Yvie Grace Chatternon
Cidade Natal: Snowpoint City.
Carreira: Treinadora.
Idade: 24.
Altura: 1,78.
Peso: 60 quilos.
Descrição física: Carreira: Treinadora.
Idade: 24.
Altura: 1,78.
Peso: 60 quilos.
Spoiler :
(Pego em: https://br.pinterest.com/pin/914862417874292/)
Yvie é uma mulher relativamente alta. Sempre foi magra, mas hoje está mais. Seu rosto possui formato “coração”. Possui um nariz fino, levemente arredondado em sua ponta. Sardas quase que imperceptíveis em seu rosto. Possui a pele pálida e os cabelos completamente brancos. Seus olhos parecem um cristal de gelo. Seus lábios são quase do tom da pele. Em paralelo com sua aparência quase que vazia de cores, suas vestimentas são sempre escuras - ao menos por agora. Mesmo em lugares de altas temperaturas, Yvie possui uma tendência a usar roupas longas e de inverno, que cubram todas as partes do seu corpo. Casacos de lã, couro, botinas, sapatos. Raramente usará decotes ou roupas desprovidas de alguma peça para lhe cobrir. Usa sempre um brinco pequeno e verde, presente de seu pai em sua infância.
Personalidade: Yvie perdeu um pouco de si há um tempo. Perdeu o sorriso fácil, o gargalhar. Perdeu os abraços facilmente distribuídos e todas as palavras de afeto e preocupação. Yvie encolheu-se em sua redoma, fechou-se num semblante neutro e decidiu que o mundo seria tão gélido quanto a neve que estava acostumada a ver. A dor do luto é capaz de modificar completamente uma pessoa e, quando não processada corretamente, pode lhe levar a lugares difíceis de sair. Essa vem sendo a vida de Yvie desde que sua mãe, Valerie, faleceu. Uma vida cujos sentimentos viajam entre inconformação, raiva, medo, solidão, melancolia. Essa última, predominante. Nos melhores dias, Yvie consegue manter-se calma, mas a felicidade é algo que já lhe escapa.
Ela sabe que é mais do que esse episódio que passa. Ela sabe que, lá no fundo, aquela pessoa preocupada com os outros, curiosa, dedicada e esforçada está descansando, esperando o momento certo para voltar a aparecer. Entretanto, tendo vivido sua vida para atender as demandas dos outros, tem sido difícil criar coragem para enfrentar as dores psíquicas e trazer o seu verdadeiro eu de volta à tona.
Biografia: Yvie nasceu em Snowpoint. Viveu a maior parte de sua vida lá. Entre os vinte e três anos de existência houveram alguns meses em que viajou junto com seu pai, o ator Franz Chatterton, pelo continente distante de Johto. O restante de sua vida foi resumida aos cenários de neve de Snowpoint. Sua mãe, Valerie, possuía um pequeno ateliê, onde junta de outras cinco funcionárias produziam figurinos para os mais variados pontos do globo. Foi numa dessas cruzadas que Valerie e Franz se conheceram e viveram alguns meses de paixão. A pequena Yvie foi um feliz presente para Valerie e Franz, mas ambos sabiam que a vida do progenitor jamais seria a vida de um pai. Ele era do mundo, Valerie não. Poderia ter sido pior, mas ambos eram muito gentis e queridos um com o outro, então foi fácil de acordar o cuidado da jovem. Sempre que possível, Franz visitava. Prometia aquela viagem que ocorreu só uma vez, quando a jovem completou seus quinze anos. Ficava um pouco, trazia presentes e partia. O vínculo afetivo com o pai acontecia através da televisão, de jornais e cartões postais. Yvie nunca nutriu sentimentos negativos pelo pai, apenas sabia que ele era muito menos do que a sua mãe sempre foi e sempre seria.
Foi educada em uma escola de qualidade, onde aprendeu a tocar instrumentos musicais, cantar, atuar - e todas as outras coisas que nunca lhe chamaram a atenção, como matemática e ciências. O mundo da arte, ponto de intersecção de seus pais, também foi o ponto que lhe fisgou. Pintou, cantou, escreveu, tocou. Tudo com excelência. Havia o potencial de voar, assim como seu pai. Mas seu coração sempre esteve ali, em Snowpoint. Era alguém de laços e de fixação, assim como sua mãe.
Com dezoito anos, conheceu aquele que seria seu futuro marido. E, por ironia do destino - ou pela repetição inevitável dos ciclos -, também foi um cliente do ateliê onde agora trabalhava. Ollie era um rapaz encantador, educado e gentil. Conquistou seu coração, o respeito de sua mãe e até mesmo a admiração do pai. Era um operário de uma fábrica e escultor. Fazia as mais belas estátuas. Foi na construção de uma figura de Yvie, que a pediu em casamento. Viveram, por cinco anos, um laço lindo e feliz, até que não ficou mais tão lindo e eventualmente infeliz. A estátua acabou ruindo e, com ela, Ollie e Yvie seguiram caminhos opostos. Não foi um término violento, mas longe de ser amigável como o de seus pais.
Não foi muito após o término com seu ex-marido que sua vida começou a ruir. Yvie entrou em um processo de angústia. Seus pensamentos começaram a ficar muito intensos. Percebeu que havia se fixado ali não por seu desejo, mas sim por um carinho pouco saudável pelo conforto do lar, do aconchego de sua mãe. Percebeu que, quando havia criado coragem para partir e descobrir sobre si, agarrou-se em um laço precoce que a prendeu ali por mais cinco anos. Agora, cheia de desejo, queria partir, conhecer a si, conhecer o mundo, mas não sabia como acalmar o coração acelerado e a mente dolorosa. Acolhendo a sugestão de sua mãe, resolveu falar com uma mulher de saberes tradicionais, que talvez pudesse dar uma luz sobre o que fazer. Foi assim que Yvie conheceu a Bruxa da Neve.
A Bruxa da Neve era uma senhora que morava aos arredores de Snowpoint e ganhava a vida fazendo leituras de mãos, cartomancia e previsões. Yvie nunca foi uma pessoa de fé, mas sempre admirou todo o respeito e o cuidado que pessoas envolvidas nesses fenômenos costumavam ter com aquilo que faziam. Deu uma chance. A Bruxa da Neve a acolheu. A leitura de seu futuro foi breve e incisiva como um bisturi em seu peito. Com o semblante neutro, a Bruxa disse:
- Quando você voltar para sua casa, você não possuirá mais vínculos com Snowpoint. Você irá partir. E, quando for a hora, você encontrará um lugar para ir. Eu lhe presenteio o poder de sentir. Sinta.
Yvie não voltou para casa com a sensação de ter sido iluminada. Voltou ainda mais desiludida. Pensou em contar para sua mãe que, infelizmente, ela estava errada. Que seu conselho dessa vez não foi o melhor dos caminhos. Mas, quando chegou em casa, deparou-se com um vazio. Sua mãe não estava mais lá. Sentada em sua cadeira do ateliê, olhando com uma feição curiosa, havia um Snover.
Vou ser breve no que se prosseguiu. Seus pensamentos pioraram e tudo parecia que iria ruir. A Bruxa da Neve, figura que nunca mais encontrou, não melhorou sua vida, mas acertou o que se prosseguiria. Em meio a tanta angústia e sofrimento, ficar em um espaço que lhe trazia tantas lembranças embora não houvesse nenhuma âncora concreta era a pior das opções. Portanto, partiu, seguida de Snover, que insistiu em lhe acompanhar. Foram só alguns meses após a partida que encontrou algo para lhe tirar da apatia e da dor do luto daquilo que não se sabe se perdeu. Um bloco de anotações em meio a seus utensílios, completamente preenchido pela sua mãe, com relatos sobre as mais variadas viagens pelo continente antes de assentar-se em Snowpoint.
Hoje, Yvie não está melhor. Ela não sabe ainda bem o que fazer. Saiu, vagando, em busca de algum lugar. Algum propósito. Algum sentido. Hoje, achou um possível rumo, embora ainda não seja o suficiente para lhe fazer encontrar-se consigo mesma. Esse objetivo, entretanto, talvez possa lhe ajudar a se reconectar com alguém que já se foi… Sentir, nesse plano ou em outro, alguém que desapareceu.