We can't stop!

Olha só a bucha que eu assumi.

É difícil, eu sei, mas temos que culpar exclusivamente o Vovô Stone por não estar presente no seu trabalho em cem por cento das vezes que alguém quer tomar conhecimento de sua pedrinha colorida. Que infelicidade, não é? Vai ver ele tem um sensor pra dificultar a vida das pessoas e ri deles enquanto não estão vendo. Vai saber, né?

Mas voltando ao que realmente importa, o interior até que era bem organizado. As mesas numeradas e várias pessoas sentadas enquanto o jogo acontecia.

-27... 12... 21...

Os números eram sorteados.

-Bingo!

Uma voz idosa gritava quando a combinação de números batia em sua cartela. O prêmio era separado e uma nova rodada começava.

Parece que estaria tranquilo, mas o problema era ter muita gente e ninguém estava caracterizado como um trabalhador do museu, todos em roupas normais deixando a dúvida se seu alvo estaria ali mesmo entre tantas aquelas pessoas.

Bem, como começaria procurando pelo Stone?

Olha só a bucha que eu assumi.

Era difícil mesmo, ter que encontrar uma pessoa que nunca viu antes entre um número grande de desconhecidos não seria tarefa fácil sem perguntar por aí. A ideia era encontrar alguém com a imagem de um velho pesquisador, mas isso era praticamente impossível ali, todos estavam com roupas comuns para a idade...

-Bingo!

Mais uma pessoa dizia após uma sequência de números ser dita.

Em meio à movimentação, Kiki foi abordada por um senhor que notou que ela parecia não pertencer àquele lugar.

-Bom dia, mocinha. Você tá perdida por aqui? Não vemos jovens jogando conosco muitas vezes. Precisa de ajuda?

Olha só a bucha que eu assumi.

-Senhor Stone, a senhorita diz?

O velhinho colocou a mão no queixo enquanto pensava.

-Hmmm... Oh! É claro que eu conheço. Conheço sim, mocinha.

Finalmente havia alguma pista sobre ele, ao menos era o que parecia. O senhor olhou para os lados murmurando algo.

-Por aqui... por ali... Oh! Achei.

Apontou para o outro lado do lugar onde havia uma porta com uma placa informando que era de acesso exclusivo à equipe. Deu uns dois ou três passos para a frente em direção à sala, então se virou para Kiki.

-Meu amigo Stone deve estar ali. Se quiser, pode vir comigo para eu apresentá-la.

Olha só a bucha que eu assumi.

-Muito bem, muito bem. Siga-me.

O senhor guiou Kiki para a sala para enfim encontrar o Vovô Stone, agora era torcer pra ele não ter saído de fininho enquanto não estavam olhando. Mas para a sua sorte...

-Stone? Stone, meu velho, tem uma moça aqui te procurando. Não deveria receber os mais jovens quando eles vêm até você? Depois não reclama que suas crianças não te visitam. Ora pois.

Um senhor com roupar simples respondeu com o olhar. Coçou o queixo e ficou observando enquanto o companheiro da garota falava e reclamava. Quando teve a chance, respondeu.

-Ora, velho. Volte para seu jogo. E você, moça, para que veio aqui?

Olha só a bucha que eu assumi.

-Muito prazer, Nakeisha. Então teve todo esse trabalho de me encontrar vindo do museu, uh?

Foi isso mesmo o que ela disse. Acho que esse senhor já deve estar gagá.

-Me desculpe por isso. Sinto que devo atender o favor que está pedindo. Agora, a pedra, por gentileza.

Stone pegou a pedra e começou a analisar lado por lado. Curva por curva. Detalhe por detalhe. Estava pronto para dar uma resposta.

-Hummm... Minha querida, eu acredito que possa saber do que isso se trata, mas só posso te dar certeza quando voltar ao meu laboratório no museu. Vamos voltar para lá, mas antes - ele apontou para uma caixa -Poderia me ajudar a levá-la até o carro? Eu te dou uma carona e vamos juntos.