Caça aos invasores!

Trabalhar com Kinney em campo é sempre um ótimo momento. Começamos juntos e encaramos esses desafios juntos. E esse desafio era impreterivelmente complicado. Cada atraso poderia resultar em algo maior e consequentemente pior, já que a máxima é “quanto maior mais catastrófico”.

Abrimos caminho com muita mente fria e cautela sob medida, evitando ficar preso ou despertar a atenção dos donos daquele emaranhado. Logo, Kinney alcançava o ponto central da localização e a escalava, seguindo minhas instruções para a instalação. Nenhum outro problema, agora temos duas linhas de ação: partir para o terceiro ponto ou ir direto para as coordenadas. Algo me chamou a atenção só depois de conferir a localidade: a proximidade com a saída de Azalea.

Poderia ser algo relacionado a aquele bendito evento de furries que eles se recusaram a cancelar mesmo comigo dando ordens expressas para saírem de lá. Ou pode ser um entreposto para os RR atacarem a cidade. De qualquer forma aquilo me intrigava demais. A chefe de pesquisa que me perdoe. Subi em Bahlok e dei os comandos para ir até o local das coordenadas. Pelo menos teria o capitão infanto pra me dar suporte ou assumir algum BO caso seja necessário ou seguro para ir até interior da floresta instalar o terceiro aparelho.              

No fim era aquilo que mais temia: um bando de PokéFans vestidos de Pokémon e fazendo qualquer coisa. Muito barulho, muita confusão. Pelo menos aquelas pessoas pareciam se divertir, estavam bem relaxadas. Bem alienadas a tudo que acontecia ao seu entorno. Conclusão, não era um risco iminente, só uma localização num pedaço de papel no bolso de um RR.

Mas aí uma mensagem chegou em meu Ranger Pad. O capitão tinha encontrado os líderes. Restava agora evacuar aquele local, ou seja, retirar os furrys de seu acampamento.

O pior trabalho.

Me virei para o Rocket que tinha sub custódia. - Por que você tinha as coordenadas desse lugar? - era uma questão direta e esperava uma resposta direta, de acordo com os termos que tínhamos acertado momentos atrás. E então, comandei Bahlok para que descesse. Quanto mais rápido começasse, mais rápido terminaria.

Sem cerimônia alguma, desci no meio do acampamento, fazendo um estardalhaço que só. Virei-me para a primeira criatura humana-vestida que encontrei. - Quem é o responsável por esse acampamento?              

Um ponto de encontro? De fato, no meio daquela rave medonha qualquer coisa passaria despercebida… até mesmo uma invasão interplanetária e uma incendiária. O RR aprisionado estava impaciente. Meu camarada, vou te dizer o que é estar impaciente…

Ao descer, já revirei os olhos. É sério? Um bando de cirandeiro vestidos de Pokémon, com muito barulho e “amor pra dar”? Era o fim da picada. Prefiro encarar os líderes. Sozinho Só com Kinney.

O Togepi gigante e amoroso chegou perto e me abraçou. Sem consentimento. Apenas a afastei, soltando um bufar. - Bahlok, me ajude a abrir caminho. - a ordem era para meu dragão ser o que ele parecia ser, não o que ele era de fato: grande e intimidador. Cinco minutos de interação já denunciaria ele como o pequeno crianção que ele é. Mas naquele momento só a aparência importava. Meu objetivo era chegar até o DJ Mime e chamar a sua atenção. Bem… chamar a atenção era modo de dizer. Eu iria praticamente sequestrá-lo. Tá, não era pra tanto.

Fui até o homem e o puxaria, com certa violência caso fosse necessário, para um canto sem curiosos. - Olha só, tem um incêndio na floresta vindo nessa direção! Desliga esse som e levanta acampamento AGORA! Continuem essa festa perto de Azalea! - não era preciso dizer o óbvio, mas… eu tinha cara de poucos amigos, trajava o uniforme Ranger e ainda portava as credenciais. Ah, sem mencionar Bahlok. E Kinney. E minha falta de paciência. Ah, e o cara preso. Enfim.                

Certo, definitivamente calculei mal a situação. Pessoas em pânico, principalmente com substâncias psicotóxicas na cabeça, não é uma combinação nada boa. Agora eu tinha um bando de cirandeiro ravista correndo pra lá e pra cá, apavorados. Mas como tudo na vida pode piorar… e piorou. Uma das furrys me encarava de uma maneira bem sinistra, e eu sabia bem o que viria daquele sorriso. Ela então libera dois Weezings que começam e botar fogo, literalmente, na situação.

Sim, era a minha incendiária. A pessoa que estava atrás para botar um fim nisso tudo. O capitão estava atrás dos líderes, era meu dever dar um jeito nessa dai. Mas agora não havia escolha. Ela não me deu escolha. Tinha que conter aquele incêndio e deixar essas pessoas em segurança. Que Arceus permita que esse DJ Mime tenha algum tipo de microfone! - Atenção! Quem tiver Pokémons com ataques de água e terra, usem agora! Mantenham-se longe das chamas e CONTROLEM-SE! Não entrem em pânico! - era uma tarefa hercúlea controlar as emoções nesse tipo de situação, mas tinha que fazer algo. - Bahlok, use suas asas! - disse para meu dragão enquanto liberei três de meus parceiros - Behemoth, use Mud Slap nas chamas para apagá-las! Cassidy, use seu Confusion para retirar os escombros antes que peguem fogo! Leona e Kinney, auxiliem as pessoas para evacuar com segurança! Todos vocês, por aqui! - tentava indicar algum tipo de caminho seguro para longe das chamas, de preferência no sentido da saída para Azalea.                      

Era mais um momento de tensão extrema, onde vidas estavam em minhas mãos. Era preciso toda a minha equipe, coordenada por mim, e um pouco de sorte, pra conseguir retirar todos da zona de risco. Liberei Mirana e convoquei todos para uma rápida reunião. - Situação crítica, pessoal! Kinney, Mirana e Cassidy, ajudem a isolar a área em torno das chamas e abrir espaço para tirarmos as pessoas! Behemoth e Leona, o combate às chamas ficam com vocês! Bahlok, você fica no apoio aéreo! Retirar as pessoas é prioridade! - comandos dados, era hora de agir! Temos a garota Togeki chapada, um cara preso na tenda e o DJ no palanque.

Corri para o lado da Togepi, imaginando que sua roupa proporciona um risco maior. Com o auxílio de minha equipe, a ideia era neutralizar os escombros e retirá-la de lá antes que sua fantasia incendiasse. Vamos lá!