Capítulo 24 - O criador do polegar verde

Blake chegou na cidade de Rinshin e como um bom criador foi diretamente para sua fazenda. Ele costumava passar algumas temporadas longe, então não é de se entranhar que dê prioridade para sua propriedade e para seus Pokémon que vivem nela. Quase que como em uma cidade pequena, a fofoca de que Blake havia chegado se espalhou entre seus Pokémon. É claro que muitos deles estavam ocupados com seus afazeres e decidiram continuar para não receber um sermão. Eles preferiam que Blake fosse até eles e os visse com a mão na massa, ou melhor, a mão na terra.

É claro que nem todos os Pokémon de Blake tinham exatamente um trabalho ali. Esse é o caso dos pequenos Mimikyu e Pichu que foram os primeiros a lhe receber e também os responsáveis por espalhar a noticia de que Blake chegou na fazenda.
Ao sair do seu chalé, depois da refeição, o criador deu de cara com alguns de seus Pokémon. Mesmo que eles estivessem trabalhando, nada os impedia de trabalhar próximo do chalé. Ainda mais com o cheiro de comida que vinha do local e se espalhava pelo campo. Graveler e Geodude eram caras-de-pau e nem ao menos tentaram disfarçar, quase que caindo no interior do chalé quando Blake abriu a porta. Cherubi e Corpish também estavam próximos e conforme o treinador caminhava a fila de Pokémon atrás dele só aumentava. Ao menos isso facilitou para que ele os alimentasse e lhes desse a devida atenção.  

Depois disso tudo era hora de começar ao trabalhar. Pois apesar de Blake ter algum tempo antes de precisar viajar para Galar, não poderia adiar seus afazeres. Afinal 24 horas é pouco para quem vive em uma fazenda, quem jogou HM bem sabe disso.

Mas... Antes que o Criador pudesse começar seu trabalho, ouviu um tumultuo que parecia se originar de fora da fazenda. Isso mesmo, do lado de fora e prestes a entrar estavam inúmeras pessoas. Todas vestidas de vermelho e com bandeiras escritas MCST (MOVIMENTO DOS CRIADORES SEM TERRA).

- MALAMAR LIVRE! – Gritavam pessoas que seguravam faixas com a mesma frase.  

- Como um único criador pode ter tanta terra apenas para si! Hoje, eu Guilherme Slourpuffs do Movimento dos Treinadores Sem Teto, estou aqui para iniciar o movimento do MCST! E a primeira propriedade que iremos ocupar é essa fazenda abandonada há dias! - Gritava um homem que parecia ser o líder do movimento.

Blake não imaginava que sua fazenda fosse alvo de um movimento como o MCST. Afinal ele não é um grande fazendeiro, no momento nem mesmo pode dizer que tem lucro com sua produção, que é mais usada em sua carreira como treinador. Da mesma forma, mesmo que não tivesse um humano morando na fazenda, ela é habitada por todos seus Pokémon que passam o dia trabalhando em sua produção.

Ao ver Blake, o semblante de Guilherme Slourpuffs fechou. No entanto ele não estava irritado e sim triste. As pessoas atrás dele começaram a murmurar. – Prazer, Blake. – Guilherme se mostrou um homem educado e respondeu o aperto de mão, depois ouviu em silêncio toda a explicação do Criador. – Desculpe, nós tivemos a informação de que essa fazenda não era usada, apesar dos Pokémon vivendo nela, e que ela é de um grande criador. Acho que obtivemos a informação errada. – Todo seu espirito havia se esvaído, assim como das pessoas que o seguiam, pareciam tristes e desanimados. – Ah, sim. Nós já tentamos ocupar terras da Devon Corporation e Fritauros. No entanto, eles têm contatos com treinadores de elite, se você me entende. A maioria dessas pessoas não são treinadores e os Pokémon que possuem são companheiros que lhes ajudam no trabalho pesado, assim como os seus eu imagino. – Guilherme respirou fundo. – Fora isso eles também têm contatos com milicianos, mas... Isso não é problema seu.

O homem então deu as costas para Blake para falar com os membros do MCST. – Pessoal! Essa fazenda não está abandonada e também não é de quem pensamos. Ela pertence ao Criador Blake, que é apenas um trabalhador como todos nós. Mas não desanimem! Eu estou entrando em contato com um grupo de treinadores fortes que irão nos auxiliarão em nossas próximas ocupações a grandes fazendas. MALAMAR LIVRE! – As pessoas ficaram um pouco mais animadas e começaram a se retirar. Guilherme então se voltou para Blake mais uma vez.

- Desculpe por atrapalhar seu trabalho. Fico feliz que você tenha chegado antes de iniciarmos a ocupação, ou não seria tão fácil convencer as pessoas a irem embora.

Para felicidade de Blake, no final tudo acabou bem. É claro que ainda tinhas algumas dúvidas no ar, mas ela não se deu ao trabalho de perguntar. Afinal, ele provavelmente não queria se envolver muito, pois isso poderia lhe prejudicar.

Depois de alguns minutos, todo o grupo se dispersou e só restou Blake e seus Pokémon. Agora ele poderia realmente iniciar os trabalhos na sua fazenda, sem ser interrompido por ninguém, ao menos é isso que ele espera.

Finalmente livre, Blake iniciou seu trabalho no criadouro. Os treinadores comuns que usam o DayCare não sabem o trabalho que é cuidar de um criadouro. Olhando por esse lado, o preço cobrado é pequeno, provavelmente devido a grande demanda que o DayCare recebe. É claro que o trabalho de Blake é um pouco mais cuidadoso, já que com suas habilidades de Criador seu ovos nascem com características especiais.

Depois de averiguar que os três ovos estavam bem, os colocou em incubadoras, agora só precisaria chocá-los ou entregá-los para seus futuros treinadores. Então só lhe restou a fase de limpeza. Para proporcionar um ambiente agradável para os Pokémon ele precisa manter o criadouro limpo e conservado. Depois de algum tempo todo o criadouro limpo e pronto para receber novos casais.

Depois de limpar sua fazenda Blake partiu em busca de Poncho, seu grande Ludicolo. Ele iria breedar com sua Tropius e presentar um louco por voadores e outro louco por gramíneos. Criadouro limpo e o novo casal já estava arranjado, contudo isso não significava que seu trabalho acabou. O Criador agora precisaria decidir qual seria seu próximo passo na manutenção de sua fazenda.