002 - Apostando na Intuição

OFF: ^^

Ora veja... Um treinador supostamente guiado pela sorte... Ora, a sorte possui um aspecto certamente magnífico, porém também utópico. Até que ponto uma pessoa pode permitir-se enganar por uma sensação de sorte sem que parta para a ignorância de tantos outros aspectos presentes em nosso universo? Bom, mal sabia nosso jovem herói, Cyord, dos incríveis acontecimentos que o destino lhe reservava para sua aventura naquele trecho da rota 102. De qualquer forma, apostando alto na sorte, Cyord liberara Treecko, seu parceiro, e sem demora liberara a este seus comandos. O gramíneo, utilizando de toda a sua destreza natural, reagira com um salto, pulando entre os dois pokémons noturnos e interrompendo a brincadeira que pareciam ter.

Por ser o mais ágil em batalha, Treecko a começara, disparando seu Mega Drain contra um daqueles. Seu corpo fora iluminado por uma aura esverdeada e então, diante de suas mãos se formara uma espécie de invólucro de energia vital, que no momento seguinte fora disparado, causando danos ao pequenino. Os danos causados, por sorte, foram críticos em sua execução. Contudo, era natural que aquela técnica recuperasse parte da energia de Treecko, mas como este estava com sua energia ao máximo, tal efeito fora simplesmente ignorado. O que o rapaz não esperava era que as criaturinhas fossem detentoras de um forte espírito de parceria, de forma que bastara uma ligeira troca de olhar para que os dois monstrinhos soubessem o que fazer.

Ambos saltaram contra o gramíneo e com seus dentes afiados, abocanharam os braços de Treecko. Com cada um a puxar o corpo e a pele do réptil para uma direção diferente, era visível que alguns pequenos filetes de sangue começasse a escorrer de tal local. Após alguns instantes naquela agoniante situação, os canídeos o soltaram com gargalhadas sinistras. Treecko dera um rápido olhar para seu mestre mas logo dera início ao resto de seus comandos, realizando um rápido giro com sua cauda que com a execução de tal golpe parecia se enrijecer para garantir maior dano quando atingisse a uma das criaturinhas, o que certamente acontecera.

Eis que, a Poochyena que se manteve intacta até o momento rapidamente tratou de auxiliar a outra para que se levantasse após o Pound de Treecko, e assim que possível, com um brilho ainda maior em seus olhos, voltaram a saltar contra Treecko, prendendo seus dentes uma vez mais no braço da criatura que com a lancinante dor caíra ao chão enquanto era violentamente abocanhada pelas criaturas. Mas e quanto a Cyord, seu treinador, qual seria sua reação agora que a sorte parecia não estar mais presente. E esta ainda deveria ser a menor de suas preocupações, pois alguém o espionava a distância, mas certamente não eram olhares curiosos, tampouco amigáveis.

OFF:
Por vitória sobre Poochyena, Treecko recebeu 900 de EXP.
Por derrota sobre Poochyena, Treecko recebeu 450 de EXP.

Passou ao lvl 16 e recebeu 3 pontos de felicidade.

Treecko pode evoluir... Caso queira, basta narrar a evolução de Treecko. ^^

Apesar da forma que Treecko estava afetado pela batalha, seu treinador parecia agir com certa calma e compreensão, talvez havia um reflexo de frieza em seu carater? Bem, de qualquer forma, após tanto se debater contra os canídeos, estes o largaram. Treecko parecia extremamente fragilizado, mas ainda assim conseguira se por de pé e encarar seus oponentes, e até mesmo lançar seu Mega-Drain contra o que já se encontrava ferido, levando-o ao nocaute. Contudo, apesar de haver recuperado parte de sua energia vital com tal movimento, não fora o suficiente para resistir a um novo Bite do Poochyena que restara em campo de batalha. Havia uma emoção diferente nos olhos do canídeo, algo como um ar de vingança, pelo fato de haver derrotado seu parceiro.

Com Treecko caído ao chão, Poochyena retornara até seu parceiro e tentara revirá-lo com seu focinho, tentando fazê-lo acordar, porém falhando miseravelmente. Treecko por sua vez, começava a se levantar após a derrota, porém seu corpo havia sido danificado consideravelmente, e filetinhos de sangue escorriam por seus bracinhos finos. O Poochyena caído, apesar dos olhos nervosos do segundo monstrinho, parecia estar apto à captura... Contudo, qual seria a escolha do jovem treinador?

Assim que fizesse sua escolha, uma nova figura parecia tê-lo alcançado... Era a figura que a pouco o observava à distância. Ele se revelara como um homem em vestes simples, um queixo quadrado e uma expressão séria. - Ei, garoto... Venha. - Dissera o homem, já colocando suas mãos em seus bolsos enquanto girava em seus calcanhares, dando as costas para o rapaz, porém ainda a vê-lo por cima de seus ombros. - Não se preocupe. Seu parceiro parece ferido... Não é aconselhável um treinador andar por estes lados sem um parceiro em plenas condições... Mesmo que seja uma rota "tranquila". - Continuara ele, agora já começando a caminhar. - Claro, você não é obrigado a vir, caso não queira. Não sou sua mamãezinha para trazê-lo em meu colo, nem ordenar que venha. - Terminava ele, deixando claro que apesar de suas boas intenções, sua aparência de homem do campo havia o feito parecer um tanto grosso.

OFF: ^^

Por sorte, Cyord não levara o modo rústico do homem para um lado mais crítico, preferindo encarar que tal ato estava completamente desprovido de maldade, e certamente o era, vez que as intenções do homem, apesar de seus dizeres, eram as melhores possíveis. - Eu? - Dissera o homem, coçando sua nuca enquanto continuava a caminhar. - Não, não. Não tenho paciência para este tipo de coisa, essas... Frescuragens. - Continuava ele, visivelmente movimentando suas mãos dentro dos bolsos. Aparentemente ele também não era do tipo muito comunicativo. - Mas, bem... Minha esposa certamente poderá lhe ajudar nisso. Ela é... Bom, ela sabe fazer estas coisas de curativos e tratar das pessoas.

- Além do mais... Acho que ela deve estar preparando o almoço. - Adicionava ele, já se maravilhando com a simples ideia de que em breve estaria se alimentando adequadamente. Eis que, após alguns instantes de caminhada, a dupla finalmente alcançara a uma área bem menos arborizada que a qual se encontravam. Até mesmo as gramíneas pareciam crescer de forma mais controlada por ali. Ao norte desta área, era visível uma pequena construção feita em madeira. Era simples, porém ainda assim parecia ter sido muito bem construída, sólida o suficiente para se tornar um lar. Frente à casa, estendendo alguns lenções brancos em um fio de arame puxado da lateral da casa até um outro ponto.

Mesmo a uma boa distância a mulher fora capaz de ver Cyord e seu acompanhante se aproximarem. A mulher, exibira um aceno doce, enquanto o homem a seu lado se limitara a dar um aceno discreto de cabeça, apesar de em seu íntimo sentir alegria em vê-la. - Bom... Esta é minha casa. - Emitira o homem, um tanto tímido de apresentar-lhe a cassa. Quando se aproximara o suficiente da construção, a mulher anteriormente vista se aproximara de seu marido e dera um beijinho em sua face. - Olá, querido. Ah, Pete, você não me disse que teríamos companhia. - Dizia ela, revelando uma voz meiga e fraternal, completamente distinta da de seu marido.

- Como se chama, querido? - Continuava, ela, com seus cumpridos cabelos castanhos e suas vestes simples de dona de casa. - O parceiro dele está ferido, Meg. Se puder tratá-lo... - Disparara rapidamente Pete enquanto caminhava rumo a entrada da casa, farejando o cheiro de comida no fogão.

- Ah... Desculpe meu marido... Mas então, posso ver do que se trata?

OFF: ^^

O jovem treinador parecia grato pela ajuda de Pete e sua esposa. A mulher, contudo, gentilmente fizera um aceno com sua mão, indicando a sua casa. - Venha, meu jovem. Acho que a bancada de Pete será suficiente para tratar de seu Treecko. - Dissera ela, em um tom educado e fraternal, enquanto girava em seus calcanhares e começava a caminhar na direção da casa, adentrando-a.

Uma vez que o rapaz entrasse na casa, poderia notar o quão simples era também o interior da casa. Simples? Sim, porém muito aconchegante e convidativa. O primeiro cômodo ao que se tinha acesso era a sala, onde havia uma tv um tanto quanto antiga, de tubo ainda, e frente a este, um sofá em tons avermelhados, onde haviam diversas almofadas em tons quentes, e entre o sofá e a estante em madeira, perfeitamente polida e envernizada, um tapete bem felpudo.

Era certamente uma daquelas casas de gente humilde, porém de limpeza impecável. Próxima dali, Meg, a esposa de Pete, estava à porta de um novo cômodo, em que, ao fundo, Cyord pudera notar uma bancada em madeira. - Libere-o aqui, querido. Vamos ver o que posso fazer. - E ao fim de sua frase, Pete ressurgira ao olhar do garoto, colocando uma caixa, também em madeira, sobre a bancada. Em frente à caixa, havia uma espécie de cruz vermelha nela pintada. - Hum... Não há de que... - Dissera Pete, um tanto envergonhado. - Só espero conseguir te ajudar.

OFF: ^^

Após receber as instruções de Meg, o rapaz finalmente liberara seu pokémon gramíneo e o apoiara sobre a bancada. Rapidamente, a mulher se aproximara do monstrinho e o examinara, passando suas mãos gentilmente sobre seu corpo ferido, principalmente a seus bracinhos que foram vítimas das ferozes mandíbulas dos Poochyenas de agora a pouco. Após alguns instantes, Meg terminara por fazer um rápido cafuné no topo da cabeça de Treecko enquanto se colocava a observar Cyord, uma expressão serena e tranquila em sua face. - Oh, querido. não se preocupe, felizmente os danos causados não foram tão preocupantes... Nada que eu não possa tratar. - Dizia ela, seu tom de voz a transparecer sua doçura e paciência. - Mas ainda assim, vou precisar de um tempo com ele. - Continuava ela, já começando a empurrar Pete para fora do local. - Vamos, rapazes, para fora, já. - Um belo sorriso a surgir em sua face queimada do sol.

- Você também, Cyord. Sinto muito. Pode confiar... Treecko ficará em boas mãos. Alias... Talvez queira passar um tempo com Pete...- E ao terminar de empurrar o garoto para fora do local, fechara a porta à suas costa e então começara o tratamento do pequenino, que agora podia ser feito com maior cautela e sem distrações ou olhares curiosos. Sua forma de tratamento era um tanto quanto caseiro, mas certamente eficaz, muito dos quais pareciam ser pastas, distribuídas em diversos potinhos anteriormente preparados por ela. Haviam espécies de rótulos em suas pastas, que diziam qual era sua utilidade, como antídoto, anti-paralítico, curativo, cada um feito a partir de Berryes. Claro, primeiramente tinha de limpar as feridas, para então prosseguir com o tratamento, mas isto agora pouco importava a Cyord, vez que já não participava mais daquele cenário.

Pete, à frente de Cyord, caminhara até a geladeira e se curvara diante dela, como se procurasse algo em específico, até retirar de seu interior uma garrafa de cerveja - sem álcool, como sua esposa exigira - e então, parando a geladeira com seu calcanhar, virou sua face ao rapaz e lhe disse. - Sirva-se... Acredito que... Por sua idade, prefira um refrigerante, pode pegar um, se quiser. - E dando brecha para que o rapaz se aproveitasse da situação, aguardou o tempo necessário até que este se aproximasse para então começar a caminhar para fora. - Ainda não parece muito experiente no ramo de treinadores pokémons, rapaz... Hum... Posso lhe perguntar algo? - E já perguntando, mesmo que ainda de costas a Cyord, o homem continuou. - O que o fez querer ser um treinador? Nunca compreendi...