Missão de Recrutamento - Sckar Quer Ser Um Ranger

Sckar

O homem coçava sua barba, mais alisando-a, com um olhar interessado. E abria um sorriso sincero e simpático em seu rosto... Ele dava início as respostas, enquanto estendia a mão em direção à fazenda, convidando-o à passear ao redor das estruturas.

— Primeiro, vou te pedir educadamente que guarde seu Charizard. É um belíssimo Pokémon mas, temo que não só as estruturas, materiais e muito menos os Pokémons que convivem por aqui, tenham um apresso à sua espécie. Você como é um treinador e estudante deve entender isso. Charizard é fogo e voador, e os meus insetos detestam as duas tipagem... Ainda mais elas combinadas... - Gargalhou timidamente como se fosse uma piada. Mas o apelo parecia sincero. Os Spinaraks e Ariados que estavam no ambiente pareciam fugir e se acolher-se sobre as bordas de telhados ou ambiente escuros, e sinceramente demonstravam medo do gigantesco alado Pokémon.

— Bom, trabalho nesse ramo a pouco tempo. Vim de Galar. Conhece? Vim a passeio uma vez. Me apaixonei por uma bela dama que... Descobri já ser casada... - Disse com um olhar sinceramente pesado... - Mas, construí isso aqui com pouco dinheiro que tinha pois descobri que era um bom negócio nessa área. Felizmente, me dei bem. Consegui algumas dicas de quem trabalhava no ramo e por coincidência eu já tinha Ariados. - Respirou fundo enquanto dava voltas na propriedade, cheia de Spinaraks em árvores, algumas faziam belíssimo artesanato com suas seda, e alguns funcionários limpavam a sujeira feita por isso. Todos pareciam felizes ali, tanto os trabalhadores quanto os Pokémons. - Desculpa mas, alguns prédios você não vai poder entrar por ter muitos maquinários e, você precisa de EPIs correto para não se machucar... Minha rotina não é muito complexa. Contrato gerentes para deixar tudo nos conformes, apenas vejo relatórios e tomo providências administrativas. As vezes passeio por aqui, vejo como está, mas pouco ponho a mão na massa. As vezes, apenas passo o dia fora... - Comentou indo para a segunda pergunta. - Hoje em dia acho fácil. Bem, antes era terrivelmente difícil. Quando eu tinha que fazer tudo sozinho, mas é um trabalho mais de administrador agora. No começo, era árduo, eu tinha que treinar os Pokémons, discipliná-los, e mexer no maquinário. Não tinha um dia que eu não estava cansado. Mas sempre fui trabalhador... - Passou para a próxima questão. - Hoje eu descrevo como tranquilo. Consegui estabilidade, e consequentemente a oportunidade de mais descansar do que trabalhar. Mas antes a concorrência era mais árdua... - Ele entrou mesmo sem querer na próxima pergunta de Sckar, que provavelmente seria uma pergunta chave. - Bom... - Pareceu um pouco pensativo e até um pouco... Relutante? Em responder... - Complicado... Estamos num momento bom. No começo, quando eu criei, pois sou a indústria mais nova à crescer... Era difícil. Eu não tinha tantos Pokémons para criar uma indústria. Minha Ariados tinha conseguido procriar algumas vezes, e consegui importar alguns de Johto antes do incidente. Aí, eu apenas sobrevivia mas meu comércio sempre chamou atenção pois a seda dos Pokémons aracnídeos são as mais leves e finas... Eu competia apenas com os Joltik de Morgat... Nessa época os Sewaddle dominavam o mercado, e estava quase sendo ameaçado de fechar as portas por conta dessa concorrência... - Pareceu entregar uma resposta claramente comprometedora, mas não percebeu, e continuou contando a história. - Felizmente eu consegui me reerguer. Tive boas... Parcerias... - Parecia se perder nessas últimas palavras e logo após retornar a realidade. - Bom. Vamos a próxima pergunta. O que eu mais gosto? A estabilidade e estar perto de... Er... Han... E o que eu mais odeio...? Em respeito ao meu trabalho? Hum... Talvez a competitividade dos fazendeiros... - Uma questão parecia mal respondida, e Sckar devia ter percebido que não estava a resposta completa, mas ele foi direto à última questão. - Bom... Eu não sei o que eu mudaria. Mas talvez... Se eu não fosse um homem tão romântico incurável. Eu não tivesse me posto em várias situações entrando nessa indústria...

Parecia ter respondido tudo. Ou parcialmente. Algumas talvez não do jeito que Sckar quisesse. Mas ele poderia perguntar mais, e elaborar outras questões que pudesse arrancar informações chaves que ele quisesse.

@Sckar Happiny já pode ser chocada, porque já chegamos na página 9

Sckar

— Spinaraks não são comuns em Galar. Na verdade, acho que nunca vi um lá. Apesar de sim, algumas espécies quando migram, tomam formas diferente. Não sei muito bem explicar. Meu primeiro Spinarak foi de uma de minhas viagens para Johto. Bem... Já sou um homem de meia idade e viajei bastante... - Disse aproximando-se de uma das estruturas com grande janelas, limpas como cristal, e poderia ver maquinários, Spinaraks tecendo, e alguns funcionários. Nada de misterioso ou comprometedor. - Sim, pode se aproximar e fotografar. Os segredos são mais administrativos, a fábrica sempre foi aberta à visitação, então até aqui, nada de segredos.

Charizard parecia voar livremente pelos céus, à uma distância não intimidadora, mas segura. Ainda assim, havia muitos funcionários ali, gentis e atenciosos. Ainda que fosse extremamente prudente para Sckar deixar o Pokémon atento à qualquer chamado, não haveria nenhum risco à sua integridade.

— Estou nesse ramo não a tanto tempo quanto os outros, mas, não lembro ao certo quando ficou mais fácil. Foi progressivo... - Essa era uma resposta fácil para ele responder, e poderia ter respondido bastante claramente. Mas, por algum motivo, não o fez... Estaria escondendo algo? - Bom, A fazenda Sewaddle e Joltik eram extremamente concorrentes principalmente entre si. Eles são... Eram... Os maiores concorrentes porquê eles focavam em dominar a indústria. Eles focavam os esforços nesse crescimento desenfreados. Então, por muito tempo, dominaram o mercado. Morgat apesar daquele maquinário antigo, fazia seda numa demanda gigante, acompanhado do Sr... Myuki... - Comentou meio que engasgando o nome. - A Fazenda Caterpie da Dona Lorna prosperava de forma diferente. Ela busca apenas o bem-estar dos Pokémons e funcionários. Ela não era tão visionária assim. Uma ótima pessoa. Carl da Fazenda Wurmple por outro lado tinha tudo pra crescer. Mas é um homem ganancioso demais e completamente materialista. Todos os lucros dele, ele revertia pra bens pessoais. Então nunca investia em sua indústria, mas começou a prosperar de um tempo pra cá. Fiz um reconhecimento administrativo sobre as outros indústrias antes de montar a minha, mas... Tudo legalmente, tá? - Enfatizou sabe-se lá porquê. - Bom, eu por outro lado não montei essa indústria por escolha... Fiz pela ocasião, pelas coincidências, e por conta de um amor platônico impossível... - Voltou a tocar no assunto que, aparentemente responderia a outra questão de Sckar. - Bom garoto. Quando a gente ama, a gente faz coisas inimagináveis e impossíveis, pra poder ser correspondido ou agradar... E isso me colocou em enrascadas e em um caminho sem volta ao qual não me orgulho mas... Isso é pessoal... Não tem nada com meu trabalho... - Disse parecendo ter devaneios e respondendo a questão anterior de Sckar. - Parcerias, pareceria... Totalmente por boca, nada concreto ou oficial. Apenas... Uma pessoa que me deu dicas de tudo...

A Pokémon que chocava do ovo, após as perguntas, se tratava de uma Happiny. A qual o senhor que apresentava a fazenda logo reconheceu.

— Olha! Uma Happiny! São Pokémons extremamente dóceis, geralmente, e bastante cuidadosas com os outros... Você é um rapaz de sorte. - Disse retirando um biscoito Pokémon e entregando para a Pokémon que apesar de bastante desconfiada, aceitou pelo instinto já que o cheiro à atraia. - Sim, deixe-a livre. Aqui é totalmente seguro para ela! Mas fique de olho para ela não acabar saindo da sua vista. O lugar é grande e cheio de entradas onde os Spinaraks entrarem... - Disse realmente feliz por Sckar e pela Happiny.

Don Trunk realmente parecia um senhor bondoso e humilde. Porém algumas de suas falas eram comprometedoras. Seria ele capaz de tudo isso que Sckar procuraria?

Sckar

— Oh não não... - Gargalhou com a pergunta de Sckar. - Eu sou um viajante. Não um profissional Pokémon. Inclusive, recebi uma notícia de que Johto e Kanto estão aceitando voluntários para recuperar a região. Começará em breve... - Disse alisando a barba, provavelmente pensando na hipótese em ir. - Infelizmente, adoraria ir mas... Tenho afazeres nessa fábrica... - Disse com um sincero pesar.

Após isso, respondeu a quantidade de Pokémons que haviam na fábrica, e pareceu ser sincero. Comentou sobre Spinaraks e Ariados, sobre os Machokes que ajudavam os carregadores de caixa, sobre a quantidade de funcionários. Nada fugia do fora do comum ou suspeito. Além de que, todos os prédios, inclusive onde era a residência dele, haviam janelas, e os Pokémons eram livres para sair, pois sempre havia uma portinhola em cima ou embaixo das estruturas onde os Pokémons entravam e saiam como bem entendiam. Dificilmente haveria um Pokémon raptado ali.

Apesar das transparências, algum mistério rondava nas questões pessoais da vida do homem. Faltava algo ser investigado, e como Sckar faria?

Sckar

— Er... Na TV... No-nossa... - Disse gaguejando, e afrouxando um pouco a gola de sua camisa de babados para fora de seu pescoço... - Er... Somos bem rigorosos na segurança. - Neste momento, Sckar recebe uma mensagem. Era do senhor Myuki.

Myuki Mensagem escreveu:

Olá, meu caseiro me deu seu número dizendo que gostaria de falar comigo. Bem, estarei em minha residência, com minha esposa. Se puder aparecer antes das 14 horas, será bem vindo.
Endereço: ---
Até lá!

Fora isso, a pequena Happiny perambulava sem rumo, seguindo Spinaraks e até brincando com alguns que gentilmente tratavam a pequena como a bebê que ela era. Em um momento, ela aparecia apenas caminhando perto da janela da casa do senhor, talvez fosse o quarto dele. Era uma altura relativamente alta, e talvez Happiny se machucasse muito caso caísse.

Caso Sckar fosse resgatá-la, poderia ver na mesa de cabeceira, a foto de uma senhora de cabelos grisalhos comprido. Não era bem senhora, uma mulher de traços orientais, cabelo grisalho, por volta dos 40 ou no máximo 50 anos (a mesma idade de Don Trunk). Seria o amor não correspondido dele?

Se tivesse alguma coisa a fazer ali, talvez Sckar tivesse de ser rápido, pois já estava perto das 14h, e, poderia perder a oportunidade de um encontro com o dono da fazenda incendiada.

Qual seria a decisão dele?

Sckar

— Nossa... Er... Bem... Preciso dar uma ligação, e você voltar à sua casa, ainda é horário de trabalho e eu preciso voltar aos meus afazeres. Não seria bom você ficar por aqui sem supervisão... - Era nítido como Don Trunk, apesar de tudo, se preocupava com o bem-estar de Sckar. Bem, se pensasse da maneira que ele falava, gesticulava, poderia ser inocente, inclusive na maioria de seus comportamentos. Entretanto, outros, demonstraria uma culpa. Culpa essa que também poderia deixar clara ser arrependidas, ou até... Manipuladas?

De resto, o homem não daria abertura para que Sckar entrasse dentro de sua casa. A fotografia seria algo único relevante para ele achar. Ainda que conseguisse entrar, seria muito difícil conseguir algo mais comprometedor e, em um local lotado de insetos venenosos, apesar de parecer dóceis, seria muito arriscado. O melhor seria seguir o pedido do proprietário e sair dali. Ainda que, com Charizard, pudesse voltar a hora que quisesse.

Seguindo as instruções dada por Myuki por mensagem, sua residência, seria uma exuberante casa de campo, um pouco afastada de Oldale. O homem, de traços orientais, por volta da meia-idade, estava do lado de fora, com um Leavanny, cuidando de uma horta.