[Swarm] BURN EVERYTHING!!

OFF: OIEEEEEEEE!! Vamo que vamo?! Só vou te pedir pra já sortear o primeiro pokémon do Swarm, pra eu saber como ambientar a vinda dele :>

Dia de sol e muito calor. Henry gosta disso?! Não sei ao certo; posso inferir que está acostumado com temperaturas quentes, mas entre gostar e se acostumar, temos um espaço relativamente grande. Enfim, enfim! Gostaria muito de ambientar o cenário apenas como um dia de veraneio, mas não era o caso. Se nosso garoto visse os jornais (será?) veria que o principal motivo para que treinadores fossem ao Chimney era justamente sua atividade vulcânica.

Atividade vulcânica... isso não significa fumaça?! Pois é, a fumaça de 30 queimadas amazônicas estava saindo daquela cratera meio-aberta, enchendo o céu com fuligem. Sendo assim, estávamos num cenário apocalíptico muito parecido com São Paulo nos dias de hoje: quente, abafado, cinza, opaco e com uma qualidade do ar quase cancerígena. A fuligem não é só de carvão-vegetal, como a realidade nos faz sentir, tinha um cheiro de metal...

... o que não deve ser menos perigoso não, né?!

Mas enfim, por algum motivo Henry Garcia decidiu estar neste lugar e neste momento. Treinador é tudo meio doido, né?! Ouve uma notícia como "vulcão em erupção" e corre pro centro pra ver se vai explodir ou não. Vai entender! O que importa reforçar é que, apesar do caos por todo o cenário, os pokémons de Henry - salvo Mera - não parecem muito incomodados não. Sua Infernape, por ser uma macaca, tinha algumas similaridades fisiológicas com os humanos, o que lhe fazia respirar majoritariamente pelas pequenas e curtas narinas. Bem, fuligem é partícula, seja ela quente ou não; isso entope o nariz de cada um.

Mera estava receosa de ser uma babuína com rinite ou sinusite, coitadinha. Nunca o teve, então estava achando os sintomas de "nariz escorrendo" extremamente estranho e desagradável.

Perceber sua localização não era de todo difícil, visto que a estrada inicial era apenas uma, reto e pronto-acabou. Poderia olhar ao redor e ver a mata seca, procurando um ou outro pokémon do bioma para capturar, mas do jeito que as coisas estavam, dificilmente acharia um pokémon dando mole por ali. Poderia caminhar por alguns metros até achar uma mísera coisa que - talvez - chamasse atenção: uma labareda.

Apesar de cotidiano para Henry e seus pokémons, uma pequena labareda de fogo começava a se formar no campo de visão do pesquisador, bem na linha do horizonte, em extremo oeste, fora da trilha oficial. Eu poderia aqui falar todos os meios possíveis que Henry tinha para alcançá-la, mas posso ser muito sincera?! Acredito que a labareda irá lhe alcançar antes de você alcançá-la. Graças ao vento e a seca, além do clima quente, o fogo começava a se alastrar até que rápido, fazendo com que o pontinho vermelho ao oeste se tornasse algo bem maior.

Poderia ir até lá, mas deveria?! Bem, é menos perigoso que um vulcão em erupção, de fato, mas não me parece algo seguro. Poderia ir para a trilha comum e ignorar o fato; fumaça já não estava em falta, mais um pouquinho não faria diferença, né?! Caso quisesse ir averiguar, podia marchar por entre os galhos secos, pisando firma de pouco em pouco. Voar seria viável também, mas graças a grande cortina de fumaça, era mais fácil enxergar as coisas do chão do que do céu...

... o mais importante é que não havia trilha: do it yourself caso queira ver um fogaréu. Além disso, vale a pena sair da estrada principal? Quem garante que Henry Garcia não irá se perder caso o faça?! Eis a questão!

Ta, ta, ta, calma, vamos com calma. Primeiro deixa eu cuspir um pouco de água: QUINHENTOS QUILOMETROS POR HORA?!?!?! Ok, tendo minha água cuspida, vamos aos fatos... fantásticos, né?! Porque aqui não tem nenhum fato.

Cada segundo importava, já que o incêndio se alastrava como inundação. Talonflame subiu, usou seu Tailwind e alçou voo na direção do incêndio. Ele conseguiu?! Ele de fato conseguiu, mesmo com a fumaça lhe atrapalhando bastante a visão, seguiu o rastro volátil das cinzas e tentou o circular. Aqui, Fuwa teve o primeiríssimo problema: o tamanho da área alastrada. Ao perceber que tantos quilômetros por hora eram uns 200 (no máximo 300) metros por segundo, não conseguiria uma constância válida para fazer uma centrífuga tãaaaaaao grande assim. Vamos lá, Henry! Estamos falando de um incêndio que você conseguia ver mesmo estando na linha do horizonte; ele não tem menos que uma quadra.

... e uma bomba de vácuo tem no mínimo 1000 RPM.

Só que ai vem a parte legal: perceber sua incapacidade de fazer uma missão por completo não é, neste cenário, desistir. Fuwa, que parecia ser um pokémon bastante obediente, sentiu que deveria fazer ao menos o mínimo antes de seu treinador chegar a pé (ele está vindo, né?!!!! Espero que sim!). Usou sua asa para produzir vento o suficiente para afastar um pouco da fumaça, tomando cuidado para não levar com as cinzas-voláteis um bocadinho de labaredas e fogo. Tinha receio de criar novos focos, é claro, mas sabia que se fizesse isso de cima para baixo, dificilmente causaria este problema.

No fim, conseguiu fazer com que as cinzas se condensassem mais na região inferior, próxima ao solo, podendo usar sua visão um pouco melhor. Apertou os olhos, investigou a área e achou três coisas interessantes: (1) o local inaugural do incêndio, cujo aspecto já não tinha mais tons vermelhos e lavaredas, pois fora consumido por completo; (2) um pequeno "trocinho" preto no chão, que parecia ter um rabo e estava a poucos metros do ponto inicial do desastre; (3) um corpo humano deitado de bruços, no meio do fogaréu mais intenso, a 10 ou 20 metros de onde Fuwa estava sobrevoando.

O que o pokémon fez?! Não sei ao certo, ele não conseguiria ouvir comando algum de Henry, já que voara para a "puta que pariu", com sua velocidade de 1000 km/h e deixou seu treinador e seus pokémons para trás. Poderia voltar e tentar informar com piados sobre a situação, mas também poderia exercer sua autonomia para tomar uma decisão...

Fuwa, por ser mais rápido e estar mais próximo, era o primeiro a agir. Seu ato foi o mais óbvio: num rasante simples pegou o "trocinho" pela garra e jogou para cima, botando-o em seu bico pelo rabo. Assim que pôs na boca, sua língua grossa e meio pontuda, típica de aves, sentiu um gosto amargo, característico de cinzas.

Não se incomodou nem um tico com o gosto, mas o fato do TROCINHO ESTAR SE MEXENDO LOUCAMENTE PEDINDO PARA SAIR LHE INCOMODOU DEMAIS! Logo logo Talonflame pôde notar que havia pescado um pokémon - como já era esperado - que estava em ótima forma, extremamente sadio, que esperneava para que fosse colocado no chão.

O gosto de cinza que lhe dera tempero logo ia embora com o vento, mostrando que era apenas uma camufla que o tal do pokémon usara. Como você já pode imaginar, se tratava de um Morpeko, um pikachu-noturno que se lotara de fuligem e deitara no chão, como quem se finge de morto. Em seu pescoço tinha uma pequena coleirinha com identificação.

Fuwa não deve saber ler, sua posição também não é favorável para enxergar por completo aquele pokémon, então, no desespero, voou até Henry para mostrar-lhe sua pesca, o treinador decidiria o que fazer com o pokémon.

Enquanto isso, os outros pokémons faziam sua contenção e segurava um bocado a chamas, que já não estavam mais indo na direção do nosso protagonista. Com todos os seus aliados seguros, Ponyta começou a marchar em direção as chamas e procurar alguma vida. Usaria sua sensibilidade ao calor para marchar no terreno quente, mas poderia fazer o que for: não encontraria nenhum pokémon. Assim como Talonflame, Bari chegou a ver um humano carbonizado - e morto - no chão, mas nada além disso. Provavelmente todos os (outros) seres vivos que ali estavam fugiram antes que tudo ficasse pior...

Agora, os pokémons de Henry voltavam a se centralizar próximo do treinador, com uma postura de "dever cumprido". A contenção de pedras estava feita e o único ser-ainda-vivo da história resgatado, tornando o desastre inevitável apenas um cenário. Fuwa, já com o grupo, cuspiu o Morpeko no chão e o bichinho caiu de barriga, cuspindo um pouquinho de terra que entrara na sua boca.

Demorou alguns instantes ficar de pé, fez um enorme dramalhão para levantar, como se estivesse EXTREMAMENTE MACHUCADO, mas nada disso era muito visível. Seu corpo amarelo já não tinha mais nenhum tipo de cobertura de fuligem e se revelava um corpinho íntegro e saudável. Apesar disso, fez toda uma atuação, demorando ao máximo erguer sua cabecinha e revelar no seu pescoço uma pequena coleirinha, com uma tira de metal escrito:

Nome: Faísca
Sem Treinador
!!CUIDADO INFLAMÁVEL!!