[001] A Primeira Pesca

Ele seguiu os passos de Violet pelo salão até a descida das escadas, aonde chegariam ao corredor das cabines. Pós a Spinda no chão, notando sua melhora do enjoo, além dela ser muito pesada, e colocou nela o seu chapéu de palha. Como a menina agia, o Ariel a acompanhava na ponta dos pés e em passos lentos pelas portas, em silencia para que pudesse ouvir o que as pessoas diziam nas suas cabines.

Quando ouviu a conversa sobre um possível desaparecimento de um Pokémon de uma senhora — pelo que acreditava pela voz — se empolgou com o mistério a ser desvendado. Fora que era interesseiro e não agia nunca sem pensar nas possibilidades de retornou, pois fazendo o bem se recebe o bem, certo?

— Parece que roubaram um Pokémon, eu acho. Se for isso mesmo podemos procurar o ladrão, ficaremos famosos e receberemos uma boa recompensa. — murmurou o pequeno garoto confiante de mais um de seus delírios infantis, era um leitor assíduo de contos de fada e se deixava enganar com a realidade.

Ficou encolhido próximo da porta da cabine com Eris bem próxima de seus pés, que cambaleava de um lado para o outro como se tivesse confuso. Esperou que Violet concordasse com as suas palavras e começassem uma investigação — mesmo que sem base alguma para isso.

Com o som da trinca da porta e a movimentação rápida de Violet, o jovem percebeu que era o momento de sair dali e se ocultou junto dela atrás do arranjo de planta. Temendo que sejam percebidos, ele tapou a boca de Eris para que não fizesse nenhum som esquisito que chamasse a atenção dos marinheiros que deixavam a cabine.

Mystwal percebeu a mulher chorosa pela perca de seu Pokémon e simpatizou com ela, agindo imediatamente, mas não sem pensar.

— Sei como podemos conseguir informações, pois somos só crianças gentis. — Sussurrou para Violet. O garoto se levantou e caminhou calmamente pelo corredor, como se estivesse de passagem, e puxou um lenço com bordados de Psyduck. — A senhora tá bem? Precisa de alguma ajuda?.

Ele ofereceu o lenço para a mulher para que limpasse as suas lágrimas. Por sua vez, a pequena Eris agarrava a perna da senhora num abraço gentil movida pela compaixão — mesmo sem compreender realmente a situação.

— Até! — O menino acenou em despedida para a senhora até que ela sumisse na escada. Logo depois teve a sua atenção roubada por Violet que indicava a porta. — Ora, ora, agora podemos investigar, mas se fossemos pegos íamos virar alvos da investigação. Fique aqui fora e nos avise se alguém vier, Eris.

A Spinda assentiu ao pedido de seu coordenador e parou no meio do corredor dançante. O garoto abriu a porta com cuidado, usando a sua roupa para abrir a maçaneta sem deixar as digitais — como via e lia nas histórias policiais — verificando pela última vez o corredor e as escadas. Em seguida, aguardou que a Violet entrasse junto dele para iniciarem a investigação.

— Não vamos deixar nossas digitais em nada ou vão achar que somos os assaltantes, apesar de que agora parecemos ser. — constatou o jovem preocupado.

Antes que começasse a investigação Ariel precisava de algo urgente: os seus óculos, porque apesar de enxergar bem de perto e um pouco de longe, ainda era um míope. Ele revirou as suas coisas da mochila até pegar o objeto e acomodar no rosto, podendo averiguar melhor a situação.

— Epa! Não havia notado que estava tudo bagunçado. — Surpreendeu-se o jovem ao notar a grande bagunça ao por os óculos, realmente via as coisas muito melhor com eles. — Por onde devo começar?

O menino arrumou as suas coisas e pôs a mochila nas costas, indo direto a caixa de joias vazia. Olhou as roupas caídas com cuidado para não pisar nelas e seguiu até o armário, abrindo-o para verificar se havia alguma pista que o levasse a identificar o assaltante ou até mesmo o Pokémon roubado. Foi quando pensou: “Devo achar uma foto do Pokémon para identifica-lo”.

— Não acho que podemos achar uma pista decente aqui, mas sugiro que a gente procure alguma foto que nos ajude a saber qual é o Pokémon roubado.

Ariel pegou a fotografia sobre a mesa e ignorou as notas — não era sua intenção virar um ladrão, não foi a educação que seus avôs lhe deram —, memorizou a imagem e as pessoas nela o quanto pode até ser interrompido pela pessoa que chamava a atenção da Spinda, largando a imagem no chão.Percebeu que logo a Violet se escondeu e até cogitou a ideia de entrar no armário, mas se abrissem ia acabar sendo pior.

— Já sei. — sussurrou para si mesmo ao remover os óculos e botar no chão. Por conseguinte, ele se agachou e começou a palpar o chão forjando uma cena onde procurava os óculos sem a visão, o que não era ao todo mentira porque não enxergava tão bem sem eles. — “É melhor eu fingir que entrei por acidente ao perder meus óculos”. — pensou.