Katakuri
– Como você pôde errar esse índice? Usa literalmente uma constante!– Eu já disse: alguém alterou a linha de comando na planilha. Que saco! Eu não esperava ter que checar até o valor da constante, ok? – Não, não tá ok! Agora tá todo mundo puto por causa disso. Aquela reunião foi toda um fiasco...A cena que o Especialista fazia com seus Pokémon nada discretos não foi capaz de distrair os garotos que conversavam. De perto, era notável o quão jovens eram, além da semelhança que tinham, podendo muito bem serem irmãos. [imagem ilustrativa]
Enfim, toda informação que Katakuri absorveria daquele diálogo dizia respeito a algum dado calculado errado, cujo resultado foi levado à reunião de Laísa com o Conselho, naquela manhã. O erro teria sido suficiente para causar uma discussão intensa entre os presentes, além de descredibilizar o trabalho da ambientalista e, com isso, deixá-la irritada.
Depois de ouvir, Dawn fez sua aproximação e introdução, enquanto os garotos se entreolhavam com o cenho franzido. Afinal, acharam muito estranho serem abordados de repente por aquele cara que passou vários minutos ao redor brincando com os Pokémon. Nem a menção da honorável Sociedade amenizou a estranheza. Mas, Laísa era quase uma figura pública, então não poderiam impedi-lo de encontrá-la.
– Ow... key... A Senhorita Honey está lá dentro, mas não tenho certeza se é uma boa hora falar disso com ela. – disse o mais baixinho, nítidamente cansado de discussões –
A propósito, o nome é Laísa.O outro rapaz, com corte de cabelo mais alto, era bem mais desconfiado que seu irmão e fuzilava o violáceo estrangeiro com os olhos. Chegou a dar uma cutucada no menor, mas não conseguiu interrompê-lo. Curiosamente, os dois não reagiam com estranheza aos Pokémon do treinador.
Em todo caso, quando Katakuri entrasse eles o seguiriam, mostrando o caminho que era nada além de um corredor escuro, com algumas portas laterais, e que terminava numa sala bem iluminada e de porta aberta, onde diriam ser o escritório de Laísa.
Noah
A abordagem direta de Noah obviamente interrompia os cochichos das mulheres. A mais alta tinha os cabelos rosados e longos, cobertos no topo por um chapéu verde; de perto, suas tatuagens eram bem mais evidentes já que ela usava uma jaquetinha azul sobre um
top verde, ambos sem mangas. A mais baixa era também bem magra e isso ficava evidente pelo sobretudo vermelho e aberto que ela mantinha bem ajustado à cintura; seus traços eram todos muito mais delicados, incluindo um cabelo curto e totalmente preto. [mulher maior][mulher menor]
Infelizmente o discurso do moreno não causou boa impressão nelas. A mais alta chegou a cruzar os braços logo que escutou "tal conselho-prefeitura", e sua amiga ao lado pôs a mão na cintura quando Noah lançou um "moça" ao fim, no singular... Ele estaria insinuando que uma delas não era mulher? Seria a mais marombada ou a de cabelinho curto?
Não faço ideia...– Sim, cidadão. Aqui é a tal Sede do Conselho – a grandona enfatizou com exagero o nome do lugar –
Nós, sim, somos membras do Conselho. Estou muito curiosa pra saber o que você precisa fazer conosco. – tinha uma expressão bem séria e a irritabilidade dançava na sua voz.
Aquela ali chegava a ser tão alta quanto Noah, ou até um pouco mais graças ao chapéu, por isso ela estava longe de se intimidar com o rapaz. Sua companheira se manteve calada, analisando o Especialista da cabeça aos pés, como se estivesse ávida em localizar um ponto fraco. Ela também seguia com as mãos na cintura e um pezinho ansioso que fazia o pequeno salto de sua bota bater de forma rítimica na tábua da entrada, quase como um Pikipek explorando uma árvore. Será que Noah teria o traquejo social necessário para sair daquela saia justa?