This is halloween [Lavander]

Aquelas meninas eram chatas e fúteis, mas crianças precisam ter amigos e contato com outras crianças, então não via por que não ajudar sua protegida a se divertir com aquelas garotas malvadas, respondendo todas as perguntas em sequencia que era feita,  a primeira pergunta era feita, se eles estavam sozinhos, a resposta era fácil:

N_A_O___N_U_N_C_A___E_S_T_A_M_O_S___S_O_Z_I_N_H_O_S

A segunda vinha em seguida se eles estavam mortos, mas antes que pudessem responder uma terceira garota logo caia na gargalhada e falava o "óbvio", se era um fantasma estaria morto então a resposta iria surpreender:

E_R_R_A_D_A___N_A_O___E_S_T_A_M_O_S___M_O_R_T_O_S

V_I_E_M_O_S___P_O_R___E_L_A

Apontando a seta para a sua protegida novamente.

Sim Raveninha, Cinza veio por você.

Por fim responderia qual era seu nome:

N_O_S___S_O_M_O_S___C_I_N_Z_A

Terminando olhando para a Garotinha que o via e dizendo para ela.

Pode perguntar o que quiser, minha fofinha, queremos proteger você se são suas amigas vamos responder a elas tambem.

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A musica começava aos poucos a sair de um contexto de circulo religioso para uma melodia Emo do começo do novo milênio, claramente poderia ser visto que aquele não era apenas um treino mais sim algo muito maior uma Ode a musica, uma opera rock gotica ou ate mesmo um cantico milenar formado pelos espectros de um passado e futuro distópico, fosse como fosse aquilo estava magico.

Enquanto a bebida ingerida pelas jovens era metabolizada duas reações era claras e literais, enquanto Suzeri Hime, começava a ficar, literalmente alta, dando pequenas risadinhas e flutuando, enquanto emulava estar deitada na grama,  enquanto a outra ainda deitada parecia começar a ficar, também literalmente, de fogo dando rizadinha enquanto rodava seu osso entre os dedos como se fosse uma baqueta de bateria e a grama ao seu redor ficava um tanto chamuscada, e vapor voltava a sair da fenda de sua mascara.

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Realmente Graynette estava preocupado com a influencia daquelas garotas para com sua Raveninha, mas confiava nela e no que tinha ensinado a ela pelos anos.

Off: Efeitos literais do alcool? você vê aqui xD

Neste exato momento o tempo parou. Não para Graynette e Ravena, mas para todo o resto da casa. Não importava se Gray respondera ou não o mundo exterior; ele deixara de existir. O teto se tornou preto, os brinquedos do quarto sumiram, o chão fora ganhando um ar pálico e as paredes... bem, elas deixaram de existir. Agora tínhamos um borrado na linha do horizonte e as garotas ficavam cada vez mais distantes.

Ao centro de todo esse turbilhão... Gray e Ravena. A menina não havia bebido nada, ainda assim se sentia tonta. Olhar a transposição de imagens e a transformação da vida-real num cenário cinza lhe causara certa vertigem... mas ela não pareceu ter medo. Ela na verdade não tinha medo... ela tinha enjoo.

Seu olho rolara ao redor e sua apreensão veio em formato de suspiro: "humph, eu já sonhei com isso antes", pensou a garota. O que ela não sabia era que seu pensamento ecoaria pela sala, fazendo Gray ouví-la mesmo que contra sua vontade. Ainda sem perceber o feito, ela aproveitou o aval, o congelamento da cena e a esquisitice toda. Caçou as mãos de Gray e o tocou, botando suas palmas sobre as deles e brincando com seus dedinhos sob os dedinhos dele. Depois de se perder na brincadeira, pensara em tom alto: "ele parece vivo mesmo...".

Tendo sua mão esquerda repousada na direita de Gray, permitiu que seus dedos escorregassem e se entrelaçassem entre as mãos do garoto. Quando terminou de prender uma mão na outra, guiou-a para próximo de seu rosto e trouxe para o seu rosto. Pressionou sua bochecha contra as duas mãos entrelaçadas, fechou os olhos e emitiu outro suspiro desanimado. Assim que abriu os olhos, procurou o canto da boca de seu guardião e lhe perguntou:
- Você precisa me proteger de quê? - Perguntou. Ela não tinha coragem de olhá-lo nos olhos; ela sentia que a resposta não seria das melhores.
Ao fundo seu pensamento ecoou mais uma vez: "ele é tão mais quente que eu..."

E de calor a gente tem quem passa a entender. Talvez parte da característica viva do corpo de Gray seja assegurada por Te-kãn, que trazia ao ritual certa organicidade. Seu toque era exatamente esse: não fazer com que o rito se perdesse apenas no mundo imaterial. Ao beber mais um tanto, parara um pouco para roletar sua baqueta e olhar para Suseri-hime, também risonha. Ambas estavam coradas e isso era um indicativo claro para Drifblim e Conde: elas já estavam começando a ficar bem.

Preocupados, ambos deram 'sumiço' no copo de suco batizado das duas, certificando-se que isso não passaria dos limites... bem, tudo começaria a se normalizar agora... ou deveria... se não fosse o início de um soluço rápido e ininterrupto de Cubone. Tão alto que assustara a todos quando começou!

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Treino de Status

Assim como sua protegida Graynette, não tinha coragem de lhe olhar nos olhos naquele momento, para responder aquela pergunta, tudo era muito pesado e um tanto triste, mas tinha que haver uma resposta para aquele momento de silencio ser quebrado aquele segundo eterno entre a questão e sua resposta:

Eu quero, eu preciso te proteger daquilo que o mundo vai te fazer ou fez, sei que não posso mudar o passado, mas por Dialga eu queria poder, estar com você em todos os momentos para que nunca ficasse triste, então estou aqui e não pretendo ficar longe novamente prometo estar com você daqui para frente e cuidar e viver grandes aventuras para que nunca mais nada daquilo aconteça de novo.

Sabe, Seu sorriso é tão resplandecente
Que deixou meu coração alegre
Me dê a mão pra fugir desta escuridão.

Dizia cantarolando no final um trecho de uma musiquinha enquanto oferecia um sorriso e estendia a mão olhando nos olhos da sua protegida, tentaria animar um pouco esta e levar para um novo momento feliz, afinal faltava pouco para chegar ao dia, mas eles queriam aproveitar cada segundo possível o amor entre eles era muito forte.

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A pesar da tentativa de resolver o problema dando um sumiço no licor, mas era um pouco tarde, as mais jovem já estavam um tanto quanto coradas rodopiantes com mais uma vez o vapor saindo da fenda no crânio da cubone e alguns floco de neve caindo da fria senhorita que flutuava tocando a flauta enquanto girava no que parecia ser uma valsa.

Os demais acabavam começando a correr metade tentando segura a Alta e a outra metade tentando conter as risadas da que estava claramente de "fogo".

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Era esperado que Ravena não entendesse o que Gray queria dizer. Seus olhos marejavam, apesar dela não saber exatamente o porque. A garota estendeu as mãos até as bochechas brancas e costuradas do nosso protagonista, apertou-a e rememorou mais uma vez: "Você parece mais vivo que eu". Nesse instante, a garota já não sabia dizer se o que viera a entonar era uma fala ou um pensamento que vazou de sua cabeça.

Como os outros fizeram.

Ao fundo, a imagem estática das meninas que 'brincavam com o tabuleiro de ouija'. Não tenho certeza se os dois ainda olhavam para aquele 'plano de fundo', mas ele estranhamente começou a se mover. Sem Ravena na roda, uma das mulheres entonou baixinho, em som estático:
- Tem alguém ai ainda? - Fora só isso que falou.

Com Gray num outro plano, conversando sobre suas responsabilidades imateriais, ele e Ravena não puderam intervir no que estaria a acontecer no fundo. Um pequeno vulto sobrepujara a cena, dando um filtro roxo ao fundo já estático e preto-e-branco. Ao invadir a cena, tocara o ponteiro do Ouija e se passara por Gray, escrevendo 'S_I_M' com a força de algum golpe fantasma.

Do lado de fora... bem, talvez a proteção tenha ficado desleixada. Aproveitando a algazarra, um pequeno Gastly se aproximou do grupo e quisera brincar também. De fininho o fantasma surgiu e, ao ser localizado... bem, não ficara muito tempo. Com medo de ser pego, aproximou-se da pedra sagrada do Spiritomb e desapareceu.

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Treino de Status

Enquanto a conversa corria, finalmente Ravena se aproximava e colocava suas mãos sobre as bochechas costuradas da entidade, soltando uma frase que se misturava a um pensamento distante, a resposta era a mais sincera que poderia dispor ele dava um abraço em sua protegida respondendo:

Então vamos viver juntos, pelo que pudermos e quando chegarmos do outro lado eu ainda vou estar do seu lado e vamos cuidar um do outro, nós prometemos.

Mas ao final no silencio, como plano de fundo podia ser ouvido o som ecoando se tinha alguém ali, não era essa a surpresa, mas sim o que vinha depois, o soletrar.

-- S
-- I
-- M

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Durante a algazarra de ataques, musica e o que um dia foi uma meditação, entre a brinca do vapor de tornando um tipo de fogo Fátuo Azulado a frente da testa da enegrecida Pokémon, e as nevascas frias que dançavam ao redor e sobre os companheiros que tentavam descer a princesa do gelo, era claro o que estava acontecendo ali, uma verdadeira festa e isso atraia a atenção de um certo monstrinhos etéreo que entrava na brincadeira e quando era notado, no susto pulava para dentro do vórtice que emergia da pedra sagrada.

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Quando se dava conta daquilo, Graynette alertava sua amada Raveninha.

Raveninha, algo esta errado precisamos voltar, suas amigas podem estar em perigo...

Ravena não entendeu ao certo o que diabos Graynette estava falando até olhar para trás e ver a mancha preta & roxa no cenário. Quando viu uma aproximação estranha, emitiu um suspiro horrorizada e sua queixo caíra, formando um perfeito "o". Seus lábios embranqueceram e ela se lembrou do risco que aquele jogo poderia causar! Puxara a mão de seu guarda e levara-o de volta a cena e, ao pisarem no tablado de madeira, a cena pareceu ganhar cor e movimento de novo.

De repente ambos se encontravam na porta do quarto, como se Ravena tivesse ido "ali no banheiro de já voltasse". Ninguém deu importância para seu retorno; ninguém viu Graynette com ela. Estavam todas ocupadas demais com o tabuleiro: conversavam com Gastly, que ora ou outra respondia perguntas demais. Falava sobre espíritos, emitia sons característicos e se irritava com algumas perguntas. O ponteiro começava a ficar trêmulo e num outro momento, o Gastly usou um Astonish para danificar o centro do tabuleiro, lapidando a letra G e junto dela, danificando a letra E, F, H e I. Tudo isso fizera as garotas presentes em cena gritarem e darem para trás. Ainda nada 'perigoso' havia acontecido.

O que era o mais importante, não é?! Ravena vira aquela cena com muita apreensão, correu até o fantasma e tentou lhe expulsar com as mãos:
- ESSE NÃO É LEGAL. VAI EMBORA! - Anunciou a garota, tentando de alguma forma danificá-lo e enxotá-lo com o poder do grito. As meninas ao seu redor ficaram com ainda mais medo. O fantasma cogitava hipnotizar Ravena com algum golpe comum, para não tê-la como empecilho para o restante de sua comunicação.

A preocupação do lado de fora era constante... Te-kan correu até a pedra e tentou procurar alguma abertura. Apesar de mais próximo do mundo dos fantasmas, a Cubone ainda não entendia muito bem como aquilo acontecia... ainda mais bêbada. Quem dera a ideia de voltar à orquestra protetiva fora a própria Suseri-hime, que reforçou sua flauta e convidou os outros três para cantar.

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Treino de Status

Ravena ficava espantada (*0*) ao perceber a figura sombria que se apresentava a frente de suas amigas, corajosamente pegava cinza por sua mão e levava de volta para a cena, e lá chegando os problemas só cresciam pois aquela figura queria brincar e nada iria lhe impedir, diante da encrenca criada Ravena tomava a frente com coragem e com suas próprias mãos tentava afastar aquele monstrinho, mas aos primeiros sinais que aquilo tentaria hipnotizar sua protegida Graynette, se colocava a frente dela ao som dos gritos das garotas, fazendo um sinal de não com uma das mãos enquanto com a outro fazia surgir uma esfera sombria (shadow ball) sem disparar contra nada apenas mostrando que poderia, fazer e em seguida reprisando um sinal de sua protegida para que aquela figura se fosse.


Aqui não fica que cria confusão aqui é a festa da Raveninha.




Ouvindo os gritos infantes das jovens vindo do vórtice de fogo sagrado, a pokémon no desespero, e ainda meio trebadas as garotas começavam a tentar retornar aos circulo de proteção, em cantos de oração, a princesa do gelo refazia sua flauta gengar em sua guitarra, Mr. Driff soprando pelos campos e a propria cubone batendo com seu osso como baqueta, uma cena estranha e bonita todo mundo cantando baixinho...





Off> Mais referencias de musicas e diversão com as meninas  

A ameaça fora o suficiente para Gastly entender que ali não era o seu lugar. Um tanto quanto revoltado e medroso, não se via num ambiente confortável para comprar uma luta. Se morresse ali, teria sua alma presa à uma Spiritomb! Tendo isso em vista, olhou a esfera de energia fantasmagórica e se mandou, mas não sem antes fazer um belíssimo truque de mágicas. Olhou para a Banette por trás de Gray e lançou-a uma pequena maldição: Mean Look. Ao fazer isso, desapareceu no ar, fugindo e se materializando do lado de fora. Os quatro pokémons não sabiam muito bem o que fazer quanto aquele Gastly que entrara e saíra, afinal de contas, eles não sabiam o que ele fizera.

Confusos & ocupados, o selvagem aproveitou o momento para ir embora. Os quatro membros da banda não sabiam muito bem o que fazer...

A questão é que aquela maldição não parecia ter causado efeito algum aparente: logo Ravena suspirou aliviada e agradeceu Gray. Quando foi até o garoto dar-lhe um abraço, por um instante um 'bug na matrix' fizera Gray se tornar visível às garotas, e o abraço de Ravena fora o suficiente para lhe afetar.

O afeto lhe afetou, fazendo-o dar para trás com o a força do abraço de Ravena. Ao ir para trás, Banette ficou. O Mean Look o prendera aquele tempo enquanto Gray viajara pelo espaço-temporal de Spiritomb. O problema? Bem, o garoto ficara sem sua proteção, deixando-a com sua protegida por alguns dias. Ele pode não ter percebido, mas ficara no limbo-negro por quatro dias.

Quando fora enfim puxado, fora puxado direto para um porão.

Estava na porta, bem no início da escada, prestes a descer. O local estava escuro, iluminado por velas. Ao fundo tinha Ravena e ao seu lado? Banette. A garota se sentava de costas para Gray. Não havia energia elétrica, não havia luz que não viesse de fogo... e dos trovões. Uma tempestade horrível parecia estar começando lá fora. Se nosso protagonista se aproximasse e olhasse sobre os ombro de Ravena, veria a garota com o tabuleiro Ouija baqueado nas mãos. A menina tinha o cuidado de esculpir uma nova letra "G" naquela ferramenta. Ora ou oura Banette lhe ajudava... o intuito das duas? Convocar Gray do limbo, por meio daquele tabuleiro, para prendê-lo de novo a Banette.

Bem, dera certo. Ainda que não tivesse noção de tempo, Gray finalmente fora resgatado do limbo dias após a separação de Banette! A fantasma-física ficara no 'mundo de Ravena' esse tempo todo tentando resolver o problema com sua colega. Finalmente chamaram-o para a cena-real! O ponteiro estava centralizado e Ravena dizia as seguintes palavras:
- Gray. Raposa cinza. Volte para nós - Os ditos pausados eram bastante claros.

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Treino de Status

Quando em fim um abraço era recebido em agradecimento por seu protetor ter protegido a todas, o ataque do intruso era lançado fazendo Gray ser rebatido para fora, para longe, para o limbo, quebrado cansado e desprotegido sua energia era drenada nas escuridão profunda, o tempo não fazia qualquer sentido, 4 segundos, 4 horas, 4 meses, 4 anos, 4 décadas, 4 séculos, impossível saber, ate em fim um som o atingir como fugaz com um sobro, forte como um trem o puxando de volta chegando em fim a um porão, dando mais alguns passos para em fim se ver livre da escuridão caindo sobre seus próprios joelhos abraçando a garota que estava de costas para ele com um braço e estendendo sua mão para sua contra parte e com um grande sorriso, dizia.

Tadaima Hakushaku (estou em casa Condessa), desculpem pela demora acho que me perdi pelo caminho, obrigado por não desistirem de mim.

Apesar de suas energias terem sido drenadas em parte o jovem, estava feliz que suas companheiras estavam bem e que tinha conseguido cumprir seu objetivo.

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Vendo que o circulo tinha funcionado e espantado o intruso o grupo optava por continuar não poderiam fraquejar novamente em sua vigília afinal, poderiam haver outros que tentassem se aproximar então o cântico continuava a aumentar em escala seu poder e focar em criar uma barreira que afastasse qualquer nova ameça.

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O jovem estava pronto a se fundir novamente com sua companheira para assim dividirem suas forças e conseguirem se recuperar em definitivo, para manter sua guarda, não havia medo ou raiva, tudo que havia era amor e vontade de proteger sua criança e reencontrar sua contra parte, Doll com lagrimas nos olhos fazia em menção em dar um cascudo em Gray por ter deixado as duas preocupadas por tanto tempo, mas no ultimo momento apenas abraçava seu Humano com todo amor que aquele coração de pano poderia conter, ela sabia que ele jamais a abandonaria, algo incomum para sua espécie, mas o jovem era diferente e ela sabia disso, nunca seria abandonada por aquele estranho rapaz com quem dividia parte de sua essência vital.

Quando o Mean Look fizera efeito, Banette ficara presa no plano-presente de Ravena enquanto Gray era catapultado para outra cena. Sem a proteção de sua Doll, fora quase impossível para ele se localizar naquele plano astral sozinho e nosso querido protagonista se perdeu. Em resumo era isto; nem Doll nem Gray estavam presos mais, mas fora de sintonia era mais complicado se juntar.

Ravena fora a mediadora; com todo o seu interesse, estudo e ferramenta, pegou no mundo material o necessário para invocar Gray da melhor forma possível. Se deu da última, dará agora! Levou o tabuleiro de sua amiga para casa, consertou parte das das lascas que o fantasma estragou e reescupiu as letras que formavam o nome de Gray.

Até então a garota não o conhecia pelo nome, mas Banette se dera o luxo de dizer a Ravena sua identidade. No desespero, tudo se faz! A garota então percebeu na peculiaridade de seu nome; percebera que eles talvez tivessem um parentesco mas não se meteu demais nisso. Isso só lhe impulsionou para tentar ainda mais salvar o garoto. Foi ao porão, se escondeu de seus pais, pegou algumas velas e aproveitou do dia chuvoso para criar a atmosfera. Entre um ou outro trovão, a luz acabou e Ravena não parecia com medo.

Afinal de contas, seu anjo iria lhe encontrar.

Clamou pelo rapaz e assim que possível, ele veio. Quando Doll viu Gray, uma pequena lágrima saltara do seu olho e ela correu até seu treinador. Sem muito pudor, invadiu-o por completo e lhe deu um beijo na alma, acoplando-se no lugar de costume. Gray tem sua alma em Banette, sombra em Conde, movimento de Drifblim, sangue em Ravena. Resta-me perguntar: o que de Gray, é de Gray?!

O homem montado por fantasmas ainda tinha seus membros, e com eles abraçou Ravena. A garota contente, abriu um sorriso único. Um daqueles que ela nunca havia dado antes. Um sorriso com um choro, um sorriso que tinha um som gemido baixinho. Um sorriso que era feliz, mas ao mesmo tempo era triste, era gélido. Gray falara algo, mas ela não conseguia ouvir; via sua boca se movendo, mas nada ouvia.

Um tanto preocupada, ela tentou respoder. A voz da garota também não chegava aos ouvidos de Gray.

O que chegava ao ouvido dos dois? Uma batida na porta. Era o pai de Ravena, irritado, com pressa.
- TEMOS QUE IR - Gritara do outro lado - CADÊ VOCÊ?- Continuara, sem receber uma resposta imediata, o homem tentou procurar em outro lugar.
Um segundo relâmpago tomara conta da cena, iluminando o exterior e o interior. O som do trovão póstumo ensurdeceu Ravena, que em resposta, tentou gritar mais alto:
- EU TO AQUI, EU TO AQUI PAI.

Seja pelo trovão, seja por impossibilidade, seja por desespero. O pai de Ravena estava surdo aos ditos da garota. Logo Ravena recolheu as coisas e tentou puxar Gray para fora daquele trovão, mas a porta fora repentinamente aberta por uma carga d'água. O porão começara a encher, rapidamente a água chegara aos joelhos de Ravena e a escada se transformava em um rio de água. Ela correu contra o tempo e contra a corrente, tentou enfrentar os degraus e falhou miseravelmente. A corrente de água lhe jogava para baixo, mas seu pai e sua mãe passaram mais uma vez por aquele alçapão.

Com todas as velas apagadas pela água que invadira o cenário, a única luz que dava a Ravena certo guia era Gray. Não conseguia alcançá-lo, gritá-lo, chamá-lo, tocá-lo, mas conseguia ver nele certa direção. Foi em frente, tentou enfrentar a correnteza e um terceiro relâmpago lhe dera silhuetas e formas. Seu pai lhe viu dali, gritou por seu nome e logo atrás sua mãe descera. A mulher-forte segurara o marido, que descera desesperado atrás de sua filha, alcançando sua mão pelas escadas e a jogando com uma força improvável para cima.

Ravena fora alçapão a fora e ao chegar no térreo, no piso zero, no nível do mar... vira seu pai sendo arrastado pela força da enchente. Junto dele, sua mãe também não resistira muito mais.

Olhos boquiabertos, coração acelerado, boca molhada e garganta seca. A garota trêmula de frio e de medo ficara ali estática por um bom tempo, até um bombeiro vir e puxá-la a força para fora daquela casa. Entrara em um helicóptero que aos poucos sumira de cena.

Não distante se fora, sem falar nada. Horas mais tarde, descobriram que Ravena havia ingerido muita água e isso lhe causara certo colapso nos pulmões. Num estado de depressão quase torpe, seu quadro só parecia piorar. Seu corpo não parecia lutar muito para se curar de uma pneumonia simples e passara um bom tempo no hospital. Seu luto fora institucionalizado em um hospital; passara grande parte desse tempo entubada, e nunca pode chorar a morte de seus pais.

Mas a lembrança ficava ali.. incompleta. Podia não lembrar mais o que estava fazendo naquele porão, mas lembraria para sempre do forte empurrão em direção a porta, da água que lhe invadia, da força da catástrofe, do tabuleiro de Ouija sendo carregado, dos trovões. Para todo o sempre; como alma do Spiritomb.

Mas reviver isso... reviver isso não fizera nada bem. Num outro gatilho, o 'doki doki' anterior fora ouvido e Gray e Banette foram expulsos daquele cenário sem mais nem menos. Tão rápido quanto entraram: daki-daki-daki-daki. O coração de Ravena batia em seus ouvidos, e fora nesse mesmo ritmo acelerado que foram 'jogados' para fora do porão, voltando ao mundo real completamente baqueados.

A música que lhe recebera era a mesma oração fúnebre, porém forte, que tocaram no coral de inauguração do Cemitério. Porquê? Bem, ninguém sabe ao certo quando aquilo mudou... mas mudou. A igreja atrás dos seis (enfim reunidos de novo) tocara seu sino em ritmo estrondoso... era quase como se anunciassem para todos: 'alguém acabou de morrer'.

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