Pokémon Mythology RPG
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[01] Após a tormenta

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Não sei muito sobre túneis, já que nunca tinha entrado em um antes, mas… é normal ter tantos buracos neles? Talvez seja só mais uma das bizarrices desse lugar. E, de alguma forma, aquela voz macabra conseguia se aproveitar disso. Era como se a risada se dividisse em cada um daqueles buracos, tornando impossível saber ao certo de onde ela vinha. O som parecia vir de todas as direções, misturando-se ao seu próprio eco em uma sinfonia caótica e ensurdecedora. Era de enlouquecer. Não estava fácil me concentrar no caminho à frente, aquelas risadas tomaram conta da minha cabeça assustadoramente rápido. Naquele momento, desejei que Poochyena começasse a latir ou que Yoshiro dissesse algo, qualquer coisa que pudesse me distrair daquilo.... no entanto, os dois estavam quietos.

Minha humana estava com ambas as mãos na cabeça, tampando suas orelhas com tanta força que seus braços chegavam a tremer. Uma das vantagens de ser a única ali com braços ao invés de patas, mas ainda assim era óbvio que aquele barulho estava afetando-a. Sempre que ele se tornava um pouco mais intenso, Yoshiro fechava os olhos e deixava escapar um lamento, parecia prestes a chorar. Poochyena não estava muito melhor, ficava tentando cobrir as orelhas com as patas, apenas para descobrir que não conseguia andar sem elas.

Eu nem sabia mais para onde estávamos indo, só continuamos seguindo em frente pelo que pareceu uma eternidade. A cada passo, só desejava que aquela algazarra insana acabasse logo. Aquela situação era tão desconfortável, roubou tanto minha atenção que demorei um pouco mais que o normal para perceber o aumento da umidade sob os nossos pés. Quando me dei conta, já estava com as minhas patas afundando em barro. Embora ficasse um pouco mais difícil de andar, não era nada que me incomodasse muito. Com certeza mil vezes melhor que aquelas risadas…

- Lama… tinha que ser lama…? - Pelo jeito, minha treinadora não concordava comigo, ela começou a choramingar mais alto conforme a lama ia ficando mais profunda. Por favor, Yoshiro, não tá na hora de começar a agir feito uma patricinha mimada… o barro parecia estar incomodando-a tanto quanto as risadas, estava tão atormentada que não conseguia raciocinar direito. Logo agora, ela não estava nem sequer se lembrando do enigma de Arbok.

Eu não tinha certeza de como ele era, e Poochyena, muito menos. No entanto… Yoshiro comentou sobre sons entrelaçados, não foi? E, na parte seguinte, tinha algo sobre lama também. Mas o que vinha depois? Era difícil pensar com aquele barulho todo, mas fiz meu melhor. Luz. Era isso? Onde raios encontraríamos luz em um túnel!? Nem sequer fazia sentido!

Não que alguma coisa aqui faça. Aquele lugar era insano, então tínhamos que jogar conforme as regras. E, por hora, a regra era aguentar aquilo tudo e seguir em frente, na esperança de que, com sorte, alguma luz seja achada. Se não desse certo? Bem, então teríamos que encontrar outra solução. Desistir não era uma alternativa, chegar ao coração do labirinto era a nossa maior chance de encontrar alguma saída.

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A waterful start
Route 110


É, as coisas ali não eram fácies. Yoshiro não era acostumada àquilo tudo, e não era nem um pouco fácil abandonar, do dia para a noite, a comodidade de um quarto grande, de cama macia e roupas confortáveis. Lama? Apenas se fosse para tratamento cutâneo, imagino eu. Assim sendo, a jovem não gostou nem um pouco de sentir o barro a entrar dentro de seus sapatos.

As risadas também não eram nadinha agradáveis. Incomodavam bastante, se me permite adicionar. Não que eu saiba disso por experiência própria, claro, mas a treinadora — tal como seus pokémon — parecia sofrer bastante por seu canal auditivo. É, tapar os ouvidos com as mãos, ou patas, não era a melhor ideia possível. Não ajudavam muito, e mesmo que o fizessem, traria algumas complicações posteriores para quem quer que fosse quadrúpede.

Ainda assim, Sapphire esforçou-se para focar no que importava (algo que ele também não sabia ao certo o que era), e tentou lembrar da profecia de Arbok. Afinal, aquelas palavras eram o melhor guia que tinham no momento, mesmo não sendo o mais objetivo possível, claramente. Sons, lama... Tudo isso parecia retratar até que bem a situação na qual encontravam-se.

Mas luz?

Onde diabos encontrariam luz naqueles túneis malditos?! Essas casas mágicas doidas que aparecem no meio de florestas e teletransportam seus invasores para algum lugar aleatório já não são mais como costumavam ser... Ou eram? Bem, nunca encontrei uma destas na minha vida antes, então não tenho certeza se posso opinar com tanta segurança assim.

Novamente, foi apenas falar (ou pensar, neste caso), para ver a mágica acontecer. As risadas subitamente pararam, sem nenhum aviso prévio. Na parede à esquerda, de onde antes propagava-se o horrível som, agora saía uma estranha luz. Só dali, aquela específica porção da parede esquerda. Mais precisamente, na parte inferior. Inclusive, era importante ressaltar que, mesmo que continuassem em frente, veriam um outro beco sem saída, após uma última curva do túnel.

Bizarro. Mas o que fariam? Talvez fosse mais fácil de pensar agora que não tinham uma risada macabra ressoando em seus ouvidos.





PROGRESSO — HANAKKO :


Última edição por Renzinho em Seg maio 25 2020, 08:43, editado 1 vez(es)

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Pela primeira vez, fiquei feliz por nada ali fazer sentido. Enquanto o Minotauro e o pássaro de fogo surgiram quase que por comando de voz, a luz não precisou nem ouvir seu nome para aparecer. Pouco tempo após eu ter pensado nela, as risadas pararam (para o alívio geral) e, em seu lugar, surgiu um brilho que vinha de uma parede à minha esquerda. O estranho era que não havia nada mais emitindo claridade por ali, apenas aquele ponto específico. Deve significar que há algo naquele rumo, não?

- A luz será achada… - Ouvi minha humana murmurando, quase incrédula, e reconheci aquele como um dos trechos do enigma. Está bem atrasada, Yoshiro. Enfim, pelo menos aquela gargalhada medonha tinha parado, e agora tínhamos um ótimo indício de qual caminho seguir, o que era ótimo. Minha treinadora parecia bem ansiosa para sair daqueles túneis, embora eu suspeite que essa pressa seja mais motivada pela vontade de sair daquele lamaçal do que por qualquer outra coisa.

Sem trocar mais uma única palavra, nós três começamos a caminhar na direção daquela luz. Reparei que ela vinha especificamente da parte inferior, será que tinha algum tipo de passagem por ali? Era uma possibilidade. Outra coisa que chamou minha atenção foi que Yoshiro estava andando de um jeito mais cauteloso que o normal, como se estivesse com medo de escorregar. Imagino que cair de cara na lama seja um destino pior do que virar comida de cobra para alguém como ela. Até dispensou Poochyena, que havia apoiado as duas patas dianteiras na perna da menina, ficando de pé apenas com as de trás e fazendo um olhar pidão. Cobrando o colo que ela tinha prometido, eu acho.

- Agora não, Poochy, você está todo sujo! Só depois que tomar um banho. - É, parece que nenhum de nós dois vai poder ter muito contato com ela enquanto estivermos cheios de barro. Pelo visto, não importa o quanto aquele dia bizarro tenha mudado a vida de Yoshiro, certas coisas não mudam de uma hora pra outra.

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A waterful start
Route 110


Claramente, a luz era um bom sinal.

... Era, não era?

Pareciam pensar que sim. Bem, eu provavelmente também pensaria, caso uma luz me salvasse dos terrores auditivos de uma câmara que ecoa muito (com muito, eu quero dizer MUITO). O fato de aquilo combinar com o enigma da serpente era apenas mais um ponto positivo. Pensaram mais um pouco e decidiram aproximar-se, ainda sofrendo dos terríveis perigos do solo molhado. Céus, aterrorizante.

Apesar de a luz vir daquele ponto específico da parede, não parecia mais frágil e nem dava nenhum indício de ser uma passagem secreta. A rocha era tão robusta ali quanto era no restante do túnel (não que isso fosse algo tão grande, imagino que o fato de ter vários buracos nela já é um fator que indica certa fragilidade, apesar de não ser tão aparente).

De qualquer forma, se eles quisessem ir por ali (isto é, se houvesse mesmo como), precisariam quebrar um pouco mais a cabeça. Talvez literalmente. Não sei. O que Yoshiro, Sapphire e Poochyena achariam?





PROGRESSO — HANAKKO :

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É, eu não deveria achar que seria tão fácil. Não havia nenhuma passagem naquela parede, nem nada de diferente em relação às outras. Apenas mais uma formação rochosa, com vários buracos, e se não fosse pela luz passando por eles eu nunca teria prestado atenção nela. Contudo, se havia brilho, ele com certeza vinha de algum lugar, não é? Luz não se forma sem alguma fonte, e pelo menos essa lei natural o labirinto não poderia distorcer, por mais insano que ele fosse. Pelo menos, era o que eu acreditava.

- Não tem nada aqui… não dá para passar. - Yoshiro colocou as mãos sobre a parede de pedra, tateando em busca de alguma abertura, ou alavanca, ou botão, ou cogumelo escondido. Qualquer coisa que pudesse fazer uma passagem se abrir. Não achou nada. Ora, mas se a luz a luz vinha de lá, aquela parede com certeza era oca. Tinha algo do outro lado, e precisávamos achar uma forma de atravessar. O problema é… como?

Enquanto eu tentava sem sucesso chegar a alguma resposta, Poochyena achou uma solução bem prática. Tomou impulso e acertou uma forte investida na parede. Olhei pra ele, sem saber se ficava impressionado pela coragem ou surpreso pela loucura. Aquele cãozinho queria derrubar uma parede dessas à força? Bem… o pior é que eu não tinha ideia melhor. Não custava tentar, não é? Só precisávamos torcer para que aqueles buracos fossem mesmo um sinal de fragilidade. De muita fragilidade. Por isso, resolvi ajudá-lo.

Dando cabeçadas numa parede… a que ponto cheguei? Não sei se aquilo estava causando efeito na rocha, mas em mim com certeza estava. Na terceira investida minha testa começou a doer e troquei o Tackle pelo Water Gun. Bem mais cômodo e menos dolorido. Não sei o que existe dentro da minha cabeça, mas deve ser algo importante e não quero amassá-lo. Poochyena, por outro lado, não tinha essa mesma preocupação. Fosse por teimosia ou pela falta de um ataque melhor, continuou investindo contra a parede. Estávamos fazendo a coisa certa ou apenas passando vergonha? Não faço ideia. Mas prefiro acreditar na primeira opção.

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A waterful start
Route 110


Talvez, e apenas talvez, fosse interessante citar que a luz tinham um tom rosado. Não que isso significasse muita coisa, uma vez que ainda continuavam incapacitados de alcançá-la. Era apenas um fato curioso a ser destacado. De qualquer forma, não havia mesmo qualquer tipo de alavanca ou passagem secreta, o que era frustrante. Qual é, eles já não haviam sido frustrados o bastante naquele dia... Ou hora... Ou semana... Ou qualquer outra grandeza utilizada para medir o tempo.

Tão movida por lógica, razão, supersticiosidade e loucuras daquele lugar, Yoshiro estava cega à uma das mais simples alternativas que possuía. Força bruta. Bem, não como se ela possuísse, mas aqueles acerca dela sim. E apesar de alguns ligeiros incômodos físicos (Sapphire não era o melhor adepto ao estilo bate-bate-bate-não-sinto-dor), parecia estar dando certo.

A parede começou a ceder. As cabeçadas estavam funcionando, com aparentemente Poochyena não sendo afetado e rachaduras começando a crescer na rocha. O golpe final? Fora o forte jato d'água do Mudkip. Já não estava mais tão potente quanto outrora, mas ainda assim, não era um golpe que deveria ser levado na brincadeira.

A água penetrara nos orifícios rochosos, fazendo-a ruir de dentro para fora. O que parecia ser uma pequena e apertada passagem tornara-se visível. Só havia um problema. Atacar as paredes de uma caverna quando se está dentro desta não é lá uma ideia tão boa. Aquela parede não fora a única coisa ali a criar rachaduras e começar a ruir.

O túnel todo estava.

Era apertado, talvez não conseguissem passar. Ao mesmo tempo, pedaços do teto e paredes começavam a deslocar-se, fazendo do lugar um campo minado (ou alvo de chuva de meteoros?). Atacar era sempre uma possibilidade, mas será que valia a pena? Não tenho certeza... A luz intensificou-se por um momento, mostrando que realmente havia um caminho para percorrer.

... Se conseguissem.





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A notícia boa é que realmente conseguimos abrir uma passagem, mesmo que estreita. A ruim é que isso fez o teto desmoronar sobre as nossas cabeças. Literalmente. Se a situação não fosse tão desesperadora, eu teria achado engraçado quando vi as rochas se fragmentando e caindo, quase como em uma chuva de meteoros. Engraçado pois aquele lugar inteiro parecia tão determinado a nos matar que parecia um milagre o fato de ainda não ter conseguido. Quais eram as chances de nos metermos em tantas situações de vida ou morte, uma após a outra? Quem sabe Yoshiro soubesse calcular isso pra mim depois. Ou não. É, aposto que não. De qualquer forma, tínhamos problemas mais urgentes para tratar agora. E bota urgentes nisso.

Yoshiro não fez muita coisa além de arregalar os olhos quando viu as paredes caindo, parecia travada no lugar. De novo. Em um primeiro momento, a menina não tentou passar pelo caminho que tínhamos aberto, talvez porque ele era muito estreito, talvez por estar espantada demais para se mexer. E mesmo se ela tentasse… será que caberia? Minha treinadora está bem longe de ser uma humana grande, mas ainda assim era difícil de ter certeza. Por garantia, usei o Water Gun só mais uma vez, para tentar abrir um pouco mais. Já estava tudo desmoronando mesmo, então achei que valia a pena correr o risco. Pelo menos assim eu teria uma garantia maior de que Yoshiro conseguiria passar.

Assim que terminei meu trabalho, ouvi um sonoro “ai!” vindo de trás de mim. Virei-me na mesma hora, e o que vi foi Yoshiro sentada no chão, com Poochyena sobre ela. No lugar onde a menina tinha estado instantes atrás, havia uma pedra de tamanho considerável. Nunca fiquei tão feliz por aquele lobo estar ali… tirando minha humana do caminho daquela rocha, tinha acabado de salvar a vida dela. Fiz sinal para que ele passasse pela abertura que abrimos, e pela primeira vez o cãozinho concordou comigo.

Latir não funcionou para despertar Yoshiro, que estava encarando fixamente a pedra que quase lhe acertara a cabeça. Não era difícil deduzir o que se passava nos pensamentos da garota. No fim, para fazê-la recobrar o senso e se levantar, Poochyena teve que morder a mão dela e puxá-la em direção à entrada. A fisgada que aquelas presas afiadas devem ter causado realmente serviu ao seu propósito, minha treinadora voltou à realidade e, como qualquer um em seu juízo perfeito faria, correu com Poochyena para a única saída visível. No meio dessa confusão toda, eu tentava afastar as pedras que caíam perto de nós com meu Water Gun. Praticar tiro ao alvo com uma chuva de meteoros não era mesmo uma das coisas que eu esperava fazer naquele dia, mas até que seria divertido se nossas vidas não estivessem em jogo.

Pra piorar, eu sabia que não tinha poder suficiente para afastar pedras grandes demais. Por isso, precisávamos sair daquele túnel depressa… Deixei Yoshiro e Poochyena passarem primeiro, enquanto eu tentava cobrir a retaguarda deles. Sabia que o lobo passaria sem problemas, mas estava torcendo para que a humana não ficasse presa no caminho nem nada assim. Não tínhamos tempo para abrir ainda mais aquela entrada.

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A waterful start
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Não fora a primeira vez na qual Yoshiro paralisara perante a uma provação que parecia grande demais. Estava ocorrendo com uma frequência moderada, até. Não que eu possa julgar muito, não sei ao certo se agiria muito diferente disso, mas o fato é que aquilo não era bom. Ainda mais com aquele maldito lugar tentando matá-los a todo momento.

Dizem que alegria de pobre dura pouco. Suponho que de ex-ricos também. Afinal, a garota mal tivera tempo para sorrir antes que visse o mundo cair em pedaços, talvez em sentido mais literal do que seria desejado. Poochyena e Sapphire penaram um pouco para chamar a atenção da garota, que inclusive poderia não estar mais no mundo se não fosse pelo cãozinho. Agindo juntos pelo que pareceu a primeira vez, orientaram a treinadora a seguir em frente.

Apertado, de fato. Difícil de passar? Certamente. Agora, impossível...? Ora minha cara, nada aqui é impossível, como já deve ter reparado muito bem. Motivada pelo pokémon noturno, Yoshiro conseguiu passar pelo espaço que conseguiram quebrar na rocha, apesar de sua cabeça ter tido um pouco mais de dificuldade. Enquanto isso, o aquático usava uma tática inteligente para tentar repelir as rochas vindouras.

Entretanto, por mais sagaz e poderoso que Sapphire fosse, ele não podia aguentar para sempre, e muito menos contra as rochas maiores. Só precisava segurar por tempo o bastante para que todos pudessem passar. E conseguiram. O problema era ele próprio. Conseguiria passar?

Pois bem, Yoshiro e Poochyena já estavam do outro lado, e eram capazes de apreciar a beleza do lugar. A passagem pela qual vieram estava quase que fechada. Mas tinham um caminho em frente que poderia ser seguido, guiado por cogumelos rosas. Curioso pensar que já fazia um bom tempo desde que havia visto estes.

Como esperado, estavam em um nível mais baixo, ainda subterrâneo. Entretanto, este "túnel" tinha uma amplitude muito maior, tanto na altura (distância do teto ao chão) quanto de altura e largura. A fonte da luz era, de fato, os cogumelos róseos. Havia um ou dois de outras cores perdidos por aí, mas o destaque era para o rosa.

O caminho era inclinado, também. Subia gradualmente até que não se podia ver mais o que tinha em frente, do lugar no qual Yoshiro encontrava-se, com os cogumelos acompanhando-o por toda sua extensão. O único problema era: Sapphire ainda não havia aparecido.

...

Ah sim, o Mudkip. Ele lutou bravamente. Mas mesmo que tentasse correr para a saída assim que visse que estava tudo bem, não o faria a tempo. Trágico, realmente, mas fora necessário para salvar todos. Valera a pena? Não sei ao certo. bem, quando parecia que tudo estava acabado, os tremores pararam, as rochas pararam de cair. E não, não teve panqueca de anfíbio (eca).

Ainda assim, estavam separados. O caminho que tinham, destruído. Era cruel. Injusto. Mas era como era. O que fariam, então?





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Off :





Sapphire

Não importava quantas rochas eu acertasse, não parava de aparecer mais. Naquele ritmo, logo o túnel todo estaria em ruínas… e nós com ele, se não saíssemos daquele lugar. Felizmente, consegui tempo para que minha treinadora passasse, não sem muita dificuldade, pelo caminho que tínhamos aberto. Com Poochyena guiando-a, imaginei que logo chegariam ao outro lado. O que será que tinha lá? Não faço ideia, mas com certeza qualquer coisa era preferível a continuar ali. Depois que os dois sumiram naquele estreito corredor, tentei segui-los. Contudo, não fui rápido o suficiente.

As rochas bloquearam a passagem antes mesmo que eu conseguisse chegar perto, forçando-me a recuar. Minha única saída, perdida. E, para onde quer que eu olhasse, tudo o que via era o túnel desmoronando, sua determinação em levar pelo menos um de nós consigo era assustadora. Continuei repelindo as pedras o melhor que pude, embora soubesse que não conseguiria continuar assim para sempre. Senti o pânico tentar tomar-me a mente, contudo, fiz questão de reprimi-lo. Não podia perder a cabeça agora, era o momento em que eu mais precisava ser forte. Tinha que haver alguma solução, qualquer uma… mas qual?

Fosse por sorte ou por alguma piedade divina, nem precisei chegar a uma resposta. O tremor parou por si só, e as pedras não mais se desprenderam do teto. Como se nada tivesse acontecido, o túnel se acalmou, e o som desesperador das colisões foi substituído por um silêncio tranquilo, quebrado apenas pela minha respiração ofegante. Pisquei um par de vezes, só para garantir que era aquilo mesmo. Eu… estava salvo? Como? Aquele caos teve fim de uma forma tão abrupta quanto tinha começado, isso não era normal. Mas, francamente, eu já devia ter desistido de esperar qualquer normalidade naquele lugar.

Quando notei que realmente não havia mais o risco de virar panqueca de Mudkip, respirei fundo, aliviado. No entanto, o alívio não durou muito. A passagem ainda estava fechada, eu não tinha como ir até Yoshiro. Ficar separado da minha humana, estabanada como ela é, em um ambiente tão psicótico quanto esse.... não, não, isso não podia acontecer! Eu precisava encontrá-la, e rápido. Não quero nem pensar no que pode acontecer com aquela tonta sem mim. Devia haver outro caminho, eu só precisava encontrá-lo. Então, corri ao longo do corredor, desviando das rochas que jaziam no chão como em uma pista de obstáculos. Procurava por qualquer coisa que parecesse fora de ordem, destoante, que me chamasse a atenção.

Pelo amor de Arceus, Poochyena, cuide dela!

Yoshiro


Dizem que Arceus sabe o que faz. Minha vida inteira reclamei por ser tão pequena (é pedir demais medir ao menos 1,60m?), mas nunca passou pela minha cabeça que isso poderia me salvar um dia. Se eu fosse só um tiquinho maior, aposto que não teria conseguido atravessar. Mesmo me curvando o máximo que pude, minha cabeça ainda batia na pedra, e era muito difícil andar naquela abertura estreita. Também não ajudava nada saber que o mundo estava literalmente desabando lá fora… ainda sentia meu coração palpitar pelo susto que levei, e o som das pedras colidindo com o chão, ruidosas como trovões, só me deixava mais aflita. Se Sapphire não estivesse lá desviar as pedras, ou se Poochy não tivesse me protegido naquela hora...

Vamos, Yoshiro, só se concentre no que deve fazer… Tentei balançar a cabeça para espantar esses pensamentos ruins, mas só o que consegui foi batê-la na parede. Poochy me olhou, parecia preocupado, e tentei dirigir a ele um sorriso para mostrar que estava tudo bem. Não estava, e esse galo que vai ficar na minha cabeça é prova disso. Contudo, eu já tinha travado de medo antes, e não queria parecer tão fraca. Ele e Sapphire tinham feito todo o trabalho difícil, minha única tarefa consistia em atravessar o caminho que eles mesmos fizeram para mim. Estar achando isso difícil era patético...

Pelo menos Poochy estava ali comigo, isso expulsava parte do medo que aquele desabamento havia causado. Ele andava à minha frente, farejando o caminho com atenção, mas com frequência se virava para verificar se eu estava bem. O olhar do pequeno era tranquilizante, assim como o latido encorajador que me dava quando eu parecia fraquejar. Quando finalmente conseguimos chegar do outro lado, o carinho que eu tinha por aquele cachorrinho estava mais forte que nunca. Poochy era tão amável e fofo, encontrá-lo foi uma das maiores sortes que tive naquele dia, junto com ter conhecido Sapphire.

Espere… Sapphire… Por que ele ainda não tinha atravessado…? Não devia estar logo atrás de nós? Como se respondesse minha pergunta, um estrondo mais forte que os demais se fez ouvir. Nos viramos imediatamente naquela direção, apenas para perceber que o caminho tinha sido bloqueado. Meu Mudkip não tinha mais como chegar até nós. Ainda tentei correr de volta para a passagem, na esperança de conseguir tirar alguma pedra do caminho, ou fazer qualquer outra coisa que abrisse-a novamente. Contudo, Poochy me puxou de volta, não me deixou chegar nem perto da parede. Como ele, eu também sabia que era inútil. Só não queria aceitar.

Tentei gritar pelo anfíbio, apenas para sentir minha garganta arder em protesto. Não houve resposta, eu nem sabia se ele tinha me ouvido. No entanto, já não havia mais o som das rochas caindo, que antes era tão alto e claro. Até mesmo o tremor do chão havia parado. Graças a Arceus… isso só podia significar que Sapphire estava seguro. Mas ainda precisávamos achar outra forma de chegar até ele.

Bem… por que não seguir o rosa? Ele já nos guiou antes, então deveria nos mostrar o caminho agora também, não é? E, de qualquer forma, não tínhamos muitas opções… ficar ali não nos ajudaria a encontrar Sapphire. Por isso, chamei Poochy para andar comigo em direção à única saída que meus olhos alcançavam: uma espécie de rampa, com cogumelos rosas por toda a sua extensão. Não conseguir ver o caminho inteiro me deixava meio nervosa… no entanto, era nossa melhor alternativa.



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A waterful start
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Yoshiro, em apenas um dia (digo, dia?), havia passado por muita coisa com Sapphire. Era impressionante, até, a quantidade de coisas que vivenciaram juntos em tão pouco tempo que se conhecem. Assim sendo, não puderam deixar de ficarem apreensivos quando uma barreira física instaurou-se entre eles. Não tinha muito o que fazer, agora. Haveriam de percorrer seus próprios caminhos, sozinhos (você não conta, Poochy).

Lamentar não ajudaria. A treinadora tinha uma rota guiada a seguir, enquanto o pokémon precisaria criar sua própria. Por enquanto, podemos dizer que o topo do caminho que Yoshiro percorria ainda estava longe, e era um percurso bastante cansativo. Os cogumelos não estavam ajudando muito. Talvez investigar melhor algum deles? Não sei. Afinal, o foco, no momento, não era na treinadora.

Era em um Mudkip que vinha a ser nosso foco, no momento. Ele começou a correr, procurando por algo, não? Talvez conseguisse encontrar algo de útil, com seus olhos atentos. Não foi necessário. Afinal, quem encontrou alguma coisa definitivamente não fora ele.

"Hihihi!"

Sim, uma risada. Não era como aquelas que vinham ouvindo até então, tenebrosas e terríveis. Não, esta era até que simpática, fofa, atrevo-me a proclamar. E antes que o aquático pudesse reagir a qualquer outra coisa, uma coisa caiu em cima de sua cabeça. Era... Quente...? Exato.

E mole.

Eca.

Finalmente, a coisa saíra de cima de Sapphire, revelando-se. Era uma... Vela? Sim. Sua cera tinha uma aparência derretida, mas não parecia que estava, de fato, ainda a derreter, apesar da chama azul em sua cabeça. Trazia um sorriso travesso, como se achasse tudo muito engraçado.

"Olá!" disse ela, com uma vozinha animada. Estranho... Como o pokémon reagiria a isto?





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