[Valley of Steel] Bullet Punch

Pokémon iam e vinham, mas a movimentação principal era a de Ambipom que retornava para o lado de seu treinador. A primata já chegava pegando seu novo alvo por trás, num ataque que o faria perder as ações além de, finalmente, sofrer um dano considerável. Dano esse que seria somado ao de Absol, o quadrúpede que entrava em campo munido das energias de boa sorte.

Só a sucessão de golpes fortes, vindos de uma dupla de Pokémon velozes, teria sido o suficiente para quebrar toda a pose de Conkeldurr. Mas, ainda assim a energia Z foi solicitada, imbuindo Ambipom de ainda mais poder para disparar em uma investida mortal.

A poeira lançada pelo meliante se misturava com as areias liberadas pelas pedras, esmagadas durante os fortes golpes. Entretanto, logo a poeira baixaria, literalmente, revelando todos os oponentes caídos em seus devidos lugares naquele chão de pedra.

Os feixes vermelhos das pokébolas capturariam Conkeldurr, Mabosstiff e Ribombee de volta para as suas respectivas esferas, uma vez que o treinador(a) delas encontrava-se plenamente desacordado(a), atingido no ombro por uma bala especial Ranger, e estatelado de barriga para cima no chão.

Assim a cena se mantinha, sem nenhum alerta, presença ou senso de perigo nos arredores. Eram só Ayzen, seus Pokémon e um corpo moribundo agora.


Campo: Campo totalmente rochoso, estreito, cercado por paredes e montes de pedra, à céu aberto.

Missão Ranger – Manhã | 23ºC – Ayzen

As máscaras caíam. Literalmente! O meliante em questão, inclusive, muito provavelmente preferiria ser chamado por pronomes femininos. Sendo assim, vamos tratá-la como a meliante, a partir de agora.

Era uma garota de rosto magro, equilibrado com o corpo. Tinha cabelos de um ruivo artificial, bem curtinhos. Seus olhos castanhos piscavam pausadamente à medida que a mente tentava se recuperar dos efeitos da bala especial. Talvez, também, por efeito da bala ou até mesmo para seguir algum protocolo da facção, a mulher não abriu a boca para protestar ou comentar nada, em momento algum.

Os Pokémon tinham retornado para as respectivas esferas automaticamente e, na mochila dela, além de itens consumíveis básicos (Poções, Antídotos, Balls), ela tinha acessórios diversos (corda, canivete) e umas parafernálias metálicas duvidosas, o que incluía uma arma de fogo diferenciada.

Por fim, segundo a escolta de Absol, seu caminho de volta ao acampamento estaria livre e seguro. Lá você seria recebido por olhares assustados e queixos caídos quando chegasse com a prisioneira.

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O silêncio que estava permanecia da parte da moça e, aparentemente, de Ayzen para com seus companheiros de missão. Por isso, muitos murmúrios disfarçavam as conversas paralelas entre os outros Ranger que tentavam entender totalmente o que estava acontecendo ali. Claro, estava óbvio que se tratava de uma prisioneira - ou devemos dizer refém? - e que ela tinha sido suprimida pelo Comandante que a capturou. Ainda assim, o fato da moça estar acordada e, finalmente, consciente deixava todos em alerta.

– Comandante, alguma ordem pra nós? – Clover quebrou a tensão ao se dirigir ao superior, sussurrando para que, obviamente, as ordens não pudessem ser ouvidas pela meliante que agora se encontrava sentada no chão, praticamente no meio da tenda principal dos Ranger e cercada por eles.

Enquanto isso, Joy recebia os Pokémon de Ayzen e tratava deles com prioridade e rapidez, afinal as criaturas vítimas do nocaute em batalha pareciam ser mais fáceis de serem tratadas do que os selvagens cujas condições ainda tinham que ser investigadas.

Ah! Vale dizer que a arma da mulher estava carregada, sim, mas ainda com o que parecia ser a trava ativa, de modo que oferecia menos risco agora, do que quando ela tentava sacar o dispositivo lá atrás, minutos antes de ser capturada.

Sendo assim, o que temos para perguntar a essa suspeita que agora até parecia muda, com a boca tão fechada que era visível os músculos tensos na sua face magra; os dentes quase rangendo no esforço do silêncio.

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– Sim, senhor. – Clover pegava o dispositivo para fazer o chamado.

Ao se aproximar da mulher, era possível ver que os olhos dela já tinham feito uma varredura de todo o ambiente e das pessoas nele, depois ela o fitou dos pés à cabeça antes de desviar o olhar para Swampert, sem o menor sinal de intimidação. No mais, a postura era a mesma de seriedade e silência.

Ela o ouviu e, bem, era impossível não ter compreendido cada nota das suas ameaças. Mas, algo em sua fala fez a meliante torcer o canto da boca, quase como se tivesse reprimido um sorriso sutil. Algo na parte de "superiores" e "lealdade" fez ela quase demonstrar um deboche. Típico de vilões, devemos dizer. Com a pergunta final a ruiva olhou para o Comandante mais uma vez, agora sustentando o olhar de intimidação dele com um de desafio.

– Senhor...?! – Clover chamou com a voz nitidamente controlada – Enviei o chamado, mas até agora não tivemos nem a resposta automática do sistema. – e então os olhos da suspeita se dirigiam até a loira e, enfim, o risinho debochado se formou nítido em seu rosto.

Parece que o buraco estava mais embaixo do que parecia. Devemos lembrar que os meliantes lidam com tecnologias peculiares, algumas até bem avançadas. Além disso, nem só de fanatismo e escravos leais funcionam os sistemas. Quem sabe a sua caçada lhe rendeu um peixe grande?! Lembre-se, Ayzen: vocês buscam caçadores de Pokémon especiais; shinies são especiais; só essa ruiva tem pelo menos dois com ela (Conkeldurr e Ribombee)!

BOOOMMMM!!! Ao longe ecoava o som de uma explosão... Mas era longe, tipo, bem longe mesmo! Só que naquele vale pedregoso os ecos se propagavam.

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Então vamos destrinchar as ações por partes.

- Explosão: foi um susto por ter pego todos de surpresa, mas estava longe de ser uma novidade que tais fenômenos estariam acontecendo naquele sítio, já que isso estava até mesmo descrito nas informações primárias da descrição da missão.

- Recursos humanos: todos se colocavam à postos como ordenado pela liderança. Sam e Alex até mesmo ficavam de pé e se aproximavam da prisioneira para melhor vigiá-la. Clover, por sua vez, se adiantava para Spathra e lhe murmurava os comandos necessários para que a psíquica usasse seus dons naturais para encontrar a fonte da explosão, se possível.

- Recursos Pokémon: os seus estavam bem pois, como dito antes, nesse universo parece que curar vítimas de uma batalha é tão simples quanto aplicar uns borrifos de poção, enquanto os alvos da caça ilegal precisam de cuidados um pouco mais elaborados. Sendo assim, todos seus Pokémon estão disponíveis para lhe acompanhar, só é preciso querer - principalmente no caso de Swampert que inicialmente tinha sido ordenado a ficar.

- "Terreno livre" e "o drone pode ajudar em algo"? Bem, até as últimas vasculhas dentro da área de ação do drone, nos arredores das tendas, o caminho parecia limpo. No momento era toda ajuda que o aparelho podia fornecer, sendo necessário que você efetivamente se distancie do acampamento para que ele possa vasculhar em um novo raio de alcance.

- Bloqueador de sinal? Se existia, a fonte dele não estava dentro da área de detecção do drone - supondo que exista alguma forma do aparelho detectar, através de sinais, um bagulho que foi feito para bloquear sinais.

- Pontos de ausculta? Não ficou claro onde esses pontos estão, então vou supor que seja com os outros Ranger. Então, bem, podemos considerar que Alex tinha encontrado tais equipamentos em meio à parafernalha enviada pela base. Portanto, todos (e apenas) os Ranger estavam conectados por áudio.

No mais, o trio principal de Ranger podia se preparar para seguir em direção à fonte da explosão, rumo ao coração de Valley of Steel ao que tudo indicava. Deixo à você a ordenação dos seus próprios companheiro Pokémon, como da outra vez, mas Clover mantinha sua ave psíquica adiante do grupo, guiando o caminho.

No acampamento, as enfermeiras não tinham se impressionado tanto assim com o teor arriscado que as coisas se apresentavam, então seguiam desempenhando seu papel com as primeiras criaturas resgatadas. A prisioneira, por sua vez, tinha perdido o ar de deboche quando viu vocês deixarem o lugar em direção à explosão...

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