[GYM BATTLE] VS. FLANNERY #23

off escreveu:

Nicooo! Vamos tocar fogo em tudo!

O rapaz é conduzido pelo corredores até a arena, o calor ali era insuportável, um rio de magma rodeava a arena e veios canalizavam uma parte do magma para que fizesse o desenho das marcações da arena.

A assistente informa ao desafiante que a Líder logo chegaria e se retira, deixando o rapaz naquele inferno na terra, se passam 30 min e quando o treinador acredita que fora esquecido ali dentro para sublimar, a porta dos fundos se abre e uma menina ruiva entra correndo.

Ai... Ufa, cheguei... Desculpa a demora, eu estava lá no vulcão e não estava olhando o celular, ai eu vi a msg, mas ja estava atrasada, mas não queria desmarcar, ai eu vim correndo... Ufa...

A menina se recosta na plataforma, parando para respirar um pouco e olha para Nico e suspira.

Ai desculpa de novo, sou Flannery, Líder do ginásio de Lavaridge, nem parece ne ? Eu sei... Obrigada. Quer dizer... espero que não pareça pelo motivo que imagino.

A garota não parava de falar, para uma pessoa de poucas palavras como Nico, era algo realmente irritante e assustador, como alguém conseguia falar tanto e tão rápido.

Bom, seu nome ? Esqueci de perguntar... Vc já esteve em outros ginásios antes ?

Flannery se posiciona do lado oposto de Nico e pega uma caixa vermelha a abrindo e exibindo as pokebolas igualmente rubras.

Bom, o desafio é o mesmo, três Pokémons contra três, em batalhas individuais. Quero testar se vc possui o coração em chamas para a batalha, mas sem ser cabeça quente, afinal isso não ajuda.

A líder observa o treinador por algum tempo e então pega um esfera  e lança ao campo, ao bater no solo, a esfera se abre em chamas e delas surge um Pokémon que lembrava um pato.

...Que calor infernal de Giratina.

Não poderia esperar menos de Lavaridge, que jaz na encosta de um vulcão. Um paraíso com fontes termais para alguns, também é atraída por aventureiros e quiçá alguns geólogos para estudar o relevo fruto de intensa atividade sísmica. Soma-se ao residente sol banhando os arredores da pequena cidade, emaranhando todos os fenômenos possíveis para tornar o recinto propício a todo aquele calor. O ginásio não poderia ser diferente também: os tipos fogo. Ora, existem condições climáticas faustas para lidar até mesmo com espécimes antagônicas, como os terrestres e aquáticos; ademais, era o quarto desafio de Hoenn, então não deveria esperar tanta facilidade assim.

Saí de Mauville com o líder alertando-me acerca da improbidade a frente. Ainda que confie não somente em minhas estratégias como em meus monstrinhos, manter as pálpebras descerradas não fazia mal algum; é como pensara justamente naquelas improbidades a combater Wattson: a capacidade de improvisação e a visão para refazer as jogadas e, quiçá, mexer outras peças no tabuleiro é de importância ímpar para um combatente. Isto é advindo de treino, experiência ou mesmo algum dom.

Fui conduzido até a arena. Tirei o blazer que fazia parte de meu traje, guardando-o na mochila; era um ambiente abafado, vapor quente bailava pelos ares e o magma ao redor contribuía para aquela sensação de estar pisando em algum dos nove infernos. Arregacei as mangas, vez ou outra respirando mais pesado aguardando pela líder de ginásio; não delongaria até integrar aquele ar quente intrínseco ao ginásio. Por mais que Pallet fosse abafada por natureza e seu verão era quente para um caralho, Lavaridge era... única naquilo.

Ao menos, estava sozinho para pensar em como poderia agir naquele desafio.

Escolhi quatro boas opções, e dentre estas, três seriam de fato utilizadas: Xatu, Slowbro, Gyarados e o insubstituível Charizard. Os aquáticos eram diferentes na maneira como atacavam: a serpente marinha era especializada em golpes físicos e o psíquico em golpes especiais, o réptil era para trazer variedades ou mesmo arriscar a mesma tipagem, servindo como uma ínfima parede à ofensiva invejável dos tipos fogo e Shiranui era um suporte excelente. Pude pensar em múltiplos cenários onde teria a vantagem, bastava seguir conforme o planejado.

Passou-se um bom tempo até que uma porta se abrira súbita aos fundos da arena. Irrompeu daquele espaço uma garota de rubras madeixas, bela, diga-se de passagem, com roupas mais casuais, ainda que não fossem tão destoantes dos demais líderes da região — era intrínseco a eles utilizar de conjuntos informais, diferindo da posição ante a Liga Pokémon. Arfava, desculpando-se pelo inconveniente ao estar no vulcão por motivos que não me interessavam, externando um lado bem descontraído.

Era Flannery, a líder de Lavaridge.

Disparava inúmeras palavras tal uma metralhadora, estas emaranhavam-se ao seu arfar e conferiam velocidade exímia àquela enxurrada verbal. Apenas ergui uma sobrancelha diante de tudo aquilo, disfarçando o incômodo — ora, não é de minha personalidade ser tão conversador assim. Fitava-a, reprimindo toda e qualquer emoção ou mesmo impressão que tivera da ruiva.

— Sem problemas — respondia àquela torrente de escusas de Flannery; era claro que passar meia hora naquele inferno me incomodou, e pra cacete, contudo, não tenho nem intimidade ou mesmo gozo de algum privilégio para falar qualquer coisa à moça. Meu compromisso era apenas vencê-la, pegar os prêmios e sair. Ainda assim, indagara-me o nome e se era o meu primeiro desafio em um ginásio. — Nicholas. É o meu quarto desafio em Hoenn.

Tomou uma caixa com esferas completamente carmesins, posicionando-se exatamente do outro lado da arena, explicando as regras dos desafios tutelados pela Liga Pokémon.

— Ter a cabeça quente não faz muito o meu estilo. Diria que ela é fria... até demais — exprimi, quase soprando ao encarar a ruiva liberar o primeiro monstrinho usado no desafio: o magmático kantoniano. Não tive experiências empíricas com Magmar, contudo, conheço-o bem: rápido, capacidades ofensivas interessantes, destoando apenas na medíocre defesa física, algo que chuto que Flannery deva ter treinado particularmente. Sem delongar muito, arqueei a esfera bicolor de Xatu, materializando a ave feérica no campo de batalha; o psíquico voava em pequenos círculos, sobrevoando o recinto, aguardando as ordens. — Shiranui, Thunder Wave e repita caso erre, depois Reflect.

Ter o controle da velocidade era fundamental nesse cenário. Bom, vejamos o que a líder de ginásio iria fazer.

off escreveu:

Fogo é vida!!

A líder observa o pássaro psíquico entrar em campo, ela torce um pouco a boca, talvez imaginando o que poderia ocorrer ali pra frente.

Quarto, eita, tenho que tomar cuidado então. Ual, esse realmente é um bom pokémon, se ele é o seu primeiro, vejo que está planejando algo a frente. Magmar, vamos nos manter correndo pelas linhas de lava, dispare uma sequencia de Flamethrower contra ele, mire sempre no mesmo ponto.

Ao ouvir as ordens de tocar fogo, o pato flamejante sacode a sua cauda e arqueia o corpo, Xatu já se preparava para emitir as suas ondas, quando Magmar corre em disparada usando as linhas de lava como guia e então cospe uma labareda de chamas contra Xatu, queimando a sua asa esquerda. O pássaro então emite suas ondas elétricas que percorrem o campo, porém o pato consegue se esquivar pisando na lava atrapalhando a mira do pássaro.

O magmar mais uma vez dispara suas chamas contra o corpo do pássaro psíquico, acertando a mesma asa e fazendo a mesma pegar fogo e doer bastante. Os olhos de Xatu brilham e uma chama idêntica aparece no braço esquerdo de Magmar, mas o mesmo apenas a assopra, revoltado com a incapacidade de afligir seu oponente com as mesmas condições, Shinarui volta a lançar suas ondas elétricas e dessa vez mesmo o pato voltando a pisa na lava para atrapalha-lo tem sucesso, fazendo o corpo de Magmar ficar envolto de uma voltagem elétrica, mas Xatu voltava a sentir os efeitos das chamas que não se apagavam em sua asa.

Isso Magmar, estamos bem!!! Essa batalha de aves está demais!! Resista a eletricidade no seu corpo, vamos mais uma vez com Flamethrower e depois vamos para o mano a mano, Thunder Punch

O pato colocava a mão sob a perna, sentindo os espasmos e Nico via que sua ave se mantinha no ar ainda, mas demonstrava um cansaço muito rápido para o combate, mas ao menos virava a chave da velocidade a seu favor.



Campo:

Tsc...

É algum tipo de sacanagem, não é? Com uma diferença tão ínfima, nada parecia estar conforme havia planejado naquele primeiro movimento. Se o azar sorria para mim, a sorte o fazia para a líder; quando pensara em articular a jogada daquele modo, ademais que houvesse alguma chance de aquilo acontecer, não contei naquilo. De fato, erro na hora de preparar o terreno para uma ofensiva; contudo, não tão crasso assim.

Todavia, Magmar estava paralisado, e isso me dava a oportunidade de me mover primeiro. A condição de paralisia tinha efeitos propícios para mim, mesmo com esses prejuízos díspares com os ataques advindos do magmático kantoniano, algumas possibilidades estavam ao meu favor. Em um cenário onde ambos os golpes do ígneo atingissem Shiranui, o mesmo perderia, portanto, mantê-lo em campo forçaria o uso de seu golpe de cura — e sua função era apenas deixar a tela para sair logo em seguida.

O desafio ainda era muito longo para perder Xatu justo no início; preservá-lo seria essencial. Respirei fundo ao cerrar as pálpebras, preparando duas cápsulas bicolores, uma em cada mão — faria parte da jogada logo a seguir.

— Shiranui, mudança de planos: U-Turn — pedi ao mesmo, e assim que o impacto atingisse o magmático, o mesmo se esvairia em energia alva, retornando à sua pokébola. O escolhido para entrar no campo a seguir seria Critias, a Gyarados; a serpente marinha, ao ser liberta logo fitaria o seu adversário com os orbes tão profundos e intimidadores, no aguardo dos comandos a seguir. — Avance com Aqua Tail, Critias.

Bom, não é possível que Flannery tem uma maré de sorte tão grandiosa assim, pelo amor de Arceus.

O rapaz sentia a pressão do Ginásio, talvez fosse o ambiente quente, a sorte da líder ou o próprio universo conspirando contra ele, mas a estratégia inicial do treinador era literalmente queimada.

Optando por uma estrategia alternativa, Xatu mergulha em direção ao seu oponente e então se torna energia, voltando a esfera e fazendo Critias surgir em campo, a enorme serpente marinha rugia contra o Magmar que lança as suas chamas, mas que pareciam mais irritar a serpente que fazer efeito de fato.

É... Pelo visto essa era a sua carta na manga né... Gyarados são criaturas realmente poderosas, vai me dar trabalho.

O revide de Critias lança Magmar de encontro a parede severamente ferido, mas mesmo sem muita coragem de se manter próximo a serpente, Magmar investe acertando o corpo da mesma com um golpe elétrico, fazendo a enorme Gyarados rugir de fúria.

Mas vamos lá, estou apenas aquecendo!!

Magmar coloca a mão sobre o corpo, ainda sentindo os espasmos e seu corpo começava a doer, a resistência daquela fera a sua frente era preocupante.



Campo: Descrição do campo de batalha e clima.

O cenário era um pouco menos melindroso do que projetara. Ainda assim, sacrifiquei uma boa parte da energia de Critias para causar consideráveis danos no ígneo kantoniano. Magmar ainda resistia apesar do golpe efetivo, no entanto, recorria à respirações mais pesadas e a dor começava a percorrer o seu corpo como uma corrente elétrica; a julgar por sua reação, não delongaria muito para, enfim, estatelar contra o solo já desmaiado.

Flannery estava certa: para algumas criaturas, Gyarados era a minha carta na manga. Vitalidade titânica, boas defesas e movimentos coringas oportunos faziam da serpente oceânica uma jogada certeira para enfrentar o batalhão ígneo da ruiva. Se ela estava apenas aquecendo, acredito que também possa dizer o mesmo.

— Vamos ver quanto mais tempo Magmar ainda consegue dançar — murmurei, olhando de relance para a ruiva e logo em seguida para o sentido magmático. — Sequência de Aqua Tail.

A ordem era mais do que clara: abusar de que, agora, a serpente titânica era a mais rápida em campo e desferir o maior número de ataques efetivos o possível; se com apenas um Magmar sentira daquele modo, não delongaria para que, enfim, esvaísse toda a sua vitalidade com uma sequência daquela.

Caso tudo ocorra conforme o previsto após rever a estratégia, o monstrinho não dançaria mais tanto tempo na arena. Já está na hora de trocar o disco, huh?

A chegada de Gyarados acalma o rapaz, a força com que a serpente marinha a ataca trazia segurança para o rapaz. A garota olha para seu magmar bastante ferido e fecha os olhos um momento e então da os comandos.


Mag, vamos com Will-o-Wisp, repita até ele estar queimado!


Assim que o pato ígneo ouve os comandos, exala pequenas chamas do seu bico, isso faz a serpente saber que poderia agir, sendo agora mais rápida, investe novamente dando um golpe com sua cauda envolta em água, fazendo o pato cair do chão severamente ferido.


Magmar se ergue, criando uma pequena chama azul em seu bico e disparando contra a serpente marinha, mas talvez as feridas fosse graves demais pois ela sai frágil e lenta e Critias apenas bate sua cauda apagando a mesma, disposta a não mais permitir aquilo, a serpentente envolve novamente a cauda em agua e finaliza o pato com um unico golpe.


Ah puxa... Vc lutou muito bem Mag, venha descansar!


A ruiva olha para a caixa e voltando o olhar ao Gyarados, pega uma esfera e fecha os olhos um momento e lança ao campo.



Vamos lá! Flareon, vamos mostrar nossa força contra essa serpente, duplo facade.


A pequena raposa de fogo surge no campo e e tratar de emanar ondas de calor a volta. Era agora o momento de Nico decidir a balança do combate.



Campo: Descrição do campo de batalha e clima.

Shiranui deixara um legado, ademais que não cumpriu com tudo o que normalmente se compromete: a estática percorreu o corpo do magmático, não deixando que as chamas atingissem a serpente tão imponente sobre aquela arena, punindo-o com dois golpes efetivos e, enfim, esvaindo sua energia no derradeiro ataque. A paralisia fora fundamental para não causar mais problemas: Critias ser a mais veloz em campo era o gatilho necessário para a primeira vitória.

Ainda que abrira o placar, graças aos danos causados em Shiranui e sua queimadura, ademais os ferimentos em demasia sobre Critias não me davam a clara vantagem que tanto buscava. Em um cenário onde o materializado Flareon viesse a seguir, a tela refletora seria de importância ímpar para que estivesse dois a zero.

Contudo, tinha de contar com todos os cenários possíveis; ademais, consegui mexer as peças no tabuleiro bem para que não ficasse em uma desvantagem assim tão evidente. Agora que Flannery lanço seu Flareon, não era um motivo para uma troca, ainda mais que Gyarados não perdera tanta energia conforme havia imaginado.

Se não houver nenhuma anormalidade, Critias seria, novamente, a mais ágil em campo, entregando-me mais uma ligeira vantagem no desafio. De todo modo, vejamos até onde vai; matutando acerca dos futuros rumos desse combate, seguir na ofensiva era o mais prudente.

— Continue: dois Aqua Tail — ordenei à serpente. Os orbes cerúleos bailavam por cada monstrinho na arena, vez ou outra passeando sobre as expressões faciais de Flannery; dizem que o corpo fala, portanto, em algum momento a garota mostraria confiança, preocupação ou seja lá o que for.

Campo: Descrição do campo de batalha e clima.

Mas como isso é possível? Será que todos os monstrinhos de Flannery haviam treinado sua velocidade a tal ponto de superar até mesmo Critias? Merda. A eeveelution ser a mais ágil em campo — contrário às minhas expectativas — foi o pivô para deixar a serpente aquática tão exaurida daquele modo. Arfava, recorrendo às respirações desordenadas e buscando no ar quente do ginásio energias para manter-se de pé, vez ou outra pendendo para o chão; Gyarados tinha de aguentar um pouco mais, de qualquer jeito, apenas mais um pouco.

A ruiva recolhera a pequena raposa ígnea depois de um turno que mais me fora prejudicial do que benéfico — apesar de tê-la nocauteado. Ainda tinha mais um monstrinho para enfrentar, e seria de importância ímpar Critias em bom estado; parte do plano deu certo, contudo, parte dera errado também. A próxima escolha de Flannery seria crucial para saber se venceria ou não.

Sua escolha seguinte era Camerupt. Um monstro ofensivo em demasia, como manda o manual de pokémons do tipo fogo; suas poucas defesas eram compensadas com uma habilidade que diminuía o dano de golpes super efetivos, sendo este um monstrinho complicado de lidar. Acesso a movimentos problemáticos e leque de ataques poderosos. Critias seria uma carta na manga para conseguir lidar com o mesmo de maneira mais fácil, contudo, sua energia não permitiria jazer combatendo por muito tempo.

Era possível seguir com aquele planejamento que fizera outrora, todavia, jogaria contra o relógio também. Bom, vamos ver até onde ia a força daquele Camerupt.

— Taunt, e repita se não conseguir; depois Aqua Tail — pedi, fixando as vistas sobre a figura do ígneo que expelia magma de suas corcovas.