Abrindo seu coração

A key for the inside

Verdanturf Streets

Fang voluntariava-se para ajudar a garota, que não pensava duas vezes antes de dar algumas tarefas para a lobinha. Penny era bastante organizada, sabia fazer bem seu trabalho. Não duvidava ou ficava pensando muito em um determinado assunto. Era aquilo e pronto. Provavelmente, explicava o por quê de irritar-se tanto com imprevistos. Imprevistos não estão programados na agenda dela.

A garota ficou organizando suas coisas, enquanto Mavis ia para o lado exterior do Hall. Era importante ressaltar que esta parte era tão bela quanto a outra, a interior. Afinal, Verdanturf orgulhava-se de sua aura pacífica e natural, e logo, o ambiente acerca da construção também tinha tais características verdes e vivazes.

E é claro, os pokémon gostavam de passear por aquela área que, mesmo sendo feita pelo homem, era tão aconchegante. Um Taillow, é? Bastante específico, provavelmente, mas inteligente. Os pássaros eram comuns por toda a Hoenn, e sim, também estavam presentes na cidade. Não muito longe dali, sobre os fios de eletricidade, um grupo dos pequenos podia ser avistado.

Pareciam brincar entre si, alegres, cantarolando ao céu. Menos um, no entanto. Este andava com algumas outras aves, que pareciam terem asas de algodão, e aparentemente, estavam desconfortáveis com a presença de outra espécie em seu grupo. O pequenino, no entanto, parecia não perceber, e voava contentemente junto dos Swablus.

E aí?

A key for the inside

Verdanturf Streets

Tendo a informação de que o pequeno evento ocorreria no dia seguinte, provavelmente era bom treinar um pouco. E qual era a melhor maneira de fazê-lo senão com uma pequena batalha, para explorar e conhecer os limites e armas dos monstrinhos? Assim sendo, Mavis logo pediu para Kipper alvejar os pequenos e bonitinhos Swablus.

É, não deu muito certo. O raio congelante de Kipper era sim um golpe muito eficiente, mas os voadores tinham quantidade. Cada um dos pássaros com asa de algodão, assim que reparam o que estava acontecendo, começou a usar o Round para repelir o ataque. Cada voz que se juntava ao coro deixava as coisas mais fáceis.

Até que algo confuso aconteceu. O Taillow que estava junto juntou-se também ao grupo, mas com uma melodia diferente. Aliás, mais parecia um grasnado que uma canção. E com isso, todos os Swablu perderam a concentração. Só tiveram tempo de alçar voo para tentar evitar o golpe. Infelizmente, Taillow não foi tão rápido assim.

Confuso por ver seus supostos amigos indo embora, ele fez menção de segui-los, mas antes que pudesse abrir as asas, o raio de Kipper acertou-o, e logo a ave caía ao chão. Não parecia ter sofrido muitos danos: o golpe fora atenuado pelo coral apiário, fazendo com que perdesse sua força, e Taillow mais caíra por distração. E mesmo assim, sua queda acontecera sobre um fofo arbusto.

O passarinho logo levantou-se, desordenado, num buxo volumoso próximo de Mavis. É, sem Swablus hoje. Mas talvez a andorinha fosse uma figura interessante, não?

A key for the inside

Verdanturf Streets

O sempre positivo Lumiere não se deixava atingir pelo aparente fracasso para com os Swablus. Ainda tinha um Taillow para brincar um pouco. Como é aquele ditado? "Se a vida te der limões esprema nos olhos das inimigas faça uma limonada", acho eu. Limonada de passarinho. Por que não?

O pequenino parecia passar bem, tanto que logo abriu suas asinhas para voar e ir embora, aparentemente querendo ir na mesma direção que os Swablu. Mas bem, Kipper não deixou, certo? Assim que a a ave quis ir embora, a Marshtomp foi em frente com seu raio congelante, que por pouco, não acertou Taillow.

O pássaro era ágil, e agora estava mais esperto. Ele virou para a aquática, um tanto quanto irritado. Não, confuso. Confuso descrevia-no melhor que irritado. Bem, parecia que um campo de batalha havia se formado. O que Mavis faria?

A key for the inside

Verdanturf Streets

Eles queriam, de fato, treinar. Nessa batalha contra o Taillow que se formava, Mavis quis instruir um pouco Kipper para realizar combinações bonitas e efetivas, que dessem conta de serem úteis em um concurso. As ideias todas eram muito boas, mas seriam aplicáveis praticamente?

Nem tanto.

A ave era mais veloz que Kipper, então foi ela mesmo que deu início ao embate, ainda que de forma mais calculista. Ela fechou os olhos e cantarolou uma melodia aguda, concentrando-se. Logo, seu corpo começou a brilhar com uma aura avermelhada, mostrando que o foco no som havia desenvolvido-se para uma maior força a ser utilizada em batalha.

E então, a aquática agiu. Ela molhou um pouco a terra ao seu redor, pegando um punhado e preparando-se para jogar contra o Taillow. O único problema? O pássaro simplesmente desviou para o lado. Golpes de tipo terra não pareciam ser muito eficazes contra um alvo que voa, afinal. Com o passarinho foi diferente. Ele aproximou-se de Kipper e acertou-a com suas asas, causando danos críticos (-9).

Pobre Marshtomp. Não era muito legal ficar recebendo golpes dessa forma. Então foi sua vez de agir. Ela colocou as mãos sobre sua barbatana superior, e dali emitiu um raio de gelo que acertou Taillow em cheio. Talvez até em cheio demais. A ave levo uma quantidade de dano insana (-30), e ainda sofrera das condições secundárias do golpe.

Sim, Taillow estava congelado, incapaz de continuar a se mover. Não fora bonito, e tampouco lembrara uma aurora, fora apenas brutal. Se Mavis queria praticar a beleza e as combinações, talvez o ideal fosse dar comandos mais específicos para sua pokémon. Mas talvez não mais nessa batalha. Afinal, ela já praticamente acabou.

A key for the inside

Verdanturf Streets

Tudo bem, erros acontecem. O importante é aprender com eles e não repeti-los. E no final das contas, quem poderia julgar Mavis por um único golpe mal pensado? Todos nós fizemos uma gafe ou outra uma vez dessas. O galariano ainda aprendia, e tinha garra. Isso bastava.

Com o pássaro ainda congelado, Kipper não teve problemas em agir desta vez. Repetiu o golpe da última vez, mas agora mais focada. Mirou muito bem no Taillow imóvel, e então lançou o raio. Fino, sim, tal como o treinador dela instruira. E também brilhava. Contudo, talvez não fosse o brilho que Mavis esperava. Foi um pouco opaco, lançando pequenos cristais de gelo pelo caminho, em uma bela e gélida explosão final.

O adversário da Marshtomp estava desmaiado. Parecia que o rapaz tentaria uma captura agora, mas será que de fato o faria? Além disso, o movimento de sua monstrinha inicial ainda não estava perfeito. Para captar a essência da aurora, comandos mais precisos haveriam de serem dados. Instruir a posição, a luz, a maneira com a qual deve brilhar e atingir... Até mesmo combinar com movimentos diferentes! Tudo isso fazia parte do serviço de um coordenador.

Claro, um simples Aurora Beam seria muito mais prático e faria com excelência o que o treinador queria, mas não teria tanta graça, teria? Bem, mas tenho certeza de que, caso continuasse praticando, Mavis daria um jeito de fazer tudo ficar bem. Ele não estava dando tiros às cegas, afinal de contas. Só precisava de mais alguns passos na direção certa.