Pokémon Mythology RPG
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Iter Criminis!

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Sienna City
Temperatura Amena • Começo da Tarde
Will ficava um bom tempo sozinho, porém a espera parecia ter uma aparência consideravelmente normal. Helena retornava a abrir a grande porta com um celular em mãos e um pedaço de papel. Além disso, ela estava numa roupa bem mais casual, sendo uma blusa e calça comuns. No entanto, seu olhar expressava sua irritação.

- Eu retornei, com tudo feito. Troquei de roupa para não chamar atenção. Além disso, tenho novidades - disse ela, esticando o papel para o jovem. - Minha irmã achou uma pista valiosa a qual eu não considerei: na contagem de nossos navios de carga, um deles está desaparecido. Como é óbvio, não há registro do destino traçado por ele, porém ao menos contamos com a vantagem de saber por qual das saídas eles pegaram - explicou ela, mostrando agora o próprio celular. - Essas são as rotas que esse corredores levam. Porém podemos ignorar todas e seguirmos direto na direção do corredor seis, o único com uma saída direto para o porto - ela então começou a arrastar o mapa. - Como pode ver, não é dos caminhos mais rápidos, porém podemos também obter mais pistas. Mas se preferir, podemos retornar lá pra cima e usarmos meu carro para chegar mais rápido no porto, a decisão é...

Antes que a mulher pudesse concluir a frase, as luzes se apagavam e a sala ficava num completo breu. Segundos depois, algumas luzes de emergência se acendiam, criando um clima bizarro pois tinham coloração vermelha. No entanto, não havia energia na porta, então o reconhecimento de retina estava completamente comprometido.

- Na verdade, acho que só poderemos ir pelos corredores. Sem luz, sem reconhecimento de retina - disse, parecendo se irritar mais. - O meu dia poderia ficar pior? - questionou ela, caminhando até um dos cantos e retirando a placa de metal para mostrar uma passagem livre entre as grades. - Quer fazer as honras?

•••

Natalie tomava o próprio tempo para bolar um novo plano já que os anteriores não tinham dado muito certo. Sem muita sorte, o Pokémon elétrico flutuante recebia o sinal da dona e ia receber novas ordens. A criminosa estava com uma estratégia que poderia dar muito certo ou muito errado, de qualquer forma, era uma tentativa. Largando a máquina de lavar, o fantasminha flutuou tudo e adentrou na câmera mais próxima que viu, desaparecendo no sistema. Uma idosa da cidade passou por perto da mulher e até deu um olhar curioso para ela estar ao lado de uma máquina de lavar aleatória, porém seguiu o caminho sem mais grandes pensamentos.

Rotom se infiltrava no sistema de câmeras e em poucos segundos acessava o computador da recepcionista. Agilmente, o Pokémon enviava os dados diretamente para o celular da dona, sendo uma cópia dos registros de navios de carga da corporação: um deles estava sem dado algum e ainda com um aviso "desaparecido". Feito isso, o Pokémon teve um pouco mais de dificuldade para chegar até o corredor, porém seguindo a fiação de luz, ele adentrava num novo sistema.

Sem saber muito bem onde estava, o Pokémon acabava encontrando o laboratório secreto onde o roubo ocorreu, porém não havia nenhuma câmera para que fosse transmitido as informações para a dona. Contudo, ele podia ouvir a conversa da dupla lá debaixo. Por fim, o elétrico tentava se infiltrar num computador central do local, porém a criptografia o barrava completamente. Sem mais opções, ele fez todo o caminho de volta, porém antes, cumpria a tarefa da dona: ele dava um curto no sistema, que desligava toda a energia do prédio. Com isso, ele retornava para a dona, forçando o teclado da mulher a escrever uma mensagem.

"Essas rotas corredores levam ignorar todas seguirmos corredor seis saída porto"

Finalizou de digitar, não tendo muito sentido na mensagem, mas quem sabe o que a criminosa poderia fazer com a informação.


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Ele quase foi pego no flagra coçando o nariz quando ouviu a porta se abrir. Rapidamente se desencostou da parede e cerrou o semblante para não parecer que estava fazendo corpo mole. – Tá muito ruim lá em cima? – Helena explicou a razão da demora e o que tinha conseguido. A informação era valiosa, pouparia o trabalho de procurar no possível labirinto que seria aqueles túneis, mas estava longe de entregar a localização dos criminosos. Por outro lado, ele se perguntava como um navio sumia sem que os funcionários dessem falta. Vai saber como funciona a logística dessas grandes Empresas.

Pois bem, Will acompanhou a explicação calado até que as luzes se apagaram, deixando tudo ainda mais suspeito. – Isso sempre acontece com vocês ou é só por que eu estou aqui? – Brincou, tentando decifrar a reação da mulher. – Mas não faz mal, eu prefiro ir pelos túneis, quem sabe o que podemos encontrar pelo caminho – Ele passou por ela e pulou para o outro lado, liberando em seguida o seu Electivire. – Garoto, vou precisar que ilumine o caminho e fique atento, se sentir alguma presença estranha, me avise imediatamente. – Afrouxou o aperto no ombro do gorila enquanto a criatura segurava a própria cauda para fazê-la acender como uma lâmpada. – Helena, esse é o Hyperion. Se ainda quiser ir de carro ele pode dar uma carga na porta... Mas como disse, prefiro ir por aqui. – Dessa vez foi a vez dele de fazer um gesto para ela mostrar o caminho.

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E era com graciosa alegria (apesar do breve desconcerto ao ser encarada por uma velha aleatória enquanto aguardava, pacientemente, o retorno da viagem de seu companheiro fantasmagórico) que a ruiva recebia os primeiros resultados da empreitada de seu pokémon. Um sorriso inevitável se pintou nos lábios quando, ao abrir os arquivos recebidos no celular, pôde observar que se tratavam de registros navais - e, bem, a falta de um dos cargueiros provavelmente denunciava aquele utilizado pela organização criminosa para se safar (ou quase, até então) com o furto do projeto secreto de Sienna.

— Boa, parceiro. — Murmurou para si mesma, tomando seu devido tempo para analisar um pouco mais as informações enviadas pelo elétrico. Queria compreender ao certo o que era que definia e distinguia um e outro veículo, embora não tivesse certeza de que seria capaz de fazê-lo; De qualquer jeito, perdurou nesse trabalho até que o fantasma retornasse para sua companhia, e foi com um orgulho silencioso que a moça enxergou todas as luzes do prédio se apagarem praticamente de uma só vez, indicando o sucesso na tarefa final.

Não teve tempo de parabenizá-lo, porém; Malmente os orbes encontraram os vítreos do velocista e ele imediatamente tratou de se apoderar de seu aparelho telefônico. As sobrancelhas franziram, suaves, com a aparente urgência do pokémon, e manteve-se em silêncio enquanto as letras se estampavam na tela como um um ágil carimbo. Não era lá uma frase muito compreensível aquela digitada pelo seu pequenino possessor, mas...

— ...Corredor pro porto. — Repetiu, devagar, tamborilando os dedos na borda do tecnológico ao que o alaranjado finalmente o abandonava. — ... ... ...Estão no subterrâneo? — Perguntou, então, as pupilas se volvendo na direção dos orbes cerúleos de seu companheiro - e um torcer de canto de lábio veio, inevitável, diante de seu rápido assentir. Quer dizer, não era como se precisasse pensar muito; O áudio anterior reforçando com que o pensamento se voltasse ao porto para protegê-lo, a existência de um corredor que guiava diretamente para lá... Não tinha como existir algo assim no meio da rua, né?

— ...Precisamos ir. — Sentenciou, apontando a máquina de lavar abandonada com a cabeça - a qual prontamente Balthazar possuiu, confortável como há muito estava, acostumadíssimo com aquele eletrodoméstico envelhecido. — Se é um corredor, deve ser uma linha reta. Então... — Deixou a frase inacabada. Talvez pudesse fazer alguma coisa com a saída da aparente passagem descoberta por Rotom - e graças aos céus o enviara ao interior do edifício, ou perderia um tempo precioso esperando um agente que nunca sairia por pontos comuns.

Precisou calcular, aproximadamente, a direção do porto. Cruzou-a com a da sede dos laboratórios; Tentou encontrar uma direção que pudesse ser possível e curta em direção à orla. Utilizou de uma pequena ajuda do GPS e, terminando de engolir a água de uma vez, jogou o copo dentro da mochila e a ajustou nos ombros, guardando o pokénav dentro do bolso e correndo em direção ao ancoradouro, seguida de perto pelo querido Rotom.

Não sabia como as coisas estavam lá embaixo, mas tinha que chegar e encontrar a saída antes que o Avenger o fizesse. Era uma necessidade mais que urgente, no fim das contas.

...não gostava de ter que lidar com inteligência.

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- Bom, as coisas não são perfeitas, porém agora que chegou tudo tem especialmente dado errado. Não quero te culpar, apenas responder sua pergunta - comentou ela. - E que belo espécime você tem aí. Acho que vou por esse corredor também. Se vou te auxiliar, preciso estar por perto, certo? - ela então pareceu considerar as coisas por um tempo. - Será que estão atrás de você? - sussurrou.

Helena tentava afastar os próprios pensamentos conforme caminhava na direção indicada pelo mapa no celular. A cauda de Electivire estava numa incessante troca de raios, o que criava uma iluminação amarelada pelos corredores. As vezes, quando a mulher pisava com mais estresse, o corredor até dava eco de tão vazio.

Chegando na primeira virada, havia um amontoado de quatro jalecos jogados no canto, porém boa parte deles estava queimado. O que estava na melhor situação tinha o símbolo da Aether Paradise estampado, porém dava pra ver que a tinta não era das melhores.

- Eles são inteligentes - disse a mulher, virando mais uma vez o mapa pro jovem. - Essa interseção leva a quatro saídas da cidade. Talvez tenhamos que conversar com alguns engenheiros da ilha depois dessa missão - concluiu.

•••

A criminosa não poderia estar mais satisfeita com o desempenho de seu elétrico fantasma. Utilizando das poucas palavras que Rotom acabava se lembrando de ouvir, ela deduzia que eles tomariam uma saída alternativa e subterrânea. Objetivando neutraliza-los, ela tentava traçar um trajeto do corredor que eles seguiriam.

Se ela tinha pressa, precisava encontrar alguma forma de chegar rapidamente no porto, pois segundo sua própria dedução: o corredor era uma linha reta. E "o caminho mais rápido entre dois pontos é uma reta".


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Will deixou que Helena seguisse na frente, preferindo refletir em silêncio sobre a questão levantada por ela ao mesmo tempo que se dedicava a observar a passagem atrás de sinais dos ladrões. Por mais que posicionar um espião para observar e atrapalhar o seu progresso inflasse o seu ego, ele não conseguia entender o motivo de tamanha perda de energia. Primeiro, qualquer um poderia ter pego aquela “missão pública” – visto que Siena Co. não contatou a Avengers diretamente, mas sim lançou a convocação no mercado para qualquer Sociedade interessada palavras de Shianny – e desse modo poderia aparecer o melhor ou pior detetive do mundo. Segundo, o próprio Will poderia ser uma isca das Sanders para desviar o foco da verdadeira investigação sigilosa que elas podiam estar promovendo com especialistas na área - bastava notar o quanto Helena o deixava no escuro. Literalmente, pois até onde sabia poderia ser ela manipulando a energia do laboratório só para enganá-lo. Não é incomum o diabo se vestir de Santo. Ele só não entendia o que ganhariam com isso.

Todo esse cenário o incomodava, não gostava de ser usado. Não foi pouca as vezes em que ele quase deu um ultimato na sua contratante “Ou abre o jogo comigo ou pode procurar outra sociedade para te ajudar”. O único motivo de não o fazer era a sua curiosidade, queria saber onde aquilo iria terminar e se conseguisse recuperar o Pokémon, dependendo do que visse, faria questão de dar uma vida diferente a criatura. – “Ser vivo algum vai passar o resto da sua vida sofrendo como cobaia, não quando eu estou envolvido” – Fuzilou a nuca da mulher a frente com os olhos, afastando a raiva e imaginando em que canto isolado do mundo poderia soltar a criatura.

Vestiu a máscara de bom moço mais uma vez quando ouviu a pergunta da “companheira” – Seriam tolos se o fizessem. Aposto que um grupo tão organizado e cheio de contatos como eles conseguiriam facilmente despistar um único homem se chegássemos perto. – Ele expirou pesadamente, cansado de tanto mistério desnecessário- Serei sincero com você, Helena. A maior chance de recuperar um produto roubado é nas primeiras 24 horas. Depois disso, só se eles cometerem algum erro grosseiro... Se eu fosse eles já teria saído de Sienna no dia do roubo. O silêncio de vocês só facilitou a vida dos criminosos. Mesmo que eles tenham escolhido se esconder para fugir só quando a poeira abaixar, a vantagem é toda deles enquanto as Sr. Sanders não resolverem usar sua influência para mobilizar toda as autoridades da “ilha”. – Ele parou um momento para respirar e voltar ao ponto da questão. – Se existe de fato alguém tentando nos atrapalhar, capturá-lo seria o meio mais fácil de obter informação... Mas por enquanto preferi despistá-lo, por isso quis vir por aqui. – Ele não terminou sua explicação, mas se vangloriava de ter uma memória visual acima da média. Existia um motivo para ter parado no meio do saguão do laboratório e ter observado bem o rosto de todo mundo que circulava pelo lugar. Na situação que se encontrava, descartaria facilmente a coincidência para qualquer rosto “familiar”.

Não levou muito tempo até encontrarem os jalecos queimados. Outro furo na história. Mais uma vez ele confirmou as meias verdades que Helena contava. – Pensei que a quantia de pessoas que estavam na sala na hora do ataque fosse a mesma que acordaram com vocês. Não foi esse o caso? – Ele quase criticou a segurança tão confiável dela, jalecos mal feitos, mas preferiu cutucar a vestimenta queimada com a ponta do coturno, próximo ao símbolo da Aether Paradise para deixar claro a sua dúvida. – Vamos continuar em direção ao porto, você disse que só tinha uma saída naquela área. Trace a rota mais curta, se fosse eu fugindo com uma carga roubada sem ninguém me perseguindo, faria o caminho mais rápido até o meu esconderijo.

Ele aguardou ela apontar a direção e continuou atrás dela pelo caminho. – Me fale sobre o Navio que está sumido. Qual foi o último registro dele? - Já Hyperion, que não se envolvia na conversa, liderava o avanço, liberando de quando em quando um campo eletromagnético para sondar a área. O Pokémon estava empenhando em detectar algo antes que fossem percebidos.

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"Seguirmos."

Foi essa a palavra que ribombou em sua consciência, aguda e acusadora, enquanto os pés se apressavam e disparavam, um após o outro, pelas calçadas e ruas que separavam a distância do porto e da corporação tecnológica há pouco visitada. Sinceramente, aquela tinha sido uma informação que passara batido na sua primeira análise para tentar traçar o caminho e a escolha mais óbvia para o que deveria fazer ao tentar interceptar o investigador - mas, parando para pensar, o singelo plural trazia um tremor ainda mais grotesco do que gostaria de imaginar, inicialmente:

Ele não estava sozinho.

Ou, pelo menos, não parecia estar. A ideia de existir uma equipe acompanhando aquele projeto de parede que tinha encontrado na recepção era, por si só, responsável por emitir um arrepio agoniado pela linha da coluna; Diabo, sequer tinha ciência se seria capaz de lidar sozinha com o musculoso rapaz responsável pela investigação, e agora tinha também de se preocupar com a hipótese de ser encurralada por todo um grupo possivelmente montado pelos diretores de Sienna?

... ... ...Por que é que tinha a impressão que podia acabar em péssimos lençóis ao tentar impedir o avanço do Avenger?

Não havia muito a se fazer, infelizmente. Tudo o que restou foi puxar do bolso mais uma vez o pokénav, verificando o mapa e tentando seguir pelo melhor caminho em direção ao porto - com sorte, o aviso do roubo no fórum seria mais que suficiente para, pelo menos, lidar com a maioria dos obstáculos que pudesse chegar a ter que encarar. Além disso, porém, se deu ao luxo de verificar mais uma vez o registro dos navios: Queria saber quantos estavam, naquele momento, ancorados pela orla - se é que o elétrico havia conseguido tal informação. Senão, teria que simplesmente observar e analisar ao chegar, afinal, não deveria ser tão difícil identificá-los ao comparar com os papéis.

É...
Não seria tão fácil, né?

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Sienna City
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- Como eu disse, a contagem realizada foi exclusivamente dos nossos. A Devon Corp e a própria Aether Paradise foram responsáveis pelos próprios números, mas aparentemente, deixariam alguns vazar - finalizou ao ver o símbolo no jaleco.

Will estava cada vez mais estranhando tudo o que acontecia, inclusive seus próprios companheiros de investigação. Helena parecia estar no auge de seu estresse, pois mal podia pensar em coisas direito. Obviamente, como chefe de segurança, tudo era sua culpa, porém como uma subordinada, só lhe restava as ordens.

- Tenho os mesmos pensamentos, os quais compartilhei com minhas superiores, mas não há muito que eu possa fazer. Sou a chefe da segurança, não da corporação. A fala final é delas - explicou a mulher, aparentemente nervosa de pensar que aquele desabafo pudesse vazar. - É por isso que coloquei minha irmã junto. Ela não trabalhava para a corporação, entrou um dia após o roubo. Não quero meias verdades sendo de dentro - disse, depois encarou o jovem. - Mas não posso me comprometer por mais ninguém

Eles continuavam a passagem sob a luz de Electivire, seguindo a rota do mapa. Enquanto andavam, algo curioso surgia: no meio da escuridão, algo refletia o brilho amarelado da luz criada pelo elétrico. Era uma pequena Pokébola de cor preta, com um "R" estampado nela, caída num canto. Aquele Pokémon parecia ter um campo magnético, que inclusive atraiu o item e o revelou completamente.

- O registro aqui diz que a última rota dos nossos cargueiros foram para Hoenn, porém nossos barcos não são registrados exclusivamente para ir a determinadas regiões. Onde a carga precisa ser entregue, os barcos vão - finalizou, esticando o registro para o homem.

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•••

A mulher disfarçada corria em direção ao porto, o que não era incomum pois até alguns outros turistas pareciam correr na mesma direção, porém com um objetivo diferente. Tentando puxar mais uma vez a cópia virtual do registro que o fantasma havia pego, a criminosa só contava com as informações:

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Chegando no porto, a mulher encontrava um local consideravelmente movimentado, com navios de cargas, pessoas e tudo mais. Havia uma parte daquele porto que estava protegida por cercas, porém estava sendo vigiada por um guarda que parecia mais interessado em tentar dar um "oi" para as turistas que passavam.

Dentro dessa cerca, algumas pessoas passavam pra cá e pra lá, com crachás no símbolo da Sienna Corp. Apesar de poucos, eles eram bem inquietos, talvez a notícia do roubo também os tinha pego de surpresa. Quão secreto era o roubo do laboratório?


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- Esse registro não ajuda muito... – Ele observou a lista tentando imaginar o que não estava vendo. Depois de um momento de silêncio, prosseguiu. – Precisamos da lista da tripulação e de possíveis passageiros na viagem de ida e de volta, comparar números e nomes. Se os criminosos já estavam de olho no navio, podem ter embarcado em Slateport. - Provavelmente estariam usando nome falso, mas é incrível como um criminoso gosta de engrandecer o seu alter ego. – Isso também pode indicar o seu destino. Se eles são de Hoenn, provavelmente vão querer voltar para lá. Se não o pegarmos aqui, pode ser uma pista a seguir...

Era incrível como o destino gosta de pregar peças, toda teoria que ele acabara de criar pareceu virar de cabeça para baixo quando o seu Electivire deu sinais de ter encontrado algo. Com o corpanzil da criatura na frente, Will não viu do que se tratava a princípio, mas devido a agitação do gorilão, contornou Helena e correu para a frente do companheiro para se deparar com a Pokebola preta girando lentamente no chão, atraída pelo magnetismo criado pelo seu elétrico. Quando essa “voou” na direção da mão gigante do Hyperion, devido ao poder da atração, Will interceptou a trajetória, segurando-a antes que ela tocasse o seu amigo. – Melhor você não tocar nisso, garoto. – Ele não sabia como funcionava, mas na sua leiga compreensão do assunto, via a capsula como uma sequestradora audaz de Pokémon.

- Então elas são reais – Girou o objeto na mão esfregando o polegar no símbolo “R” sem acreditar no que via – Já tinha ouvido falar dessas Pokébolas. Por muito tempo achei que fosse fantasia da mídia. Ainda não consigo acreditar como uma Pokébola dessa pode roubar o Pokémon de alguém. – Só de imaginar um de seus Pokémon sendo levado... Até que ponto ele iria para recuperá-lo? Provavelmente, até as últimas consequências. – Se a Equipe Rocket já não está infiltrada em Sienna planejando coisas nesses tuneis, só pode significar que temos o suspeito do roubo. – Mas sendo uma organização de Tohjo, sua teoria de fuga para Hoenn tinha fundamento?

Will estendeu a mão para que Helena visse a Rocket Ball e depois puxou-a de volta para confirmar se estava vazia. Uma ideia acabara de passar em sua mente.

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Foi somente ao que os orbes acinzentados finalmente alcançaram a imagem da paisagem movimentadíssima do Porto de Sienna que as pernas iniciaram uma razoável e gradual diminuição de velocidade - afinal, desde que não seja urgência, não é lá muito inteligente simplesmente frear de uma vez e, duh, obviamente não pretendia fazê-lo. Não que realmente fosse necessário, mas aquela calmaria momentânea também foi suficiente para que o elétrico a alcançasse, e a "morena" apoiou uma das mãos com delicadeza sobre a superfície alaranjada de sua maquinaria, analisando em silêncio não só o fluxo de pessoas que ia e vinha pela orla, mas também a estrutura e a composição metálica que adornava todo o ambiente.

Com certa distância da cerca que separava a "área comum" daquela aparentemente reservada aos funcionários de Sienna (levando em consideração os jalecos e as expressões preocupadas estampadas nos rostos de cada um), os pés se arrastaram pelo chão cimentado, ganhando proximidade com o oceano que se apresentava com gentileza além do horizonte, em belíssimo tapete azulado que se estendia até bem além de onde a vista alcançava.

— Escute. — Suspirou, roçando as pontas dos dedos no eletrodoméstico alaranjado, aproximando o rosto com paciência do companheiro fantasmagórico. — Escute com atenção. — Pediu, o tom de voz baixando para que apenas o pokémon fosse capaz de ouvir, no meio de tantas pessoas vindo pra lá e pra cá. — Preciso de você. — Começou, os orbes esmeralda passeando pelos vítreos cerúleos do animal. — Vê os navios? — Disse, desviando brevemente o foco da atenção para indicar os veículos estacionados no "terreno" da corporação. — Preciso que você se afaste da costa, entrando pela água, por baixo. — Continuou, tamborilando os dedos na tampa do eletrônico. — Deixe a máquina; Em quantos e em quais você puder, se aproxime dos navios e tente invadir o sistema pelas hélices. Elas devem ficar na parte traseira, no fundo. — Instruiu, a respiração indo e vindo com suavidade. — Todos que conseguir entrar, quero que você dê partida e ligue na velocidade máxima. Faça com que saiam da costa, independente de para onde ou como; E tente sobrecarregar os painéis para prevenir que parem os navios. — Seguiu o raciocínio, afagando com tranquilidade a "bochecha" do animal.

— Volte o mais rápido possível - se você sequer sonhar que vai ser pego, recue imediatamente. Tente pegar a máquina de volta, se puder; Senão, pode abandoná-la sem nenhuma preocupação. Se tentarem te interceptar, revide com Confuse Ray ou os afaste com Thunder Wave, em último caso. Mas evite o máximo causar danos em alguém; Isso pode trazer problemas pra gente. — Sussurrou, beijando com tranquilidade a testa de seu aquático. — Conto com você. — Disse, simplesmente, encolhendo os ombros e afastando o rosto - endireitou a coluna, tranquila, e um último acenar de cabeça foi suficiente antes que um sorriso brilhasse nos lábios, inocente, e os passos se guiassem na direção do guarda que tranquilamente cumprimentava turistas por aí.

Sim - sabia que essa era uma estratégia, uh, extremamente arriscada. Caso fossem avistados de qualquer jeito, teria que dar uma lista longa de explicações que poderia ferrar com toda a sua investigação/operação de atrapalhar o agente de Avengers mas, bem, naquele ponto, sinceramente não acreditava estar tão disposta a deixar passar o trabalho imposto em seus ombros; Ora, Sabe-se lá que tipo de retalhação poderia ter de aturar da organização criminosa, caso acabasse falhando em criar uma "muralha de proteção" para que seus superiores escapassem pela tangente?

...Só esperava que todos os treinos absurdos de velocidade que tivera com seu elétrico, até então, se mostrassem proveitosos naquele momento. Tinha consciência de que, querendo ou não, aquele pedido seria um pouco mais demorado que uma simples invasão às câmeras de Sienna, que eram "uma" só - mesmo assim, esperava que a agilidade, experiência e capacidade do animal fossem suficientes para lhe concederem mais aquela belíssima distração.

E falando em distração, deixe-me dizer: Foi com certo ânimo e agitação excessivos que a moça apressou os passos, grudando na cerca bem ao lado do guarda (sem realmente se lançar nela), oposta à orla, os dedos apertando com delicadeza no material prateado do aço que dividia a tênue linha de prisioneiros e liberdade.

— O que é que é isso? — Perguntou, de repente, quase como uma animadíssima viajante que simplesmente se deliciava com as atrações tecnológicas que se espalhavam pela ilhota artificial. — É alguma outra instalação pra gente pegar ou estudar mais coisas, que nem aquele outro prédio do centro? — Questionou, o sorriso tímido brincando nos lábios quando a atenção enfim se voltou ao guarda local. — Oi! É um prazer! — Cumprimentou, então, inclinando-se em mesura educada e estendendo uma das mãos para o homem. — O senhor trabalha aqui, né? Tem como me dizer como é pra entrar? — Quis saber, em quase ingênua curiosidade, espichando o pescoço na direção do portão e espiando, tanto quanto lhe era possível (nada muito diferente de onde estava, imaginava, mas...), o interior da área cercada.

Precisava de sua distração, não é?
Pois que começasse a tecê-la.

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Sienna City
Temperatura Amena • Tarde
Helena cerrava os dentes quando viu a Pokébola na mão do garoto, o que lhe sinalizava que a Equipe Rocket agiu o tempo todo. Ela colocava a mão na própria cabeça e parecia pensar.

- Como pude ser tão idiota. Confiei nos chefes de segurança das demais empresas, porém eles devem ter escondido algo... só pode ser - soltou. - O pior é pensar que eu comuniquei a Sanders que a proteção daquele laboratório deveria ficar na mão de apenas uma equipe - se revoltou, aparentemente soltando mais informação do que devia. - De qualquer forma, vamos nos apressar. Como você mesmo disse, qualquer rastro que ainda possa ter deve estar no porto

Finalizou a mulher, começando a acelerar o passo para chegar no corredor seis. O número estampado no chão não enganava, bem como o som da maré batendo nas rochas, embora estivesse abafado. A chefe de segurança, antes de digitar a senha no painel, se virou para encarar o jovem.

- Bom, antes de prosseguirmos você deve saber uma coisa - ela desviou o olhar como se não quisesse encara-lo. - Apesar dos trabalhadores do porto também serem considerados da Sienna Corp para todos os efeitos, eles não sabiam do roubo. Imagino que por isso tenham ignorado o fato do desaparecimento do barco - finalizou, depois cobriu o painel com o próprio corpo para digitar a senha. - Então não seria surpresa se...

Quando ela abriu a porta, viu pessoas uniformizadas inquietas andando pra lá e pra cá e outras mais gritando perto do porto. Alguns barcos turísticos que também estavam no porto, porém fora da área protegida por cerca, atraía a atenção de todos para um navio da corporação que aleatoriamente começou a se afastar do cais.

•••

Natalie tinha mais um plano em mente de bagunçar as coisas naquele porto. Utilizando mais uma vez da capacidade de infiltração de Rotom, ela comandava o fantasma para causar um caos nos sistemas do barco. Após o comando, ela botou a própria tarefa em ação: despistar a atenção do guarda do portão.

- Bom... olá - disse o homem enquanto dava uma ajeitada no próprio cabelo. - Esse porto, minha querida, é o local mais importante de toda Sienna. Os transportes de cargas mais rápidos estão aqui, com os melhores navios e a melhor tecnologia que você pode encontrar - explicou ele, depois abriu um sorriso largo para a pergunta final da mulher. - Para entrar você precisa ser um funcionário ou... - ele se debruçou na própria guarita. - Ser convidada por alguém daqui

Enquanto essa conversa acontecia, o elétrico executava as ordens da dona, se infiltrando com grande dificuldade nas hélices do navio. Lá dentro, ele descobriu que o sistema de energia já era mais dividido, possuindo uma espécie de central de força, porém plenamente independente uma da outra. Sendo assim, ele se infiltrou mais uma vez no sistema das hélices e as ativou em força total, movendo o barco para longe do porto.

Obviamente, a ação assustava os funcionários, que corriam gritando na direção do barco, porém não o alcançavam a tempo. Os turistas, ansiosos por uma boa fofoca também começaram a grudar nas grades tentando fazer a filmagem do ocorrido enquanto começava um falatório. Por fim, os funcionários mais próximos da água liberavam Sharpedos maiores que o padrão, que os levava na direção do barco numa velocidade igualmente assustadora.

Com o risco iminente, o fantasma abandona o local antes que pudesse ser pego de qualquer forma e mergulhava no mar para retornar ao porto sem ser visto. Embora ele não tenha conseguido ativar diversos navios, apenas um era suficiente para colocar curiosos como plateia e os funcionários focados na recuperação dele.


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