Caminhando em Galar

Valentain não estava feliz com a sua prestação na batalha pela insígnia, contudo, não havia muito que pudesse fazer por agora a não ser esperar a volta para Hoenn e... Já que não estava de quarentena porque não explorar Motostoke? Parecia uma boa ideia e, quem sabe, conseguiria alguns itens raros ou, pelo menos, conhecer novas espécies da região. É... Parecia uma boa ideia...

O dia estava quente, até um pouco abafado, não dava para ter certeza de se tratar realmente de um dia de calor ou se era apenas o efeito de estufa refletindo nas nuvens de fumo que se formavam por toda a cidade devido a toda a maquinaria. Para além disso... O barulho também podia ser bem desagradável... Motostoke era uma das cidades mais populosas de Galar e daí toda a indústria, contudo, era mantinha à base de uma tecnologia tão antiga... Vapor! Extremamente poluidora e menos eficaz do que algumas fontes de energia já usadas hoje em dia... Enfim... O que tem resultado para a cidade é o que têm usado, mas talvez devessem pensar mais no efeito nocivo para o meio ambiente.

O moço caminhava bem no centro da rua, uma rua apenas para pedestres, e só por isso já se destacava dos outros. O espécime exótico, para Galar, também o ajudava a sobressair ainda mais aos olhares dos nativos. Sem dúvida, o centro das atenções, por breves segundos já que até podiam reparar dele mas logo se focavam nas suas atarefadas vidas, há exceção de um par de velhinhas que estavam sentadas às janelas de um pequeno prédio, três andares, que parecia comentar de forma prejurativa o garoto.

Olha à sua frente, para além das pessoas andando para a frente e para trás, o caminho se dividia em três caminhos. No cruzamento surgia uma estrada para veículos que tanto seguia para a esquerda quanto para a direita, já em frente depois de atravessar a estrada era possível ver o que parecia ser um pequeno jardim ou parque público. Ao longo dos vários caminhos espalhavam-se boutiques, padarias, pastelarias, bijutaria, cafés, enfim... Uma enorme diversidade de lojas.

No fim, o moço optou por seguir na direção do parque, afinal, era o local que lhe parecia mais óbvio para encontrar o necessário para satisfazer os seus objetivos. Não foi uma caminhada de muito tempo, uns breves minutos e ele lá estava na frente da entrada. Um grande portão bem adornado e trabalhado com ferro negro fazendo uma curvas, havia ainda um arco por cima que tinha ainda algumas flores estrategicamente colocadas para que ao crescer cobrissem parte do portão.


E então o monotreinador entrou no parque e for imediatamente recebido por uma vasta diversidade de flores e plantas típicas da região. Obviamente, havia também uma grane quantidade de atividade com as pessoas passeando pelo local, outros apenas aproveitando o ar um pouco mais puro devido à grande quantidade plantas e ainda os vários jardineiros cuidando do local.

- Já era horas de eles terem vindo não acha? - uma das jardineiras dizia olhando para o fundo do parque, como se estivesse esperando por algo, assim como ela muitas das pessoas que estavam por ali começaram a bufar também chateados porque nada parecia estar a acontecendo - O que será que está acontecendo? Eles sabem que toda a gente está à espera... - os murmúrios de descontentamento começavam  dispersar-se por todas as pessoas tornando-se em um barulho geral mais irritante que outra coisa - Vai sobrar para nós... - a moça seguia com um suspiro querendo dizer que as pessoas iam começar a reclamar com os únicos trabalhadores do local ali no momento.

O parque estendia-se em dois caminhos que seguiam lado a lado com canteiros de flores no meio, ao longo dos caminhos surgiam pequenos espaços cobertos por plantas que ofereciam boas sombras para se proteger do sol. Mais à frente os caminhos seguiam direções diferentes, o da esquerda seguia para cima e para a esquerda enquanto que o da direita começava a descer para a direita, nessa bifurcação surgiam árvores enormes que pareciam se estender por um grande espaço mas não era possível ver muito mais para além disso.

Perante a situação, Valentain achou que a melhor opção era se esconder atrás de uns arbustos e esperar que algo acontecesse. Uma atitude um tanto quanto estranha já que tinha um monte de outras pessoas no local que não entenderam muito bem aquele comportamento do monotreinador e começaram até achar que ele era maluco.

Contudo, o desespero geral continua com ninguém sabendo o porquê do atraso e a apreensão dos jardineiros só ia aumentando - Hey, jardineiros! Cadê os Weezing? - dizia uma homem - É! A gente quer ver eles! Já deviam ter sido liberados! - depois uma mulher seguia - Sim! Eu prometi para a minha filha que hoje íamos ver os Weezing! - e daí continuou com um aumento do tom de voz e comentários cada vez mais agressivos.

Os decoradores de jardins nem sabiam muito bem como reagir já que eles próprios não pareciam saber o porquê da demora - Tenham paciência, senhores e senhoras... Deve ter havido algum imprevisto e por isso devem estar atrasados, eles devem estar aqui tarda nada, mas por vias das dúvidas eu vou ir checar. - disse a mesma jardineira de antes que saio andando bem rápido pelo caminho que descia.

Por agora, ninguém ali parecia muito interessado em batalhar mas Valentain estava na presença de algum problema...

E então Valentain optou por seguir a mulher e tentar descobrir algo, tentava passar despercebido entre toda a gente e enquanto seguia atrás da mulher se escondendo atrás de umas plantas ou até mesmo rochas maiores decorativas.  O que é certo é que a mulher parecia demasiado preocupada com algo para sequer notar os barulhos que Valentain poderia fazer enquanto a seguia.

O parque ainda tinha algumas flores, contudo, devido às grandes árvores que tapavam a luz do sol a flora era maioritariamente dominado por algumas plantas mais rasteiras que iam decorando os jardins, para além disso, era bem mais escuro que na zona da entrada do parque. Havia muito menos pessoas já que a maioria tinha-se dirigido para a entrada para puder assistir ao evento.

A jardineira caminhou durante bastante tempo, quase chegando ao outro lado do parque, até que chegou a uma espécie de zoológico com apenas uma exibição. Era um espaço bem amplo e com vidro limitando o local para que tanto se pudesse ver para dentro como para fora. Lá dentro havia mais algumas árvores e flores e, bem escondidos, estavam algumas escotilha que emitam uma gás verde tropa. Contudo... Estava vazia, sem nada a ser exibido!

A mulher deitou as mãos à cabeça ao perceber que algo não estava certo e tateava com o pé no chão de tão nervosa que estava até que pegou no seu celular para tentar contactar alguém. Iria o monotreinador tentar intervir ou continuaria esperando e observando das sombras?

Perante aquela situação, Valentain não viu outra opção, ou pelo menos não lhe pareceu que outra ação fizesse mais sentido, e pulou na frente da jardineira que já estava acelerada e bastante nervosa com o coração a mil e o pulo sem aviso do monotreinador fê-la soltar um grito imenso de susto e soltar o celular para longe, que simplesmente caiu todo partido, e a moça... Também caiu desmaiada com o aumento da pressão a um nível que o cérebro simplesmente teve um shutdown.

Oh não...