Superando o trauma do Carbink no olho da tempestade

OFF: Quando o Treecko completar uma página de treino livre dou o seu EXP até este ponto.

Seja lá quem for o tal Nicolas Von Bosta, não parecia estar trazendo boas energias ao rapaz. Até lembrara do nome mas havia pronunciado errado... é isso mesmo?! U-Turno?! Vibrava até conseguiu entender o que o rapaz quis dizer, mas demorou um tempo para assimilar o dito ao golpe. Quando finalmente conseguiu, não via seu treinador mais. Decidiu esperá-lo, infelizmente. O mono-dragão foi auxiliar Axew sem esperar que seu inicial entendesse o golpe! Ao menos o filhote conseguia finalizar o golpe sem mais dificuldades. "Menos um", pensou Visenya.

Ainda que mais um golpe estivesse pronto, Katakuri não podia parar. Depois disso ia até Alextrasza e lhe dava algumas dicas. Dicas essas que não pareciam melhorar em nada o resultado; a acidez do estômago da pokemon só parecia piorar. Ela quase desistia de tentar aquele golpe, até porque doía demais o produzir. Ao fim Katakuri gastou o restante do seu tempo com Mayev. Uma pokemon que até se divertiu ao iniciar seu treino mas, com o peso excessivo de suas tornozeleiras, acabava por cansar-se rápido demais. Sabia que deveria continuar mas não queria. Aos poucos perdia ritmo e qualidade. Desanimo a definia.

Só ao fim de todo o circuito Katakuri pareceu dar atenção à Vibrava. A pokemon ficara um pouco frustrada com isso; seu golpe precisava de atenção exclusiva e não o tinha. Quando enfim conseguiu tentar, chocou-se contra a árvore, como num golpe normal e recuou, virando de costas para o alvo e encarando seu mestre, pedindo retorno. O movimento não tinha semelhança alguma com um golpe de um-turno. Sei que não é este o nome mas o trocadilho cai bem; Vibrava não dava lugar à outro pokemon e nem economizava tempo. É engraçado reparar na lerdeza que aquele movimento era feito! Parecia um Facade que gastara um turno e, no próximo, Katakuri à retiraria de campo. A característica marcante do golpe não era, necessariamente voltar à esfera, mas sim trocar com um pokemon que podia estar ali mesmo; talvez um revesamento seja mais útil à que um simples treino mecânico da técnica.

Acho que estou dando dicas demais. Mandarei o tal do dragão ir atrás dos golpes e entender-los melhor. Quem sabe assim não saia algo mais criativo?! Estamos em um fórum interpretativo! O que adiantaria Visenya ir para a esfera se todos os pokemons estão em campo?! Este não é um golpe de fuga mas de troca. Não é um "Run"; é um "Switch" que, no seu tempo, causa dano.

Dessa vez tudo parecia se encaminhar muito melhor. Katakuri fora mais certeiro em seus anseios; primeiro ilustrou bem o Sword Dance à Axew que, graças ao nascimento no mundo teatral, não tinha muitos problemas em dançar. Aplicou-se perfeitamente bem naquela tarefa, existia apenas um porém, aquilo era tão divertido que não parecia um exercício! Até aumentava sua força mas... não parecia ser tão eficaz quanto um Sword Dance efetuado. Sua dança era esplendida mas era demorada de detalhada demais, faltava a ele menos perfeição e mais praticidade.

Outra que parecia muito melhor era Alextrasza. A sorte de Katakuri era que percebera a doideira que fizera antes que sua pokemon adquirisse uma gastrite. Seu estômago ainda doía mas, ao menos, não piorava sua situação a cada nova tentativa! Agora sim parecia produzir alguma coisa: das bochechas uma saliva espessa era produzida e seu gosto era tão ruim que obrigava Druddigon a cuspir! Era isso, agora estava enfim cuspindo (e não vomitando, como o seu treinador imaginou) veneno! Faltava agora coordenar esse movimento; ganhar quantidade, mira, consistência e, principalmente, controlá-lo em um jato.

Mais um que ia muito melhor era Vibrava: a espécie é acostumada a golpes do tipo Inseto e, por isso, não teve lá tantas dificuldades para assimilar a tipagem ao movimento. Na verdade o problema do golpe nunca fora ela; sempre foi seu mestre. Agora com o comando certo, corria para a árvore, planava com as asas e chocava-se contra ela. É importante notar a técnica exemplar da pokemon: a pequenina pegava impulso com o próprio impacto para voltar e, com isso, caia muito mais longe! Aquele seria, sem dúvidas, um espaço fora-do-campo oficial. Uma coisa que Katakuri nem sequer cogitou era isso, U-Turn é um impacto que, ao bater, converte-se a energia do impacto em impulso. O pokemon acaba num efeito catapulta, se jogando para fora dos limites delimitados do campo.
Diferente dos acontecimentos normais, este golpe é permitido pelos juízes e, por isso, o pokemon não estar classificado. Vibrava executou toda a técnica muito bem, mostrando que só precisava que Katakuri fizesse o mínimo: tirasse-o de campo e jogasse um novo pokemon em seu lugar. Afinal, o nome do golpe não é "sua vez"?! Não havia como o treinar de outra forma. Seu treinador parecia lerdo demais nisso.

Por fim: Mayev. A pokemon dera graças a deus que o exercício fora mudado. Agora não precisava mais abaixar e isso já aliviava bastante seu cansaço. Claro que continuava acumulativo, ainda assim conseguiu fazer bem a tarefa. Ok! Tenho que admitir: ora ou outra ela parava para descansar, principalmente quando seu mestre não estava olhando.

Realmente, tudo parecia ocorrer bem. Até demais eu diria! Os três beeps da PokeNav foram sincronizados, o que indicava que os três golpes foram aprendidos quase ao mesmo tempo. Havia sim alguns poréns. O primeiro deles era Axew, que até cortara a coreografia pela metade, mas agora, mesmo com o golpe resolvido, dançava-a por inteiro. A dança continuara a fluir mesmo sem necessidade; como se estivesse preso dentro de seu próprio mundo. Sseria este o momento de um novo corte de Katakuri?! Ele há de saber que, na realidade, não é comum dançar sem música ou sem objetivo. Sei que não há perigo aparente e aquela seria uma dança inofensiva, mas há uma questão importante aqui: ele parecia ter se desligado da realidade novamente. Perigoso.

Outro adendo era o caso de Alextrasza. A pokemon conseguiu sim formular seu golpe e organizar um Jato sem mais problemas, até porque, era uma dragão; não há dificuldade em soltar jatos, seja lá de que. Claro que nas primeiras tentativas saíra um pouco fraco mas isso foi questão de prática. Como não havia lá o que Katakuri insistir, pulei essa parte; com mais uma ou duas tentativas o golpe ficou pronto. A questão era outra; para essa pokemon o aprendizado nunca fora a questão, o problema era seu estomago, que continuava a doer. Isso poderia prejudicar seu treino de alguma forma.

Mayev parecia ser a única com dificuldades reais de cumprir a tarefa: mesmo que o Quick Attack fosse uma ótima sacada, a pokemon parecia cansada. O poderio do golpe amenizou os danos mas rodar assim lhe deixava tonta e, ora o outra, cambaleava. Chegou a quase cair ao chão.
Vibrava só precisava da atenção de seu mestre. Quando a obteve, finalizou sem mais problemas o U-Turn. Katakuri não era o treinador mais rápido mas isso não era lá um problema; em uma batalha, quando o adversário sai, seu mestre tem o tempo que quiser para jogar o novo pokemon em campo. Até porque, ninguém gastará golpes atoa atacando o nada, né?!

Graças a deus haviam árvores suficientes naquele local. Era importante reparar isso: a rota 121 tinha diferentes biomas e, entre eles, uma floresta. Provavelmente estavam perto de uma. Estando ou não, os dois assentiram com a cabeça e foram treinar Facade. Vibrava parecia um pouco frustrada; seu mestre lhe prometeu descanso mas não cumpriu. Teria que auxiliar os dois "calouros" ali. Obedeceu; não iria afrontar seu mestre. Nem sequer tinha característica para isso; mas fica aqui o registro, ficara frustrada como qualquer um ficaria.

Ainda que não quisesse, fizera um trabalho exemplar. A dragão mostrou o golpe e, com a visualização, ficara bem fácil de Axew e Druddi entenderem o golpe. Primeiro eles observaram a técnica: era um choque forte contra uma árvore e... apenas isso! O que fazia a técnica especial não era nenhuma peculiaridade inicial. Alextrasza foi; tinha suas pequenas asas para impulsionar e, por mais que não voasse ou saísse do chão, conseguia ao menos imitar o impacto de Visenya. Axew não tinha o mesmo privilégio; teria que se virar para conseguir altura e velocidade suficientes para fazer o golpe. É claro que isso não soou nada bem ao filhote, que reclamava um pouco sobre isso.

No fim, nenhum dos dois tinham técnicas muito boas; eles até entenderam a premissa do golpe mas não sabiam executar muito bem. Tinham os sinais imprescindíveis para medir seu sucesso porém seus temores eram um pouco maiores, afinal, chocar-se numa árvore, com força total, não machucaria?! Ao fim só conseguiram alguns amassados no alvo. Nada muito preciso. Ao menos podíamos sentir que estavam no caminho certo.

Havia como Katakuri saber disso?! Não sei. Talvez o rapaz conseguisse prestar atenção no treino enquanto corria. Talvez não. Agora Mayev agradecia aos céus por um circuito mais leve e, além disso, ficava contente pela companhia de seu mestre. Ela deixava de ser o elo problemático da situação.

O clima fora cortado como um raio. Ou melhor, por um raio! Um raio que caíra numa árvore próxima, a maior da floresta. Felizmente não era tão próxima assim; o efeito não chegara aos nossos protagonistas, ainda assim Axew, Visenya e Mayev mostravam sinais de susto. Ainda não haviam se acostumado com o clima hostil! Alextrasza, era a única que parecia bem. O som e o impacto lembrava-a de seus terremotos e até a reconfortava um pouco.

Era muito mais fácil um treino com uma professora que de fato soubesse o que estava fazendo; o papel de Katakuri foi lateralizado e o ensino tornou-se terceirizado. Parceria público-privado?! Acho que não é o caso. Katakuri não parecia em nada com um órgão público. De qualquer forma, manteve-se Coach Motivacional que, por mais que seja charlatanismo, funcionava tão bem quanto todo e qualquer placebo. A motivação ocorreu; ainda que momentânea. Além disso, a água e a comida que o menino trouxera de fato ajudou Alextrasza e Neltharion, estavam "bem", se é que é possível estar bem naquele clima. Agora Visenya só precisava ensinar. E fez! Talvez a última vez não fora tão eficaz, as dores de estômago e as alucinações pareciam ter travado o processo mas, sem isso, efetuaram o golpe fácil demais.

Pensar no Carbink era uma boa forma de simular um golpe ainda mais forte. Não era o Facade redobrado mas ao menos entenderam como efetuar aquele movimento. Beep! O golpe mais rápido de todos; agora só faltavam dois. Vibrava seria uma professora excelente mais uma vez?! Provável que sim.

Sobrava à Mayev. A atenção de Katakuri ficou consigo e, graças a sua motivação, ela tentou. Sem dúvidas era simpático ao tipo gramíneo mas seu receio de subir era enorme: além de ter suas caneleiras, não achava nem um pouco seguro subir em um arvoredo após a sequência raios na floresta. Era inevitável temer, mas ainda assim tentou. Correu com seu Quick Attack, alcançou o primeiro galho baixo e acabou por escorregar; estava molhado e lamacento demais. Além disso a pokemon parecia cansada. Somado ao medo e a chuva, a tarefa se tornava quase impossível.