infame Equipe Rocket aposentado, que via potencial no menino, e foi treinado por ele desde então. Porém, veio o desastre, as chuvas, o perigo, e os dois acabaram tendo que deixar Johto para ir até o único lugar seguro que havia: a região tropical de Hoenn.

Consigo, Izuru levou um Pokémon que o tinha acompanhado durante esse último ano de seu treinamento: um canino de pelos alaranjados com quem fizera amizade na mesma grama alta em que decidira mudar de vida, um Growlithe. Diferentemente do que acontecia com as pessoas, o rapaz rapidamente formou um forte laço com o seu Pokémon, e a amizade dos dois, que foi posta a prova no árduo treinamento do mestre de Izuru, acabou tornando-os em grandes companheiros. Hoje, já em Hoenn, ele percebeu que ainda não havia decidido. - Por que é que eu existo? - a resposta para essa pergunta ele mesmo escolheria. E para isso, nada melhor do que tornar-se mais forte ao lado de seu Pokémon, de modo a descobrir um pouco mais sobre o mundo que nunca antes havia explorado. Era hora de começar a sua jornada.