Rewinding an adventure

Procurando manter toda a educação que o levara até a residência do casal, Joul enfim se viu do lado de fora. Contudo, para a surpresa dele, que esperava uma pessoa com certo grau de animação, a sua frente se encontrava um jovem, que aliás era bem parecido com o pai, nitidamente desmotivado naquele momento da noite.

Por sua vez, o ás treinador, tentando de certa maneira não ser assim tão invasiso, se é que isso era possível, deu alguns passos na direto do rapaz e, com um leve coçar de garanta, acreditando que assim ele teria a atenção daquele filho do casal, procurou puxar assunto:

- Olá, tudo bem? Me chamo Joul Terri e sou da ilha de Cinnabar em Kanto. - Tentando a certeza da atenção do jovem, ele prosseguiu: - Encontrei seu pai nas ruas da cidade e ele me disse que aqui existia uma pessoa afoita por batalhas assim como eu... Enfim, estou a procura de um adverdária, você estaria disponível? - Concluiu o Terri enquanto fixava o olhar na face de o, quem sabe, novo oponente.

Nos primeiros instantes Joul apenas observou o jovem enfurecido a sua frente, afinal de contas, independentemente do que lhe trazia toda aquela raiva, o ás treinador precisava entender se realmente existia uma forma de contornar tudo aquilo e, de algum jeito, lhe oferecer ajuda para resolver a questão. Isso, caso o primogenito do casal estivesse mesmo disposto a receber apoio.

Embora Joul já imaginasse uma forma de ajudar o rapaz e seu esquadrão Falinks, ele precisava ter a certeza que o jovem treinador a sua frente tinha disposição e paciência para aquilo que estava por vir. Por isso, mantendo os olhos fixos as expressões do garoto, o herdeiro do Terri tratou logo de expor sua opinião:

- Então... Acho que existe um caminho sim para contornar o que está acontecendo aqui. Entretanto, antes de qualquer coisa, preciso saber de você o quanto está disposto a treinador e trabalhar em equipe com seus pokémons? No primeiro momento pode até parecer que os Falinks estão desnorteados, mas, querendo ou não, você também é um líder e reflexo para eles. - E dando alguns passos em direção ao grupo, ele continuou: - Enfim, você tem mesmo que estar disposto a trabalhar e se esforçar aqui, porque, no fim, o treinamento é tanto para seus pokémons quanto para você, pelo menos é assim que eu penso. - E deixando que um largo sorriso invadisse seu rosto, Joul finalizou: - A proposito, sou Joul Terri e sou um ás treinador da ilha de Cinnabar em Kanto, muito prazer!

Com a certeza que Vitor, o jovem herdeiro do casal, estava disposto a trabalhar junto de seu Falinks, Joul se sentiu a vontade para, com um pouco de sua experiência, orientar o garoto de uma forma que tanto ele quanto o pokémon lutador conseguissem entrar em sincrononia. Para isso, demonstrando consciência sobre os próximos passos, o viajante de Cinnabar apanhou uma esfera de seus bolsos, tocou em sua região central e viu Mr.Mime deixa a esfera e se colocar a poucos passos do treinador.

Então, depois de uma leve caricia no mímico, o Terri, com um olhar atento, procurando ter a certeza que todos ali prestavam atenção nele, finalmente começou a falar:

- Pois bem, primeiro vamos entender a situação que temos aqui. - Virando-se para Mr. mime, ele prosseguiu: - Mime, quero que você ande pelo lugar e conjure algumas telas de Reflect pelo campo, elas serão os alvos paa os Falinks golpearem. - Olhando para o garoto e o pokémon lutador, ele concluiu: - Quanto a vocês, quero que observem fixamente uma das telas, analisem as dimensões delas e, em conjunto, estabeleçam a trajetória para atacá-la. Vitor, você como treinador, precisa dar foco para seu pokémon, deixá-lo confortável para que, enfim, ele ataque a tela depois de suas ordens. Como haverão muitas telas, vocês tem como meta destruir todas com golpes fisicos. - Finalizara Joul cruzando os braços na altura do peito.

- Pois bem! - Começou Joul ao final daquela etapa. - Pelo que pude ver, depois de um tempo e algumas tentativas, vocês começaram a entender os caminhos para este trabalho. Está ficando nítido o sincronismo entre treinador e pokémon. O que, nesta altura, é algo muito bom para um primeiro resultado.

Então, dando alguns passos em direção a Mr.mime, que parecia contente por ter o ajudado, Joul observou por alguns instantes Vitor e Falinks. Ele, depois deste breve momento, tomou novamente a palavra:

- Sinceramente, não sou a pessoa melhor indicada para julgar qualquer indivíduo ou pokémon, afinal, assim como vocês, eu também tenho limitações e medos que me atrapalham em minha jornada pokémon. Mas, mesmo assim, comungamos de uma vontade similar de dar a volta por cima. Por isso, vocês precisam testar mais uma vez suas habilidades. Assim como eu farei no futuro...

Ao final de todo aquele momento de reflexão, onde se viu o Terri tendo também que lidar com suas próprias angustias e medos, ficara claro ao ás treinador qual deveria ser o próximo dado pela dupla. Para isso, apanhando rapidamente uma esfera de seus bolsos, Joul tomou novamente a palavra:

- Nessa segunda parte, vocês precisarão colocar a prova a força de vocês contra alguém imponente. Por isso, conheçam mais outro amigo meu... - Com estas palavras, o nativo de Cinnabar tocou o botão interno da esfera bicolor e trouxe para junto deles Sceptile. Com a materialização da criatura, ele continuou seu discurso: - Agora, quero ver vocês atacando Sceptile com um poder ainda mais intenso do usado contra os Reflects. Quero vocês fazerem meu amigo aqui dar alguns passos para trás... - E estando com um sorriso direcionado ao gramíneo, ele finalizou: - Sceptile use seu Protect para bloquear todos os ataques físicos que eles direcionem a você...

Joul acompanhara atentamente a incapacidade do líder dos Falinks se orquestrar um ataque físico contra o poderoso Sceptile em modo protegido. O que, querendo ou não, parecia indicar que a criatura tinha algum tipo de bloqueio psicologico contra adversário de maior proporção que eles. Fato que certamente ditaria a forma com que o aspirante a mestre pokémon organizaria a proxima etapa.

Era realmente curiosa aquela condição, afinal, ele de ser a primeira vez que o Terri lidava com um ser com características tão peculiares, ele também se viu de frente a alguém que demonstrava ter uma autoestima bastante baixa. Isso, porque, pelo menos na mente do treinador, só algo assim poderia justificar o fato do pokémon duvidar tanto de sua capacidade de golpear adversários bem maiores que ele. Sendo assim, por sua vez, Joul tratou de falar algo:

- Vitor, eu acho que posso ter algo em mente que venha a ajudar... - E puxando o garoto para junto dele, Joul falou de forma quase que sussurrante: - Pode até parecer estranho o que irei te dizer, mas, para dar confiança a seu pokémon, acho interessante que você assuma a posição do líder. Fique a frente do grupo e, transmitindo toda a confiança na capacidade deles, avance em uma investida contra o Protect do Sceptile... Não vou mentir, deve doer, mas acho assim poderá ser um forma de despertar no líder a vontade de seguir você. Afinal, se você como treinador deles não tem medo, por que eles terão? - Finalizou Joul dando alguns passos para trás e observava a reação de Vitor.