002 - New Flavors Ahead!

New Flavors Ahead!

O primeiro dia em Snowpoint foi marcado por encontros, reencontros e destinado a aproveitar a estadia na cidade e me recuperar das dores das pancadas em Veilstone. Fazia muito tempo desde que eu não colocava os meus pezinhos no paraíso invernal para relaxar um pouquinho. Seria um desperdício apressar o meu tempo na região me aventurando por aí sem antes curtir as maravilhas regionais únicas do território.

As experiências variavam entre tomar um chocolatinho quente com especiarias em uma cafeteria para apreciar o finalzinho da tarde, um jantar reconfortante com comida acolhedora e quentinha e um café da manhã completo com direito a tudo que o meu paladar ansiava. Snowpoint, você não sabe o prazer que é estar de volta!

Sim, culinária e comer representam uma porção significativa do que eu fazia ao viajar, mas isso não significa que eu deixei os destinos turísticos de fora! Agora que eu estava em uma jornada eu poderia visita-los com mais calma em outros momentos, mas refeições têm o poder de mudar dias e são elas que ditam o rumo da sua energia. E dias maravilhosos, repletos de comida boa, marcam semanas perfeitas! O ciclo se repete até chegar em anos e aí você conclui uma vida cheia de boas experiências.

Com um sorriso no rosto e satisfeito do café da manhã compartilhado com os meus Pokémon, descansei um pouquinho e organizei as minhas coisas para dar uma volta pela cidade. Finalmente livre para conhecer cada cantinho da cidade e encontrar novos amigos para a minha jornada.

Contagem:
Alolan Vulpix 2/20

New Flavors Ahead!

Uma vez fora do Centro Pokémon, consegui ter dimensão real do frio que estava fazendo esse dia. Senti o meu rosto esfriar bastante e vi a nevoazinha do calor corporal emanando da minha respiração. Sorri. Mais um dia comum em Snowpoint! Claro, eu ainda estava me acostumando e criando certa resistência às baixas temperaturas da cidade, mas isso levaria tempo. Quem sabe um dia eu não me adaptaria tanto que sairia por aí com um número menor de peças de roupas e com tecidos mais leves.

- Hum... Vamos lá. Se eu fosse uma Snorunt, para onde eu iria? – Pensei em voz alta, envolvendo o meu queixo com o dedo indicador e o polegar e, consequentemente, movendo os meus lábios para cima. A pose clássica para pensar. – Rotom, o que Snorunts costumam comer?

- Bzz bzz bzzt! Eu não tenho um dia de paz. – Era impressão minha ou aquele aparelho abusado estava debochando do meu uso excessivo? – Exibindo resultados para a sua busca, você que lute pra ler. Bzzt!!!

Ignorei o comportamento afrontoso do dispositivo, até porque eu gostei da personalidade dele assim, provavelmente foi alguma configuração de comportamento que eu alterei e me esqueci do quanto ela era sarcástica. Li os resultados registrados oficialmente em outros bancos de dados da Pokédex, já que eu ainda não havia capturado um.

- Okay... comem neve, gelo e coisas congeladas. Já vi que vou ter um trabalhinho aí pela frente. – Tentei buscar as opções de lugares para começar a minha busca, priorizando algum mais afastado da cidade e próximo de alguma fonte de água devido à uma passagem lida. Para isso, seria necessário começar a caminhar.

Contagem:
Alolan Vulpix 04/20

New Flavors Ahead!

Com um plano minimamente estruturado a única coisa que estava me restringindo de começar a busca era identificar um caminho para encontrar algum espaço ao redor da cidade que se enquadrasse em um cenário propício à formação do gelo de água pura e, consequentemente, na presença da criaturinha que estava procurando para compor a minha equipe.

Quando os primeiros passos foram dados um fenômeno característico da região me agraciou: flocos de neve soprados ao vento. Fiquei encantado quando um caiu bem na ponta do meu nariz, depois em minha mão até, enfim, começar a nevar. Qual era mesmo o nome que os nativos deram para ela? [...] AH! Nevasca de Prata! De fato, a neve parecia preciosa e deslumbrante como o metal nobre. Parei alguns segundinhos para aprecia-la.

- Será que isso é um bom presságio? – Em meio ao momento de contemplação do fenômeno natural, acabei tendo um estalo que colocou um sorriso ainda maior em meu rosto. – Como não pensei nisso antes?!

Movido pela empolgação, busquei no acessório em forma de cinto pela Pokébola do pequeno Amaura. Libertei o saurópode para me fazer companhia e me ajudar na busca por um lugar apropriado, afinal a criaturinha vivia em lugares assim e de acordo com algum instinto de sobrevivência, ou mera forma de aproveitar o ambiente, poderia encontrar algum lugar como o que eu estava buscando. Os olhinhos adoráveis do tipo gelo se encontraram com os meus e até o momento ele parecia indiferente ao meu respeito. Uma ótima oportunidade de me aproximar mais!

- Oi Amaura! Sou o seu novo treinador, Reese. – O cumprimentei com um sorriso e afaguei a sua cabeça com ternura. – O que acha de encontrarmos algum lugar bem relaxante longe da cidade pra descansar um pouco? Também preciso pensar em um nome novo para você...

Contagem:
Alolan Vulpix 06/20

New Flavors Ahead!

Não consegui identificar ao certo uma expressão que denunciasse os principais sentimentos do monstrinho pré-histórico. Como antes ele era treinado por Rosemary, imaginei que em algum momento soubesse da minha proximidade com a sua antiga treinadora, seja devido o contato cruzado em alguma conversa de telefone ou até mesmo quando me foi entregue no Centro Pokémon... Bom, o que importava era que o pequenino resolvia me guiar pela cidade e isso já era um ótimo começo.

- As vezes eu gostaria de saber sobre o que vocês ficam pensando... Deve ser esquisito se adaptar em um mundo tão parecido, mas tão diferente do que você se lembra... – Comentei com o saurópode, recebendo uma expressão serena como resposta. O traço de personalidade que mais se sobressaía no Amaura era essa tranquilidade, era tanta que eu até me sentia mais calmo perto dele. – Tem razão... tem coisas que não estão no nosso controle, precisamos apenas lidar com isso...

Sim, eu estava conversando com o meu Pokémon, mesmo sem ele dizer um “A” de retórica, mas, por algum motivo além da minha esquisitice, eu sentia que o Ice Type realmente diria algo parecido. Nesse meio tempo marcado por devaneios, chegamos em uma casa com cara de abandonada e Amaura logo encontrou um lugar para descansar. Ele levou a parte de descansar a sério!

Só então percebi que ele escolheu se deitar perto de uma casinha de pet e algo me deu um susto inicial: um vulto estava lá dentro! E assim que se revelou para nós a surpresa deu lugar a preocupação. Era um Glameow, em Floaroma eu via uma boa quantidade deles, domesticados e de rua. Algo que sempre apertou o meu coração. O que ele estaria fazendo ali se os possíveis donos da casa já se mudaram? A resposta era óbvia, mas doía muito.

- Hey amiguinho, está tudo bem com você? – Perguntei, enquanto fuçava a minha mochila atrás de ração de Pokémon. Uma das poucas coisas que não faltavam em meus pertences era comida, inclusive as dos meus companheiros. – Coma um pouco... – Despejei o conteúdo da vasilha dentro da casinha e a guardei de volta na mochila. – Eu e Amaura estamos procurando alguns Pokémon assim. – Interrompi a fala para mostrar uma foto de Snorunt com o Rotom Phone para o felino. – Viu algum aqui perto? Aceitamos a sua companhia na busca se quiser vir com a gente. – A verdade é que eu não queria deixar Glameow para trás.

Contagem:
Alolan Vulpix 08/20

New Flavors Ahead!

Okay, eu me esqueci de algo super importante quando tentei interagir com o Glameow: ele estava arisco e eu o enchi de perguntas, invadi o seu espaço seguro e ainda atrapalhei um momento sagrado que o felino deveria estar aguardando a dias. Bom começo, Reese... Assim você vai longe. Suspirei, antes de pedir desculpas à criaturinha.

- A-ah... foi mal Glameow. Pode terminar de comer... – Guardei o dispositivo eletrônico e dei espaço para o gatuno se alimentar, torcendo para isso não ter o afastado de vez de mim.

Sai de perto da casinha de pet, incomodado com o clima pesado que havia se instaurado. As chances do felino ter sido abandonado pelos seus antigos donos era bem alta e eu não podia deixar de me questionar o motivo para eles recorrerem a uma opção tão cruel... Seria apenas maldade? Ou algo trágico teria acontecido parar separar o gato da sua antiga família?

Tentei me recompor sentando próximo de onde Amaura estava. O monstrinho azulado era tão calmo que a sua presença me reconfortava um pouquinho. Ajeitei os meus pertences na mochila enquanto conversava com o pobre Ice Type, aguardando alguma ação vinda por parte de Glameow. Mesmo desfocando um pouco da minha busca, eu não poderia deixa-lo para trás sem antes ter tentado oferecer assistência.

- Você acha que eu fiz certo dessa vez? – Perguntei ao meu companheiro pré-histórico, que apenas piscou e se ajeitou em seu descanso. – É... certo e errado são apenas pontos de vistas diferentes... Bom, vamos esperar.

Contagem:
Alolan Vulpix 10/20