Um mundo de sonhos é um mundo de...?

Eu ficava cada vez mais sem esperança. Primeiro, Mei não trazia nenhuma informação útil sobre o local, muito pelo contrário, ela estava tão, se não até mais perdida do que eu naquela confusão, e a medida que corríamos, mais e mais passagens eram fechadas e perdidas. Para melhorar, Mei me alertava sobre passos rápidos que viam em nossa direção. Reclamei, baixo, mas suficiente para Mei conseguir escutar sem ecoar nos corredores. -
Merda! Eu não posso lutar com ela num corredor fechado! Vai derrubar a estrutura e a gente já era! - Exclamei, enquanto começava a correr mais.

Até que... bem, chegávamos num grande salão. Me sentia como se tivesse chegado numa clareira em uma floresta densa, e, enquanto olhava para os lados, procurando um jeito de sair, me dava conta de que havia apenas a saída de onde vim. Respirei fundo e tentei me acalmar, até que tive uma ideia.

Eu precisava sair do castelo, isso era fato. Eu não sei se tinha como lutar contra um Pokémon Lendário enraivescido, mas se tivesse, isso provavelmente detonaria o castelo e nos mataria soterrados. Ainda que estejamos no mundo dos sonhos, o que poderia acontecer se morressemos aqui? Eu que não ia pagar pra ver. Num rápido movimento, saquei a Pokéball de Maru e a coloquei pra fora, enquanto ela se virou pra mim e viu a cabeça de Mei no meu ombro, e aparentemente, ficou dividida entre partir o crânio da menina e fingir que estava de boa. Quando se tocou de que ela tinha apenas a cabeça, gargalhou, alto, apontou para a menina em deboche e tenho certeza que, se tivesse mais uma garra no meio, a ergueria, em sinal claro de que ela se fudeu e a Drapion estava se divertindo horrores com isso. Mesmo minha desaprovação nítida não foi capaz de contê-la. Passados alguns segundos, ela parou para me ouvir e esclareci a situação rapidamente.

- Pokémon Lendário atrás da gente. Uma luta aqui iria nos matar. - Frases curtas. Ainda estava sem ar, para minha própria surpresa. Eu provavelmente não ficaria livre dessa sensação por um tempo, e é um saco que ela venha comigo mesmo no mundo dos sonhos. - Abrir caminho pra fora. - Disse novamente, ofegante. - Aqua Tail. Alta pressão de água contra a parede. Abrir buraco grande pra sairmos. - Foi tudo que conseguia externar enquanto olhava para a entrada do salão, aguardando a Meloetta, e, caso aparecesse, lançaria Bruce para atrasá-la.

Em que merda fui me meter...

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Sonho bão... Ou não

Sem saída, a única opção que Daisuke encontrou foi tentar uma abertura na parede com a ajuda de sua Drapion que gargalhou maleficamente quando viu a Cabeça Mei sendo só uma cabeça. Depois disso, usou seu Aqua Tail na parede, mas nada aconteceu. Nem mesmo arranhou a parede. Vendo a falha miserável do pokémon de Daisuke, Mei começou a rir com gosto.

-AOHPDFGDOBGDIYGSIOYBGSAIBU - sim. Sakura Mei, em seu mais puro ato de maldade, usou a risada da @Shianny pra rir da Maru.

Antes que a peçonhenta pudesse reagir, a risada sumiu junto da cabeça no ombro de Daisuke. Pra onde ela foi? Não sei. Só sei que algo cobriu os olhos do ranger com as mãos.


Foi o que ele ouviu antes de sua consciência apagar.


E agora? Para onde ir? Shion estava tão em dúvida que não sabia se pegava um caminho novo ou se se escondia em alguma das opções possíveis. Sua indecisão levaria à sua ruína. Em primeiro lugar, ele viu o Corpo Mei voando numa velocidade incrível como se tivesse sido arremessado. Isso ficava evidente de que ele seria o próximo.

Como não escolheu o que queria, ficou sem ter onde se esconder. Só sentiu algo tocando suas costas(sim, uma mão, não era algo obsceno. Precisamos deixar claro isso aqui).


Ele ouviu. Sua cabeça começava a girar. O cenário começava a girar. Tudo escurecia. Desmaiou.


A sensação agora não era nada parecida como a de antes. Era reconfortante. A consciência dos dois voltava quase que ao mesmo tempo. Estavam deitado sem algo macio, cobertos com algo que os aquecia e chamados por uma voz suave e relaxante.

-Vocês acordaram, finalmente. Achei que não poderia continuar contando aquela histórias, pequenos príncipes.

Era uma mulher falando. Não era muito alta, mas tinha uma voz e um rosto angelical. Seu cabelo era um pouco, não, muito diferente pros padrões da época, mas digo isso apenas para a cor verde que ele possuía. Preso a ele, algumas presilhas com formatos de notas musicais. Antes que pudesse continuar, uma voz conhecida foi ouvida. Sim, era Mei.

-Professora Aria! Professora Aria! Eu trouxe um remédio pra ajudar eles a melhorarem - um remédio talvez pudesse ser algo bom, mas... por que, Mei? Por que você está segurando uma injeção gigante com a agulha da altura do seu fêmur? Ela estava se aproximando. Isso não era nada bom, não é? Acho que vocês estão ferrados -Qual deles vai ser o primeiro, fessora?

A mulher riu com a mão sobre a boca e de olhos fechados -Não vai ser necessário. As crianças já acordaram.Você está dispensada, criada Mei.

-Aaahhh... Logo agora que eu ia poder testar minhas habilidades em enfermagem. Fica pra próxima então.

Deu de ombros. Colocou a injeção gigante encostada na parede e então saiu da sala deixando os três a sós.

-Então, príncipes. Podemos continuar com aquela história de antes?

Daisuke

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Shion

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Nem houve muito tempo para me esconder... Percebi isso quando vi o corpo de Mei ser jogado para longe e logo logo algo tocava as minhas costas e as palavras "Te peguei" eram pronunciadas e mais uma vez... A minha consciência se foi... Raios de mundo que me faz perder a consciência a toda a hora!

Lentamente a fui recuperando... Percebi que estava em uma superfície bem firme e dura, o chão de algum lugar eu acho... Também fui começando a ouvir uma conversa... Reconheci a voz de Mei e o facto de possuir um remédio para nos despertar em uma injeção comicamente grande, felizmente, a "chefe" daquilo tudo logo lhe informou que não seria preciso pois percebeu que já estavamos despertando. Pera... Ela falou no plural? Quem era o outro? Abri os olhos rapidamente percebendo que estava deitado do lado de Daisuke e tentei me pôr a pé, ajudando o ranger a fazê-lo também.

Mei parecia ter algum tipo de relação com ela... Essa garota era muito estranha... Eu nem sei direito o que se passava ali, mas a professora comentou sobre continuar a contar a sua história. Se referia à da peça de teatro e aquele pedaço mais que li no livro no jardim? Para além disso... Princípes? Desde quando? Ao que ela se refere? As coisas só ficavam mais e mais macabras...

- Quem é você? E do que está falando? Que história é essa? E o que está acontecendo aqui!? - muitas perguntas que traduziam muitas das minhas dúvidas sobre aquele lugar, me mantinha alerta e atento ao ambiente à minha volta tentando procurar alguma rota de fuga caso viesse a ser necessário.

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Com a falha tentativa de quebrar a parede, meu destino sendo pêgo foi consolidado com uma risada de fundo de Mei antes que eu perdesse a consciência novamente. Dessa vez, acordava num local macio e com uma coberta por cima, presumi, enquanto abria os olhos pouco a pouco e ouvia uma voz suave falar. Me levantei, vagarosamente, para buscar a dona e algum principe. Estranhamente, olhei para o lado e tudo que vi foi Shion levantando e oferecendo ajuda para que eu me levantasse também, o que recusei.

- Pequenos... príncipes? - Perguntei, confuso. Do que ela tava falando. Tentei reparar um pouco na mulher, e, por algum motivo, ela me lembrava algum tipo de Pokémon, tentava me recordar de qual. Cabelo verde, presilhas com forma d e nota musical... mas tudo só fez sentido quando escutei Mei gritá-la.

Chamando-a de Aria, me recordei de Meloetta. Pelo que havia lido, a respeito dos Pokémon lendários, Meloetta tinha duas formas! A forma pirueta e...

- ...a forma Aria. - Sonorizei, boquiaberto. Ignorei completamente o absurdo que Mei acabara de dizer e foquei somente naquilo que havia acabado de falar, ofegante, eu fiquei sem chão e acabei caindo sentado na cama. Permita-me contextualizar, caro leitor, no nosso mundo, todos os feitos fantásticos da criação do universo, da cultura, e de tudo o mais. Meloetta, de acordo com os mitos, era o equivalente a um deus da alegria, que cantava e trazia alegria ao coração das pessoas, mas uma vez que o mundo foi envolto em tristeza, ela esqueceu sua melodia, aquilo que fazia as pessoas se alegrarem. Há varias interpretações sobre esse mito, mas não era o caso. Eu tava literalmente, na frente de uma...

...uma deusa.

Eu não sabia como me expressar. Não sabia o que falar. Tudo que consegui sonorizar, foi uma forma, tola, de perguntar o que estava achando. - F-Foi você que-quem estava brincando d-de pi-pique? - Falei gaguejando e suando frio. Esperaria por uma resposta, e, a obtendo ou não, assentiria para sua perguntar.

Caralho, eu preciso, urgentemente, ir à igreja.

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Sonho bão... Ou não

Era confuso, não é? Uma hora estavam sendo perseguidos por um pokémon em uma brincadeira de pegar e esconder, na outra acordavam juntinhos em um lugar estranho. Shion estava surpreso, mas Daisuke pareceu cair nos encantos da professora logo à sua frente e gaguejava ao fazer sua pergunta. Ela simplesmente deu uma risada com a mão na boca mais uma vez.

-Estão confusos, príncipes? Hoje é só mais um dia de aula, mas parece que os pequenos não conseguiram dormir cedo, não é mesmo? Mas tudo bem.

Ela se levantou e foi até uma das estantes, de lá pegou um livro e trouxe para ler.

-Se você quer brincar, príncipe Daisuke, primeiro você precisa cumprir suas obrigações. Ficar acordado até tarde e dormir no horário das aulas não é uma delas. Então preste atenção no que eu tenho para lhes contar.

A história era contada. De alguma forma, parecia relacionada com o que ouviram e leram em situações anteriores.


Essa foi a terceira história que conheceram naquele castelo.

-Príncipes... A história não acabou aqui, vocês perceberam. Originalmente, ela possuía apenas um final, mas alguém tomou decisões erradas e criou outros dois. Olhem ao redor.

Estavam em um quarto. Estantes, roupas luxuosas, uma escrivaninha, algumas decorações infantis, uma janela e uma porta. A estrutura era bem familiar a Daisuke, era muito parecido com o quarto no qual acordou naquele castelo em ruínas.

-Digam-me, príncipes. De vocês três, por que só um fez a escolha que traria um final feliz aos demais? Por que os outros dois traria à ruína nosso mundo?

Espera. Aquele mundo em que eles estavam era o mundo no qual a escolha certa foi feita? Mas que escolha era essa? Mas parecia tão bom. Dava para ouvir a cidade do lado de fora dos portões do castelo, parecia bem agitada naquele dia ensolarada. Dava para ver os raios de luz entrando no quarto pela janela.

Aria fechou o livro e o guardou na estante, depois voltou aos garotos mais uma vez.

-Príncipes... Por favor, me digam, por que vocês fizeram as escolhas que fizeram? Por que para vocês aquela pareceu a única solução na hora?

Daisuke

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Shion

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Daisuke também despertou logo a seguir, contudo, ele estava bem mais... Perplexo? Não era bem só perplexo... Ele parecia realemente surpreendido e até mesmo um tanto assustado com a mulher que estava à nossa frente. Já eu... Confesso que o comportamente delicado e cuidadoso dela me irritava um pouco, não que eu exteriosasse isso de alguma forma, contudo, me lembrava tempos que eu não queria lembrar tanto assim.

Para além disso, ela continuava se referindo a nós como príncipes... Nós? Os princípes? Da história que vem sendo contada a cada novo cenário que vai surgindo? Parece que era isso mesmo... Ela brincava com o facto de a gente ter adormecido e estar atrasado para a sua aula, mas queira saber dona Aria, lhe garanto que eu não tinha adormecido porque eu queria!

Ao ver o ruivo daquela forma deixa um ligeiro toque o  meu cotovelo para o chamar à atenção e para que se recompusesse - Hey... Não perca o foco, Daisuke! Não se esqueça que nada disso era real e temos de achar a anomalia. - comentei  baixo para o mesmo  antes mesmo da professora começar a contar um pouco mais da história. Desta vez, explicava a forma como a mulher fora perdendo a sua vontade de cantar e dançar pois nem mesmo com suas habilidades para trazer boas emoções conseguia erradicar a tristeza e amargura que preenchia mais e mais corações humanos, face a isto ela apenas desistiu de tentar e abadonou os seus dons.

Mas isso não era o fim... A mulher dos  cabelos verdes logo tratou de explicar que a história ainda continuava, contudo, alguma coisa havia feito com que surgisse mais que um final para aquela história e parace que... Ela se referia a uma decisão que tomamos antes... Só podia ser... O julgamentos da mulher... Aparentemente, neste momento, estávamos em um cenário que a escolha realizada havia trazido um bom resultado, pelo menos, a própria cidade ainda parecia inteira do lado de fora. Mas aquele mundo... Foi consequência da decisão de uma terceira pessoa, um terceiro príncipe, que não parecia estar ali, no momento. Ou... Foi uma decisão de Mei? Mas que escolha ela fez? A gente só teve duas opções... E ambas eram horríveis...

E então... Ela pergunta... A razão da nossa decisão... Porque é que ela pareceu a correta a se fazer naquele momento... Será que... Haveria alguma consequência dependendo da nossa resposta... Por momentos cheguei a temer aquele ser e que, de alguma forma, nos fosse punir, contudo, engoli em seco tentando me manter objetivo e racional naquela situação, quem sabe não é este ser a anomalia que a gente tem de derrotar.

- Hmm... A razão... A gente foi colocado em uma situação de alta pressão e nos forçaram a fazer uma escolha sem nos darem tempo para pensar ou entender a situação completamente, para além disso, quando Daisuke tentou divergir um pouco de uma das opções que nos foram dadas fomos banhados com olhares de dúvidas e reprovação. Bem... Se é que se refere à decisão que estou pensando. - realmente só me lembrava dessa altura como podendo ser o momento crítico que tivesse mudado o rumo da história - Sim, pode dizer que tomamos uma decisão ruim, mas quase que fomos obrigados a isso. Até onde sabíamos estávamos interpretando um personagem em uma peça de teatro, para além disso... A narrativa de antes dizia que o reino prosperou após o julgamento da mulher, em que momento é que isso mudou? O que aconteceu? As pessoas se afundaram na sua tristeza sem aquela mulher? - fiz um pausa para um longo suspiro para tentar me acalmar, de nada valia partir diretamente para qualquer acusação ou insinuação - Talvez... Pensar que estava interpretando um personagem que não era eu de verdade me fez sentir que não teria de lidar com o peso ou consequências daquela decisão. Mas talvez estivesse errado e acabamos trazendo mais problemas para esse mundo. - terminei com um tom mais baixo e um pouco culposo, enquanto fazia a reflexão sobre a minha atitude.

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Assim que recebi a resposta de Aria, o que Shion dizia parecia fazer mais sentido. Repensava o que vinha acontecendo. Quer dizer, pra mim, soava mais óbvio que os antigos Pokémon Lendários se mostravam cada vez mais menos, e o Dream World parecia ser uma resposta pra isso! Olha, se eles se escondessem das garras da curiosidade e crueldade humana, eles poderiam viver em harmonia como antigamente e... bem, cá estamos nós invadindo seu espaço novamente. Eu pretendia suspirar, até voltar a ouvir a história da tal Professora uma vez mais e bem, meu ponto de vista voltava a me atormentar ferrenhamente.

Quer dizer, ele fazia ainda mais sentido, e me deixava meio cabisbaixo.

Vejamos, se o que eu disse é bem verdade, então tudo o que fazemos aqui, é trazer dor a Meloetta. Talvez, o que ela queria era nos mostrar o passado e descobrir se a humanidade havia melhorado, e bem, até agora, só conseguimos mostrar que somos verdadeiros babacas. Enfim, suspirei. Olhei para Shion, que parecia demonstrar remorso pelo que havia feito. Bem, eu comecei a tentar entrar na fita do teatro, então não poderia culpa-lo inteiramente pelo que aconteceu, então comecei reconhecendo minha culpa.

- Bem... acho que eu quem o influenciei a entrar no papel, apesar de ter fugido dele muito rápido. - Falei, meio sem graça, antes de voltar minha atenção para a tal professora. - Eu tentei defender a moça, mas acabou que meu tiro saiu pela culatra. - Disse, cabisbaixo. - Bom, a melhor intenção não move o mundo sem alguma ação. - Falei, antes de olhar para ela nos olhos. - Eu tentei resolver no diálogo, mas acho que foi porque não era o meu pescoço que estava em jogo. Deveria ter agido, deveria ter tirado a moça de lá, deveria... - Suspirei. Agora não adiantava mais.

- Bom, pelo menos. - Falei, me animando um pouco. - Alguém tomou a decisão correta de salvar a moça. - E em seguida, perguntei a moça em nossa frente. - Sakura quem a tomou, né? Apostando o próprio pescoço. - Disse, em voz amena, enquanto chamava pela atenção de Shion de forma inadvertida com aquilo.

Se minha linha de raciocínio estivesse correta, havíamos invadido o mundo de um Pokémon lendário, ou melhor, um deus. O tiramos de sua paz e ainda fizemos questão de dizer que somos tão ruins quanto qualquer outra criatura humana. Torcia para que ele percebesse rápido, pois, na minha visão, Meloetta estava começando a nos alvejar com pequenas ameaças veladas, nos confrontando sobre nossas decisões e nos apagando inadvertidamente uma série de vezes.

É como se dissesse que podia fazer o que quisesse ali. E bem, quando se é inimigo de alguém assim, é de conhecimento comum apenas uma coisa: estamos nas mãos dela, e ela pode fazer o que quiser conosco a qualquer momento.

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Sonho bão... Ou não

Não era fácil responder àquele tipo de pergunta, não é mesmo? Principalmente quando era óbvio que a pessoa que mais sofreu com tudo aquilo era quem lhe questionava estando bem à sua frente. Ainda assim, suas justificativas foram dadas, mas em nenhum momento tentaram se esquivar da culpa. Aria ouvia tudo atentamente e ao terminarem, fechou os olhos, respirou fundo e depois exalou.

-É difícil tomar decisões sob pressão, não é? Principalmente quando você é colocado em uma situação e se sente obrigado a se envolver. Mesmo assim... vocês só enxergaram as opções que lhes deram, mesmo pensando diferente.

Ela abriu os olhos e encarou a dupla anda com seu sorriso no rosto.

-Mei fez a escolha certa, mas isso porque ela é diferente de vocês. Só uma pessoa com um parafuso a menos teria a coragem de tomar a decisão que ela tomou e recriar o mesmo final de uma história que aconteceu há muito tempo atrás. Quanto ao que ela fez... ainda não está na hora de vocês saberem. Uma peça que já tomou um certo rumo não pode ter seu final mudado, não é?

Ela se levantou.

-Então terminemos o que foi começado. Em um outro caminho da história, eu posso dizer que odeio vocês, mas nesta que estamos agora aquilo não aconteceu, então não tenho motivo para me sentir assim.

Aria caminhou lentamente até um outro canto da sala e ficou de frente para a parede. Colocou as mãos pra trás enquanto batia a ponta de um dos pés no chão. Começava a cantarolar uma melodia simples, mas relaxante, trazia calma para todos os que podiam ouvi-la. Ficou assim por menos de um minuto até que se virou para Daisuke e Shion.

-Para que a única história com um bom desfecho seja eterna, então devemos encerrar aquelas que vocês criaram e terminaram em caos. O único jeito, é derrotando quem as controla. Príncipes... - ela passos bem lentos em direção a eles. A realidade piscava. Cada vez que isso acontecia, os arredores se tornavam apenas um espaço escuro, sem presença de vida e qualquer outro som. Cada vez que a realidade piscava, Aria aparecia como Meloetta em sua forma Aria.


Ela parou de andar. Quando isso aconteceu, a realidade parou de piscar e se firmou no cenário que tentava se tornar a própria realidade. O silêncio permanecia até ser quebrado por uma voz conhecida. Era a de Ventríloquo.

-E nossos Inquisidores, após tomarem suas decisões no julgamento, ainda precisavam expurgar o demônio que roubou a cultura e trouxe caos a uma nação... Não, não foi só a uma nação, mas também a um mundo inteiro. Sua melodia melancólica causou tristeza nas pessoas tirando seus motivos para viverem. O mundo acabaria de fato se nada fizessem. Derrotar e neutralizar tal monstro era sua única opção.

-Acabar comigo... É sua única opção.

Meloetta repetia as palavras.

Lutar realmente era a única opção? Parece que naquela ocasião realmente seria. Foi um pedido próprio de Meloetta, afinal, não poderiam deixá-la na mão desse jeito. Como ela lutaria? Em sua forma normal? Mudaria ela? Ou... não seria ela que estava lutando?

Mãos enormes surgiam no alto. Fios desciam dela e iam evolvendo lentamente os membros de Meloetta. Inicialmente, ela parecia normal, mas logo começava a se contorcer e a gritar até que parou. Estava acostumada ou não era mais ela controlando a si mesma? Sua cabeça baixa se levantou e uma voz ecoou no vácuo.

Daisuke

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Shion

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Como suspeitei... Era Mei que tinha realizado a escolha que levara ao mundo feliz em que nos encontramos, a melhor escolha. Como ou quando aconteceu que acabou não sendo muito bem explicado, no momento, contudo, a mulher explicou que só uma pessoa meio descompenssada como Sakura conseguiria tomar uma decisão daquelas em um momento como aqueles. Obviamente, isso não desculpava a nossa decisão e eacredito que a própria tenha percebido o nosso arrependimento.

Apesar de tudo, ela não guardava ressentimento em relação a nós, na verdade, parecia até compreender a nossa situação. Aí ficou óbvio de que mulher que foi executava era a própria Melloetta na peça. Esclareceu que poderíamos também continuar a história naquele mundo, contudo, seria necessário finalizar as outras duas histórias para assim acabar com elas de uma vez por todas.

Para isso... Teríamos de derrotar a própria Melloetta... O mundo mudava de novo, a cada passo da pokémon lendária a realidade era alterada para o mundo completamente arruinado e destruído de antes e a história continuava, explicando como os humanos acabaram por perder a esperança e foram consumidos por um grande sentimento de tristeza devido à música melancólica e vazia de felicidade da pokémon. Tanto o ventríloco, que jogava uma série de fios sob a pokémon para a controlar, quanto a própria referia que a única solução era derrotá-la ali e agora!

Sim... Era o resultado das nossas ações e a única coisa que poderíamos fazer para corrigir os nossos erros. A própria disse... Derrotá-la! Não poderíamos escapar dali sem lidar com as consequências dos nossos atos e talvez só dessa forma podéssemos corrigir os problemas que estavam sendo causados no Dream World.

- Desculpe, Daisuke... Acho que me deixei levar demasiado e acabei tomando más decisões... Mas temos uma chance de remediar tudo o que fizemos agora! A gente consegue, cara! - falei para o ruivo ao dar uns passos para mais perto do lendário, não era o primeiro que enfrentava e, honestamente, já estive em situações bem mais assustadoras, contudo, nenhuma delas tinha acontecido por minha culpa anteriormente, esta agora era uma situação diferente. Liberei a Frosmoth ao meu lado e a equipei com o Choice Specs - Elyon... Eu sei que você consegue! Avance com o seu Bug Buzz, duas vezes! Em frente! - finalmente dei a minha ordem com um tom alto e determinado - Meloetta... Desculpe por a fazer ter de assumir esse papel... Prometo que vamos remediar a situação e permitir que viva em harmonia juntamente com os humanos e possa continuar a alegrar todos com a sua voz! - acrescentei ao deitar os olhos sobre a oponente, não deixando de sentir culpa pelo que causei.

OFF:
Frosmoth > Equipar Choice Specs > Duplo Bug Buzz

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Eu to testando umas coisas novas, então vou deixar o glossário e as ordens aqui explícitas.
Taunt -> Insulto
Bite -> Mordida
Bruce vai usar Taunt e Bite.

A Sra. Aria logo tratava de, rapidamente, dar razão as palavras de Shion e amenizar o peso que eu levantara: apenas uma pessoa com um parafuso a menos seria capaz de tomar a decisão que Mei tomou... mas ainda assim doía. Doía não ter salvado-a, doía não ter feito nada, só... doía muito. No entanto, a medida que a Deusa Unoviana tornava a falar, mais das minhas suspeitas tomavam corpo, engasturado, eu levantava da cama e dava alguns passos para trás, tentando me colocar em posição de me defender enquanto Aria vinha em nossa direção, no entanto, não esperava que veria sua forma mudar e a paisagem também. Subitamente, tudo a nossa volta mudava a medida que a Sra. de cabelos esverdeados se aproximava, até que eu ouvia a voz do maldito Ventríloquo ecoando no lugar.

Após ele encenar todo aquele teatrinho meia-boca, eu via uma coisa bizarra: as mãos enormes voltavam, e dos seus dedos, fios envolviam a criatura que se contorcia e gritava até parar, e mais uma vez, a voz perturbadora daquele cara ecoava no local.

- Está tudo bem. - Disse a Shion, respondendo-o. - A gente entrou aqui junto e eu não te impedi. Sou tão culpado quanto você. - Falei, e em seguida, puxei uma Great Ball do meu cinto de esferas, sacando colocando Bruce em campo, que tornava a procurar por Mei, mas tudo o que via, era a deusa unoviana envolta em fios. De início, senti que não levou as coisas a sério, e apenas achou a unoviana bonita, mas quando reparou seu estado, não pude deixar de notar sua expressão ficando mais séria. Sorri, em aprovação. - Quer dizer então, que você é do tipo que faz as coisas quando tem que fazer? - Perguntei, e recebi uma afirmativa forte do Golbat, sorrindo em resposta.

Eu estava meio incomodado com a forma que tudo se desdobrou, especialmente sobre como aquelas mãos bizarras pareciam manipular a Meloetta. Dessa vez seria diferente! Faria algo pra mudar as coisas a nossa volta. - Espera, Shion! Mire nos fios que controlam a Aria! - O adverti. - Acredito que ela possa estar sendo manipulada! - Completei, em seguida, apontei com o indicador direito para os fios que envolviam o corpo da criatura. - Bruce! Vamos lá, comece com um Insulto para impedi-los de nos prejudicar! Em seguida, ataque com a Mordida nos fios, estoure-os! - Bradava meus comandos, enquanto torcia para tudo dar certo.

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