Re: Pacify Her 2.0

por **Victoria** Dom Fev 02 2020, 19:57

Ainda que desejasse saber as verdadeiras motivações, não conseguiria. Ao menos não agora. Ninguém bateria um papo durante um resgate tão árduo. Um trovão cortou a cena e a claridade que devia dar-visão, cegara nossos três homens em terra firme. Talvez por isso nenhum dos dois irmãos lhe vira de imediato; fora só em uma pausa mínima de "respiração" que o mais novo reparara sua presença.

Ali Seth estava inserido: parado, analisando. O homem então gritou em súplica "Ajuda aqui!", "Ele vai morrer", "Faz alguma coisa"; foram frases seguidas que imploravam ao Seth sua ação, ao meio do desespero. Infelizmente há de se admitir; o garoto não estava certo que iria ajudar. O segundo irmão percebera isso logo que o viu: se não correu para puxá-lo com eles, não tinha intenção alguma de prezar pela vida de alguém desconhecido.

Não tinham nada a oferecer; não eram pessoas ricas e exuberantes. Talvez por isso o mais velho nem tento convencê-lo: usou seu repúdio à Seth como força motriz e tentou puxar ainda mais forte a rede. O mais novo continuava suas súplicas fatídicas, achando que a única chance que teriam era com uma ajudinha.

Ele estava certo até.

Se por coragem não soltavam à rede, em contra mão vinha a biologia factual: há de se admitir que músculo se cansa, fadiga. Aos poucos o elo mais fraco ia afrouxando e homem-ao-mar percebia que caia ainda mais. Ali ele já havia desistido: sem por panos quentes na situação, silenciou-se. Dali de baixo não conseguia ver, nem ouvir e nem sentir a presença de Seth, mas sabia bem que algo sobre sua cabeça havia mudado. Ficara ali por mais alguns segundos: quando entendeu que estava já prestes a cair e não havia como salvar-se, largou mão de tudo e lançou-se ao mar.

O peso descarregado do corpo fizera os dois irmãos darem para trás sem entender o ocorrido. Conseguiram!!! É isso?! Claro que não. O tal do 'irmão do meio' só pulara e desistira de tentar, livrando-os do fardo físico. Como nada se perde, nada se cria e tudo se transforma, a dor muscular virara culpa rápido demais. Ainda desorientados, correram juntos até o pé do abismo e, quando não viram seu irmão seguro ao meio de alguma lasca de pedra, entenderam a situação.

Um chutara um pedregulho enraivecido, porém mudo. Machucou o próprio pé mas nem se importou. Havia algo que doía bem mais que seus dedos. Continuou marchando na direção oposta ao mar, no caminho para o "Monte Pyre". O segundo?! Se jogara no chão, bem próximo do local do crime e ali ficara, de face para baixo; com lágrimas mais grossas e continuas que a própria chuva.

Seth decidira não fazer nada e, por conta disso, ele morreu. Ninguém o culpava; até porque, não era sua culpa. Mas ambos sentiam ódio pela forma cética e insensível que agira. Ainda que não o culpassem, lhe odiavam pelo simples fato de estar ali e nada fazer. Lugar errado na hora errada. Isenção e dúvida quando se necessita de imediatismo.

progresso seth:

por **Seth** Qua Fev 05 2020, 09:31

ROUTE 121

pacify her

Não agir rapidamente tinha suas consequências, esperadas mas ainda chocantes para os outros dois envolvidos. Ele morrera? Não dava para saber, mas uma queda dessa altura provavelmente respondia a questão. Aparentemente, eu não era o único que pensava assim; a expressão nos rostos conturbados de ambos me arrancava um sorriso de canto, bem tímido e escondido. O desespero realmente levava as pessoas a tomar atitudes estranhas, como por exemplo o sentimento de culpa que eles exalavam e que também era direcionado a mim, por algum motivo. Não era como se eu fosse responsável por tê-lo colocado naquela situação mas eu tinha que ter ajudado, não é? Era obrigação minha por ter assistido a cena correr para ajudar, né? Essas coisas de ética e moral eram engraçadas.

Tirando toda a cena exacerbada por parte dos dois, eu estava pensando sobre como poderia ter prosseguido tudo se eu tivesse ajudado. Algumas variáveis poderiam ter sido cruciais para que ele ainda com minha mãozinha, não ter sido salvo; primeiro que eu não sou nada atlético e sequer tenho porte para isso, eles dois juntos eram provavelmente muito mais fortes do que eu e isso era bem óbvio. Além disso, a correnteza poderia ser forte o suficiente para tirar ele de segurar a corda da mesma forma, e isso os deixaria menos... bravos comigo, eu acho. Ao menos eles ainda estariam tristes, mas não me culpando por algo que eu não fiz mas poderia. Bem, já bastava de gastar tempo ali, eu tinha uma missão a concluir e ficar naquele clima mórbido tirava minha concentração. Dei de ombros, soltando ao vento antes de me virar do lado inverso e começar a caminhar. - Meus pêsames.

Era um tanto cínico da minha parte falar algo do tipo num momento como esse. mas eu não me importava de qualquer forma. A partir daí, tornei a seguir meu caminho, buscando por Margo ou algo que pudesse me indicar sua localização para que pudesse iniciar a missão logo; busquei próximo do morro, olhando onde poderia e até onde não, uma análise minuciosa de qualquer lugar que ela poderia estar.

por **Victoria** Qua Fev 05 2020, 16:31

Talvez Seth foi o pior dos Rockets que já pisou em Hoenn. Nessa hora, Jessie e James estão gritando para que o tal do C.E.O não aceitasse o rapaz. Ele acha que uma missão Rocket é feita como?! Andando por ai?! Ele está se confundindo com um historiador?! Algum tipo de Explorador?! Ah pronto, agora que é loirinho se confundiu com o próprio Ezreal. Assim como ele: ele não tinha um mapa. Se dera de ombros e fora embora, os dois irmãos dera graças a deus; já basta lidar com a morte do irmão, quem dirá lidar com um serzinho sonso como aquele, né?!

Pois bem, já que precisa desenhar para o garoto entender, vamos lá: assim como Ezreal, o garoto não cogitou trazer um mapa. Não sabia nada sobre o terreno local e muito menos como entrar no cemitério. Ele não tinha informação e, menos ainda, noção de como um Rocket agiria numa operação em grupo. Veja bem, faltou-lhe intuição e interpretação de "misce in scene" para o óbvio: três irmãos, sem roupas, sem equipamentos, ao topo do morro, com uma rede de pesca... só podia vir de uma família que vive de pesca pelo Monte Pyre. Eles podiam até não entender do morro em si e morar em Lilycove (o que não era o caso), mas certamente entendiam de clima e do relevo da região. Além disso, a tempestade não começara hoje; há exatos 15 dias isso está acontecendo. Se eles são, no mínimo, moradores de Lilycove, já teriam mais informações do que Seth.

Ali era o momento exato para de disfarçar e demonstrar o mínimo de empatia por essas informações. Há de se admitir: se existem Rockets operando no Monte Pyre, certamente a sua entrada e assentamento fora facilitado por moradores ou conhecidos da região. Como um péssimo novato, Seth nem sequer tentou coletar informação. E essa era a parte mais curiosa: sua missão era exatamente essa, coletar informações sobre a movimentação dos Rangers. Grupo estatal que atua com completa transparência! Ele está tão fissurado em 'encontrar Rockets' que, não só deixara uma para trás, como esqueceu por completo o que estava fazendo ali.

Como não ligou e seguiu, os rapazes também não lhe deram nenhuma importância. O novato continuara desesperado enquanto o mais velho ia ao seu encontro, pedindo para que saísse da chuva e fosse com ele para dentro de casa. Seth não podia ouvir muito bem o que diziam; não que quisesse. Fato era que, depois de um tempo, convenceu o irmão e, juntos, foram na direção contrária ao péssimo-ladino.

progresso seth:

por **Seth** Sáb Fev 08 2020, 10:02

ROUTE 121

pacify her

Talvez a minha narradora estivesse provando que realmente me odiava, como minha intuição dizia. Apesar de me criticar ele acabara por me dar a resposta para o que precisava, ou pelo menos o caminho para chegar até ela, e isso era bastante bondoso de sua parte. Ainda assim, a mesma fizera questão de dizer que eu era o pior o Rocket que já pisara em Hoenn, e ela não estava 100% errada; das duas missões que fiz anteriormente, em Kanto, nenhuma delas eu me sucedi. Pelo menos não totalmente, na que envolvia a rinha de Sevipers e Zangooses eu acabei por não capturar uma das serpentes, e sim um dos rivais que sequer gostava de mim (o que era óbvio, visto que eu tinha literalmente ajudado sua pior inimiga a lhe destruir); e a que envolvia o Mr. Abe... Ah, essa minha perna pode contar muito bem como foi. O ponto era: eu não tinha treinamento. Não sabia como me portar numa missão, o que procurar, e nem por onde começar. Era estranho pensar que eles liberavam esse tipo de missão para qualquer Grunt, que sequer tinha algum acompanhamento, e ainda com comportamento duvidoso como eu era, mas talvez por esse motivo tenham enviado Rose, e agora Margo, para me acompanhar em tal ato.

Respirando fundo e pensando que eu estava literalmente procurando no lugar errado, de maneira errada, eu parei e tentei raciocinar um pouco, buscar nos confins de minha mente o que deveria fazer para encontrar a companheira que não queria ser encontrada por qualquer um. Uma voz estranha, que saía lá do fundo de minha mente dizia que o único jeito de algum membro desinformado chegar até o cemitério que era considerado por muitos como sagrado era com a ajuda de algum dos moradores dali. Isso significava que eu teria de me disfarçar porque era o único jeito de conseguir alguma informação deles; isso mesmo, eu teria de me envolver com os pescadores que acabaram de perder o irmão, e eles com certeza não me ajudariam agora que eu não fiz o contrário para eles. Era no mínimo irônico como eu agora precisaria me passar por outra pessoa para conseguir ajuda deles, mas eu era teimoso e não cederia ao que minha narradora malvada queria.

Liberei a esfera de minha Arcanine, e montei nela antes de qualquer aviso prévio. - Vamos caçar, Aster. - Foi a única coisa que disse, e depois esperei que ela disparasse. A costa era grande, mas Asterion corria bem depressa e uma hora teríamos de encontrar alguma coisa, uma pista que fosse do paradeiro da Rocket; mesmo que tivéssemos que atravessar a ilha toda, eu o faria. Cabeça dura era meu sobrenome, e isso já era bem claro desde a primeira rota, mas não era culpa do OFF, ele sequer gostava desse meu jeito abusado, só encorporava o personagem mesmo; Seth é badboy, ou pelo menos tenta (de uma forma estranha e muitas vezes, falha.

por **Victoria** Seg Fev 10 2020, 13:44

Eu diria que Seth, pela primeira vez no Monte Pyre, estava certíssimo. Não adiantava voltar atrás: eles não o ajudariam mesmo. Gastaria posts e mais posts de persuasão até que o mais velho lhe empurrasse morro à fora, mandando sair dali e respeitar o luto de uma família. Ele não iria querer passar por isso, não é?! Pois bem, montou em Astherion mais uma vez e foi. A pokemon estava bastante friorenta e odiava aquelas condições mas... ah, é inevitável! Era sua vez de sofrer um pouco.

Agora o rapaz já andava mais rápido pela chuva e cortava melhor a planície a frente. Claro que perdia os detalhes: correr nunca é lá muito útil para enxergar o perímetro. Felizmente tinha o faro de sua pokemon, né?! Bem... talvez. Era inviável confiar em cheiros com toda aquela chuva; os dois únicos cheiros que se mantinham persistentes naquele cenário era do medo e da maresia. Apesar dos pesares, um terceiro cheiro voltava o tempo todo e parecia agradar nossa Arcanine: era este o simples e puro cheiro de queimado. Grande parte dele vinha dos locais onde "raios caíram". O cheiro parecia mais forte em direção mata à dentro; justamente onde o terreno ficava mais inclinado.

Se lhe mandara caçar, Astherion apenas obedecia, não é?! Largava o perímetro plano e começava a subir. Tarefa extremamente difícil para um bípede porém apenas árdua à Arcanine. Era um pokemon que conseguia se fixar bem à lama e, além disso, era grande o suficiente para não se afogar com a enxurrada que descia da encosta.

Continuou à cima, conseguiu andar um bom pedaço; seguiu o cheiro ainda mais forte de queimado e, antes que pudesse descobrir o que era, viu-se de frente à uma queda de encosta. Um deslizamento de terra e água! Num súbito, correu rápido-demais, contornando o morro pelo lado contrário. Parou atrás de uma árvore grande e usou-a de barreira caso o horror chegasse até ali. Era um ato muito mais instintivo à que estratégico mas... funcionou. Em um piscar de olhos Arcanine levara Seth à um lugar "seguro", sob o morro mas... bem, perdera seu rastro.

Se o garoto olhasse para baixo, provavelmente se perguntaria o que era menos mortal, descer aquele barranco ou subir.

progresso seth:

por **Seth** Seg Fev 10 2020, 18:24

ROUTE 121

pacify her

Tudo acontecera bem depressa, mais do que eu realmente queria e ainda mais do que eu imaginava que seria; primeiro nós seguimos por entre a orla, subindo alguns relevos até que Aster sentiu um cheiro estranho. Aquele cheiro que eu sequer tinha como identificar estava impregnado nas narinas da Arcanine e eu sabia que isso a incomodava. Não conseguia saber se era de alguém conhecido ou de algo completamente aleatório como um simples Pokémon macho por exemplo, mas era a única pista que eu tinha no momento e teria de seguir, querendo ou não. Enquanto corríamos, alguns detalhes poderiam ser notados, mas poucos vide a agilidade da canina e a velocidade que as coisas passavam por meus olhos; de qualquer forma, eu via algumas árvores destruídas por raios ou por outros Pokémon que estivessem fugindo da tempestade, o que também era plausível. Aquilo me fazia pensar na possibilidade de Margo já ter passado por aqui, e ter atravessado de alguma forma desconhecida.

Encarando o caminho a nossa frente quando Asterion começou a subir, uma incerteza tomou conta de mim, sem saber o que me esperava e sem ter pistas de como procurar pela garota que era meu contato; talvez minha narradora estivesse certa e eu fosse o pior Rocket que já pisara em Hoenn, talvez eu não soubesse realmente nenhuma prática de busca em campo ou qualquer coisa do tipo, e isso me deixava mais nervoso do que nunca. Quem sabe o que eu poderia encontrar por aqui? Poderia ser atacado a qualquer momento por um monstrinho aleatório ou até mesmo por um Ranger. De qualquer forma, agora eu teria que me certificar que não falharia, depois de todo esse trajeto só me restava o sucesso, não importava o que fizesse.

Por fim de minha aventura, corremos por uma encosta (quase caindo no processo), e literalmente permanecendo dividido entre a vida e a morte, no meio de um precipício sem entender como sair dali por agora. Poderia pedir para que ela atacasse e usasse o Wild Charge para correr e fugirmos, mas eu morreria eletrocutado no processo; tudo que me restava era acreditar no instinto de minha Pokémon e entender que ela sabia como me defender daquilo, como já fizera milhares de vezes antes. - Confio em você. - Foi a única coisa que sussurrei para a Arcanine antes de afagar seu pelo e esperar sua decisão. Não era hora de me afobar. Prendi meu corpo ao tronco da majestosa, e esperei que ela corresse para nos salvar (de novo, literalmente).

por **Victoria** Qua Fev 12 2020, 14:14

Há uma racionalidade no instinto que não é consciente. Arcanine sabia que aquela encosta não era segura, ela tinha certeza que sim. O que não sabia era porque se sentia "liberada" para continuar morro à cima, justamente pelo barranco que acabara de quase os engolir. A resposta lógica era simples: com o excesso de terra tendo deslizado, a chande de um segundo acidentes desse acontecer logo em seguida era bastante baixo. Talvez com mais alguns longos milímetros de chuva; aquela era sim uma área de risco mas... ah, digamos que levará um tempo para que a tempestade lave e acumule ainda mais lixo e destroços.

Essa era a única indicação que tinha; a rastro de destruição da própria lama. O faro já estava perturbado e nem era tanto pelo "indulto" que tiveram; era muito mais pelo lixo que desabou. Há de se lembrar que a natureza é maravilhosa: poucas ou raras vezes ela desmorona sem interferência humana. O monte Pyre, como um ponto turístico-religioso, não estava livre das malignas mãos humanas inconsequentes. Fora esse o maior motivo de Seth quase ser engolido; um pequeno aterro que guardava os resíduos de turistas. Pense bem: há uma problemática aqui, pessoas produzem restos e, para o Monte Pyre, escoar o lixo para um tratamento em Lilycove seria caro demais.

Era esse lixo que tornava o faro de Astherion extremamente desagradável. Ela não queria tê-lo nesse momento; isso quase lhe fizera desistir de seguir trilha-a-cima, pois sabia que só pioraria sua situação. Ainda assim, seu treinador o colocara numa sinuca de bico e, sabendo que ele não poderia resolver nada por si só, foi. Trotou morro à cima, deixando para trás o ponto inicial e enfrentando toda a destruição que o deslizamento causara. Seu pé?! Suja e gosmenta. Sua perna?! Encardida e gosmenta, seu joelho?! Já dolorido de tanto subir. O importante é que, mesmo jogando lama, lixo e restos ao alto, Arcanine chegou até rápido num planalto e sentiu logo o cheiro que tanto lhe agrada: o mesmo queimado de antes. Agora muito mais forte! Aproximou-se da trilha e andou mais devagar; agora o cheiro parecia estar muito mais generalizado e era difícil segui-lo de forma decidida.

Seu passo lento e chuva forte contribuíam para um leve "banho", levando com a água parte grossa da crosta de lama que Astherion ganhou. Aquilo lhe fazia mais level de certa forma; já não tinha como absorver mais água mesmo. No fim, chegou ao tal foco do queimado e encontrou uma situação alarmante: dentro de todo aquele cenário embaçado, Seth conseguia ver restos de tecido ao chão, levemente carbonizados. Algumas toras e galhos de madeiras que outrora foram uma fogueira, dois troços ao chão e um... Marowak?! Ah não, tava muito estranho para ser um Marowak.... Aquilo não era um Marowak.

Bem, voltando aos troços no chão: àquela distância estavam impossíveis de se identificar, mas se aproximasse, veria que se tratava de dois corpos. Eles não estavam... carbonizados, por assim dizer, mas tinham queimaduras severas na perna/dorso, tinha um uniforme meio-azul, meio-carbono e carregavam em suas cabeças bandanas queimadas. Um? Morto. O outro? Na beira da falência. Ainda lhe restava um mínimo de vida que lhe fizera gritar com dor. Um grito fino, fraco e bastante abafado pela chuva. Seth só conseguiria ouvir se estivesse "perto demais".

progresso seth:

por **Seth** Qua Fev 12 2020, 18:40

ROUTE 121

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Asterion não parecia tão confiante como eu aparentava, até porque eu sequer tinha toda essa confiança, só fingia ter para que ela pudesse sentir e transparecer para tal ato. Queria que ela tomasse a dianteira, que tivesse autoconfiança e que essa situação também desenvolvesse nosso relacionamento ainda mais, ela teria certeza de que poderia me defender e tomar decisões que considerasse melhor para nós dois, e se isso significasse nos atirar meio ao precipício, por enquanto era válido. A primeira coisa que ela fez fora sentir o perímetro a nosso redor, se manteve atenta e pude notar que ela queria correr de uma vez só; e assim ela fez, com toda a pressa, se sujando completamente no caminho. Não era bem o que eu queria que acontecesse, mas era melhor ela se sujar do que nós dois morrermos.

Durante o trajeto, agarrei-me firme ao tronco dela, mais do que antes e ainda mais do que no começo, buscando me manter equilibrado e sem muito medo diante do que estava abaixo de nós, precisamente. Aos poucos seu faro ia se apurando cada vez mais, aparentemente é claro, seguindo um caminho fixo entre a montanha e nos levando para um local que claramente era uma espécie de sumidouro; ossos espalhados para todo canto e diversas coisas chamuscadas que até poderiam ser confundidas com Pokémon (como um Marowak, citado pela narradora). Aquilo era esperado, vindo da fama de cemitério vertical era fácil imaginar cenas como essa num local assim, mas ainda assim me surpreendi com a situação. Era claro que eu estava curioso para saber o que tudo aquilo era, e sem demorar desci das costas de minha Arcanine para colocar os pés no chão, finalmente; agora poderia me aproximar, mas fiz questão de trazer minha fogaréu junto para garantir que nada fosse me atacar de surpresa, e encontrei dois corpos quase carbonizados.

Não conseguia identificar se haviam sido mortos por um raio (provindo daquela tempestade que nos circundava), ou se fora causado por outro monstrinho; eu tinha... experiências com queimaduras de Pokémon, e saberia identificar se fosse o caso. Consegui no entanto analisar as roupas que trajavam meio a carbonização, tons de azul misturados ao sangue e ao preto cobriam suas partes e assim só poderiam significar que faziam parte dos Aqua. A Equipe Aqua era uma organização criminosa de Hoenn, que nós, Rockets, deveríamos enfrentar se quiséssemos a dominação do mundo negro da região; não era tarefa fácil mas já tínhamos algumas informações que poderiam auxiliar, e a principal vinha de seu envolvimento contra outra equipe, os Magma. De qualquer forma, eu já imaginava que eles estariam por aqui, se realmente existisse um Lendário por aqui, eles com certeza tentariam capturar; aquilo acabara de ficar ainda mais sério, se eles estavam aqui, a presença dos Rangers deveria ser ainda mais em peso, e isso significava que eu corria mais risco. Saindo de meu devaneio com um grito vindo de um dos rapazes, assustei e me aproximei mais, abaixando próximo a seu corpo e vendo que ele ainda tinha um último suspiro. - Rangers? - Foi minha única pergunta, esperando que ele me respondesse que sim e até pudesse dar qualquer pista que fosse de sua localização. Não adiantava mais procurar por Margo, ela teria de me encontrar e eu aos inimigos, uma hora ou outra.

por **Victoria** Qui Fev 13 2020, 13:24

A cena não era lá tão bonita assim; qualquer pessoa normal vomitaria ao vê-los em carne-viva... ou melhor, não tão viva assim. Os rostos estavam até figurados mas o resto do corpo?! Completamente deformado. O falecido já nem tinha mais pele da cintura para baixo e o moribundo perdera por completo as calças e, por consequência, qualquer milímetro cúbico de pele pela sua virilha. Estar deitado para cima gritando não lhe ajudava em nada a melhorar sua aparência.

Independente da situação, Seth se aproximou sem cerimônia. Como um bom vilão e espião, enfim tentava dar sentido ao visto; era sua vez de analisar a situação. Grande parte de suas perguntas não seriam respondidas agora, mas ao menos, tinha perguntas para fazer! Não que o homem-de-azul ouviste a palavra que proclamara, ao invés disso apenas gritara desesperado, clamando por ajuda.

O desespero cega, surda e muda alguém. Por isso não vira que Seth era tão inimigo quanto o responsável por aquilo, também por isso não ouvira sua questão, e ainda por isso, não respondera nada útil. Berrou um vez; nada compreensível. Ao meio do berro, parou para berrar, mas agora de dor. Mesclava e alternava os gritos até... bem, até que não deu mais. Foram instantes extremamente barulhentos; pareciam até ter formado segundos, mas não o fizeram. Logo mais o homem estava morto.

Agora de perto, era possível ver o borrão-Marowak melhor. Ao menos, vê-lo correndo planalto à baixo. Não chegara a descer, mas se escondera por trás de alguma pedra que beirava um pequeno precipício. Não era possível mais vê-lo, mas extremamente plausível o seguir. O cenário podia ser útil ainda, mas diferente do vulto-negro, ele não sairia do lugar.

progresso seth:

por **Seth** Sáb Fev 15 2020, 08:06

ROUTE 121

pacify her

Mais uma vez eu não conseguiria nada do que planejava, um sentimento de incredulidade referente a toda essa missão começava a tomar conta de mim; estaria eu entrando numa armadilha? Os Rockets poderiam facilmente armar tudo isso para querer se livrar de mim, mas a CV? Eles mal me conheciam, e sequer sabiam que eu pertencia a ER (ao menos Winnie e Karinna sabiam, mas era só). De qualquer forma, eu sentia aflição, principalmente por não conseguir logo alcançar o que queria. Parecia que eu estava andando em círculos, sempre muito próximo mas nunca o suficiente dos objetivos aqui, sempre descobrindo coisas novas mas nunca o que queria; ou talvez... só talvez... eu não esteja interpretando tudo como deveria.

Saindo do devaneio e voltando a me focar no ambiente a minha frente, tirado de minha cabeça pelos gritos do moribundo a minha frente, deixei que meus olhos percorressem seu corpo, tentando finalmente identificar se era de fato um acidente ou algo causado a ele sem que fosse tão sem querer assim; os detalhes eram sórdidos, marcas de ataque estavam presentes por toda a extensão restante de seu corpo e isso denunciava exatamente o que eu já suspeitava. Um outro movimento rápido a lateral me fez olhar de relance, mas ainda não dei a total atenção a quem quer que estivesse ali, queria primeiro terminar com o rapaz para me certificar de que ele teria me falado ao menos algo, mas não tive a chance. Ele só gritou, gritou e gritou sem parar, até que... parou. Para sempre. Agora não tinha mais jeito, eu teria de descobrir como pudesse toda a situação, e mais uma vez voltava a estaca zero; a menos, tinha algo para seguir de novo, o ser que correu antes e que agora eu poderia identificar como uma espécie estranha e nada parecida como um Marowak comum. Não era como se eu fosse um expert em Pokémon, mas tinha certeza que aquele ali não pertencia ao continente.

Pedindo a Asterion que voltasse a sua pokébola, procurava me aproximar dele sozinho, para evitar qualquer tipo de batalha desnecessária; era óbvio que também não queria ser morto por um ataque surpresa e por esse motivo, mantive a esfera da canina em mãos, apenas para certificar que estaria preparado caso algo acontecesse. Agora eu teria de segui-lo, era literalmente minha única pista (viva) para para seguir e conseguir qualquer informação sobre o que acontecera ali; meus passos a princípio foram cautelosos, como quem ainda hesitasse em seguir atrás do monstrinho, mas não demorou para que eu tomasse coragem e finalmente aproximasse. Fiz pouco barulho enquanto andava, queria que ele não se assustasse comigo e numa distância segura, parei e esperei por alguma reação.

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