002 - New Flavors Ahead!

New Flavors Ahead!

O caminho até o Centro Pokémon foi bem rápido e tranquilo, sem nenhuma surpresa ou novidade. Recebi uma notificação minutos antes de adentrar o estabelecimento, sendo informado da entrega do inicial. Dentre as premiações por vencer a categoria Ace do Battlefield, a maior era o monstrinho. Mal podia esperar para rever o carinha.

A semaninha no Resort com os Pokémon emprestados para participar do evento também foi marcada por conhecer os iniciais de Paldea. Quaxly foi o que eu mais me simpatizei, o pequenino era vaidoso e simpático, conquistou o meu coração com o seu jeitinho. Os dois outros também eram adoráveis, mas eu só podia sair de lá com um.

Quando cheguei, estranhei a falta de pessoas. Será que a cidade ainda estava vazia por causa do evento em Hearthome? Li a plaquinha de “já volto” deixada pela enfermeira e aproveitei para ir até o computador colocar Quaxly na equipe. Na sequência, a Blissey apareceu e parecia se lembrar de mim.

- Blissey! Que bom ver você! – Cumprimentei a curandeira, algo nela me deixava bastante feliz e confortável. Talvez fosse algum poder ou só a aparência cativante de bola rosa gorda. – Como está o Glameow? Deu tudo certo?

Contagem do ovo: 04/40
- Eevee

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A reação da enfermeira Pokémon me dizia muita coisa em pouquíssimos segundos. Eu passei a maior parte da minha vida conversando com monstrinhos selvagens, então a essa altura do campeonato a Blissey estava quase falando comigo de tão bem que eu conseguia entender.

Uma parte dessa habilidade era ler a linguagem corporal e essa bola rosa poderia ter virado atriz se não tivesse tão imersa na carreira de enfermeira. O desespero, as lágrimas, a preocupação e a pontinha de esperança se traduziam como: tá tudo péssimo, mas você ainda pode ajudar em alguma coisa. A outra? Fanficar.

- Esse Glameow não tem jeito, né? – Falei o meu pensamento em voz alta, para identificar se a minha tradução estava certa.

Da última vez foi uma luta tirar ele daquela casinha, mesmo quase morrendo de fome e frio. O gato deve ter melhorado e escapou enquanto a Enfermeira Joy estava resolvendo outros assuntos do Centro Pokémon. Ou a minha imaginação era fértil demais...

- Preciso da sua ajuda, Crumble! – Chamei a porquinha para fora da Premier Ball. – Vamos até aquela casa. – Apontei para a direção. – Você já tá habituada com o clima daqui, então me avisa se achar algo suspeito ou algum perigo. – Dei as direções para a terrestre levada, antes de me despedir e tranquilizar Blissey. – Obrigado, vou dar o meu melhor para salvar ele! Cuidado aí!

A Enfermeira Pokémon poderia ficar muito aliviada e compreendida ou me achar um completo idiota que estava caminhando para um problema colossal que ela tinha tentado me avisar desesperadamente para não ir. Ninguém disse que a vida era fácil, né?

Contagem do ovo: 06/40
- Eevee

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Okay. Até o momento tudo indicava que eu estava marchando para o problema, e não de um jeito bom. O frio não era novidade, mas a temperatura estava ficando perigosamente baixa. Nenhuma memória da última estadia em Snowpoint trazia a mesma sensação.

Crumble seguia o seu caminho como uma desbravadora, apesar do minúsculo tamanho. A Swinub não era o Pokémon mais rápido da minha equipe, mas diante de tanta neve e vento a porquinha parecia um trator empurrando o gelo da minha frente.

Resistir ao frio, ao vento e manter um ritmo naquela nevasca era mais desafiador do que a minha cabeça podia ter imaginado. No finalzinho do percurso eu desequilibrei e cai. Quando procurei Swinub, a vi correndo em minha direção, brilhando intensamente, o que me fez cerrar os olhos, a última coisa que vi foi o seu corpo passar por um rápido ganho de peso e tamanho. Ao abrir os olhos novamente, senti o calor do pelo da mamute me aquecer e as suas presas tocarem a minha mão para que eu pudesse levantar.

-  Obrigado Crumble. – Uma vez em pé consegui visualizar melhor a sua nova forma. –  Quando me disseram que vocês cresciam rápido, eu não tinha ideia de que era tanto! Tá bonitona!

Acariciei a pelagem da Piloswine, de acordo com o Rotom Phone esse era o nome desse estágio evolutivo, como forma de comemorar a sua transformação. Logo em seguida, organizei o que deveríamos fazer agora que já estávamos na casa.

- Consegue sentir o cheiro de algum Pokémon ou humano, garota? – Perguntei, esperançoso de alguma pista. –  Vamos dar uma olhada aqui no quintal primeiro, se estiverem dentro da casa estão mais protegidos do frio do que fora dela.

Dividi as tarefas com a minha parceira, ficando encarregado de encontrar alguma pegada diferente, pista visual ou qualquer outra informação que conseguisse obter. Um estalo me fez lembrar da casinha onde havia encontrado Glameow anteriormente! Será que ele estava lá?

Contagem do ovo: 08/40
- Eevee

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Muita informação foi jogada na minha cara como a neve incessante que caía por cima de mim. A experiência deveria ser bem parecida com a de estar preso em um globo de neve. Até que era bonitinho, mas extremamente perigoso à longo prazo.

Primeiro o choque ao ver o estado da casinha de Glameow. Um buraco a atravessava da parede lateral até o teto. Eu não fazia ideia do que ou quem poderia ter causado isso, mas pelo menos não havia nenhum rastro do gato ou de que alguém saiu ferido dali. A neve estava cobrindo os destroços aos poucos, o que me deixava levemente ansioso.

- Conseguiu farejar algo? – Perguntei à Piloswine, na esperança de não deixar nada passar batido.

Sem sucesso em encontrar os sinais de quem procurávamos do lado de fora, restava aguardar alguma resposta da mamute antes de passarmos para o interior da casa. Por sinal, o lugar estava completamente detonado e para ajudar: o vento e o gelo estavam invadindo a construção.

- Andamos até aqui, vamos investigar só para ter certeza. – Procurei alguma forma de adentrar o recinto com segurança. Quem sabe Glameow tinha resolvido se enfiar ali por teimosia.

Contagem do ovo: 10/40
- Eevee

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A cada segundo que se passava o cenário ganhava elementos apocalípticos. Em que tipo de situação eu tinha me metido? Os escombros reforçavam essa ideia, móveis destroçados, cheios de poeira. Rinite não ataque agora, por favor.

Quando encontrei a foto de Glameow e o senhorzinho alguns sentimentos tomaram conta da minha cabeça. Sorri ao ver o retrato, mas fechei a cara ao me lembrar do que havia acontecido com ele. Tomei uma decisão pensando em consequências futuras: peguei o retrato e guardei na minha mochila. Quem sabe isso ajudaria o felino a resolver algumas de suas questões, isso se eu o encontrasse de novo.

Suspirei, tentando aliviar o peso do coração. Deixei o drama de lado quando Crumble cismou com um canto específico da casa.

- Bom trabalho garota! – Evitei me aproximar enquanto ela escavava o monte de entulho. Aguardei ela desenterrar observando os arredores, foi aí que bati os olhos no cachecol usado pelo mestre do felino. – É realmente bonito e quentinho, Glameow vai gostar de rever isso.

Coloquei a peça de roupa junto do retrato e me julguei moralmente. Será que isso não era saquear? Tudo bem que as minhas intenções eram boas e eu não queria ficar com nada daquilo, só que ainda parecia errado.

- Tô levando pro seu gatinho teimoso. Ele tá precisando de ajuda e amor pra voltar a viver. – Sim, eu me comuniquei com a casa na remota possibilidade de haver algum espírito vagando ali. Eu só devia explicações a ele, afinal.

A javali empurrou uma caminha acolchoada em minha direção e farejou algo do lado de fora. Tá, a vida de acumulador não tava tranquila. Já que tinha começado... ia até o final. Peguei cuidadosamente o objeto e o arrastei. Era leve, mas do lado de fora o vento tornaria a missão de o levar de volta para Glameow muito mais difícil. Com tudo pronto, fui verificar o lado de fora com a Piloswine.

Contagem do ovo: 12/40
- Eevee