002 - Pai da Balela — Goldenrod

sso não é um time-skip. Repito, não é um time-skip, apesar de parecer. Tá mais pra um episódio que parece filler no começo, e no final parece que ainda tá no começo; desses, sem pé e nem cabeça, que servem pra dar a sensação de preenchimento a uma história ainda em formatação — ou simplesmente pra tentar justificar a ida para goldenrod sem contexto ON nenhum. À título de informação, recapitulemos os últimos acontecimentos:

Desbancar um grupo de traficantes na rota 29 de maneira foda, check.
Soninho da beleza de volta em Mahogany, check.
Acordar percebendo que geograficamente a jornada não evoluiu em... nada?!
Pranchar até Goldenrod no impulso por influência de Maribelle, check.

E cá estamos nós, que fazemos o off acontecer, nosso protagonista e sua disposição para fazer ainda mais merda. Nada de novo sob o sol.

Mas sejamos justos, há sim uma significativa mudança de ares. Em sua primeira vez pisando numa metrópole deste nível, Hiei não pôde evitar de se apaixonar por absolutamente cada pedacinho da cidade logo de cara. Não tem a ver com o consumismo que gira a economia de Goldenrod ou da concentração calorosa de pessoas, mas o conto que todo mundo que chega a uma cidade maior que a natal cai: a sensação — falsa? — de múltiplas oportunidades. Ainda que as construções não sejam tão majestosas quanto as montanhas que está acostumado a admirar, há uma vibe de amplitude sedutora, que o incentiva a explora-las. Tá, introdução feita, holofotes de volta para o protagonista. Até mais.


— Você é... err... hmm... não sei. Alguma sugestão? — Hiei e Batata debatem sobre o nome que darão ao pokemon que aceitaram cuidar depois da rota 29, Lickitung. No meio da correria, não lhe restou oportunidades para conhecê-lo fisicamente, e agora liberado da pokebola, o garoto tem sua primeira impressão sobre a bola rosada linguaruda. — Eu disse que daria o nome da Maria, mas acho que não combina muito... né? — ou será que é porque Maribelle se sentiria ofendida de ser comparada a um bicho tão asqueroso? — Sabe, mamãe disse uma vez que a gente pode conhecer alguém só pelo olhar. Uhum, uhum. Talvez se a gente... sei lá, talvez... encara-lo de perto, alguma coisa venha a mente. Não?

Péssima ideia.

Quando ficou de frente para Lickitung, o clima de desconforto engoliu o ambiente e, por conseguinte, Hiei. O pokemon permanecia lá, imóvel, exibindo os olhos feito botões de camisa e a lingua escorrendo impiedosamente para emprestar saliva ao mundo. Nem era tão grande assim, só uns três, quatro centímetros — de distância do chão. Sua expressão 200% neutra transmitia menos sentimentos de Lickitung do que o ovo que Kasandoro carregava na incubadora, talvez seja desse momento que descobriram o vale da estranheza. Nem The Office seria capaz de recriar tamanho constrangimento quando o rosado rompeu o marasmo e agiu pela primeira vez: uma linguada lenta, gelada e de baixo para cima (não, isso não é uma referência +18, tenham decência) em todo o corpo de Hiei, que viu seu tronco virar chumbo, os pés pregarem no solo e reações biológicas ainda não descobertas se apossarem de seu cérebro. Enquanto a baba escorria, o menino procurava forças para reagir após o trauma, quando olhou para o lado e viu Aipom também babado e exibindo a expressão de horror que ele também imaginava que estava fazendo. Ótimo. Um macaco medroso, uma cadela viciada em morder canelas e um bicho que parece o maníaco do parque. O que mais esperar desse time?

— Acho que esse é o jeito dele dizer que gostou da gente... eu espero. — susurrou Hiei, aterrorizado.
— Ai... pam. — concordou Batata, aterrorizado.
— Que tal... Boo? Acho que já vi esse nome em algum desenho. Até que parece um pouc...

E mais uma lambida em cada um. Se isso quer dizer sim ou não, só Arceus sabe.

— Vou considerar como um sim. — e da-lhe referência à primeira rota.


Alguns momentos estranhos foram se acumulando, mas as peças se encaixariam com o tempo. Um time de esquisitos? Sim, mas a matemática atesta: menos com menos é mais. E foi com essa deixa que Hiei, Batata, Fúria, Boo e o ovo misterioso rumaram Goldenrod adentro atrás de completar uma primeira missão importantíssima: encontrar um local que venda sorvete. Essa situação toda deu um calor danado.

Rota Anterior > aqui <

Vim pro evento de primeiro de abril, aos 45 do segundo tempo. Não sei se tem um roteirinho 100% definido pra se seguir aqui, mas quem for narrar pode viajar o quanto quiser na trama, tô aqui pra isso.

Ah, e quero ativar um desses pra essa rota — Ticket Especial  - Bônus de 15% de XP x03 - Validade: xx/xx/2023

Litten Egg 01/40