Pokémon Mythology RPG
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Desventuras #04 - A Grande Família

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Com toda a confusão que acontecia assim que os dois derrotavam o último pokémon de Inês, a bruxa começava a gritar e se transformava em uma forma animalesca. Chamando seus reforços, ela estava pronta para devorar a dupla e seus pokémon assim que os pegasse. O ambiente acabava ficando quente demais, por causa do calor exalado pelos pokémon salamandra.

Enquanto a bruxa se preparava, Tuco seguia o conselho de Narizinho. O rapaz não sabia bem como fazer isso, mas como Saci levou a garota para longe tão rápido quanto um tornado, ele acabou ficando sem opções a não ser usar o pó da única forma que sabia. Tuco pegou o saquinho e o abriu rapidamente, colocando um pouco do pó entre o indicador e o polegar antes de entregar o saquinho para Agostinho. O magricela não entendia muito bem das formas que se inalava pó, então apenas virou uma boa quantidade do pó em sua mão, e levou rapidamente ao nariz.

Foi questão de segundos, o pó de pirlimpimpim entrou em seus pulmões e os fez alucinar mais uma vez. A plateia não conseguia saber se aquilo era real, ou se estavam apenas fingindo, mas o pó alucinógeno dos Shiinotic era realmente forte. Enquanto os dois sofriam os efeitos do pó, o Alakazam que estava nos bastidores começou a levita-los aos poucos até que sumiam de vista.

- Voltem aqui! – Gritava Inês com a voz ecoando por todo o palco, e Salazzle mexia a boca como se fosse ela quem falasse. Enquanto as chamas dos ataques dos Salandit subiam na direção da dupla, as cortinas se fechavam rapidamente.

Fim do 1° Ato

Enquanto o cenário novamente mudava, os dois permaneciam levitando com o auxilio do poder psíquico do Alakazam. O cenário dessa vez era provisório, e o pessoal da equipe rapidamente colocava um grande cartaz com um desenho de nuvens, de forma que tampasse toda a superfície do palco. Ao fundo, um grande vulcão cenográfico era colocado enquanto maquinas de fumaça começavam a lançar uma fumaça branca que lembrava bastante as nuvens do céu, complementando assim a paisagem do cartaz.

Novamente o narrador começava a falar, mas dessa vez era apenas para indicar o início do Ato 2. - Depois de enfrentarem a medonha Cuca, nossos heróis precisavam fugir usando a única coisa que tinham. Levantando voo sem nenhum controle, os dois voavam em direção a um grande vulcão. O que será que os esperava lá dentro? Seria mais um inimigo, ou poderia ser um aliado? Fiquem agora com o segundo capítulo dessa história.

2° Ato – Caldeirão do Huck

As cortinas novamente se abriam, e dessa vez o publico via os dois voando levemente entre as nuvens cenográficas. Não havia mais nenhum sinal de Inês, os Salandit ou as crianças do sítio. Dessa vez eram apenas Tuco e Agostinho, levitando sem controle em um céu límpido e um silêncio total e constrangedor. O voo dos dois estava estabilizado, eles pairavam de barriga para baixo bem na frente do cartaz de fundo que escondia o palco atrás. Enquanto a cena acontecia, o pessoal do teatro terminava de montar o cenário da próxima cena por trás do cartaz.

Os dois eram levitados vagarosamente em direção ao topo do vulcão que aparecia ao fundo do cartaz, mas como a cena era apenas para ganhar tempo, eles precisariam inventar alguma conversa boba até chegarem ao local. Assim que se aproximassem o suficiente do vulcão, Alakazam os desceria devagar atrás do cartaz, como se entrassem no meio das nuvens, enquanto o cartaz sairia aos poucos para parecer que estavam entrando no vulcão. Assim que o cartaz terminasse de sair de cena, a fumaça iria reduzindo aos poucos e os dois seriam colocados no chão novamente com muito cuidado. A essa altura o efeito alucinógeno já teria terminado.

Desventuras #04 - A Grande Família - Página 6 Palco_caldeirao
Imagem ilustrativa

Uma vez que a fumaça terminasse de se dissipar, o novo cenário seria revelado. O novo cenário se tratava de um palco bastante conhecido por todos que ligavam suas tvs no canal da emissora nos sábados a tarde. Mas algo estava diferente, o palco estava todo em pedaços, como se tivesse ocorrido uma guerra ali. A iluminação era escassa, já que a maioria dos refletores do palco do programa, estavam em pedaços, manchas vermelhas estavam por toda parte. Seria sangue? Talvez. O que os dois fariam? Um conjunto de cadeiras a direita do palco simulava a plateia do programa, mas estavam todas quebradas e espalhadas. No centro do palco havia alguns objetos quebrados e uma pessoa deitada ao lado de uma grande possa de liquido vermelho.

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Temendo o que a Cuca poderia fazer, Tuco e Agostinho usavam aquele pó em que ganharam na "corrida maluca", porém usavam de uma maneira um tanto quanto inusitada. Pensavam que seria mais uma das drogas apresentadas até agora e tampavam o nariz, o efeito demorava a acontecer, Tuco ficava paranoico e sua aflição ia aumentando cada vez que Inês e seus pokémons iam se aproximando.

Até que os efeitos finalmente batiam, salvando o dia e a vida dos nossos anti heróis. Tuco ouvia um zumbindo em sua cabeça, um zumbido parecido com o apito do Axl Roses e junto desse apito sentia seu corpo mais leve, levitando livremente pelo cenário e sua mente ainda mais ligada, pensando várias coisas ao mesmo tempo e ficava trincando os dentes, se sentindo totalmente desperto. Ao seu redor, o cenário contribua para a intensificação da brisa diferenciada, notava as nuvens espalhadas em todo o canto e mais pra frente um vulcão com bastante fumaça, provavelmente esse seria o próximo destino da dupla.

CARALHO, AGOSTINHOOOO! — Deu uma pausa para dá uma fungada no ar e trincar ainda mais os dentes. — Eu estou muito louco, mermão. Um misto de sensações, tá ligado? Sinto meu corpo leve, mas minha cabeça está a milhão. Tá vendo aquele vulcão ali na frente? Do jeito que eu estou consigo ir e voltar várias vezes. — Gritou para Agostinho. — Mas espera... Vulcão? — Tuco tinha um momento de lucidez. — Estou vendo um vulcão no meio do nada! — Gargalhou. — Esse pó não é puro não, tem algum alucinógeno junto, rapá. Quando acabar essa parada, temos que voltar no sítio e conseguir alguns quilos a mais desse pó, vamos ficar ricos vendendo isso.

A medida que ia trocando uma idéia com Agostinho, o pessoal da produção ia terminando de construir o cenário do próximo ato. Com tudo pronto, Tuco mal pode notar que estava cada vez mais próximo do vulcão e o efeito do alucinógeno ia passando a medida que ambos ia adentrando no mesmo. Ao termino de toda aquela fumaça, o jovem voltava para si, dava uma ajeitada em seus cabelos bagunçados e esfregava as mãos em seus olhos, terminando toda sua preparação com um bocejo.

Pensei que nunca ia passar, que loucura. — Disse e para se certificar que estava totalmente desperto, deu um leve tapa em seu rosto. Logo reparou todo o cenário a sua volta, um cenário totalmente bagunçado como se tivesse passado por uma guerra, com sangue e pedaços do cenário por toda parte. — Que porra é essa? Estou num açougue gourmet? — Caminhou pelo cenário buscando alguma pista do que poderia ter acontecido, encontrou no palco uma pessoa deitada ao lado de uma poça de sangue. O que deixaria qualquer um preocupado. — FODEU, AGOSTINHO! Se livramos de uma bruxa e caímos numa zona de guerra. Chega mais, maluco! Tem uma pessoa caída aqui!

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A ideia de cheirar o pó de pirlimpimpim, por mais estranha e louca que fosse, parecia dar certo. Enquanto a bruxa se preparava para aniquilar a dupla de atores, os garotos inalavam o pó e pareciam ir para outra dimensão. Agostinho no mesmo momento sentia seu corpo extremamente leve, como uma pena ele começava a pairar no ar e seguir o caminho conforme a brisa soprava.

Sem ter ideia de que pokemons psíquicos estavam fazendo todo o trabalho duro, ambos garotos achavam realmente que estavam voando naquele momento, enquanto Ines e seu grupo lacaio parecia sumir com mais uma troca de cenário. Ainda no ar, Tuco começava a alucinar. O garoto gritava e tinha diversas reações loucas enquanto flutuavam sobre o tablado.


- Fica neném ai, rapa. Aproveita esse momento único, ate parece que tu nunca usou! Olha essas nuvens.. Hhihihihihi.

Agostinho estava estranho, o pó parecia ter dado um efeito analgésico nele e enquanto voava, passava a mao nas nuvens de mentira que dividiam o espaço com eles. De longe, os garotos avistavam um vulcão. Ainda com um pouco do efeito da droga inalada, o magricela começa a divagar sobre o que seria aquilo tudo.

- Rapaaaaz, vulcão? A gente morreu? Isso é o céu? Mas que caralho.. Porra Ines, fudeu a gente.

Pouco a pouco, os garotos iam descendo e o efeito das drogas parecia ir passando, ate que finalmente seus pés voltavam a tocar no tablado. Era um cenário horroroso. Com iluminação baixa, tudo destruído e diversas marcas de sangue no local.

- Mas que merda é essa, Tucão?! KK Tudo destruído, sangue!? Parece Chernobyl isso aqui. Hehehe eu gosto de quebrar as coisas. – Saindo um pouco do personagem, Agostinho quebrava mais algums cadeiras que estavam ali, chutando-as e jogando uma contra as outras por puro desejo, ate que Tuco, com um sonoro grito, o chamava.

Ao se aproximar, Agostinho via que no centro do palco havia um corpo. Em seu lado, uma grande quantidade de liquido vermelho, o que muito provavelmente seria sangue. Realmente, o ambiente ali sugeria que havia acontecendo uma grande confusão, talvez uma batalha de proporções colossais e aquele era o único restante que poderia, ou não, contar a historia daquilo tudo.

- Sera que esse verme ta vivo? – Perguntava a seu parceiro. – Voce não deve manjar de primeiros socorros ne? Deixa isso comigo. Quando a vitima esta assim no chão, cheia de sangue e aparentemente inconsciente, não devemos tocar na vitima. O que devemos fazer é... DAR UM BICO NA COSTELA! – Agostinho repentinamente dava um chute na costela do homem que estava caído, a fim de constatar se ele estava morto, ou se ainda havia algum resquício de vida naquele ensanguentado corpo. – Se ele tiver vivo, vai acordar com isso, tenho certeza Tucão. Fiz curso de primeiros socorros com Taxistas e Motoboys.


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Assim que os dois foram aterrissando no novo cenário do palco, aos poucos foram recobrando a consciência de tudo o que acontecia. Ao ver tudo quebrado e destruído ali, eles começaram a questionar o que poderia ter acontecido ali, enquanto cada um investigava de sua própria maneira. Tuco seguiu andando enquanto observava os detalhes, Agostinho foi andando para o outro lado e chutando as cadeiras que ainda não estavam quebradas. Mas os dois pararam o que estavam fazendo quando encontravam o corpo caído no centro do palco. O roteiro sem detalhes da peça deixava tudo ainda mais engraçado, pegando os atores de surpresa.

Sem saber muito o que fazer em questão do corpo ensanguentado, Tuco começou a se preocupar de que buraco tinham se metido. Agostinho por outro lado, logo se dispôs a ajudar, se aproximando do corpo e demonstrando todas as suas técnicas de “primeiros socorros” que tinha aprendido com um n=bando de zés ninguém. O magricela se aproximou do corpo e deu um chute na costela do homem que se levantou com um pulo. - AAAÍ! Seu filho da puta! Vai chutar sua mãe, aquela... – A estratégia de Agostinho funcionava muito bem. E logo o coadjuvante tentava voltar para o personagem fingindo que nada tinha acontecido, exceto pela mão na costela que Agostinho tinha chutado. - Quem são vocês? O que aconteceu com o resto da plateia? Viemos de excursão lá de Nacrene.- Ele dizia mudando de assunto totalmente, enquanto encurvava o corpo para parecer fraco. - E onde está o Luciano Huck? – Essa última pergunto gerou um espanto em seu rosto.

A música de fundo era apenas uma melodia simples e triste, apenas para deixar o clima mais moribundo. O homem que tinha levantado dos mortos com um chute de Agostinho, agora encarava a dupla com uma expressão de espanto, enquanto olhava em todas as direções a procura do famigerado apresentador do programa. Pela sua expressão, ele parecia não querer a presença do apresentador. O problema era, um apresentador nunca deixava o palco de seu programa, não quando haviam convidados a serem recebidos por ele.

- Loucura, loucura aqui no palco do Caldeirão! – Dizia uma voz pouco familiar, mas em um tom já conhecido de todos. Não era o verdadeiro Luciano quem estava ali, mas sim um substituto. - Vamos começar o programa de hoje com um dos Realities que eu mais gosto. Com vocês “Acorrentados”! – O homem surgia de trás do palco com uma forte luz focando em seu corpo, o que não parecia incomodá-lo. Ele era musculoso e alto, e não se parecia nada com o apresentador, exceto por um nariz artificial colocado porcamente por cima do seu próprio. Ele se vestia com roupas bastante diferentes das que Luciano normalmente usava. Suas roupas se destacavam por enfatizarem bastante seus braços fortes, e um par de óculos escuros que não combinavam em nada com o local mal iluminado. O homem mais parecia um militar do exercito da rainha de copas, e o emblema preso em seu peito demonstrava que era exatamente isso que ele parecia. Ele fez um movimento com a mão direita, enquanto a esquerda segurava o microfone, e umas três bailarinas vestidas com tutus vermelhos e maiôs salpicados com corações entravam trazendo três correntes compridas e grossas. - Nossos convidados de hoje, terão que sobreviver ao tanque de Carvanha, enquanto lutam para se livrar das correntes. - Ele terminava de falar com um sorriso no rosto.

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Quando nossos heróis encontravam o corpo no chão, imediatamente ficavam preocupados. Tuco ficava andando de um lado e pro outro sem saber o que fazer, já Agostinho tinha uma brilhante idéia de primeiros socorros, proveniente de treinamentos de taxistas. Ao ouvir aquilo, Tuco ficava um pouco mais relaxado, mas... Os primeiros socorros não era nada tradicional, se tratava de um chute na costela. Ao ouvir aquilo, o jovem começava a rir não acreditando que Agostinho poderia fazer tal ação e realmente fez, um forte chute era escutado e com ele um grito de dor vindo do cara que estava no chão, o mesmo levanta num pulo aos gritos e xingamentos, além de fazer uma série de perguntas.

— Caralho, não é que esse maluco tava vivo. — Disse para seu parceiro. — Relaxa aí, achamos que você estava morto. Não está reconhecendo a gente? Tuco e Agostinho aqui. Luciano Huck? Ele está aqui? — Ao terminar de falar voltou a reparar no cenário, conseguindo perceber que se tratava do programa do Caldeirão. — Estamos no programa do Luciano mesmo! E você, quem é?

Parecia que fazia parte do script pois assim que Tuco fazia a pergunta, a música de fundo era trocada e o Luciano aparecia com sua apresentação convencional, se tratava de uma pessoa que não parecia nem um pouco com o apresentador e ainda por cima tinha o brasão de copas, dando a entender que ele participava do exercito inimigo. Além disso anunciava seu programa sendo o "Acorrentados" e suas assistentes de palco todas com correntes. Novamente Tuco ficava preocupado, claramente alterado resolvia questionar aquele programa.

— Que porra é essa, Luciano? Quando me contrataram não falaram nada de corrente e tanque com Carvanhas, meu cachê não foi pra isso. O bagulho vai ficar sério pro teu lado, mermão. — Disse em um certo tom de ameaça. — Volta para a Feiticeira e a Tiazinha, que foi pra isso que fomos contratados. — Disse com um sorrisinho de puto. — Se não poderemos resolver de outro jeito... — Terminou de falar mostrando sua cintura com três pokebolas.

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A eximia técnica de primeiro socorros de Agostinha era bem sucedida. O homem parecia acordar ainda meio grogue e com bastante raiva. Não se sabe se fora pelo chute, ou se por o que havia acontecido antes naquele programa. A única coisa em comum que atraia os jovens atores ao recém acordado, era que procuravam pela mesma pessoa, Luciano Huck.

- Que mermao? Nacrene? Tu ta zuando. Rolou um atentado nessa porra ne? Tudo quebrado caralho. E cade o narigudo filho da puta? Vo quebrar esse cara.

Logo após Agostinho bostejar como de praste, um feixe de luz surgia com um homem embaixo dela. O ser era musculoso e de longe já percebiam que era uma imitação do famoso apresentador das tardes de sábado. Usando um nariz artificial, tentava imitar a voz e os famosos jargões do verdadeiro Luciano, mas era uma tentativa pífia de imitação.

- Ihhhhh caralho KKKKKKK. Mais um babaca no recinto. Vamo bater palma pra apresentaçao desse filho da puta. Aeeeeee! CLAP CLAP CLAP – Agostinho batia palma mesmo que fosse sozinho. –  Essa parte ta mais louca do que eu pegando a Ana Maria. Ohhhh Huck do caralho! Que que isso, irmão?

Com o sinal do homem, algumas bailarinas começavam a chegar no palco, todas muito bonitas e arrumadas. Mas contrastando com isso, carregavam correntes e tambem um tanque de Carvanha’s se aproximava do palco.

- Que mane tanque de Carvanha, Luciano! Tu ta doidão, rapa? Vai me dar o que? Meia dúzia de laranjas? Ta achando que tem palhaço aqui?! - O magricela acompanhava a insatisfação de seu amigo Tuco e demonstrava que não queria correr o risco de entrar num tanque cheio de peixes carnívoros. – Ow! Voces dois! – Agostinho apontava para Tuco e o outro homem que havia acordado recentemente. – Vamo pega essa porra de corrente e enfiar no cu dele! Vamo prender ele no tanque de Carvanha! – Agostinho tentava incitar um complor, botando mais lenha na fogueira de insatisfações que Tuco e os outros ali sentiam.

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Assim que o rapaz se levantou, mostrando para a dupla recém chegada que ele estava vivo, todos acabaram sendo surpreendidos pelo “Luciano Huck” bombadão. O rapaz tremia um pouco ao ver o apresentador recém chegado ao palco, mas não deixava de responder a pergunta de Tuco. - Este é o programa do Luciano, mas aquele não é o Luciano. É um agente do exercito da Rainha de Copas, ele capturou o Luciano e assumiu seu lugar. – O rapaz dizia enquanto tentava se manter atrás da dupla de treinadores. - Vocês precisam me tirar daqui... Todos os meus amigos se foram, devem ter morrido depois do “Quem quer ser um milionário” na versão desse louco aí. – Ele dizia fazendo referencia a outro quadro do programa em que estavam, mas esse quadro era mais atual do que o que o apresentador pretendia começar agora.

O falso Luciano Huck apresentava um quadro antigo, que dizia gostar muito. Acorrentados se tratava de um reality em que um cara era acorrentado a seis mulheres e passava uma semana preso a elas para poder encontrar seu par perfeito. Se fosse daquela forma, Agostinho iria adorar participar. Mas como o apresentador havia sugerido uma opção diferente da que todos estavam acostumados, eles preferiam recusar a participação.

- Como assim, não querem participar do meu programa? As pessoas se matam para estarem aqui nesse maravilhoso palco. – Ele dizia apontando para os escombros como se estivesse do jeito que sempre esteve. - Então vamos fazer o seguinte. Vamos batalhar. Se eu derrotar vocês, eu faço o programa do meu jeito. Se vocês me derrotarem, eu deixo vocês ficarem acorrentados com as minhas tietes aí. O que acham? Elas devem ser lindas, já que pedi as melhores. – Ele dizia sem sair do lugar, mas tinha se virado na direção de onde vinham as vozes de Tuco e Agostinho.

- Sai fora. Eu quero é sair daqui! – Dizia o rapaz desconhecido em tom de fúria, com um pouco de medo encrustado no fundo. - Me ajudem a sair daqui. Eu imploro... – Ele dizia se escondendo atrás de Tuco.

- Ah! Fiquem sabendo que vocês só tem uma saída. E ela fica atrás de mim. Então, talvez eu deixe vocês saírem depois de me vencerem, mas terão de deixar as meninas pra trás. – Ele tateava seu bolso com sua mão esquerda, e retirava um par de esferas. - Vamos logo, que hoje ainda terá reprise do último episódio da novela das nove. A Nazaré vai matar a rainha dos baixinhos, e eu não posso perder isso por nada.

Diante da indecente proposta de Luciano, o que a dupla de heróis faria? Agostinho provavelmente ficaria interessado no prêmio da vitória.

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Tuco ficava prestando atenção no que o homem falava a respeito daquele Luciano Huck. Se tratava de um falso apresentador, mais precisamente um agente do exercito da Rainha de Copas, o exercito que já era explanado por Ana Maria e Faustão anteriormente. Pelo jeito que aquele homem explicava situação e tremia, aquele falso Huck parecia perigoso. No meio disso tudo, outra questão ficava no ar... Aonde estaria o real Luciano Huck? Aquela aventura começava a tomar outros rumos e pelo jeito, nossos heróis teriam que sair rápido daquele recinto para salvar o mundo.

— Vamos te tirar daqui, mas fica neném aí. — Disse tentando acalmar o rapaz.

Preocupado, Tuco passava a mão seguidamente em sua peruca e pensava num jeito de passar pelo Huck, analisando cada detalhe daquele destruído local e do falso apresentador. Enquanto o Huck explicava os novos moldes do desafio, que seria uma batalha, Tuco reparava em alguns fatores: em nenhum momento ele saía do local que estava, tateava algumas vezes seu bolso até retirar pokebolas e o principal... Como assim "elas devem ser lindas"? Como aquele homem não sabe que elas são lindas? Isso só tem uma explicação, ele era cego. Assim que encontrava um "ponto fraco", o jovem ia tentar tirar o melhor proveito disso.

— É verdade, senhor Huck... Suas bailarinas são lindas. Vamos aceitar o desafio por elas. — Riu. — Mas com uma condição, não vai valer trocar de pokémons durante a partida. — Disse, enquanto esperava a resposta foi se aproximando de Agostinho. — Se ligou que ele é cego? Vamos tirar vantagem disso, vamos mandar nossos pokémons de planta e assim que lançarmos, vamos falar nome de pokémon de fogo e induzir ele ao erro. Se ele tiver pokémon aquático, ele vai querer aproveitar a vantagem de tipo. É claro que podemos se foder muito se ele não cair nessa, mas somos novatos e esse cara não parece que tá de brincadeira. — Disse falando bem baixo no ouvido do mesmo, tomando o mínimo de cuidado para ninguém mais ouvir. — Vai, Growlithe! — Gritou, lembrando do pokémon que tinha visto em sua traumática primeira rota.

Sem mais delongas, Tuco botava a mão no seu cinto e retirava a esfera bicolor de seu Shroomish, lançando a mesma em batalha. Assim que surgia a imagem de sua criaturinha, fez um sinal para a mesma permanecer em silêncio, levando o dedo indicador para a boca. Shroomish respeitava e amava seu treinador e como também não era burra, apenas tarada, provavelmente iria acatar aquela ordem.

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OFF :


O homem que havia sido literalmente “bicado” por Agostinho começava gradativamente explicando o que havia acontecido ali e quem era realmente o falso Luciano. Sendo um agente da Rainha de Copas, automaticamente, era um alvo para a dupla de atores naquele espetáculo.

O homem estava visivelmente abatido e com medo, o que fazia Agostinho ter uma prévia de que os “quadros” do programa não conduziam com a realidade do Caldeirão do Huck. Certamente seriam provas de vida ou morte, que testariam ambos heróis naquela trama, vide o tanque de Carvanhas.

- Isso, escuta o Tuco mesmo. Olha o shape dele, olha o meu. O cara é grande mas é um boçal, a gente deita ele mole. Sossega se não te bico de novo KK. – Assim como seu companheiro, Agostinho tentava tranquilizar o homem enquanto pensavam no que fariam contra o Huck bombado.

No desenrolar daquele ato, o agente apresentava algumas opções para os atores, e Tuco já as vetava sem nem pensar e ainda por cima, já lhe apresentava uma contra proposta bem inteligente. Notando que o falso Huck parecia sofrer de cegueira, o cabeludo bolava um plano que era simples, mas se fosse eficaz, daria uma grande vantagem de antemão.

- Cego? Nem percebi isso. Pensei que ele era retardado mesmo, bombado é foda ne, a gente espera que os caras tenham esteroides ate no cérebro. – Agostinho parava para analisar um pouco a posição do homem, a direção que falava e a maneira na qual havia se dirigido às próprias bailarinas. – Ahhhhhhmmm, esse merdinha é cego mesmo Tucão, caralhooo, vamo enrrabar esse trouxa agora mesmo! – Agostinho ficava animado, e dava alguns cutuques no braço de seu amigo enquanto seguia a deixa do maconheiro. – Isso ae, nariz de piroca! Vamo executar os cara. Vapo! Vai Houndour! – Seguindo o que seu amigo havia proposto, Agostinho gritava o nome do primeiro pokemon de fogo que vinha das suas memorias de infância.

A mansão Baresi era fortemente guardada por diversos Houndours e Houndooms. Possuindo um canil próprio, no qual os canídeos eram treinados como verdadeiros guardas e cães de guerra. O próprio “falecido” El Cholo detinha um exemplar da espécie que detinha uma grande afeição com o herdeiro da família, no caso, Dominic Baresi. Assim, gritando Houndour, Agostinho lançava na verdade Nuzleaf para o campo de batalha. Tentando aproveitar da cegueira do adversário, a dupla tentava controlar que espécies de pokemon o adversário poderia lançar, tentando ganhar uma vantagem de tipo de criaturinha.

Assim que o recém evoluído saía para o campo, Agostinho dava um leve cascudo na criaturinha, pois o pokemon em questão era extremamente alegre, o que poderia causar um alvoroço desnecessário estrando o plano. Assim que o gramíneo o reconhecia, mesmo com seu traje diferente e caricato, Agostinho dava o sinal com seu dedo próximo a boca para permanecer em silencio e aguardar o que estava por vir.


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Off: :


Assim que o rapaz explicou um pouco mais sobre o vilão que estavam prestes a enfrentar, Tuco começou a entender o desespero do homem para querer sair dali. Eles estavam realmente em uma situação que poderia ser bastante perigosa. Porém, o jovem que interpretava o cabeludo, começou a observar alguns detalhes sobre seu oponente, e percebeu que ele agia de forma um pouco estranha. Depois de analisar um pouco a situação, ele acabou percebendo que o homem poderia ser cego. Será que era do personagem, ou o próprio ator era cego? Tuco decidiu levar as coisas pela segunda opção.

Agostinho não era tão atencioso quanto seu parceiro, e acabava não percebendo os detalhes. Ele estava mais preocupado era em ameaçar o rapaz desconhecido para que ele ficasse quieto e se calasse. O rapaz o encarou com uma expressão desgostosa e se afastou um pouco da dupla, deixando eles com um pouco mais de espaço para poderem batalhar.

Em seguida, Tuco se aproximou de Agostinho, e lhe contou o que tinha descoberto. O segundo foi pego de surpresa, mas acabou percebendo que era realmente verdade a dedução do parceiro. Sendo assim, Tuco tinha um plano para enganar o falso Luciano, e começar a batalha em vantagem. O homem dava um sorrisinho, e concordava com a contraproposta acrescentando mais um comentário. - Tudo bem. Gosto de desafios. Mas essa parte também vai valer para vocês. Os pokémon que entrarem na batalha terão de ir até o fim, e se perderem não poderão ser substituídos. Estão de acordo? – Ele proferiu as palavras sem trocar as esferas que já tinha selecionado anteriormente.

Tuco já colocava seu plano em ação, e lançava a esfera de seu Shroomish taradinho, e assim que ele saia, acabava engolindo um “Shr” ao ver o treinador sinalizando para ficar em silencio enquanto o chamava de “Growlithe”. Agostinho entrou no jogo e fez o mesmo, lançando seu Nuzleaf enquanto dizia “Houndour”. A intenção dos dois era fazer o homem pensar que tinha feito uma boa escolha ao selecionar pokémon que teriam vantagem contra os escolhidos pela dupla, mas assim que perceberam o plano, as bailarinas começaram a se ouriçar. - Chefinho, chefinho! Eles estão... – Dizia uma delas eufórica. Mas rapidamente Luciano levantou a mão com as esferas e as jogou em direção aos pokémon oponentes. - ...tentando te enganar. – Ela dizia tarde de mais.

Simipour e Starmie se materializavam exatamente à frente de Shroomish e Simipour. Os pokémon de Luciano encaravam os oponentes com um pouco de duvida, pelo menos o símio que era o único que conseguia fazer expressões entendíveis.

- Não se preocupam meus amores. Vocês não serão obrigadas a ficar acorrentadas com esses moleques fedorentos. – Ele dizia sério. - Sei que os dois pokémon escolhidos por eles não são do tipo fogo. O cheiro é diferente, algo bem mais floral. Mas eu já tinha me decidido usar esses dois pokémon, por isso decidi não mudar de ideia. – Ele encarou Tuco como se soubesse exatamente onde ele estava. - Quando se perde a visão, seus outros sentidos se aprimoram um pouco. Então não pensem que podem me enganar com isso.

As bailarinas riam da cara dos treinadores, e uma delas chegava a fazer uma careta na direção de Agostinho. O rapaz balançou a cabeça negativamente enquanto murmurava algo como: - Já começaram mal... Vamos todos morrer aqui.

- Se não se importam, vou começar com meus comandos. – Luciano dizia enquanto ajeitava o nariz torto. - Starmie, comece com Surf, vamos limpar um pouco o palco da batalha. Em seguida ataque os dois oponentes com Dazzling Gleam. Vamos ver quanto tempo vão durar contra nós. – Ele dizia os comandos ao primeiro pokémon. Ele ainda parecia incomodado com o nariz, e acabou o retirando e jogando para trás. - Essa porcaria estava me incomodando. Desculpem. Mas voltando ao assunto mais importante. Simipour, use um Double Team, depois acerte qualquer um dos dois com Scald. - Com isso, o homem terminava de dar seus comandos. Agora era a vez dos heróis tentarem resistir àquilo tudo.


Luciano Huck Fake
Simipour (0/50)


Starmie (00/50)

Simipour:
Normal
Starmie:
Normal
Hold Item:
---
Hold Item:
---
Trait:
Torrent
Trait:
Illuminate

lv25 Simipour


72/72
lv25 Starmie


65/65
Desventuras #04 - A Grande Família - Página 6 Simipour
Desventuras #04 - A Grande Família - Página 6 Starmie
Desventuras #04 - A Grande Família - Página 6 Shroomish
Desventuras #04 - A Grande Família - Página 6 Nuzleaf

lv25 Shroomish


65/65
lv25 Nuzleaf


70/70
Trait:
Effect Spore
Trait:
Early Bird
Hold Item:
xxx
Hold Item:
Desventuras #04 - A Grande Família - Página 6 Sitrusberry Sitrus Berry
Shroomish:
Normal
Nuzleaf:
Normal

Tuco (00/50)


Agostinho (00/50)
Campo: Palco de um dos teatros de Forina. O cenário é uma reprodução do palco do programa Caldeirão do Huck, só que todo em pedaços. A iluminação é ruim e existem muitos obstáculos, como cadeiras e pedaços de concreto e madeira.


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