Uma ajuda com os menos experientes...

Paz. Um sentimento tão ansiado por muitos e menosprezado por outros. Há aqueles que buscam tanta ação em suas vidas que tratam o sentimento de paz como tedioso. Já outros lutam a tanto tempo que esqueceram como é se sentir em paz, quiçá acreditam que mereçam tal sentimento.

A comitiva de recepção para o trio de infiltradores da torre demonstrava sentimentos diversos. Denise corria na direção de Rayssa e, novamente, esfregava as bochechas da especialista em um misto de alívio com empolgação. Marina a acompanhava e, como sua amiga dramática, estava com lágrimas pelo rosto. - ME-NI-NA! Eu quase tive um troço! - Denise tem uma forma muito única de se comunicar, isso devemos admitir. - Quando vimos a torre ceder pensamos no pior… - Marina ainda tinha aquela convencionalidade, digamos assim… - ALOKA! Nem brinca com isso! Bate na madeira! Faz mandinga! Pula sete ondas! Banho de arruda! - Denise sendo Denise. Mas a verdade é que ambas estavam aliviadas em ver Rayssa, sua nova amiga e futura companheira de noite do pijama bem. Maurício acompanhava Sra. Frankmiller com um sorriso no rosto. Shiva seguia com a dupla de paramédicos, mas ao ver Priscila naquele estado mudou sua postura. A canina gigante foi até a jovem e começou a lambê-la, visivelmente preocupada com sua condição. Selene e Chico, vendo a cena, começaram a fazer os procedimentos.

Já do lado da guerrilha, Lauritis se aproxima de Gray e, de súbito, lhe acerta um belo soco na boca do estômago. - Seu filho da mãe! Dá pra parar de ser o herói e me deixar preocupado? - antes mesmo de qualquer reação ele envolve o especialista em um abraço. Eram amigos, no fim das contas. Pode ser que o DJ tenha acertado as correntes de Jones e machucado a mão? Pode. Mas ao menos fica válida a tentativa dramática.

E então, eles seguem de direção de Akshan. O homem está de olhos fechados, sentindo o vento no rosto, contemplando o que quer que fosse o momento. Ao ouvir a voz de Gray, ele fecha a cara e toma um tom de voz mais impositivo. - Por um momento, garoto, pode deixar um velho contemplar a paz? - parece que o comentário sarcástico fora feito de uma forma mais teatral, já que o casal de RR’s aprisionados soltou uma leve risada. Mas até nesse momento um capitão era um capitão. - Não se preocupe, marujo. Essa Moby Dick não vai muito longe. É uma pena, mas meu tempo por aqui se esvai. Tenho que deixar essa caçada para você. - o semblante dele, então, muda para um profundo pesar - Mesmo que tenha perdido algo importante nessa confusão toda… - o que teria sido?

Por fim, Sra. Frankmiller se aproxima dos especialistas. - A cidade tem um débito com vocês. Porém só posso dizer por mim mesma, então obrigada! - o mais sincero dos sorrisos de vovô boazinha se forma no rosto da anciã - Jovenzinha, meu neto entrou em contato comigo antes dessa bagunça toda acontecer e me disse que você estava atrás de um dispositivo em específico, sim? - ela então questiona Rayssa, lembrando-a do motivo que a fez ir para a cidade em primeira instância.                                                        

Sra. Frankmiller ouve a solicitação de Rayssa atentamente e então fecha os olhos. Ela então sussurra algo para Maurício que acena positivamente com a cabeça em resposta e confere algo em seu celular. - Não sei se o estado de meu laboratório, mas não vai dar trabalho algum te arrumar um destes! - ela então abre um sorriso, reconfortando a especialista. Enquanto Akshan, este observa uma última vez o horizonte e acena para que o casal de RR’s aprisionados se levantem. A mulher, então, tenta alcançar Rayssa para um último agradecimento, por ter salvo sua vida. - Se um dia a vida nos presentear com uma filha, gostaria da sua permissão para dar seu nome a ela. - era um pedido muito estranho vindo de uma antiga inimiga, mas um pedido totalmente compreensível para seres humanos. Mas, no fim das contas, o que é uma guerra a não ser pessoas forçadas a lutar uma guerra que elas não deflagraram?

Akshan então vai até um determinado ponto de uma colina próxima à cidade e ativa um tipo de maquinário conectado a um grande motor. E então, vira-se para Gray. - Assim que cruzarmos o portal, destrua-o. Seu mundo nunca estará seguro se isso permanecer por aqui. - o pedido era bem sério, com aquele olhar de velho mandão misturado com veterano de guerra. - Ah, não! Pense nas possibilidades de pesquisa! - Maurício protesta ao ouvir a ordem de Akshan, mas sente-se cercado por inúmeros olhares hostis! De Denise e Marina a própria Sra. Frankmiller e até mesmo Shiva com um forte rosnado, TODOS estavam saturados de viajantes interdimensionais! - Hehe… pensando melhor, deixa baixo! - desconcertado, ele volta atrás em seu “interesse” científico. No mais, era como Gray alertava: era hora de festejar e trabalhar para reconstruir a grande Lavender à sua glória!