[Goldenrod] (Re)Construindo lembranças

Evento Força Voluntária Tohjo

  Estar ensopada de chuva nunca foi um problema para coordenadora de cabelo azul, nem para o seu mr mime, o qual tinha saido da pokeball no meio tempo entre Ame estar gritando atrás de alguém com algum pokemon com morning sun e o agravamento da garoa.

  A situação era grave, senhor Elias iria desmaiar de panico em algum momento com certeza, quando isso acontecesse poderiam abrir a porta e voltar a trabalhar.

  Ame sentou na grama molhada mesmo, chuva caia sobre si, levando pro barro todo o empenho de ter se escovado de manhã.

  — Mime... — Ame chamou, claramente sem esperança mais — Mime, faz barreira pra mim.

  Uma tela translucida, mas ainda assim solida, surgia sobre Ame, a protegendo da chuva. Mime permanecia sentado ao lado dela, mas fora da proteção da barreira. Mime amava chuva.

  — Como você decidi que gostava de chuva?

  Sua pergunta repentina fez Mr Mime pensar por um longo momento. Quando foi? Mime nunca tinha refletido isso, ele só do nada parou de entrar em completo desespero um dia.

  — Mime, mime — Ele ergueu as mãos num claro sinal de "não faço ideia".

  — Então não tem como você me ajuda a lidar com o senhor Elias e seu medo de chuva.

  Mime olhou para as pessoas amontoadas contra a porta do centro. Não entendia porque estava tão assustadas, era só chuva! Mas Mime lembrava de como era ter medo, a ideia do céu caindo sobre si sem poder fazer nada, ele tinha essa lembrança.

  Num salto, Mime se levantou e andou até o monte de gente. Ame ficou olhando sem nenhuma ideia do que seu pokemon estava fazendo.

  Pedindo passagem, ou simplesmente se metendo no meio até chegar na porta. Mime ouviu os lamentos, o choro, o desespero do tal senhor Elias.

  — Deixem eu passar! Me deixem passar! Mime! — Ame enfim veio ver o que Mime estava fazendo. — Qual seu plano?

  Mime apontou para a porta, depois imitou uma cara de choro, então o movimento de quem empurra algo com suas duas mãos. Em seguida, ele apontou para a multidão em volta deles, então de novo fez o movimento de empurrar, mas desta vez ele colocou suas mãos na porta.

  Ame não captou bem a mensagem, mas ela entendeu o necessário para dizer a todos que, assim que ela mandassem, todos deviam empurrar a porta.

  Mr Mime então usou Psychic, mas não na porta. Ele tinha se concentrado na figura do senhor Elias do outro lado, era ele quem Mime tentou mover com seu poder psíquico para bem longe da porta.

Off:...

Evento Força Voluntária Tohjo

  — Vamos descer ele, lá pro porão do gerador. — Ame decidiu, torcendo a ponta da sua saia e da blusa ali mesmo no hall. — Não tem janela lá, vamos deixa-lo lá até essa chuva passar. Acompanhado, pra ele não fazer nenhuma besteira.

  A coordenadora falou como se tivesse alguma autoridade, mas na realidade ela só estava muito nervosa por estar com o trabalho ainda incompleto e, mais ainda, por alguém claramente traumatizado ter sido deixado trabalhando normalmente como se estivesse bem.

Off:...

Evento Força Voluntária Tohjo

Com as coisas sob controle agora, Ame enfim podia liberar seus pokemon e começar a trabalhar na maldita parede.

  Lixar era uma tarefa chata, mas tinham de acabar isso logo, ao menos terminar uma e começar a próxima antes de Gustavo ter de descer.

Off:...

Evento Força Voluntária Tohjo

  "Ótimo, ele quebrou!" Ame pensou assim que a menina falou sobre Elias estar quieto.

  A coordenadora desceu até o porão esperando um senhor encolhido em algum canto escuro, triste e nervoso, alguém que tinha voltado a si e estava remoendo suas atitudes.

  Voltar ao porão foi algo que não esperava fazer mais depois de ter usado Galvantula para religar o gerador. O lugar devia estar seco e livre de tralha agora. Ame se questionou se, estando o porão limpo ou não, foi uma boa ideia mesmo ter coloca-lo o senhor Elias num lugar tão fechado.

  — Senhor Elias? — Ame chamou assim que enfim chegou no porão.

Off:...

Evento Força Voluntária Tohjo

  — A chuva parou já. — Ame disse logo que viu aquele sorriso.

  Ele estava num estado até razoável, pensou Ame enquanto se aproximava e sentava perto dele e seus pokemons. Não tinha muito para ser dito, foi tudo um imprevisto (e um descuido de quem quer que seja que fosse responsável por escalar Elias para estar ali).

  — Falta uma parede pra acabar o hall do centro, acho que a situação ta bem nos outros andares. Não era pra ter luz aqui embaixo também?

  Depois dessa tentativa de puxar conversa, Ame enfim reparou em como o senhor estava encolhido como quem esta com muito frio. Ela então pegou a pokeball de Haruya e o deixou sair. Com um tapinha no chão ao seu lado, Ame fez Haruya ficar entre ela e Elias, a temperatura naturalmente alta do seu Flareon iria ajudar.

Off:...