Submarine Reflection

  Vendo a impaciencia justificava do rapaz, Ame pediu que a guiasse até o carro então.

  — Pro centro pokemon, favor. — Ela disse assim que estavam no veiculo.

  Sem ter certeza do que podia acontecer, a coordenadora começou um desenfreado dialogo onde ela comentava diversas coisas pelo caminho e ela própria se respondia, dando pouca breja para Henry falar algo. Ame mantinha sua mão esquerda gesticulando enquanto falva e a sua mão direita sobre sua mochila, discreta bem perto do bolso com as suas pokeballs, por garantia.

  — Você mora em Riyado? Deve morar, claro, seria engraçado se você morasse fora daqui e viesse só trabalhar, mas com certeza seria uma intensa rotina se fosse o caso. Ah, se não for muito, você me trazer de volta pra praia quando voltar pro trabalho?

  — Você ainda pretende tentar ser um Ranger? — Ame perguntou sem esperar resposta, era uma pergunta até que intrusiva ela concluiu depois de já ter feito.

   Sonhos podem mudar depois de dar a cara a taoa tentando realiza-los e novas metas e vontades surgem conforme sua caminhada, talvez Henry tivesse novos objetivos depois de não ter conseguido ser o que ele queria. Refletir sobre isso levou a coordenadora a se questionar se ela não precisava rever o seu sonho.

Ame voltou pro agora quando Henry mencionou sobre os biscoitos. Ela prontamente confirmou que sim, queria ir lá antes da praia.

  — Riyado tem o centro de pesquisa marítima, eu vim pra aprender a mergulhar. Eu gosto de água, de pescar e de pokemons bonitos, Riyado me permite fazer tudo isso, então era o lugar perfeito, né?

Assim que chegassem no local onde vendiam os lava cookies, Ame já planejava perguntar sobre o preço. Estava ansiosa, pois uma promessa ela iria conseguir cumprir!

  Biscoitos, muitos biscoitos e havia uma promoção! Tão logo ela fez as contas e concluiu que valia mais o pote maior, Ame se virou para a dona que supôs ser a dona.

   — Olá, vou levar o pote de dez! — Ame disse sorridente para a senhora.

  De tão ansiosa, a coordenadora liberou corsola ali mesmo e assim que obteve os benditos biscoitos, Ame se ajoelhou ao lado da pokemon coral e ofereceu um com toda a calma que conseguia expressar.

   — Quer um agora? Lembra do que eu te disse? Eu prometi mais desses. É bom comer agora porque vamos nadar muito depois daqui.

  O olhar da senhora deixou a coordenadora intrigada, mas Ame acabou focando no que Henry disse. Realmente, ela podia ficar por ali e mergulhar ali por perto mesmo, mas... E se algo acontecesse? A ajuda mais próxima era uma senhorinha, talvez não fosse boa ideia.

   — Vamos pro seu posto.

  Antes de poderem entrar no carro, Ame teve de colocar Corsola na pokeball antes que a pokemon avançasse nela para conseguir mais biscoitos. Ame entendeu que essa mudança de comportamente da pokemon significava que agora esta não tinha mais problemas com ela, estavam enfim de boa e podiam construir uma relação decente de pokemon e treinadora agora.

   — Pokemons são tão complicados quanto pessoas! Um passo errado e podem te matar, e mesmo assim continuamos tentando ter algum laço com eles. — Ame comentou enquanto tinha a pokeball de corsola ainda na mão invés de guardar na sua mochila.

  Se Henry ia responder aos seus devaneios reflexivos, a coordenadora não ligava muito, ela olhava o mar pela janela do carro, esperando ansiosa ahora de poder enfim ir atrás de uma bendito Clampearl, pois ela era uma idiota. Pokemons podiam mata-la e mesmo assim ela ia atrás deles porque eram encantadores, e mortais! Mas o encanto superava o risco de morte!

  Henry sendo paquerador estava deixando Ame constrangida, no entanto, era divertido. Não era algo com que estivesse acostumada, a maioria dos caras que já cruzaram seu caminho ou eram doidos tarados ou apena doidos.

   — Preciso de um loiro bonito para me receber aqui na praia, mas com certeza eu vou ficar muito tempo lá embaixo e talvez você esteja muito cansado depois do trabalho então...

  Ame tirou da mochila uma agenda, ela anotou seu numero, arrancou a pagina e só deixou ali no carro antes de sair rapidinho dali, mas não antes de dizer: — Até algum dia!

  Não queria ver se ele ia aceitar ou não, se ia rir dela ou não. Ela só quis ser charmosa uma vez nessa vida sem parecer uma maluca.

  Depois de correr o mais longe possível de onde deixou o rapaz, Ame olhou em volta. Estava enfim diante do mar, o sol estava brilhando forte sobre ela, era o momento perfeito! Agora bastava ela se trocar, felizmente, tinha planejado esse dia antecipadamente desde sua visita ao centro de pesquisa marinha, Ame já veio usando maio por baixo da sua roupa.

   — Por que não veio logo só de maio pra praia?

  A característica voz eletrônica do seu rotomphone surgiu agora depois de um bom tempo, Ame até se assustou, ela tinha esquecido que seu celular estava possuído.

   — Eu prefiro andar por ai de shorts, ta bom? Agora volte pra mochila!

   — Isso, vamos deixar tudo aqui largado na praia pra alguém levar. Que ótima ideia!

   — A minha mochila é impermeável, sabia? E tudo dentro dela fica em bolsinhas plásticas também.

  Rotom não respondeu, pelo visto optou por só ignorar a coordenadora. Ame decidiu ignorar ele também e focar no que já devia estar fazendo: mergulhando. Chef era seu principal pokemon nessa empreitada, logo ela o tirou da pokeball e explicou o que fariam.

   — Vamos colocar em pratica seu novo movimento, e ir atrás de um clampearl!

   Simples e direto, Chef mal precisou de mais do que isso, ele logo começou a ir rumo á agua e Ame teve de acompanhar seu ritmo. Ela colocou seu equipamento enquanto entravam na água, tava gelada!