Ethan ajeitou a alça da bolsa de couro sobre o ombro, fitando sua casa pela última vez antes de partir. O pequeno chalé de madeira, cercado por pilhas de lenha e flocos de neve derretendo, parecia mais aconchegante do que nunca naquele dia. Mas ele sabia que precisava ir. A carta do assistente do Professor Elm estava amassada em seu bolso, mas as palavras ainda vibravam em sua mente: "Encontre-me em Ecruteak para dar início à sua jornada como treinador."
Respirando fundo, ele começou a caminhada. A trilha que levava até Ecruteak City era ladeada por árvores altas e ocasionalmente interrompida por sons de Pokémon selvagens. Ethan apertou o passo, mais para manter sua mente ocupada do que por pressa. Ao fundo, a Torre do sino se erguia majestosa, um lembrete das histórias que ouvia quando era criança. "Você consegue", murmurou para si mesmo, como se as palavras fossem um escudo contra as dúvidas que insistiam em surgir.
Quando finalmente alcançou a cidade, encontrou o assistente perto da entrada da Torre do sino. Ele era um homem jovem, de óculos redondos e aparência amigável, segurando uma maleta. Ele acenou ao ver Ethan se aproximar.
— Você deve ser Ethan Kinsley, certo? — perguntou o assistente com um sorriso.
— Sim... sou eu. — respondeu Ethan, tentando soar confiante, mas sua voz saiu mais hesitante do que gostaria.
— É um prazer finalmente conhecê-lo. Estou aqui para ajudar a iniciar sua jornada. — O assistente abriu a maleta, revelando três Pokébolas cuidadosamente alinhadas. — Estes são os Pokémon iniciais de Johto: Chikorita, Totodile e Cyndaquil.
Ethan encarou as Pokébolas enquanto o assistente apertava os botões, liberando os três Pokémon. Uma pequena Chikorita com uma folha vibrante no topo da cabeça olhou para ele com curiosidade. O Totodile soltou um rugido animado e balançou a cauda, claramente cheio de energia. Mas foi o Cyndaquil que capturou sua atenção.
O pequeno Pokémon de fogo olhou para Ethan com olhos nervosos, quase inseguros, enquanto as chamas em suas costas brilhavam fracamente. De repente, memórias do incêndio de sua infância o atingiram como um raio. As chamas, o calor insuportável, o grito desesperado de seus pais. As suspeitas de que o incêndio poderia ter sido causado por um Pokémon de fogo voltaram à sua mente. Ethan sentiu o corpo travar.
— Está tudo bem? — perguntou o assistente, notando sua expressão atordoada.
Ethan piscou algumas vezes, tentando voltar ao presente. Ele lembrou do motivo de estar ali: enfrentar seus medos, não fugir deles. Respirando fundo, ele apontou para o Cyndaquil.
— Eu... escolho o Cyndaquil.
O assistente pareceu surpreso por um momento, mas rapidamente assentiu.
— Ótima escolha. Mas devo avisá-lo, este Cyndaquil foi resgatado recentemente. Ele ainda está um pouco nervoso e pode levar um tempo para se acostumar com você. Seja paciente, ok?
Ethan assentiu, mas a tensão em seus ombros era evidente. O assistente entregou a ele a Pokédex e algumas Pokébolas.
— Aqui estão suas ferramentas básicas. Use-as com sabedoria. E boa sorte na sua jornada, Ethan. Tenho certeza de que você será um ótimo treinador.
— Obrigado. — Ethan respondeu, sem realmente sentir a confiança por trás das palavras. Ele se despediu e começou o caminho de volta para casa, com o Cyndaquil andando timidamente atrás dele.
...
O caminho de volta parecia mais longo. Ethan olhava de vez em quando para o pequeno Pokémon que o seguia, mas manteve uma distância deliberada. Ele ainda não tinha tocado o Cyndaquil, e o próprio Pokémon parecia relutante em se aproximar.
Quando chegaram à sua cabana, Ethan largou a bolsa no chão e se sentou em um banco de madeira ao lado da entrada. Ele gesticulou para o Cyndaquil se sentar ao lado dele.
— Pode sentar aí... se quiser. — A voz de Ethan era quase um sussurro.
O Cyndaquil hesitou, mas, depois de alguns segundos, subiu com dificuldade no banco, se posicionando ao lado dele. Ambos ficaram em silêncio, olhando para as pilhas de lenha e para a floresta tranquila à frente.
E foi aí que Ethan percebeu. Desde o momento em que viu o pequeno Pokémon, o Cyndaquil estava tão nervoso quanto ele. As chamas em suas costas tremulavam instáveis, e seus movimentos eram inseguros. Ele não era um Pokémon confiante e destemido, mas sim alguém que também carregava cicatrizes, mesmo que invisíveis.
Ethan respirou fundo. Pela primeira vez, sentiu uma onda de empatia genuína pelo Cyndaquil. Lentamente, ele estendeu a mão.
— Ei... não precisa ficar sozinho agora, tá? — Sua voz era mais suave desta vez, pois ele não alertava apenas para o pequeno pokemon, mas também para si mesmo.
O Cyndaquil olhou para ele, hesitou por um instante, mas então relaxou, permitindo que Ethan tocasse sua cabeça. Os dedos de Ethan deslizaram pelas pequenas orelhas do Pokémon, e o Cyndaquil soltou um som baixo e satisfeito.
— Nós vamos superar isso juntos. — Ethan sorriu, não com confiança, mas com uma determinação tranquila.
Naquele momento, algo mudou. O medo ainda estava lá, mas pela primeira vez, parecia gerenciável. Ele e o Cyndaquil tinham algo em comum: um passado difícil e a necessidade de seguir em frente.
Respirando fundo, ele começou a caminhada. A trilha que levava até Ecruteak City era ladeada por árvores altas e ocasionalmente interrompida por sons de Pokémon selvagens. Ethan apertou o passo, mais para manter sua mente ocupada do que por pressa. Ao fundo, a Torre do sino se erguia majestosa, um lembrete das histórias que ouvia quando era criança. "Você consegue", murmurou para si mesmo, como se as palavras fossem um escudo contra as dúvidas que insistiam em surgir.
Quando finalmente alcançou a cidade, encontrou o assistente perto da entrada da Torre do sino. Ele era um homem jovem, de óculos redondos e aparência amigável, segurando uma maleta. Ele acenou ao ver Ethan se aproximar.
— Você deve ser Ethan Kinsley, certo? — perguntou o assistente com um sorriso.
— Sim... sou eu. — respondeu Ethan, tentando soar confiante, mas sua voz saiu mais hesitante do que gostaria.
— É um prazer finalmente conhecê-lo. Estou aqui para ajudar a iniciar sua jornada. — O assistente abriu a maleta, revelando três Pokébolas cuidadosamente alinhadas. — Estes são os Pokémon iniciais de Johto: Chikorita, Totodile e Cyndaquil.
Ethan encarou as Pokébolas enquanto o assistente apertava os botões, liberando os três Pokémon. Uma pequena Chikorita com uma folha vibrante no topo da cabeça olhou para ele com curiosidade. O Totodile soltou um rugido animado e balançou a cauda, claramente cheio de energia. Mas foi o Cyndaquil que capturou sua atenção.
O pequeno Pokémon de fogo olhou para Ethan com olhos nervosos, quase inseguros, enquanto as chamas em suas costas brilhavam fracamente. De repente, memórias do incêndio de sua infância o atingiram como um raio. As chamas, o calor insuportável, o grito desesperado de seus pais. As suspeitas de que o incêndio poderia ter sido causado por um Pokémon de fogo voltaram à sua mente. Ethan sentiu o corpo travar.
— Está tudo bem? — perguntou o assistente, notando sua expressão atordoada.
Ethan piscou algumas vezes, tentando voltar ao presente. Ele lembrou do motivo de estar ali: enfrentar seus medos, não fugir deles. Respirando fundo, ele apontou para o Cyndaquil.
— Eu... escolho o Cyndaquil.
O assistente pareceu surpreso por um momento, mas rapidamente assentiu.
— Ótima escolha. Mas devo avisá-lo, este Cyndaquil foi resgatado recentemente. Ele ainda está um pouco nervoso e pode levar um tempo para se acostumar com você. Seja paciente, ok?
Ethan assentiu, mas a tensão em seus ombros era evidente. O assistente entregou a ele a Pokédex e algumas Pokébolas.
— Aqui estão suas ferramentas básicas. Use-as com sabedoria. E boa sorte na sua jornada, Ethan. Tenho certeza de que você será um ótimo treinador.
— Obrigado. — Ethan respondeu, sem realmente sentir a confiança por trás das palavras. Ele se despediu e começou o caminho de volta para casa, com o Cyndaquil andando timidamente atrás dele.
...
O caminho de volta parecia mais longo. Ethan olhava de vez em quando para o pequeno Pokémon que o seguia, mas manteve uma distância deliberada. Ele ainda não tinha tocado o Cyndaquil, e o próprio Pokémon parecia relutante em se aproximar.
Quando chegaram à sua cabana, Ethan largou a bolsa no chão e se sentou em um banco de madeira ao lado da entrada. Ele gesticulou para o Cyndaquil se sentar ao lado dele.
— Pode sentar aí... se quiser. — A voz de Ethan era quase um sussurro.
O Cyndaquil hesitou, mas, depois de alguns segundos, subiu com dificuldade no banco, se posicionando ao lado dele. Ambos ficaram em silêncio, olhando para as pilhas de lenha e para a floresta tranquila à frente.
E foi aí que Ethan percebeu. Desde o momento em que viu o pequeno Pokémon, o Cyndaquil estava tão nervoso quanto ele. As chamas em suas costas tremulavam instáveis, e seus movimentos eram inseguros. Ele não era um Pokémon confiante e destemido, mas sim alguém que também carregava cicatrizes, mesmo que invisíveis.
Ethan respirou fundo. Pela primeira vez, sentiu uma onda de empatia genuína pelo Cyndaquil. Lentamente, ele estendeu a mão.
— Ei... não precisa ficar sozinho agora, tá? — Sua voz era mais suave desta vez, pois ele não alertava apenas para o pequeno pokemon, mas também para si mesmo.
O Cyndaquil olhou para ele, hesitou por um instante, mas então relaxou, permitindo que Ethan tocasse sua cabeça. Os dedos de Ethan deslizaram pelas pequenas orelhas do Pokémon, e o Cyndaquil soltou um som baixo e satisfeito.
— Nós vamos superar isso juntos. — Ethan sorriu, não com confiança, mas com uma determinação tranquila.
Naquele momento, algo mudou. O medo ainda estava lá, mas pela primeira vez, parecia gerenciável. Ele e o Cyndaquil tinham algo em comum: um passado difícil e a necessidade de seguir em frente.