Quando o Mean Look fizera efeito, Banette ficara presa no plano-presente de Ravena enquanto Gray era catapultado para outra cena. Sem a proteção de sua Doll, fora quase impossível para ele se localizar naquele plano astral sozinho e nosso querido protagonista se perdeu. Em resumo era isto; nem Doll nem Gray estavam presos mais, mas fora de sintonia era mais complicado se juntar.
Ravena fora a mediadora; com todo o seu interesse, estudo e ferramenta, pegou no mundo material o necessário para invocar Gray da melhor forma possível. Se deu da última, dará agora! Levou o tabuleiro de sua amiga para casa, consertou parte das das lascas que o fantasma estragou e reescupiu as letras que formavam o nome de Gray.
Até então a garota não o conhecia pelo nome, mas Banette se dera o luxo de dizer a Ravena sua identidade. No desespero, tudo se faz! A garota então percebeu na peculiaridade de seu nome; percebera que eles talvez tivessem um parentesco mas não se meteu demais nisso. Isso só lhe impulsionou para tentar ainda mais salvar o garoto. Foi ao porão, se escondeu de seus pais, pegou algumas velas e aproveitou do dia chuvoso para criar a atmosfera. Entre um ou outro trovão, a luz acabou e Ravena não parecia com medo.
Afinal de contas, seu anjo iria lhe encontrar.
Clamou pelo rapaz e assim que possível, ele veio. Quando Doll viu Gray, uma pequena lágrima saltara do seu olho e ela correu até seu treinador. Sem muito pudor, invadiu-o por completo e lhe deu um beijo na alma, acoplando-se no lugar de costume. Gray tem sua alma em Banette, sombra em Conde, movimento de Drifblim, sangue em Ravena. Resta-me perguntar: o que de Gray, é de Gray?!
O homem montado por fantasmas ainda tinha seus membros, e com eles abraçou Ravena. A garota contente, abriu um sorriso único. Um daqueles que ela nunca havia dado antes. Um sorriso com um choro, um sorriso que tinha um som gemido baixinho. Um sorriso que era feliz, mas ao mesmo tempo era triste, era gélido. Gray falara algo, mas ela não conseguia ouvir; via sua boca se movendo, mas nada ouvia.
Um tanto preocupada, ela tentou respoder. A voz da garota também não chegava aos ouvidos de Gray.
O que chegava ao ouvido dos dois? Uma batida na porta. Era o pai de Ravena, irritado, com pressa.
- TEMOS QUE IR - Gritara do outro lado
- CADÊ VOCÊ?- Continuara, sem receber uma resposta imediata, o homem tentou procurar em outro lugar.
Um segundo relâmpago tomara conta da cena, iluminando o exterior e o interior. O som do trovão póstumo ensurdeceu Ravena, que em resposta, tentou gritar mais alto:
- EU TO AQUI, EU TO AQUI PAI.Seja pelo trovão, seja por impossibilidade, seja por desespero. O pai de Ravena estava surdo aos ditos da garota. Logo Ravena recolheu as coisas e tentou puxar Gray para fora daquele trovão, mas a porta fora repentinamente aberta por uma carga d'água. O porão começara a encher, rapidamente a água chegara aos joelhos de Ravena e a escada se transformava em um rio de água. Ela correu contra o tempo e contra a corrente, tentou enfrentar os degraus e falhou miseravelmente. A corrente de água lhe jogava para baixo, mas seu pai e sua mãe passaram mais uma vez por aquele alçapão.
Com todas as velas apagadas pela água que invadira o cenário, a única luz que dava a Ravena certo guia era Gray. Não conseguia alcançá-lo, gritá-lo, chamá-lo, tocá-lo, mas conseguia ver nele certa direção. Foi em frente, tentou enfrentar a correnteza e um terceiro relâmpago lhe dera silhuetas e formas. Seu pai lhe viu dali, gritou por seu nome e logo atrás sua mãe descera. A mulher-forte segurara o marido, que descera desesperado atrás de sua filha, alcançando sua mão pelas escadas e a jogando com uma força improvável para cima.
Ravena fora alçapão a fora e ao chegar no térreo, no piso zero, no nível do mar... vira seu pai sendo arrastado pela força da enchente. Junto dele, sua mãe também não resistira muito mais.
Olhos boquiabertos, coração acelerado, boca molhada e garganta seca. A garota trêmula de frio e de medo ficara ali estática por um bom tempo, até um bombeiro vir e puxá-la a força para fora daquela casa. Entrara em um helicóptero que aos poucos sumira de cena.
Não distante se fora, sem falar nada. Horas mais tarde, descobriram que Ravena havia ingerido muita água e isso lhe causara certo colapso nos pulmões. Num estado de depressão quase torpe, seu quadro só parecia piorar. Seu corpo não parecia lutar muito para se curar de uma pneumonia simples e passara um bom tempo no hospital. Seu luto fora institucionalizado em um hospital; passara grande parte desse tempo entubada, e nunca pode chorar a morte de seus pais.
Mas a lembrança ficava ali.. incompleta. Podia não lembrar mais o que estava fazendo naquele porão, mas lembraria para sempre do forte empurrão em direção a porta, da água que lhe invadia, da força da catástrofe, do tabuleiro de Ouija sendo carregado, dos trovões. Para todo o sempre; como alma do Spiritomb.
Mas reviver isso... reviver isso não fizera nada bem. Num outro gatilho, o 'doki doki' anterior fora ouvido e Gray e Banette foram expulsos daquele cenário sem mais nem menos. Tão rápido quanto entraram: daki-daki-daki-daki. O coração de Ravena batia em seus ouvidos, e fora nesse mesmo ritmo acelerado que foram 'jogados' para fora do porão, voltando ao mundo real completamente baqueados.
A música que lhe recebera era a mesma oração fúnebre, porém forte, que tocaram no coral de inauguração do Cemitério. Porquê? Bem, ninguém sabe ao certo quando aquilo mudou... mas mudou. A igreja atrás dos seis (enfim reunidos de novo) tocara seu sino em ritmo estrondoso... era quase como se anunciassem para todos:
'alguém acabou de morrer'.
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Treino de Status
Progresso :
--- EXP, Happiness, Status e Golpes
+ 10000 de EXP para Alolan Cubone por via de Exp Candy L. O pokémon upou para o Lv. 27 [2384/2492].
→ Pode aprender Stomping Tantrum
--- Itens
-1 Protein
-1 TR Calm Mind
-1 Exp Candy L