Pokémon Mythology RPG
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[01] Após a tormenta

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Sapphire


Quando isso tudo terminar, nunca mais vou querer ouvir uma risada na minha vida. Mas pelo menos essa não era sádica e perversa como a outra… na verdade, era até bonitinha. Simpática, de fato, e, se estivéssemos em outro lugar, eu diria que ela soou inocente como o riso de um filhote. Contudo, eu já tinha certeza de que nada naquele labirinto poderia ser inocente. Só me faltava descobrir quem é que estava rindo, talvez esse alguém tivesse respostas. O som até parecia vir… de cima?

Antes mesmo que eu pudesse olhar, algo quente e mole caiu em cima de mim. Sacudi a cabeça para tentar tirar, mas no fim nem foi preciso, pois aquela coisa saiu sozinha. Ficou parada na minha frente e me cumprimentou na maior normalidade, como se estivesse acostumada a cair do teto na cabeça dos outros.

- Oi. Meu nome é Sapphire, e o seu? - Ótimo, estou conversando com uma vela. Será que uma daquelas pedras me acertou a cabeça? Mas, alucinação ou não, eu precisava de ajuda. E aquela vela ambulante era o único ser vivo que encontrei naquele labirinto e que não parecia agressivo. - Eu tenho que chegar no coração do labirinto. Você conhece algum caminho para lá?


Yoshiro


Por que esse caminho não acaba nunca? Já subimos tanto que eu estava quase vendo a hora de chegarmos no céu. E, mesmo assim, nem sinal do fim da estrada. Para piorar, tinha que ser logo uma rampa? Como se andar no chão plano já não fosse cansativo o suficiente… será que não tinha outra opção? Algo que não envolvesse andar indefinidamente até os confins do universo, de preferência. Foi nessa hora que me lembrei de novo do Minotauro e de Hórus, que haviam aparecido assim que eu comecei a falar sobre eles, como se tivessem sido acionados por comando de voz.

- Poochy, já ouviu falar na lenda do elevador? - Comecei a inventar qualquer besteira, só para ver se o bendito objeto apareceria mesmo. É… acho que não. Pelo visto, aquele lugar era seletivo quanto às coisas que ele queria tornar reais. Então, sem elevadores para nós. - Que chato, por que não chegamos em lugar algum!?

Cruzei os braços e sentei no chão de pedra, não queria mais continuar andando. Quem esse lugar pensa que sou, algum tipo de atleta? Já devo ter andado mais hoje do que no resto da minha vida inteira! Por que não era suficiente?

- Você está me saindo um péssimo guia, sabia? - Encarei o cogumelo rosa à minha frente como se aquilo tudo fosse culpa dele. Eu sabia que não era. No entanto, andar tanto para não chegar a lugar algum era muito frustrante. Se Sapphire estivesse aqui, o que será que ele faria? Digo, além de me dar bronca por estar fazendo birra com um cogumelo. Geralmente é ele quem consegue as respostas e soluções.

Ele tentaria investigar tudo o que fosse possível. Sim, isso seria bem a cara dele… e, no caso, a única coisa disponível para investigarmos ali eram os cogumelos. Pareciam idênticos aos que encontramos antes, mas não custa tentar.

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A waterful start
Route 110


Bem, haverei de concordar. Qualquer um que seja já estaria farto de ouvir risadas naquela altura, fossem elas tenebrosas ou não. Ainda assim, estas que Sapphire agora escutava podiam significar um bom presságio. Mesmo que este presságio fosse quente, fantasmagórico e risonho. Iupi!

Nome...? Hmmm. Pode me chamar de Casty! respondeu a vela, dando mais uma risadinha logo em seguida. Não parecia muito uma alucinação, mas bem, Sapphire já havia aprendido a não confiar nos "pareceres", certo? A outra pergunta pareceu deixar Casty alegre.

O coração do labirinto? Ah sim! Foi pra isso mesmo que eu vim aqui. respondeu então, após divagar brevemente, como se tivesse esquecido do motivo de sua aparição. Sabe, Dimitri queria aprontar mais um pouco, mas eu meio que já cansei. Além disso, que graça teria se você morresse assim?

Certo... Não era a coisa mais tranquilizante do mundo. Mas aparentemente, a vela parecia disposta a ajudar. Ela fez um sinal com a mão, como que chamando o aquático para segui-la, enquanto cantarolava algo que ele não entendia. Não era como se Sapphire tivesse tantas outras alternativas, era?

Enquanto isso, Yoshiro sofria em sua dificílima jornada de subir a rampa. Tudo bem, talvez eu esteja sendo maldoso demais. Afinal, a garota havia passado por muita coisa naquele dia, estava mais que exausta, e seu corpo definitivamente não estava nem um pouco acostumado a exercitar-se. Tentou usar as palavras, mais uma vez, para moldar seu caminho, mas não deu certo.

Droga de lenda do elevador, por que não funciona quando precisa-se dela?! Talvez ela lembrasse de criar o mito urbano do meio locomotivo veloz e de fácil acesso. Tenho certeza que faria bastante sucesso, e não só por entre treinadores desesperados e cansados em lugares misteriosos que encontraram após entrar em uma mansão nada chamativa e misteriosa, minutos depois de quase morrer.

Devo alertar que os cogumelos não responderam, também. O que era bom, imagino. Tudo o que menos precisavam agora era de fungos falantes, que provavelmente tentariam acabar com suas vidas também. Ainda assim, lembrando-se de seu inicial, Yoshiro encontrou uma motivação para continuar, e checar as coisas que a cercavam. Nunca se sabe o que vai encontrar, certo. Talvez um tônico de explosão de energia e vitalidade?

Não? Acho que ela teria que se contentar com os pequenos, mas bonitinhos, cogumelos avermelhados que achara em meio aos rosados. Os fungos praticamente jogaram-se na mão da treinadora, como que implorando para serem descobertos. É, não parecia que ajudariam muito, mas talvez pudessem ser úteis depois. Por enquanto, continuar seguindo em frente parecia ser a melhor opção lamento, Yoshiro.





PROGRESSO — HANAKKO :

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Sapphire


Seguir uma vela fantasmagórica por um túnel desconhecido que instantes atrás estava quase desabando sobre a minha cabeça… não é exatamente a coisa mais tranquilizante do mundo, principalmente após ela ter admitido que era uma das responsáveis por aquilo tudo estar acontecendo. As palavras de Casty ainda ecoavam na minha mente, encaixando-se aos poucos. Dimitri? Esse era o nome daquele vulto? Se eles eram amigos, então por que ela estava me ajudando? Ter ficado cansada da “brincadeira” parecia um motivo tão infantil… mas fiquei impressionado com a franqueza com a qual ela falou. Tão direta e espontânea, não parecia ser mentira. Se a vela dissesse que ia me ajudar por pena ou empatia, eu não teria acreditado, mas tédio era uma razão muito mais coerente.

E, independentemente de Casty ser confiável ou não, eu precisava da ajuda dela, não tinha escolha além de segui-la. Ela era minha melhor chance de chegar ao centro do labirinto e reencontrar Yoshiro. Por mais que eu deteste admitir, sei que não conseguiria me guiar naquele lugar bizarro sozinho. A tipagem de Casty também me deu certa segurança, já que sou naturalmente forte contra o tipo fogo. Se ela em algum momento tentasse se voltar contra mim, eu com certeza conseguiria me defender.

É, morrer não tem a menor graça.” Tive que concordar, ainda meio surpreso por Casty ter dito algo assim com tanta naturalidade. Já que caminharíamos juntos por algum tempo e ela parecia disposta a ajudar, achei que seria uma boa ideia tentar colher algumas informações. Afinal, eu não sabia o que me esperava e queria estar mais preparado. “Esse Dimitri… quem ele é? É parecido com você?

Não esperava que aquele vulto também fosse uma vela ambulante, já que não vi chama alguma quando nos encontramos na floresta. No entanto, seria ótimo se fosse um tipo fogo também… assim como Casty, seria fácil apagá-lo.




Yoshiro



- Está brincando comigo, não está? - Encarei o cogumelo rosa à minha frente com ainda mais irritação do que da primeira vez, sacudindo os dois fungos vermelhos que encontrei. Não é possível que isso seja tudo o que esses cogumelos podem me dar! Sem passagens secretas, sem alavancas escondidas, sem nem sequer uma parte comestível que me faça crescer que nem em Alice!? Isso é um ultraje! Até parece que ele está zombando de mim. Fechei a mão e acertei-a contra o fungo luminoso mais uma vez, só para garantir que ele não funcionaria como um botão, como o outro que encontramos. Não? Ok. Tomara que pelo menos a cabeça dele tenha ficado tão dolorida quanto meus pés estão.

Pelo menos os cogumelos em miniatura que achei eram bonitinhos. Mas eles não iam ajudar em nada… nem comestíveis pareciam ser! Um lanche viria bem a calhar agora, já fazia algum tempo desde que encontramos os biscoitos no deserto. E pobres biscoitos… lembrei-me com tristeza daqueles que se despedaçaram no chão quando viemos parar nessa floresta estranha. Claro, ainda me restava um último, mas eu não podia comê-lo. Era melhor guardá-lo para alguma emergência. Se Sapphire ficasse em apuros de novo, ele precisaria desse biscoito.

Aihn, Sapphire, queria que estivesse aqui agora... Onde será que ele está? Provavelmente procurando por nós. E, do jeito que aquele Mudkip é esperto, acho que chegará ao coração do labirinto primeiro… não quero fazê-lo esperar demais. Mesmo tendo Poochy comigo, não é a mesma coisa sem o Sapphire. E, se para encontrá-lo de novo eu tiver que andar até o fim dessa rampa… bem… acho que é melhor voltar a andar.

Levantei-me muito à contragosto, e não sem antes dirigir um último olhar irritado ao cogumelo. Poochy ainda parecia bem disposto, muito diferente de mim. Minhas pernas estavam doendo, eu não queria dar nem mais um passo. Agora entendo quando mamãe dizia que nem sempre as coisas acontecem da forma que queremos...

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A waterful start
Route 110


Sapphire não estava lá muito contente por ter que seguir um monstrinho que não hesitava em falar sobre morte e fatos "importantes" como quem grita ao vento. Bem, não era de todo ruim, pelo menos dava para a vela um pouco de veracidade na fala. Além disso, era a melhor opção do aquático: Casty havia aparecido e oferecido sua ajuda. Talvez fosse até ofensivo recusar. Ainda assim, era bom permanecer um tanto quanto apreensivo. Vai que.

Ah não, Dimitri é um pestinha. Diferente de mim, nunca sabe a hora de parar. Aquelas orelhas dele chegam a irritar! Se mais alguém ouvisse aquilo, diria que o Mudkip estava totalmente por dentro do assunto, e definitivamente sabia quem era a terceira pessoa do discurso. Às vezes ele até desobedece o vovô, mas é claro, logo se arrepende.

...

Okay, se Casty diz, quem sou eu para discordar? Ela parecia pronta para tagarelar mais um pouco, mas chegaram em um beco sem saída, o que fez a vela estalar a língua contente (ah sim, ela havia começado a andar enquanto falava, nem olhando para trás para checar se Sapphire a seguia ou não). Por que ela estava feliz eu não sei. Não tinha nada ali. Ou pelo menos, é o que quem visse o lugar pensaria.

A fantasminha chegou perto da parede esquerda, encostou sua chama na rocha do túnel e zum! A parede tremeluziu e se desfez. Casty passou por ali com a maior tranquilidade do mundo, como se fizesse isso todos os dias. Não tinha como dizer o que havia por detrás daquilo. Era uma escuridão roxa enegrecida, que parecia tremer como água. Ainda assim, a vela passou sem mais problemas, e não parecia que iria esperar pelo aquático.

Ao mesmo tempo, Yoshiro lamentava por várias coisas. Brigava com os cogumelos, sentia falta de seu pokémon, lembrava-se dos provérbios de sua mãe. Ah, o que ela não daria por um pouco de descanso? Poochyena tentava animar a jovem, mas ela estava, sinceramente, muito cansada daquilo tudo. Felizmente, a rampa parecia finalmente estar próxima de acabar. Mais um pouco, e ela chegaria no topo.

Bem... Vamos esperar que não haja um outro lado para andar, apesar de dizerem que descer é muito mais fácil do que subir. Do mesmo jeito, dizem que tudo que vai volta, não?





PROGRESSO — HANAKKO :

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Orelhas? Vovô? Ao invés de me informar, só consegui ficar mais confuso. Tentei imaginar um fantasma orelhudo, mas a imagem simplesmente não se encaixava. Eu ainda não fazia ideia de que tipo de Pokémon Dimitri era, e, logo, também não sabia suas forças e fraquezas. Se eu estiver fazendo tudo isso para encontrar um tipo planta… ai, tomara que não. Um inimigo que resiste ao meu Water Gun é a última coisa da qual preciso agora.

Casty continuou andando, alegre e cantarolando. Nem olhou para trás para ver se eu a seguia. Por fim, chegamos a um beco sem saída. Antes que eu pudesse questioná-la, ela aproximou-se da parede e encostou sua chama nela. A parede tremeluziu e desapareceu, como se nunca tivesse estado ali. Uma rocha que some sob a ação do fogo de uma vela? Estou longe de entender a ciência humana, mas acho que isso teria feito qualquer cientista arrancar os cabelos. Bem, não é como se eu ainda esperasse qualquer normalidade desse lugar. Quando sairmos daqui, vou me lembrar de testar esse truque em alguma outra caverna que encontrarmos.

Atrás da parede desfeita, não se via nada, apenas uma escuridão roxa que estranhamente me lembrava água. Qualquer perigo poderia se esconder ali dentro, e eu seria incapaz de vê-lo. Mesmo assim, Casty atravessou na maior naturalidade, como se estivesse acostumada a fazer isso. Eu não gostava nada da ideia de entrar ali… mas que escolha havia? Era minha única chance… suspirei fundo, reunindo coragem. Quando ergui o olhar, Casty já tinha atravessado. Corri atrás dela, ficar sem luz naquele lugar seria desastroso. Com uma vela por perto, pelo menos eu poderia me guiar melhor.

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A waterful start
Route 110


Aparentemente, o lado inocente e casual de Casty também tinha seus ademais. Sapphire estava tentando descobrir mais informações sobre o que poderia encontrar pela frente, mas a fantasminha não colaborava muito. Aliás, fazia exatamente o contrário: apenas deixava-o ainda mais confuso. O aquático não gostou muito disso, claro.

Além disso, os truques que a pequenina parecia ter na manga eram surpreendentes. A misticidade não é algo para se entender, e sim sentir. Talvez fosse uma das chaves de a vela ter conseguido fazer aquilo: a naturalidade com a qual tratava tudo. Ou talvez não. Pode ser apenas uma mente-chefe controlando tudo e todos. Vai saber.

De qualquer forma, Sapphire não tinha nada para fazer além de seguir sua guia, mesmo que isso significasse pular para dentro de uma estranha poça de roxidão intensa (esta palavra existe?). Pois bem. Ao atravessar ele sentiria sensações nunca antes sentidas tal como... Ah. Ele não sentiu nada. Era como atravessar uma porta. Em um momento estava na caverna e puf! De volta ao labirinto de cerca-viva.

Casty continuava em frente, tagarelando sozinha. Uma vez ou outra, encostava sua chama em um ponto específico da cerca, e então eles logo se viam em outro ponto do labirinto. Eram atalhos, imagino eu? Bem, ela parecia saber o que estava fazendo.

E por falar em portas, Yoshiro estava em uma situação esquisita. Finalmente havia conseguido chegar no topo da rampa, onde o terreno finalmente ficara plano. E lá encontrara... Uma porta. No meio do nada. Era grama, cogumelos, um paraíso vegetal sob o teto cavernoso e uma porta de madeira alocada no meio de tudo, sem nenhuma construção ou edifício para abrir.

...

Claro, por que não. Apenas mais uma esquisitice em meio à tantas. Ela conseguiria lidar com isso, não?





PROGRESSO — HANAKKO :

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Sapphire


Não sei o que eu estava esperando. Talvez algum tipo de vórtex dimensional que me levasse para um lugar totalmente diferente daquele? Poderia ser. A aparência daquele caminho que Casty abrira era tão singular que me fez imaginar um destino igualmente excêntrico. Todavia, atravessá-lo foi como passar por uma porta normal e, chegando do outro lado, vi que estávamos de novo no labirinto de cerca viva. Encarei a passagem que se fechava atrás de mim, quase magoado. Eu e Poochyena tínhamos tido tanto trabalho para chegar lá embaixo, apenas para descobrir que havia um caminho que não exigia esforço algum. Típico.

Casty continuava andando, estranhamente vivaz para uma vela, e tagarelava sobre algo que eu não entendia direito. Até me lembra alguém que conheço… tomara que aquela tonta esteja bem. Não faz muito tempo desde que nos separamos, não é possível que ela já esteja metida em alguma confusão… ou é? Melhor apressar o passo, por via das dúvidas. Felizmente, Casty conseguia andar naquele labirinto muito melhor que nós, parecia mesmo adaptada àquele ambiente. Vez ou outra encostava a chama em algum ponto da parede (não me pergunte como ela não iniciou um incêndio), abrindo atalho após atalho, parecia saber exatamente para onde estava indo.

Onde você esteve esse tempo todo?” Questionei, abobalhado pela facilidade que ela tinha em se guiar naquele lugar. Se Casty estivesse conosco mais cedo, não teríamos nos perdido tanto.



Yoshiro

Finalmente…


Mal pude acreditar quando chegamos ao topo. Não me atrevi a olhar para trás, mas sabia que aquela subida tinha sido a mais longa da minha vida. E eu que achava ruim subir os lances de escadas no colégio… nem se compara! Eu quase não sentia meus pés, eles nunca mais seriam os mesmos depois disso. Até Poochy parecia finalmente estar ficando cansado. Assim que me sentei no chão de grama, ele sentou-se ao meu lado, com a língua para fora e também tentando recuperar o fôlego. Honestamente, estou com inveja do Sapphire por ter uma Pokébola. Deve ser tão bom ficar descansando dentro dela enquanto outra pessoa anda o caminho todo por ti… não entendo como meu Mudkip não gosta dela, eu amaria ser poupada dessa caminhada toda.  

Quando consegui respirar normalmente de novo, ergui os olhos para ver qual seria nossa recompensa por ter chegado até ali. Quem sabe uma fonte de água, ou mais biscoitos, ou Sapphire nos esperando lá em cima. Ou então… uma porta parada no meio do nada? Ok. Preferi não pensar em quantas leis da física aquilo ignorava. Afinal, não é como se qualquer uma daquelas leis tivesse me ajudado desde que cheguei aqui. Eu não estava com a menor vontade de levantar para abri-la, contudo, também não queria passar mais tempo perto daquela rampa.

- Por que nada aqui faz sentido? - Olhei para Poochy, que apenas balançou a cabeça, como se quisesse mostrar que não sabia. Com um suspiro, levantei-me e andei até a porta, dando umas batidinhas por puro hábito. Claro, eu não esperava que alguém fosse mesmo abrir. - Tomara que não esteja trancada.

Tentei girar a maçaneta, esperando que do outro lado não houvesse nada muito desagradável.

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A waterful start
Route 110


Era legal quebrar as regras, até. Casty mesmo, parecia gostar bastante. Ela não se importava se aquilo era um labirinto, onde supostamente você deveria escolher caminhos e perder-se no final de tudo. Parecia até que ela estava criando seu próprio caminho. E sim, não ter começado um incêndio era uma pergunta bastante racional. Não era todo dia que se via um fogo que não queima plantas.

"Hm? Eu estava aqui o tempo todo. Logo atrás de você, se me permite adicionar." disse ela, com mais uma risadinha, como se aquela fosse a coisa mais óbvia do mundo. Então parou subitamente de andar. Olhou para um outro ponto específico da cerca, que sinceramente, não parecia ter nada de especial.

"Chegamos! Está pronto?" foi o que ela disse antes de encostar sua chama na vegetação. Chegaram aonde? Acho que só esperando para saber...

Mas eles não eram os únicos que haviam chegado em algum lugar. Após frustrar-se inúmeras vezes, Yoshiro finalmente alcançara seu objetivo de subir a temerosa rampa, apesar de o trajeto ter conseguido cansar até mesmo o inabalável Poochyena. Seu maior desafio agora era um pedaço comprido de madeira, alocado no meio da vegetação, contrariando toda e qualquer regra e senso de ordem que a jovem poderia ter.

Bateu na porta, como uma formalidade habitual, e então girou a maçaneta. O que viu não foi nenhuma escuridão arroxeada. E sim uma paisagem por completa: tal como com Sapphire, era o labirinto. Entretanto, parecia uma parte um tanto quanto... Especial do labirinto. Só era possível reparar que estavam dentro dele ao notar as longínquas, mas presentes, cercas verdejantes ao fundo.

Afinal, o ponto principal de tudo, a primeira coisa que se notava era o imenso lago azul no centro do lugar. Grande era pouco para descrevê-lo. Sua água parecia calma, limpa, e reluzia em um tom azulado belíssimo de ser observado. Algumas outras plantas eram vistas rodeando-o, como palmeiras e samambaias, além dos tão característicos cogumelos. Em alguns pontos, a água brilhava nas cores destes, refletindo a luz bioluminescente.

Era bonito.

Quase como um oásis, um ponto de descanso para a tão cansada Yoshiro. Bem, já estava demorando, não? Ainda assim, talvez fosse bom manter a cautela. Afinal, nada tinha sido tão simples até então. Provavelmente apareceria algo, ou alguém, para atrapalhar tudo. Céus, por que tão complicado... Mas bem, a visão de um lago era tranquilizante, não? Seria este o coração do labirinto? Explicaria a alta na umidade relativa do ar...





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Sapphire


O tempo… todo? Casty continuou andando, feliz e saltitante. Mas eu travei bem ali, ainda tentando processar aquelas últimas palavras. Ela esteve atrás de nós esse tempo todo!? Como eu não percebi? E como Poochyena não sentiu o cheiro dela? Eu só podia torcer para que aquela fosse apenas uma piada de mal gosto… pois a constatação de que havia um fantasma atrás de nós, observando todos os nossos passos, era arrepiante. Sempre me achei tão esperto, me assusta a ideia de ser manipulado como uma peça de jogo e, pior, nem reparar.

Chegamos… onde?” Fui arrancado dos meus pensamentos por Casty, que estava parada alguns metros na minha frente. Ignorei propositalmente a segunda parte. Depois do que ela tinha dito, como eu poderia estar pronto? Não estava nada pronto! Se aquela vela, de aparência tão inofensiva, tinha sido capaz de nos fazer de trouxas esse tempo todo, o que será que aquele tal Dimitri poderia fazer?  

De qualquer forma, era melhor eu me acalmar rápido, pois Casty já tinha encostado a vela contra a cerca. Logo o caminho estaria aberto, e eu precisava encará-lo de cabeça erguida. Tenho um dever a cumprir, e não posso falhar… demonstrar qualquer medo para esses fantasmas é a última coisa da qual preciso agora.




Yoshiro


A visão que surgiu diante de nós era simplesmente estonteante. E, pela primeira vez naquele dia, em um bom sentido. Belisquei meu braço, só para ter certeza de que não era um sonho. Graças a Arceus, não era. Ouvi Poochyena latir animado e, instantes depois, o pequeno correu pelo campo gramado até o lago de água cristalina que se estendia até onde minha vista alcançava. Eu o segui, mas sem pressa, estava ocupada admirando aquele oásis que milagrosamente havíamos encontrado. Tentei vasculhar em minha mente por alguma memória de um lugar tão bonito quanto aquele, porém nada me surgiu além de cenas vistas na TV. Naquela época, eu jurava que uma tela poderia me mostrar tudo o que quisesse ver. O mundo não me fazia falta. Mas, agora… a sensação de estar lá, vendo de verdade… era diferente de tudo o que eu já tinha sentido.

Tão distraída, não reparei que Poochyena tinha se jogado na água. Ao menos, não até sentir as gotas frias respingarem em mim. Ele não se afastou da margem, ficou tão próximo que eu poderia alcançá-lo se me abaixasse e estendesse o braço. Mesmo assim, parecia estar se divertindo, jogava água para cima e brincava alegremente, refrescando-se depois de tanto caminhar. No início, fiquei preocupada, mas relaxei ao ver o quão feliz ele estava. Era apenas um lago, e um tão belo… não devia haver razão para se preocupar, não é? Após tudo o que passamos, talvez pudéssemos mesmo apenas descansar e relaxar.

Poochyena me olhou e latiu, como se me convidasse a saltar na água também. Embora ele estivesse em uma região rasa, achei melhor não fazer isso, nunca me ensinaram a nadar. E a última vez em que estive cercada por água foi bastante… desastrosa… se algo desse errado, Sapphire não estaria aqui para me salvar dessa vez. Mesmo assim, sentei-me na margem e fiquei olhando-o brincar. Ainda estava encantada com aquele lago, tão deslumbrante, o azul profundo refletia a luz como o mais belo dos espelhos. Os cogumelos que cresciam ao redor dele coloriam-no dos mais diversos tons, dando à água um aspecto quase mágico. Era uma vista cativante...

- E-ei, Poochy! Cuidado pra não me molhar! - Novamente Poochy tirava-me dos meus devaneios, dessa vez de uma forma menos agradável: tão empolgado com a água, acabou jogando parte dela no meu rosto. Reclamei com o lobinho, mas o olhar arrependido que ele me lançou foi tão fofo que me fez rir. Eu já mal me lembrava do cansaço ou da frustração que eram tão intensos minutos atrás, sentia-me feliz pela primeira vez em um bom tempo. Aquele lugar me deixava tranquila, era como se finalmente estivéssemos sendo recompensados depois de tudo. Sapphire com certeza amaria aquele lago também...

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A waterful start
Route 110


"Droga... Esse sempre é o mais difícil de abrir!" proclamou Casty, aparentemente irritada com algo. Sapphire estava ocupado alimentando seus medos internos, um pouco nervoso pela possibilidade de não ter percebido que alguém o vigiava nesse tempo todo. Tão ocupado que nem notara que a velinha estava com uma certa dificuldade em abrir o tal portal.

"Vamos, ajude!" parecia que a vela havia ignorado totalmente o fato de que o Mudkip estava perdido, apesar de tê-la como guia. Como poderia, sendo orientado por alguém tão cauteloso e empático quanto ela? "Estou quase lá, mas não sei se consigo sozinha."

Casty e Sapphire poderiam estar em uma situação um tanto quanto desafiadora, mas não se poderia dizer o mesmo de Poochyena e Yoshiro. Aquele lago, tão belo e límpido, era como um Éden para os espíritos cansados da dupla. O cãozinho sequer pensou duas vezes antes de pular dentro da água cristalina, demonstrando que era um ótimo nadador. A garota preferiu ficar em terra (água demais para um só dia, imagino), mas divertia-se também.

Pensar que há pouco estavam cansados, sedentos e tristes. A água não parecia ser imprópria para o consumo. Aliás, a presença de tantas plantas e fungos apenas ressaltava o fato de que deveria ser limpa e agradável, apesar de talvez um pouco quente. Um momento de descanso da mente e corpo, de relaxamento. Há quanto tempo a garota não se sentia tão à vontade?

Provavelmente, apenas alguns minutos, uma vez que chegou algo para atrapalhar tudo. Um único som, um reverberar das ondas na matéria que os cercava foi capaz de estragar tudo. Risadas. Sim, aquelas risadas um tanto quanto inquietantes, que faziam um arrepio correr por suas costas. Será que não teriam paz nunca?

Uma forma, pequena e agitada surgiu em meio às sobras, como se dissesse um silencioso não. Aos pocuos, aproximou-se de Yoshiro, agora com seu corpo mais aparente. Orelhas e nariz pontudos, língua de fora, olhos esbugalhados, claramente travesso. Seu inusual corpo róseo contrastava com a ideia de travessura que carregava, mas os naturais detalhes em um escuro violeta davam-lhe um quê de sapequice a mais. Seria ele o causador de toda aquela confusão no labirinto?

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