Virando Aprendiz!
Ao ver que o grande Carlos havia dispensado o pronome de tratamento e perguntado sobre o jovem treinador, Katakuri prontamente respondia – Pois não, senhor Carlos, como o senhor preferir. Acontece que a maioria das pessoas sublimes como o senhor gostam de serem tratados por pronomes que se adequem à sua posição, mas se o senhor não faz questão, não tem problema hehehe. Quanto ao meu nome... bem vamos fazer assim, se eu for aprovado como seu aprendiz, lhe direi, mas por enquanto, apenas um mero candidato que ainda deve provar seu valor, serei apenas “Ninguém”. Algum problema para o senhor? Sei que deve receber vários candidatos por aqui e por enquanto sou apenas mais um... mas espero mudar isso logo. – Estava com fogo nos olhos, esperava impressionar o líder com sua garra e vontade ser um mestre dos dragões.
Para o rapaz, Carlos havia ficado impressionado com a beleza da tatuagem, tanto que seu semblante ficou até chocado com tamanho esplendor..., mas Katakuri não quis se gabar de sua tatuagem bela. Era apenas para tentar criar um vínculo melhor com o Líder. A resposta do grande homem a sua frente era muito interessante, chamando a atenção do treinador de dragões – História militar é? Nossa parece interessante. Se em algum momento o senhor quiser falar sobre ela, ficaria muito contente – Katakuri concluía com um sorriso sincero, tentando não parecer amigável demais e nem bobo demais.
A sala ao final do corredor era muito linda, com a entrada de luz solar na medida certa para criar um ambiente diferenciado, parecendo o salão de reis antigos ou grandes senhores do passado. A estante cheia de livros antigos chama a atenção de Katakuri. Nunca foi chegado em leitura, mas quando o tema era lendas antigas e dragões, ele até conseguia ler com regularidade sem se cansar. Era um rapaz mais auditivo do que visual, preferindo aprender ouvindo os outros e por experiência própria posterior a ler algo. Pigarreando – Nossa, esses livros parecem conter muitas informações... se existir algum sobre lendas de Hoenn ou de outros lugares e também sobre dragões, adoraria ler, se o senhor não se incomodar, é claro. Imagino que você tenha muita estima por tais preciosidades.
Aparentemente, não iríamos para o local da escrivaninha e dos livros, mas sim para o centro do local, um tatame bem grande. O grande líder estava descalço e sentado, parecendo admirar uma parede enorme que possuía muitos artefatos vetustos, mas muito belos, aparentemente. Como não sabia se poderia se juntar a ele, o rapaz esperava, do lado de fora do tatame e de pé, esperando algum convite para se juntar a ele, se possível.
Então, o Líder começava a falar, a pergunta mais básica que poderia haver... “Por que dragões”. Uma miríade de respostas passava pela cabeça do jovem: “Eles são fodas”, “Nada se compara a eles”, “São os mais poderosos” e afins..., mas por algum motivo, ao refletir sobre aquilo, Katakuri achava que ele queria algo mais pessoal e não frases prontas... queria algo sincero, do fundo do seu ser. Assim, o treinador começava a responder – Obrigado pela pergunta, senhor Carlos, fico muito feliz pela oportunidade de responde-la, com a esperança de que a resposta seja do seu agrado, assim como será do meu também. – bufando lentamente, tentando conter a felicidade de estar ali e se concentrando na resposta, Katakuri olhava para a grande parece também e respondia – Sou de Opelucid City, uma cidade repleta de dragões. Meu pai e meu avô treinaram e treinam dragões. Eu mesmo via meu pai, nas poucas vezes que parava em casa, treinar os seus, com grande dificuldade no início, ficando até ferido muitas vezes..., mas o resultado final compensava. Então, eu sempre convivi e vi dragões. Quanto mais eu os observava, mas fascinado eu ficava... não conseguia achar nada que me satisfizesse tanto quanto observa-los, seja em batalha ou apenas eles tranquilos. Com o tempo, admira-los era como respirar, algo que sem isso eu não conseguiria viver.
Parava um pouco, para deixar suas palavras fluírem até o líder e então continuava – Para mim, eles são os melhores pokemons, não somente pela sua força e beleza, mas pela sua fidelidade ao treinador. São seres, geralmente, de temperamento difícil e complexos de entender e líder, entretanto, uma vez cativados, o seguirão para sempre e nunca deixaram o seu lado. Pelos menos assim que eu os vi a vida inteira. O poder, a beleza, a fidelidade e a complexidade deles eu não conseguir achar em nenhum outro tipo... são fascinantes! – Katakuri começava a se empolgar – Sempre foi meu sonho, voar nas costas de um Salamence, conquistar a voracidade de um Haxorus, presenciar a velocidade incrível de um Dragonite! Enfim, sempre foi meu sonho e meta de vida ser um mestre dos dragões! O senhor pode imaginar como é difícil ser um deles, pois é muito raro encontrar um dragão na natureza. Os sacrifícios que se deve fazer, a força de vontade de persistir mesmo não conseguindo encontrar nem sombra de algum deles mesmo procurando sem cessar... são uma jornada árdua e dura..., mas como eu disse, o final certamente será tão bom que as dificuldades não passaram de pequenos incômodos.
Com mais uma pausa para deixar suas palavras impactarem Carlos, Katakuri concluiria – Espero que senhor me deixe servi-lo como aprendiz e entender melhor esses fascinantes pokemons. Sou jovem e não conheço tanto quanto gostaria sobre eles, mas com sua liderança e ensinamentos, creio que poderia cumprir meu objetivo... serei um anão subindo as costas de um gigante para poder ver a luz. – Ao terminar a fala, o garoto estava nervoso, assim como Visenya, que escutava a fala de seu mestre com muita atenção... o que se passava na cabeça dela? Katakuria provavelmente jamais saberia.