[Rota Administrativa] - De volta a Hoenn!

---

Com a puxada de orelha de Gusteau, o pequeno homenzinho estaria ali ainda com a cara emburrada, colocando a sua pesada mochila sobre o balcão. Até o momento, a mochila não tinha chamado atenção, até ele empurrar com a ajuda de ambipom para ali por cima. Enquanto o jovem de Litteroot continuava o seu serviço, esperando que aprendesse mais com o grande chef, Gaulvi chegava até o estabelecimento cuja conta de ações majoritária pertencia a ele, no nome de The Wolves.

O moreno era recebido muito bem por Alfred, que fora contratado para gerenciar ali como Gerente da Lua Nova, ao lado do Chef Gussteau. Gaulvi se sentia em casa ali. Logo subia, tomava o seu banho e ia para a cozinha, dando um olá todos. Claro que todos ali presentes sabiam quem era e davam um já boa noite ao lobo que se aproximava, já pegando suas panelas, porque ele mesmo iria querer cozinhar, enquanto o baixinho resmungava, parecia não gostar de ninguém novo na cozinha. Talvez por isso que não era o chef ali!

Ambipom logo encarava Combusken, seu novo rival. Não gostou da atitude do Fire, mas não era de sua natureza revidar... O Macaquinho logo seguia para os seus afazeres. Era domingo, o dia mais movimentado da semana, todos estavam tensos, pois sabiam que quando desse 19 horas, os clientes começariam a chegar e ai não pararia até 22h30. Os peixes estavam já todos limpos, aos poucos, o movimento naquela cozinha começava a aumentar...

Gusteau disponibilizava Rafael para ajudá-lo, afinal, estava no inicio da noite, e não era porque o dono estava ali, que o trabalho ia parar...

---

Gaulvi mostrava porque ele era o chefe! Não o chef da cozinha, mas o chefe do restaurante inteiro. Gusteau comandava os outros cozinheiros, fazendo o que o menu mostrava, enquanto ele mesmo fazia o tempero do peixe. Gaulvi orientava os seus Pokémons, que eram perfeitos para aquele tipo de serviço, com exceção, claro, de Apolo! O grande “dragão” de fogo saia caminhando pela cozinha que ficava pequena diante de dois Wolves, 4 cozinheiros e também os Pokémons deles. Os outros Pokémons eram bem menores e mais “esguios” do que o grande Fire, que tinha ainda uma cauda flamejante que fazia alguns tropeçarem. Claro que Gusteau teve que intervir, a cozinha sempre é do Chef, independente de quem paga o chef.

- Mestre Gaulvi, acho que o seu Charizard é grande mais para nossa cozinha!- dizia em tom humorado, quando quase um cozinheiro caia com a sala no chão por conta da cauda de Apolo. - Não teria outro Pokémon menor?! – solicitava cordialmente o chef... No entanto, quem respondia era o baixinho, Enrique!

- Claro que não, a cozinha é do Chefe e não sua, Chef!- era um típico e notório tom de “puxa-saco” misturado com ironia e sarcasmo. Enrique, o baixinho, sabia provocar e claro que não era a primeira vez que ele assim fazia.

- Acho que você se esqueceu da hierarquia na cozinha, Enrique! O Chef é soberano.. Isso é o básico da culinária!- dessa vez, a pose bondosa e eficiente de Gusteau caia, afinal, parecia ser a cereja do bolo Enrique desafiar o Chef. Lua Nova já estava aberta, mas ainda demoraria um pouco para os clientes chegarem, tempo em que Alfred acompanhava a cozinha e pedia a assinatura de Gaulvi para alguns produtos que iriam ser comprados na semana. Não é sempre que o acionista majoritário estava ali.

- Ah, bom!- cruzava os braços, mas não diminuía o seu tom que só aumentava, perante a presença de Gaulvi, que parecia que era proposital. - Você nem merece o título de Chef, eu que dou a vida por essa cozinha!- diante da fala dele, alguns cozinheiros sorriam. Rafael sabia que aquilo era bem diferente do que ele viu. O que o ruivo de Littleroot via era um funcionário que era o último a chegar e o primeiro a sair, que atrasava os pedidos e aumentava a louça de propósito, sem falar que era metido e se mostrava o melhor. Já Gusteau, ficava até tarde com Alfred fazendo contabilidade e gerenciando o local. Na verdade, não seria errado julgar que a perda de renda nos últimos meses fora por conta de Enrique, que tinha atrasado, e muito, o trabalho na cozinha.

- Eu que aprimorei o cardápio do Lua Nova. Eu que faço os principais pratos. E até já assumi o empratamento diante da ausência de você, Chef- dizia apontando para Gusteau, que agora estava vermelho igual um pimentão maduro, mas não de vergonha, de raiva. - Mestre Gaulvi, acho que na verdade quem deveria sair desta cozinha é o Gusteau! Ele não serve mais para gerenciar nada no Lua nova! Já estava velho!

A fala final de Enrique fora como um desafio para Gusteau. Com uma colher de pau em sua mão, o chef e verdadeira alma do Lua Nova mudava o seu tom. A voz feliz e sensível dava lugar a uma voz de autoridade, cruel e até, em certo ponto, maléfica. Gusteau se revelava como um verdadeiro defensor do restaurante e de sua culinária.

- Olha aqui, seu baixinho narigudo... Não vou permitir que você desrespeite a minha arte na frente de ninguém!- a sua fala era espaçada, e parecia evidenciar a fúria de um chef defendendo o seu território. A cada palavra, Enrique levanta as mãos e caminhava para trás, até que ele derrubava a mochila pesada que trouxera...

“TRASH”

Várias bebidas caiam no chão e se quebravam, quebrando aquele clima junto. Alfred, que até então se mantinha calmo e calado, agora observava as bebidas escoarem. Era whiskey de alta qualidade entre outras garrafas.

- Senhor Enrique, estas parecem muito com nossas bebidas que ficam trancadas na recepção... Já tem uns três meses que noto as garrafas bem menos cheias do que eu deixei...