Conto 4 - A Árvore Que Nunca Apaga

Ah, hora de enfeitar a árvore! Que legal da Arboliva ter se oferecido como árvore de natal para este ano! É um trabalho muito nobre, sabia? Ficar paradinha ali, assistindo todo mundo celebrar, brincar, cantar e dançar, servindo como um símbolo da data. Me faz entender porque dificilmente os Pokémon que fazem essa função fazem isso por mais de um ano...

Teehee!

Eu saí à noite sem ninguém perceber. Por algum motivo que simplesmente não consigo entender, nunca me deixam sair de casa sozinho. Sempre tem que ter alguém vigiando, normalmente aquelas fadas grandonas do meu treinador. A Azumarill é especialmente intimidadora: ela nem treme quando eu dou choquinhos, e até me dá cascudos na nuca quando eu tô brincando de correr por aí. Tipo, teve aquela vez que eu encontrei um Mightyena selvagem pra brincar e só faltou ela me nocautear. Ou aquela vez que eu fui abraçar uma linda e cheirosa Maractus. Ou então aquela vez que eu ia apostar corrida com um Rhyhorn e um Revavroom. Ou então...

CRASH!

Ih, acho que deixei alguma coisa cair quando pulei a janela. Mas bem, acho que ninguém vai nem reparar! Aquele treco de vidro tava meio feinho já, meio amarelado e com um treco estranho dentro! Já tinha até visto meu treinador colocar fogo naquilo e deixar queimar, soltava um cheirinho bom, mas acho que nem devia mais prestar. Ele botava fogo, então provavelmente devia ser lixo!

Ah, a noite tá linda! Tem um monte de bichinhos bonitinhos por aí! Eu vi um ursinho meio gripado por aí (será que eu volto pra casa pra pegar um chá pra ele?), um cotonete ambulante que tinha vários cotonetinhos na mão (deve ter muita cera na orelha), um macaco rosa (ELE ERA DA MINHA COR!!!) e até mesmo um Pikachu meio tristinho, tava até meio desbotado e murcho o coitado. — E aí, primo?! Tá precisando comer mais feijão, assim vão até pensar que você é feito de pano!!! — Saí correndo dali, rindo da minha própria piadinha.

E nossa... a cidade tava toda brilhante! Não tinha reparado nisso ainda. Mas tava tudo meio brilhante, meio alegre, e tinha um monte de bichinhos nas ruas, com um monte de coisinhas na mão. Uma dona Azeitona devia ser vencedora de vários Contests ali, por que todo mundo tava dando presentes pra ela. Ah, droga, eu também quero dar um presente! Ah, mas eu não peguei dinheiro nenhum...

Já sei! A Ninetales do meu treinador gosta bastante de neve. Se eu levar um pouquinho de neve pra Dona Azeitona, ela deve gostar, né? E olha só, tem um montão de neve aqui do meu lado!!! Fiz um montinho de neve. Aí depois eu juntei um montinho com outro montinho. E aí eu formei uma bola de neve! Hehe, muito bom, né? Fiz várias bolinhas, e até encontrei umas garrafinhas de vidro enterradas pela neve. Uma tal de Soda Pop TM, ou sei lá o que. Vou levar pra ela Azeitona também!

— Aqui, Dona Azeitona. Umas bolinhas de neve pra você brincar com seus amigos depois. Elas são bem bonitinhas! Ah, eu achei umas garrafinhas também, se você quiser!!! — Exclamei, largando tudo aos pés da plantinha. Coloquei uma garrafinha na mão dela, escalando seus galhos, que tava estranhamente parada (mas sério, aquelas azeitonas cheiravam tão bem....). Dei um beijinho na bochecha dela e fui embora. Era bom eu ir embora, antes que percebessem que eu tinha saído.

Na volta, queria achar aquele meu primo Pikachu de novo. As garrafinhas de refrigerante não eram feijão, mas quem sabe não iam deixar ele melhor? Bem, acabei não achando, mas deixei a garrafinha perto da latinha de lixo que eu tinha visto ele. — Pra você, priminho... Vê se come direito, viu? — Sussurrei pro vento, antes de voltar pra casa.