Noah e Linus e a caminhada... longa

Enquanto Bitol se preparava para tentar encurralar o morcego, Jotum parava na entrada de um dos túneis e então uma torrente de água invadia todo o buraco. No mesmo instante, podia-se ouvir um leve chiado à medida que a água entrava. Do outro lado, era liberado não só a água, como também um leve vapor.

O novo ataque de Bitol o fazia entrar em um novo buraco¹ e não demorou para sair pelo buraco¹ mais próximo. O que chamou a atenção de Linus foi exatamente por ele ter demorado um pouco para sair, sendo que a distância era curta e também o fato de ele não mais carregar o baú.

Ao pé do morro, Noah se cansava de tudo aquilo. Já era hora de pôr um basta para que eles pudessem ter um pouco de paz. Enquanto Alecrim corria para se posicionar, Azaleia voava rápido e iniciava o terremoto. Noah dava um passo para cá, outro para lá para se equilibrar. E antes que Alecrim intensificasse aqueles tremores, uma figura mal encarada descia dos céus, desferindo um poderoso chute que quebrava o chão e quase o atingia. Um Teddyursa preto e branco mordiscando uma folha ao lado da boca, sem falar que estava com o baú debaixo do braço.

Mas os problemas estavam apenas começando. Com o forte tremor, seguia um som de terra e pedras deslizando. À medida que a massa de detritos se movia, levantava uma grande nuvem de poeira e detritos, reduzindo a visibilidade e dificultando a respiração. Em questão de instantes, metade do morro vinha abaixo. Diante de todo aquele caos, não era mais possível ver Jotum ou Azaleia.

Contudo, o desafio diante deles agora era enfrentar o morcego e o panda, que pareciam furiosos com os garotos. Provavelmente, eles haviam destruído a casa deles.

Os corações dos jovens batiam acelerados em meio ao caos que se formava. Linus estava preocupado com o silêncio de Jotum, enquanto Noah corria sem olhar para trás, determinado a salvar Azaleia.

A nuvem de poeira era densa e impedia que eles vissem com clareza o que estava acontecendo. E, se aproveitando da desatenção de Noah, Pancham simplesmente desapareceu levando consigo o baú. Em seguida, um rugido poderoso ecoou por entre os destroços, fazendo com que Gligar fugisse sem nem saber o que estava acontecendo.

A cena era caótica, e a mistura de areia e vapor tornava o ar ainda mais sufocante. Um novo rugido ecoou, dessa vez acompanhado de uma explosão de fogo que subiu aos céus, iluminando o cenário com uma luz vermelha e ameaçadora.

Os garotos pressentiam o perigo, sabendo que algo terrível estava acontecendo. Eles não podiam deixar seus companheiros em perigo. A tensão no ar era palpável, e a adrenalina corria forte em suas veias. Eles precisavam agir rápido, antes que fosse tarde demais.

No local, havia um grande incêndio e dominava o ambiente. O objetivo era encontrar Jotum, mas o caos reinante impedia a busca. Enquanto isso, um imenso pilar de fogo se elevava, acompanhado de rugidos estrondosos.

Diante da situação, Linus liberou Gaia, e ordenou que ela procurasse por Jotum, que ainda não havia sido encontrado. Como a Swinub era especialista em cavar, ela era a melhor opção para auxiliar na busca do pokémon desaparecido. Mas, o que realmente fazia a diferença para Gaia, era seu olfato extremamente aguçado.

Já Noah estava desorientado devido à confusão e ao intenso calor gerado pelo pilar de fogo. Ele detestava sentir calor e o fogo o deixava ainda mais confuso. Ele percebeu que havia se distraído com o pilar de chamas e que o Pancham havia desaparecido. O rugido ecoou em seus ouvidos, indicando que a batalha não estava longe de acontecer.

Foi então que ele se voltou para seus companheiros, Madressilva e Alecrim, e ordenou que começassem a cavar. O objetivo era encontrar Azaleia e sair dali o mais rápido possível, pois a situação já havia passado dos limites.

A poeira começava a baixar e ainda nenhum sinal dos seus companheiros. E conforme a poeira ia baixando, os garotos começavam a ver quem era o dono daqueles rugidos. Uma criatura grotesca de quase dois metros de altura emergia. Seu corpo amorfo coberto por bolhas de magma, como se estivessem prestes a explodir e espalhar fogo por todos os lados. Chamas vorazes saiam ferozmente por todo o seu corpo, escapando pelas rachaduras de sua carapaça cinza e quebradiça formada por pedaços irregulares de magma endurecido. Olhos grandes e amarelos, com pupilas pequenas e penetrantes, pareciam capazes de ver através da alma de quem os encarava. Sua boca larga exibe duas gotas de magma penduradas em cada lado da mandíbula superior, prontas para queimar tudo o que encontrasse pela frente.

A temperatura envolta dele começava a ficar simplesmente absurda. E zangado, ele parecia encontrar nos garotos o alvo para descontar toda a sua fúria.

A estratégia de Linus estava funcionando, mas a tensão só aumentava conforme a batalha avançava. O poderoso golpe psíquico fez o monstruoso Magcargo voltar toda sua atenção em Bitol, e Linus podia ver o pokémon gastrópode envolvendo várias rochas com uma energia laranja para lançá-las contra o Xatu.

Madressilva usou seu pequeno chifre para apunhalar o gastrópode, mas o pokémon nem parecia sentir o golpe da pequena roedora. Logo atrás dela, Ártemis desferiu golpes de karatê que causaram algumas rachaduras na carapaça de Magcargo, mas o foco dele se manteve em Bitol.

A tensão cresceu ainda mais quando Alecrim pisou no chão e criou uma onda de choque que fez todos próximos a ela se desequilibrarem e se machucarem no processo. Além disso, a mobilidade deles ficou ainda mais difícil devido ao chão destruído.

O embate entre o Xatu e o Magcargo continuava, e uma nova onda psíquica o atingiu. Como resposta, outra chuva de pedras alvejou o pássaro xamã. Dessa vez, o poderoso golpe fez Bitol despencar sobre a pilha de pedras sem consciência. A tensão aumentou ainda mais quando a Nidoran cavou e se enfiou debaixo da terra para evitar a segunda onda de choque de Alecrim.

Enquanto isso, a Teddiursa continuou com seus golpes, e a carapaça de Magcargo começou a ser estilhaçada. No entanto, isso só fez com que o pokémon gastrópode explodisse em raiva e encarasse a equipe de batalha.

Antes que qualquer ação pudesse ser tomada, Alecrim girou sua tromba e a bateu com força no chão, gerando mais uma onda de choque. A tensão era palpável quando Ártemis se viu sem ter para onde correr e acabou dando uma cabeçada na carapaça de Magcargo. A batalha estava longe de terminar, e a equipe sabia que precisava se preparar para o pior.

Para piorar, Magcargo soltava uma onda de calor que parecia queimar tudo que estava próximo a ele. Será que os garotos seriam capazes de vencer esse poderoso Pokémon? A tensão só aumentava ainda mais, e a resposta permanecia incerta.