6 - Vermilion

Blade

- Certo, vamos começar! – O negro estalou os dedos uns contra os outros e se juntou aos Pokémon de seu sobrinho, seguido de perto por Echo, India e Charlie.

Os oito Pokémon botaram a mão na massa, cada um transportando aquilo que aguentavam. Como Will tinha dito e que foi reforçado por Danniel, aquilo que fosse muito pesado para pegar sozinho, eles trabalhariam em dupla ou mais. Blade que também pegava no pesado, revezava em avaliar o estado da carga e transportá-la com Merle, deixando Joel a par de tudo.


Will

Dispensado, o Carateca correu junto de Katana, deixando o engenheiro para trás assim que chegou ao Dojô. O lugar estava claramente comprometido, mas Will não se importou, precisava acha o tal senhor. Quando o viu, estagnou, afinal, já fazia quanto tempo? Um ano e meio?

- Vovô? – Pego de surpresa por um abraço, Will retribui o aperto. Seu gesto estava tomado de saudade e pesar por tudo que via ao redor. Mas sentir a umidade em seu ombro fez seus olhos marejarem. Seu avô era o seu herói, o homem mais integro e inabalável que conheceu. Jamais o viu chorar e sequer imaginou que um dia ele pudesse fazê-lo. Mas depois de ter vivido o caos em Kanto e ter o seu Dojô aos frangalhos, seu espírito de aço devia ter se ferido.

Will esperou em silêncio o tempo que achou necessário para confortá-lo e depois provocou em uma tentativa de piada para fazê-lo esquecer de sua perda. – O senhor ainda continua pintando o cabelo? – Drake odiava que insinuassem isso, fosse sua genética ou boa alimentação, ele mal tinha fio branco na cabeça. Mas aquela, era uma piada de família. – Vamos vovô, não é seguro ficar aqui.

Alfa Team

- Isso foi fácil – Riu, era uma risada sinistra, como um ronco, gutural e alto. Parecia uma fera rugindo bem no interior de uma profunda caverna.

- Claro, olha o seu tamanho, grandão! – Rebateu o elétrico, dando um tapinha no peito da montanha próxima e rindo com ele.

- Não tenho culpa de ser forte. Vou fazer o que se coisinhas frágeis quebram quando pego. – Lembrou-se da última vez que tentou beber água de um copo. – Essas coisas aqui são mais fáceis de pegar.

- Para de moleza os dois, seus preguiças – Passou o gramíneo correndo para buscar outro material. Sempre alegre, sempre com espírito de criança.

- Esse tampinha tá se achando. – Bufou o grandão, voltando a caminhar pesadamente na direção do caminhão.

Lá, próximo ao humano que eles identificavam como SUPER amigo do Will, estava o suposto líder do grupo, o tampinha e o metido a pegador de fêmeas. Os dois ouviam a instrução do outro homem que desejava alguma coisa com aquele objeto tombado. A coisa parecia um Pokémon comprido de metal, mas era engraçado. Quando eles tocaram a parte preta que imaginaram ser seus pés, ela girava sem sair do lugar. – Humanos criam cada coisa.

- Chegou a hora de virar essa coisa – Apontou o alado, Rhydon e Electabuzz se entreolharam e socaram as mãos como Will costumava fazer. – Estou pronto! – Responderam juntos.


Will

Lógico! A mente do Carateca pareceu finalmente entender. Mesmo que amasse aquele lugar, seu avô sempre foi um homem sensato. Ele não se colocaria em perigo dessa forma.

- Então temos um problema. – Buzz e Saw era dois velhos de guerra, até onde Will sabia, ambos tinham a idade de seu avô. Assim como seu mestre, eles tinham raciocínio rápido e não costumavam ficar parados em situações difíceis. – Se eles não voltaram, devem estar com problemas – Will observou a estrutura, ponderando se conseguira entrar.

– Talvez eu possa... – Antes que pudesse terminar sua frase, Katana se adiantou e tocou o peito de seu treinador, dando a entender que ela entraria. – Tem certeza K? – Ela fez que sim e começou a andar. – Não seja teimosa como eles, quando os achar, traga-os para fora ou vou atrás de vocês. Diga que precisam sair. Se não conseguirem arrastar o Pokémon que fez o ninho, voltem e pensaremos em alguma coisa. E K, mantenha seu Psychic ativo.

O que será que seu avô pensou ao ver Katana? Assim como Will, ele teve uma tendência de capturar Pokémon do tipo lutador, mas nunca em sua vida antiga de treinador Pokémon ele conseguiu capturar um Lucario. Ele sempre lamentou não ter tido a oportunidade de treinar o seu próprio Pokémon daquela espécie, mesmo ajudando vários outros treinadores.

O jovem se virou para o engenheiro com preocupação estampada no rosto. – Senhor, quão ruim está a estrutura desse lugar? Será que conseguimos colocar algumas colunas ou vigas para ganhar tempo para os Pokémon?

Will avaliou a estrutura sem saber ao certo quais eram os pontos mais vulneráveis, mas sem outra opção, confiou na palavra do engenheiro. – Certo. Vamos lá, vô. – O treinador resolveu não usar os Pokémon de Merle, pois ele tinha lhe dito que não eram do tipo que faziam força.  Desse modo, correu para trabalhar por dois. Aquilo que fosse pesado demais para um homem, ele dividiria a carga com seu avô, do contrário, tentaria ser ágil para transportar o máximo de tabuas sozinho. Enquanto trabalhava, tentava não pensar no risco que os Pokémon corriam, só podia confiar na esperteza e bom senso de sua Lucario, afinal, mesmo ela não sendo a líder do grupo, era de longe o seu monstrinho mais inteligente.