[Missão Rocket] Vs. a Equipe Foguete do Arco-Íris

Logo que Franklim começou a ladainha apontei o sabre para o outro e toquei sua jugular. Apenas um movimento e pronto. Ceifaria uma vida como se quebra um ovo. Acontece que ALGO acontecia e não me deixava continuar. Sabia que tinha algo de errado e ficou evidente quando meus músculos tensionaram e o mundo foi coberto em um véu negro.

Tudo o que aconteceu na sequência me deixou em estado máximo de alerta.

Banettitte, sua fodida! Era por isso que estava tão silenciosa. Ela aguardava por um momento oportuno para agir sem a necessidade de escapar da esfera de contenção. Como daria um jeito nisso antes que os cientistas chamassem reforços? Inferno de maldição!

Certo. respirava fundo, recorrendo aos ensinamentos de Janine. Raiva e ódio agora não seriam aliados. Precisava dos MEUS próprios para conseguir superar isso. A atuação de Thito. A coragem de Matthew. Minha aversão ao medo. Combinava as melhores partes de nós e então prosseguia.

"Acha mesmo que é tão poderosa assim?" - Provoquei, tentando me aproximar. - "Conhecemos a escuridão muito antes de você chegar. Ainda estamos nela, se quer saber. Eu sou a prova viva de que vivemos O caos."

Precisava ser mais incisivo no que queria agora. Atacar a base dela para fazer perder o juízo de vez ou a auto-estima. Qualquer escorregão teria influência em sua expansão de dominio.

"Preste bem atenção Banetitte, querida. EU MATEI a bruxa Onilda!" - a perturbei. - "Você é e sempre foi só um fantoche mal amado que pensa que tem poder sem um mestre. A verdade é que só vai ser verdadeiramente poderosa quando assumir que EU SOU E SEMPRE SEREI SUPERIOR. ... Gosta da minha escuridão? Então permita-me te alimentar com mais."

Sim, estava barganhando com ela. Aquilo não passava de um jogo mental. Só precisava descobrir se era uma ilusão ou nossa própria cabeça. A depender da resposta, saberia como reagir.

A risada aumentava mais e mais. Parece que todas as provocações de Matte não tocavam um solo muito fértil. É fácil barganhar quando sabemos o que estamos enfrentando e com quem estamos lidando. Mas este não parecia ser o caso de Matte. Ele achava que estava lidando com Banette, um Pokémon como qualquer outro. E este erro pode ser fatal. - Deixe-me mostrá-lo como é a escuridão, mortal tolo! - as ondas daquele oceano maldito se agitam, e uma nova maré obscura avança contra Matte! Agora, ele tá tomado pelas águas e literalmente começa a se afogar. Diante de seus olhos, começaram a passar várias memórias que ele queria ter esquecido. Todas as piores memórias, experiências e dores, aquelas que fragmentaram sua mente a um estado quase que insano. Se Matte carregava com si as melhores coisas de suas partes, agora ele também carrega as piores.

Como um turbilhão frenético, aquela água pútrida e espessa invade as vias respiratórias e a boca de Matte, um legítimo afogamento. Mas aquela entidade não pararia sua tortura naquele instante, então fez as águas recuarem mais uma vez, só para ver o agente em um de seus piores momentos. - Hahahaha! Agora vou desenhar para que você, mortal imbecil, entenda! Benettite não está no controle aqui… EU ESTOU! - então, a figura fantasmagórica da mulher esquelética toma a forma da Bruxa Onilda! - Você ainda tem muito que aprender sobre as artes ocultas se quiser me vencer! Você apenas destruiu meu corpo físico, mas minha alma reside dentro de Benettite… e dentro da sua escuridão! EU SEMPRE ESTAREI O NO FUNDO DE SEUS PESADELOS, MORTAL! -  e mais uma vez, a gargalhada de Onlida ecoava pela escuridão. As raízes agora envolviam os pescoços de Mattew e Thito, e começava a apertar! Parecia tudo completamente fora do controle de Matte, se ele não tivesse notado uma coisa: havia uma Rocket Ball em sua cintura. E ele reconhecia aquela esfera. Era a esfera que ele usou para aprisionar Banettite! Mas ele sentia que a fantasma não estava ali dentro, não. Havia outro Pokémon ali, ele não sabia qual. Será que essa situação só se resolveria em uma batalha? Contra Onilda dominando Benetitte? Seria esse o segredo do Mt. Silver?        

Era sufocante, não a ilusão (da qual tinha convicção que era um truque mental), mas as lembranças que atormentavam tanto Matthew e preocupavam demais a Thito. Não apenas as questões deles como os abandonos, os segredos e os medos pós traumáticos, mas também a vez que fui envenenado pelo ledo engano de me permitir confiar plenamente em alguém. Os sentimentos eram obscuros demais para poder lidar com uma positividade que não era minha. A raiva, a dor e amargura me consumiam, bem como a angústia de não poder retribuir por não ter poder.

Depois de passar pela tormenta violenta e sufocante, ela 'permitia' que eu voltasse a respirar só para então poder maltratar um pouco mais. Onde tinha ido parar aquela velhinha falsa? Isso estava mais para o próprio pesadelo que uma experiência sinistra qualquer. Apesar disso tudo, ela, assim como qualquer vilão, fala demais. O que me fez rir e então cuspir aos pés dela.

"Então quer dizer que eu só preciso consumir a alma do seu pokémon pra te vencer? Humf! Velha burra. Eu tenho maneiras de evitar sonhos ou pesadelos, então pode dar adeus aos seus domínios."

Era realmente ousado da minha parte perturbar aquele espírito, mas tinha uma vantagem que ainda não reparei até então. Uma esfera? Alguém tinha entrado junto naquele lugar? Seria Azula? Se fosse, estaríamos os dois perdidos... Ainda assim era melhor que nada. Só que para minha surpresa e felicidade, havia um outro pokémon que mostrou respeito e devoção desde que me foi presenteado por um rocket antigo. Pinsir... Agora sim meu olhar condizia com o sorriso.

"É melhor tomar cuidado com o que fala."

Pinsir usava Throat Chop para calar a bruxa maligna e então outro para machucar e quiçá finalizar com isso de uma de vez!

A bruxa dava mais gargalhadas com as bravatas de Matte, mas ela não contava com aquela surpresa. Uma esfera, nas mão de Matte? - O que? Banettite, como ousa me trair? - as mãos esqueléticas de Onilda tomam a boneca e começa a arranhá-la - Também ousa desafiar meu poder? - ela então, atira a Pokémon na frente de Matte. Ali, o agente pode ver uma coisa diferente. Um semblante triste no olhar da boneca. Ao erguer os olhos, ela praticamente pede por socorro com os olhos. - Vá e detone esse inseto irritante com seus Night Shade! - era o comando para uma batalha, e a boneca não poderia fazer muito para resistir aos comandos dela.

Temiscira saia correndo a atingia a boneca com suas pinças, deixando-a muito debilitada! (Benettite -84) Ela ainda conseguiu projetar uma aparição fantasmagórica diante da inseto, causando um bom dano (Temiscira -20). Acontece que o próximo golpe da grande Pinsir atingia não só a boneca (Benettite -84, fainted) como também a manifestação fantasmagórica de Onilda! - Não! Impossível! ARGH! - a bruxa grita, em agonia, com o fim de seus planos - Eu vou atrás de você, malditos! BENETTITEEEEEEEEEEEEEE!! - e em um grito amedrontador, a manifestação maligna se desfaz, deixando apenas a Banette caída em meio a escuridão, desacordada. Matte agora entendia que ela não tinha culpa, era tudo obra de Onilda, desde o início, e pelo visto a boneca até o ajudou, trazendo Pinsir para aquela realidade. Uma onda gigantesca, como um maremoto, começa a se formar, tomando tudo e todos em seu caminho!

Aos poucos, Matte ia perdendo a consciência naquele mundo estranho, mais uma vez se afogando naquela água fétida. Mas uma voz, muito familiar por final, serviu como âncora para sua consciência. - Filho…. filho… - ele ouvia aquela voz masculina o chamando, e um feixe de luz apareceu em meio a escuridão. Um feixe de luz que cresceu e cresceu, até que o ofuscasse. - Filho… fi… roto! Garoto! Ei garoto, fala comigo!

Quando despertou, ele estava com os olhos voltados para o céu da manhã. As costas parte sobre o solo frio da rocha, parte sobre um corpo macio e quente. Olhando para ele, com um semblante preocupado, estava Joseph. Não o seu pai, aquele Joseph de outra dimensão que o acompanhou até ali. - Ei, garoto! Tá tudo bem? Quanto dedos tem aqui? - ele disse, esticando a mão na direção do rosto dele, mostrando três dedos das mãos. Provavelmente não foi Joseph que o chamou de filho, talvez fosse sua mente pregando uma peça. Zan também estava ali, mexendo em alguma coisa nas máquinas. Os cientistas também estavam ali, amarrados por cabos de aço. E no peito do agente Rocket havia uma esfera, cuja mesma ele não tinha ideia do que era, nem como apareceu ali. Era relativamente grande, bem bonita, um tipo de orbe misterioso.


Campo: Terra das sombras.          

impressões: ao que tudo indicava Banette realmente tinha ouvido e sentia que era um fantoche e nada mais que isso. Talvez permitir a entrada do inseto tenha sido feitiço dela e não descuido da bruxa. Saberia assim que tudo tivesse um fim.

Pinsir era bem mais capaz que Banette, ainda mais com uma mulher que não tinha capacidade de comandar uma batalha de peso. A bruxa se arrependia de um dia ter cruzado meu caminho e faria ela se arrepender quantas vezes mais fosse necessário, sem abaixar a cabeça, não importando o quanto doesse. Inimigo algum merecia ver nosso rosto em sofrimento.

Acontece que assim que vencemos e ela se foi, tudo foi movido outra vez e eu me perdi. Isso até uma voz nos chamar de volta, mas não de uma forma que eu conseguisse controlar os ânimos.

O tom, a voz, a palavra...

Matte já estava desgastado demais por conta de toda a missão para manter a influência sobre a mente, principalmente após o episódio atual. Então quem atendia o chamado era outro. Outro que há tempos esperava por ouvir aquilo outra vez.

Ao abrir os olhos eu via meu céu azul outra vez. E não me referia ao espaço. Estava falando do homem que me punha no colo e dirigia algumas palavras de preocupação a mim. Toquei de leve em sua mão para sentir que era real e então sorri, sentindo todo o corpo estremecer, parte em dor, parte em estímulo de vida. - Dedos de um adulto comum. Sem rugas ou manchas de velho... Pai. - Consegui dizer. Só não conseguia me conter como Matte costumava fazer e abracei tão forte o homem que meu coração parecia querer sair do corpo de tão intenso que palpitava. Isso me fez sentir também o orb, mas não dar tanta atenção a isso no momento. - Eu sei que você não é você, mas se parece tanto com ele...

Só queria sentir seu toque terno e sua respiração viva. Sua voz firme e o sentimento fraterno que vinha com ela. Esperei tanto em um dia poder reencontrar meu pai, ou ao menos descobrir o que aconteceu para me despedir de fato que parecia um presente do universo poder encontrar com aquele outro Joseph.

- Espera. Acho que Matte tava no meio de algo importante... Ele precisa voltar, mas eu--

Realmente não queria deixar.

Acariciava o rosto do homem e fixava os olhos naquele azul sem fim. Ele estava preocupado e de certa forma menos aflito agora. Já os meus estavam marejados com a possibilidade de finalmente dizer adeus sem ter tido tempo de dizer olá. Não queria desapegar tão breve daquela realidade, mesmo que houvessem explosões e chamas ao redor.

Aquele impulso emotivo, de um corpo jovem se erguendo em sua direção, passando os braços envolta de seu pescoço e segurando tão forte como se sua vida dependesse daquele toque, daquele abraço. Esse impulso fez os olhos de Joseph arregalar. Ele ficou um tempo, sem reação, até que pode, enfim, falar: - Certo, acho que o cão de guarda ficou na casinha… - ele fez mais um de seus comentários, mas este fora com menos graça e mais confusão, talvez. Lentamente ele envolveu seus braços no corpo de Mattew, mas não era um abraço emocionado, tampouco tapinhas nas costas sem sentimentos. Era uma devolução empática, nem pena, nem obrigatoriedade, só a pura e velha humanidade. Quando o abraço se desvencilhou, o homem estava sorrindo, olhando para o rosto daquele jovem que antes era carrancudo ou debochado, agora era apenas um rosto jovem diante de uma visão que há muito esperava por ver.

Joseph mantinha Mattew em seu colo, sem se importar com os toques no rosto nem nada. - É, eu posso parecer com ele, mas sou bem bonito, garanto! - e soltou uma risada. Esse era o Joseph de outra realidade, afinal. Sempre com uma piada ou uma tirada humorística - Mas você me preocupou, rapaz! Demorou algum tempo para nos encontrar, e quando chegamos aqui estava caído, desacordado! Não assusta seu outro velho assim não! - ele fez uma careta de pai dando bronca no filho, mas logo desfez para mostrar que era só mais uma brincadeira. Quando Mattew estava aflito pela missão de Matte, no entanto, ele interveio. - É, ele tem algo importante pra fazer, mas acho que você também tem, certo? - ele então continuava a olhar para o jovem treinador, esperando qualquer que fosse os próximos sentimentos partilhados entre um filho e seu pai, mesmo que postiço.            

Meu coração realmente estava contente. Entendia porquê Matte evitara nosso contato, mas agora era tarde. Eu estava absorto por aqueles sentimentos e não tinha como voltar atrás. Ainda mais quando aquele Joseph retribuía o abraço e falava de forma cuidadosa.

Abria um sorriso sincero. Já nem lembrava quando foi a última vez que me deixei levar daquela forma. Era sempre tudo tão... intenso. Brigas, ginásios, concursos, burocracias e finanças... Sempre tinha algo para resolver. E até mesmo quando marcava encontros amigáveis ou românticos, sempre terminavam em confusão. Só estava cansado e isso era refletido nas bolsa abaixo de meus olhos caídos. Eu provavelmente estava aparentando ter mais idade do que realmente tinha - o que era uma grande ironia, visto as recentes transformações.

- Você é muito bonito. Não é atoa que tem um filho que é famoso entre as fãs. Sim, eu tenho fãs. - Ri, meio abobado, balançando o cabelo, compartilhando da fama com Thito, que era o ator e coordenador da casa.

Acontece que ele tinha razão. Eu também tinha. Ainda assim era demais, eu não queria dizer adeus duas vezes. Uma para aquela ideia e outra para quem acabara de conhecer... Era tão injusto... Só fiz encostar minha cabeça no peito dele e desabei a chorar. Infelizmente também não podia tomar muito tempo então busquei me controlar - Desculpa. - Foi tudo o que disse limpando as faces com as costas das mãos.

- Você precisa mesmo ir embora? - Olhava agora para ele como uma criança órfã em dia de visita. - Eu sou dono de uma franquia de restaurantes... A gente podia jantar, conversar... ver fotos antigas, sei lá. Eu só queria um dia.. ou algumas horas. Sem compromisso...

Não era justo Matte ter tantas lembranças novas mesmo sem desejar. EU desejava aquilo. Eu...

MATTE
"Matthew, preciso terminar o que comecei"

Ele já tentava retomar o controle... Não queria deixá-lo. Não ainda... Era cedo demais...

Joseph faz uma expressão de surpresa ao ouvir parte da história de Mattew. - Olha só, também tenho as minhas sabia? Pena que algumas delas estão a algumas dimensões a distância, hehe! - ele deu uma risada, todo sem graça e coçou a cabeça. É, ele tinha ficado sem graça! Mas logo esse tom mais leve deu uma leve caída quando Mattew se afundou em seu peito e chorou, copiosamente. Joseph apenas se ajeitou, para deixar o garoto repousando de forma mais confortável e poder chorar à vontade. Ele até começou a fazer um leve carinho entre os cabelos de Mattew, deixando-o completamente livre para sentir, mesmo que fosse por um breve momento.

E então, veio a pergunta fatídica. Joseph fez uma careta, erguendo uma sobrancelha e olhando Mattew meio de lado. - Olha, eu iria gostar disso, sabia? Sei fazer um carpaccio muito bom! - ele ergue um dedo em riste tentando fazer um ar mais pomposo, mas foi obstruído por Zan: - Ter que comer carne de lebre crua por não ter onde cozinhar não quer dizer que você fez um carpaccio. Nem que ficou comestível. - a voz robótica surgia como um comentário anticlimático com timing de comédia, mas Joseph logo limpava a garganta e encarava o robô depois de seu desconcerto - Mas pelo menos tava bom! - ele tentou rebater, mas foi mais uma vez revertido por Zan - Não estava. Você mesmo disse. E vomitou a noite toda. - Joseph então fez um gesto com as mãos para que Zan se calasse, e então voltou a falar com Mattew - Máquina enxerida… mas voltando. - ele olha diretamente nos olhos de Mattew e começa a dizer, com uma ternura única na voz - Passar o resto dos meus dias em paz, ao lado de um filho que me ama e podendo deixar essa guerra pra trás? Isso parece até um sonho. - e então, foi a vez de Joseph tocar o rosto de Mattew - Mas nós dois temos coisas para fazer, não é? Eu também não posso te chamar para vir comigo, se isso passou pela sua mente. Tanto por um motivo prático, como algum evento paradoxal, como o mais óbvio. Seu lugar é aqui, garoto. Você pode fazer a diferença para melhorar a vida das pessoas, já se mostrou mais do que capaz disso. E não falo das ações do cão de guarda ai dentro, falo do seu coração. Pode até ter dois ou mais pilotos aí dentro, mas a máquina - e ele toca o peito de Mattew - é uma só. Falando nisso, doutor… - ele fala com Zan por um instante - Pode fazer um check up? Não doer nada, prometo.

O robô então se aproxima e pega no braço de Mattew. Com a ponta dos dedos, ele toma um pouco de suor e gordura corporal da pele do rapaz e a encara, com seus olhos brilhantes por um instante. - Níveis hormonais estáveis. Baixa taxa de vitaminas essenciais. Sistema endócrino em baixa. Sistema linfático em baixa. Estágio de gliconeogênese. Se continuar assim, em menos de duas décadas poderá desenvolver uma falha renal. Beba pelo menos 5 litros de água por dia, e coma algo antes que seu corpo comece a falhar. - ele termina aquela análise rápida e se levanta. Logo depois, Joseph balança um pacote de carne seca na frente do rosto de Mattew. - Precisa se cuidar, garoto. Não dá pra impedir uma organização criminosa com o estômago vazio e desidratado! - ele novamente volta a tocar o ombro, agora com Mattew no controle - Eu disse pro outro cara, e agora digo pra você. Se o sentimento for o mesmo, garanto que meu eu desse mundo estaria orgulhoso de você! - e então, ele abre um largo sorriso, convidando Mattew para mais um abraço, talvez o último abraço.                

Zan tirou uma boa gargalha minha. Só que Joseph me deixou triste, mesmo eu sabendo que era a melhor decisão a ser tomada. Ele realmente estava tentando fazer a coisa certa e agindo com maturidade para além dos seus desejos. Eu era tão egoísta a ponto de não ligar para anomalias temporais só para ter meu pai de volta? Bem, acontece que ele não era e nunca seria. Por mais que fosse realidade, eu estava apenas alimentando uma ilusão. Apesar da "cópia" ser fiel ao verdadeiro, nunca seria a versão que conhecia e amava.

- Vocês parecem um casal de velhinhos, implicando um com o outro, mas que se cuidam e fazem companhia. É bom saber que você não vai ta sozinho nessa.

Acariciei seu rosto uma última vez e então o abracei forte, ainda choroso, mas contente por ter tido a oportunidade de ter eu mesmo apenas um momento com ele. - Obrigado.

E então o semblante, postura e entonação de voz mudavam.

Os olhos voltavam a ser frios e altivos. A coluna ereta e firme. E a voz ameaçadora que dizia - Se contar isso pra alguém eu te caço, mesmo em outra dimensão, ouviu? - Ameacei apontando o dedo para o narigão de Joseph após me afastas dos braços dele com cuidado e levantar para resolver de onde tinha parado. - Frank! Onde estávamos...? Ah sim. A cobaia 17. Vamos fazer o seguinte. Eu não corto a sua mão se me der a informação certa. Onde está?

Apontei para Zan e para o computador.

Não sabia se Brigitte tinha atendido, mas queria os dados do que eles faziam naquele lugar. O robô poderia facilmente descobrir apenas chegando o histórico de navegação deles ou com as guias abertas. Era apenas o único motivo por estar tudo intacto. Informação.

Ao fim do momento de Mattew, Joseph sentiu a postura mudando, então não se assustou com a diferença gigantesca  na atitude. Pelo o contrário, ele viu a oportunidade perfeita para, finalmente, retribuir todas as provocações que recebeu de Matte até aquele momento. Abrindo um sorriso bem malicioso, ele deu uma piscada bem arteira para o agente Rocket. - Vai, confessa, você também queria um abraço! Haha! Esse fica sendo um segredo de pai postiço pra filho postiço! - e se levantou quase que ao mesmo tempo que Matte. Eles voltariam a ser companheiros de guerra, aliados no campo de batalha. E não demorou para Matte retomar suas investigações. Zan balançou a cabeça, positivamente, indo na direção do computador e fazendo sua mágica. E assim que fez a ameaça, Joseph surgiu com a arma apontando para os joelhos dos cientistas. - Levar um tiro de Magnum no joelho também não é nada legal, então é melhor respondê-lo. - e, engatilhando o revólver, completou - Rápido.

Dr. Franklyn, então, começou a falar. - A cobaia 17 está no porto mais alto, junto do transportador principal. Logo nossa frota virá com força total. Pode nos picotar ou encher de chumbo, nada que fará agora pode nos impedir. - ele então, cospe no rosto de Matte antes de morder em algo dentro de sua boca. Dr. Richard fez o mesmo. A boca de ambos espumavam, seus corpos começaram a tremer. Logo, a vida de ambos desapareceu de seus olhos. - Cicuta. Como odeio isso. - Joseph recolhia o revólver, desengatilhando e guardando-o. Então, ele passava seu braço sobre os ombros de Matte, também jogando um pouco de seu peso sobre o agente. - Abracei o filho, agora quero abraçar o irmão de guerra. - ele então olha Matte com uma expressão séria. - Melhor se preparar. Pode ter algo bem grande lá em cima. Mas vamos até o fim nisso. - então, ele se desvencilhou e toma a dianteira. Zan se aproxima de Matte com sua PokéNav em mãos e entrega para o mesmo - Sua amiga recebeu todos os dados presentes no computador. Tem um backup no seu aparelho também. - e também vai na mesma direção que Joseph tomava. Agora tudo que restava era o ponto mais alto: o cume da montanha, onde a grande nave estava estacionada!

Assim que chegaram lá, uma surpresa: já estavam sendo esperados! Era isso que parecia, já que haviam quatro soldados de elite ao lado de um homem trajando roupas bem diferentes. Era um tipó de uniforme vermelho, com detalhes em rubro. No peito, um grande “M” parecendo uma montanha colorida. - Vejo que toda essa algazarra é fruto de só três pessoas. Patético. - o homem era grande, meio gordinho, com o rosto redondo. Atrás dele havia um grande portal, em perfeito funcionamento. As máquinas ao redor eram grandes e pareciam estar em operação total. Logo, o homem estala os dedos e chama mais agentes, cercando os três heróis! - Vou acabar com isso rapidamente! - ele da um  sorriso bem sarcástico, encarando Matte com desprezo.



Mas então, do alto de uma das máquinas, uma voz feminina se faz ouvir. - Ah, não, Tabitha! Deixa um pouco desse bonitão pra mim! - havia uma jovem, muito bonita, sentada com as pernas cruzadas, olhando Matte do alto. Os cabelos rosados até lembravam a ex-namorada dele, mas as semelhanças paravam por ai. Os olhos meio caídos da moça guardavam um misto perigoso de inocência e psicopatia. - Vou tentar deixar algo para você, Courtney, mas não garanto nada! - o homem se vira para a jovem, com uma reverência, arrancando um risinho da mesma. - Tee hee! Eeei, bonitão! - ela se volta para Matte - Não me decepciona, tá? - ela da uma piscada, provocativa - Quero muito me divertir com você! - ela balança as pernas, como uma criança inocente vendo uma brincadeira. Enquanto isso o homem, Tabitha, lança uma esfera ao ar!



- Garoto, cuida desses esquisitos, a gente te dá cobertura! - Joseph e Zan, então, saltam para cima dos agentes, e um combate generalizado se inicia! Diante de Matte, um Pokémon feroz! Era o início do fim!