[Fazenda] Meu Pedacinho do Céu

Mary colhia os primeiros bons frutos de uma planta rara. As Roseli estavam suculentas e volumosas. Bem vermelhas e exalando um cheiro que perfumava oambos os cantos dos lotes. Magby estava contente em sua função. Cuidar dos ovos estava aumentando a felicidade daquele pequeno bebê flamejante que seguia dedicado em sua função. Podemos afirmar que do lado de for as coisas estavam indo muito bem enquanto Mary colhia as plantas dentro de um lindo cesto que foi um presente enviado pela família Chang por ter ajudado seu filho a passar na matéria.

Já do lado de dentro...Thito tinha um plano. Plano esse que era passar desapercebido até entrar em seu quarto. Além dele não ser um ninja como Matte havia um segundo problema em sua abordagem: espeons são conhecidos por poderem prever o futuro dentro de algumas possibilidades então não adiantava muito entrar pela janela ou ficar quietinho no quarto para evitar está habilidade do pokémon.

Quanto aos seus roedores era um fato que eles não passariam despercebidos pelo segurança da casa... senão ele seria um péssimo segurança, não é mesmo?

Ao invés de fazer algo Ditto entendeu que os pokémon que estava perambulando por ali talvez tivessem sido enviados em uma nova leva já que eram amigos e conhecidos. Ambos guardavam um par de coisas em seus pêlos e seguiam vasculhando por aí.

Thito tinha uma situação. A resolver dentro de si e musharna o ajudaria dentro do que suas possibilidades permitiam. Ele se acomodou na cabeça de Thito e começou a comer os sonhos de seu treinador até que o vazio e escuridão o tomassem por completo.

Segundos/minutos/horas? Thito não tinha como saber a passagem do tempo mas ago mudava no cenário. Seu corpo estava malhado e jovem. Sua auto imagem jovial predominava naquele espaço onírico onde Musharna o guiava e o pokémon parecia aflito com algo: um radar já conhecido por Thito estava caído sobre um monte de areia que se multiplicou e formou o restante do cenário. Uma praia que dava para o mar. O radar com uma rachadura e nada de Matthew ou de Matte.

A sinergia de Lopunny e Mary era bonita de se ver. Enquanto uma recolhia os restos do primeiro lote/campo a outra já vinha ajeitando o segundo com a pá e enxada para a próxima leva de roselis que seria colocada em breve. O sol ainda não estava em seu ponto mais alto e as ladys do campo já tinham a técnica para lidar com aquele terreno. O processo cuidadoso de separar as frutinhas do segundo campo/lote terminava e junto dele uma pequena surpresa. Mary encontrava duas pedras brilhantes de tom misto entre amarelo e rosado que combinavam com o pelo esbelto de sua parceira.

As pedras estavam presas as raízes da Roseli e depois de cortar a madeira e a retirar do lote podiam ser recuperadas, polidas, vendidas ou qualquer outras atividade que a moça imaginasse (+2 normal Gem). Ditto ia até o campo usando da imagem de Mary para levar uma garrafa de água gelada para sua dona original. Tudo na mais santa paz. Nenhum invasor na fazenda e nada de problemas até então. A vida de Mary estava uma perfeita calmaria até que um caminhão passou pela frente de sua fazenda e um homem a chamava para pedir informações.

Enquanto isso...

Depois de tirar as roupas e ficar nu consigo mesmo. O radar fez um primeiro bipe indicando uma localização. Seguindo com os olhos ficava fácil de saber a direção: o fundo do mar o qual Thito já estava se encaminhando. Era da escolha dele levar ou não o radar mas um efeito curioso ocorria quando mergulhava dentro da água onírica. Ao invés de molhar seu corpo e encontrar a clássica resistência contrária um efeito diferente ocorria: ele se sentia mais leve na verdade ao mergulhar ele não estava indo para o fundo do oceano como pensara antes. Ele via o oceano logo abaixo de onde estava.

Uma nuvem branca e fofinha passou por ele e seu corpo nu pode sentir nuances de temperatura. Chegar ao fundo não seria tão simples naquele lugar mas ele não estava sozinho: Morpheus o orientava e guiava em direção ao astro rei daquele local...na realidade a um dos astros reis já que haviam dois sois distintos. Um brilhava com as 7 cores do arco-íris enquanto o outro tinha um tom mais singular de roxo, violeta e purpura. Ao ver os dois sois Thito poderia ter um sentimento desagradável de que algo faltava naquele céu...

Dentro da cabine do motorista estavam mais duas mulheres. Mary lembrava delas por causa que uma delas era uma das opções que ela poderia ter escolhido como parceira de projeto ao invés de Jack e era justamente ela quem vinham trocar uma ideia com a moça passando quase que por cima do homem motorista que não reclamou nem um pouco em ser amassado pelos peitos da moça.

- Mary!!!! Viemos te visitar querida. Podemos entrar? Trouxemos uns brownies bem quentinhos.

Um convite estranho de gente esquisita mas que talvez fosse uma nova interação na vida da senhora. Não parecia haver maldade até aquele ponto da conversa mas os outros dois que estavam no carro pareciam estar fora da realidade. O motorista era um garoto mais novo que seu filho. Tinha um cabelo curto e dedos com a ponta amarelada. Tinha um cheiro misturado de hortelã com alguma outra coisa que confundia o nariz de Mary. Passando a moça (Que vamos chamar carinhosamente de Beth porque eu esqueci o outro nome que dei para ela ) estava uma guria gótica com gel rosa pintado nas unha, cabelos pretos e um corpo bem mediano. Ele olhavam cada uma sua maneira para Mary pedindo a autorização visual para entrarem em sua fazenda e quiçá dentro de sua casa.

Enquanto isso....

Thito escolhia ir até o sol mais denso. Não era difícil adentrar o espaço do sol uma vez que conforme ia se aproximando a gravidade o instigava a ficar cada vez mais e mais próximo. O problema talvez estivesse em voltar depois...mas falaremos disso em outro momento. Em meio aquele Sol uma novo cenário se abria e expandia. Um planetoide diferenciado. Um plano de existência isolado e diferente de tudo o que antes eu havia descrito.

Nesse mundo imagens simples passavam. Monitores com cálculos ou instruções precisas. Murais com técnicas que eram simples de entender e de difícil execução. Uma memória dos alvos e das métricas usadas em missões. Por fim em um espaço que ficava se alterando constantemente Matthew sentando em um piso de tatame com sua espada ninja. A presença de Thito fazia as informações extras do cenário serem retraídas até que sobrava apenas uma sala fechada de interrogatório como a dos seriados policiais. As mão de Thito estavam presas por algemas acorrentadas a mesa enquanto ele ficava sentado em uma simples cadeira de madeira. Do outro lado da mesa Matte no controle da situação...

Mary seguia suas prioridades de maneira exemplar. Luponny ficava de olho nos novos convidados que adentravam a fazenda. Ditto então nem se fala. Beth pediu para Will entregar o pote com os Brownies para a grande coelha normal enquanto arregaçava as mangas.

- Nós vamos te ajudar amiga. Visitar e ficar longe de quem viemos ver não parece muito legal. Diz ai o que podemos fazer e por onde começar.

Os outros dois imitavam o gesto de Beth para depois se aproximar e oferecer mais dois pares de mãos.

- Trabalhar com a terra é a conexão natural com todo o planeta Ma. Vamos sentir isso com nossos corpos enquanto te ajudamos.

Frase para lá de estranha e com vários sentidos...mas bem eles queriam ajudar e poderiam ser orientados.

Enquanto isso...

Após a conversa e fala das duas personalidades um evento novo acontecia. O corpo de Matthew era jogado de encontro a mesa. Ele era uma sombra acabada e ferida. As cicatrizes cobriam seu corpo por um todo. Era com ele que estava a figura do velho já em fase terminal. Uma casca ou restos do que outrora havia sido e a antítese do treinador confiante, altivo e carismático que sua mãe conhecia.

Um som retumbante e grave pulsava ao redor da sala. Como um eco que não se findava. O som de uma baleia primordial. Matte se acovardava e escondia abaixo da mesa. O som por sua vez tomava uma nova forma. Um samurai de cabelos e vestes azuladas totalmente diferente de qualquer uma das personalidades conhecida.

- Fraco. Prepotente. Apressado. Ansioso.

O samurai seguia repetindo as palavras quase como um mantra. O quarto pulsava mas a atenção dele não estava voltada para Matte ou Thito. Eles eram apenas telespectadores da tortura que estava sendo constantemente aplicada contra a sua outra personalidade. Matthew tentava resistir e o Samurai ameaçava puxar a espada. Ele ficava paralisado e inerte antes que a lâmina terminasse de ser embanhada. O que estava acontecendo afinal???

Os amigos de Beth sabiam bem mexer e arar os campos. Como ela mesma havia pensado não demorou muito para darem um jeito no solo e deixar tudo pronto já que tinham 8 pares de mãos trabalhando ao invés dos dois habituais de Mary e a ajuda extra de seus pokémons.

- Você tem belas mãos Mary. Muito carinhosas e afetivas quando mexe com o solo.
- Que frase estranha Will.
- Estranho nada. Tem que saber elogiar as qualidades das pessoas.
- Ei vocês dois. Já fiz um lote a mais que vocês acelerem o passo ai ou eu vou acabar fazendo tudo sozinha.

Com a ajuda extra terminaram de fazer tudo em menos de uma hora. Todos estavam um pouco sujos por mexer na terra mas nada anormal para aquele tipo de atividade. Os lotes estavam todos adubados e Luponny voltava para os campos com uma xícara de chá quentinho em mãos. Ela levou até Mary aguardando a aprovação dela para saber se podia ou não servir aquilo junto com a comida dos convidados.

Enquanto isso...

A confusão imperava na mente de Matthew. O samurai vinha com seu tamanco clássico de madeira e pisava na perna do principal.

- Ninguém está prendendo você aqui Matthew. Pode sair quando quiser.

O som da baleia ecoava ao fundo abafando o gesto de dor que pulsava da perna. O samurai repetia as palavras mais uma vez. Passado o mantra ele olhava para as duas outras personas.

- Eu desisto desse cara. Podem tentar a sorte com ele mas acho que não volta mais não.

O samurai sentava na cadeira onde Thito estava anteriormente deixando um velho e acabado Matthew no chão. O local onde ele havia pisado não estava realmente ferido, só com a marca de apoio do calçado. Uma melodia suave tocava ao fundo bem abafada. Algo parecido com uma canção de ninar. O original estava com olheiras largas. Parecia muito cansado por sustentar aquela condição e finalmente percebia Thito e Matte no mesmo cômodo.