Rota 1 - A Primeira Aventura

A noite chegara acompanhada de muitas estrelas e de uma bela lua cheia, Solariam caminhava tranquilamente pela estrada, mesmo sendo uma pequena floresta e estando a noite, ele parecia não se importar, pois o mar de estrelas que lhe cobriam a cabeça e a enorme lua cheia deixava seu caminho mais iluminado. A roupa de Solariam não era a mais apropriada para uma aventura como aquela, estava de calção e podia sentir a umidade dos arbustos que roçavam em sua perna, depois de algum tempo andando decidiu parar e sentou-se encostado em uma árvore.

Ficou por alguns segundos, imerso em um vácuo de pensamentos, mas ao sair dele, pegou sua pokebola e a lançou para alto, liberando Charmander. Ao sentir a grama úmida nos pés, um calafrio correu por seu corpo, Charmander voltou seu olhar para as estrelas e as admirou por certo momento. Solariam o fitava admirado pela sua inocência e seu amor pela natureza, de repente, Charmander se colocou a pular e balançar a cabeça desejando mostrar sua nova técnica para seu treinador.

Solariam entendeu o recado e pôs-se em pé, dirigiu-se ao lado de seu Pokémon, só o que lhe faltava para dar o comando, era um alvo, como estava sem opções, selecionou a árvore, que a pouco estava encostado, para ser o receptor do move Headbutt.

— Charmander, utilize o Headbutt naquela árvore! — Gritou Solariam apontando para a árvore a sua frente.

Charmander não pensou, apenas agiu. Curvou seu corpo para frente, uma pequena luz surgiu sobre o topo de sua cabeça e começou a correr em direção à árvore. O golpe atingiu a árvore com grande poder, mas sem causar danos a Charmander, que mesmo sendo pequeno, demonstrava controle sobre sua força. Charmander voltava para sua posição inicial, esbanjando um largo sorriso de contentamento, por conseguir dar seu Headbutt, mas um forte barulho na folhagem da árvore assustou Charmander. Ambos se voltaram para a árvore, olhando-a fixamente, esperando que o barulho se revelasse.

Quando o galho quebrado caiu aos pés do Pokémon, Solariam sentiu-se aliviado por não ser nenhum Pokémon, não que estivesse com medo de batalhar, ele estava mesmo, era com receio de perder uma batalha, no meio da rota e ainda por cima, à noite.

Mas o silêncio daquela noite iluminada estava prestes a sumir novamente. De repente, Charmander ouviu um barulho ainda mais estranho vindo da floresta, Solariam não soube explicar o que Charmander sentiu naquele exato momento, talvez fosse sede por aventura, ou mesmo curiosidade, apenas observou abismado seu Pokémon sair correndo em disparada de encontro ao barulho.

— Charmander! — Solariam gritou pegando a mochila do chão, e correndo atrás de seu Pokémon. — Volte aqui!

Apesar de Charmander ter pegado uma boa distância de Eduardo, ele ainda podia vê-lo pela chama em sua cauda que deixava um rastro de luz avermelhada, não muito tempo depois, a luz fixou-se em um ponto, Charmander encontrou a fonte do barulho... Pensou Eduardo que já conseguia ver a silhueta de seu Pokémon.

Solariam se aproximou ainda mais de Charmander, e por fim conseguiu ver o Pokémon que produzia o barulho, era um pequeno roedor roxo, Eduardo já havia visto alguns próximos a Cerulean, mas nunca deu muita importância, e justo ele iria ser seu primeiro oponente.

Charmander estava inquieto, balançava sua cabeça, enquanto via o Pokémon treinando os seus ataques em uma árvore, Solariam não hesitou e puxou sua pokédex para saber mais sobre o pequeno, antes de dar qualquer comando para seu Charmander atacar.

Eduardo ouviu atentamente as informações repassadas pela pokédex, ele precisava dessas informações para ter vantagem sobre o Pokémon rato. A rattata já se posicionara a espera do movimento de seu oponente, parecia estar preparada para uma batalha, e aquela seria seu o seu teste.

Charmander pedia por aquela batalha, e Solariam não iria decepcioná-lo. O rapaz deu uma rápida olhada no campo de batalha, seria uma área plana com alguns arbustos e árvores, e teriam a lua cheia como holofote principal. Eduardo fitou a rattata com muita determinação, em seguida deu seu primeiro comando para Charmander.

— Vamos lá, Charmander! — Gritou ele. — Use seu Headbutt!, e depois use Scratch empurrando-a contra uma árvore!

Charmander inclinou o corpo para frente e antes mesmo da pequena luz se forma sobre sua cabeça, ele já corria em disparada contra rattata. Eduardo observava com entusiasmo o movimento de Charmander, torcendo para que atingisse seu alvo.

Eduardo assustou-se ao ver a destreza da rattata, os golpes funcionaram, mas Charmander sofreu ao ser atingido pelo Tackle da adversária. Solariam precisava criar uma tática que permitisse Charmander derrotar rattata sem sofrer tantos danos, e precisava ser logo.

Apesar de ambos os Pokémon terem se enfrentado corpo a corpo, Charmander ainda mantinha uma boa distância de rattata. Inesperadamente algo maluco e até meio confuso surgiu na mente de Eduardo, uma tática que poderia se desse certo, causar grande dano em rattata, mas se desse errado, quem poderia sofrer todo esse dano era Charmander. Solariam pensava em uma nova tática quando ouviu seu Charmander chamar-lhe a atenção.

— Charmander! — o Pokémon pronunciou seu nome com uma voz de alerta para Eduardo. — Char... Charmander!

Eduardo precisaria confiar em seu Pokémon naquele momento, não tinha muito tempo para pensar e decidiu utilizar a tática absurda que a pouco havia lhe passado pela mente.

— Ok Charmander... — Solariam respirou fundo e deu o comando. — Charmander corra até a rattata utilizando seu Growl, e antes que ela use qualquer ataque, salte e mergulhe girando usando seu Headbutt.

Charmander correu em direção a rattata utilizando seu Growl, o barulho estridente que saia de sua boca chegava aos ouvidos de Solariam como um leve zunido. Charmander parou o Growl e saltou logo em seguida, enquanto subia, a pequena luz do Headbutt se formava sobre sua cabeça, Charmander inclinou seu corpo, colou os braços junto ao corpo e começou a girar. Sua cauda começou a lançar pequenas labaredas entorno de Charmander e também sobre rattata. Segundos separavam Charmander de rattata e esses mesmos segundos determinariam o sucesso ou o fracasso do golpe.